E se fosse você? escrita por Raquelzinha


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Ei, amando os reviews! Obrigadão para as meninas, Isabella, Criadora, Fabielly, Lu e Fernanda. estou muito feliz com vcs por aqui. deixando a opinião. valeuuuuuuuuu
aí vai mais um capítulo quentinho para vcs. Beijo!



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O dia, o tão esperado dia estava chegando. E apesar de tudo, do medo, das loucuras de Renée, do deslumbramento de Sarah, do aparente desinteresse de Charlie, do sumiço de Jacob. Bella não conseguia evitar um leve sentimento, ou seria presságio, de que as coisas acabariam melhor do que o esperado.

Depois da conversa com Jake, do acerto feito por eles, da garantia de respeito, amizade, sinceridade e, ela esperava esperançosamente, de fidelidade. O futuro lhe parecia menos nebuloso. E quem sabe ele, seu futuro marido, acabasse descobrindo que gostava dela.

Amor, aquele sentimento que Bella nutria por ele, com certeza era pedir demais. Depois, certamente viriam os filhos, e ela teria deles a porção de amor que seu marido não lhe ofereceria.

Estava distraída com esses pensamentos, quando sua mãe, após bater na porta, pediu para entrar no quarto da filha. Há alguns dias que Renée parecia ter compreendido que a situação mudaria. Isabella passaria a ser uma mulher casada. E essa mudança de status finalmente refletia no comportamento da matriarca.

– Está ocupada?

Perguntou num tom tão meigo que Bella reteve um olhar surpreso abaixando a cabeça.

– Apenas revisando o que desejo levar para a casa de... Jacob. – era estranho falar o nome dele sem qualquer tipo de formalidade.

Renée parou por alguns segundos vendo as peças de roupa dobradas dentro do baú.

– Você ainda vai levar esses vestidos velhos? Mandamos fazer tantas roupas novas.

– Gosto deles.

Sim, ela gostava, não mudaria só porque se uniria a um homem que um dia herdaria um título.

Ao contrário do que Isabella imaginava, Renée nada disse, ficou com o olhar parado sobre o baú, como se estivesse perdida.

– O que aconteceu?

Bella perguntou finalmente, mostrando preocupação na voz.

– O que quer dizer? – Renée estava definitivamente muito estranha.

– Mamãe! – Bella chamou enquanto largava o vestido dobrado dentro da caixa de madeira. – Você está aí, parada (calada), com esse olhar fixo. Alguma coisa aconteceu! Me diga o que foi!

– Nada aconteceu Isabella! Não seja tola!

Apesar da negativa, o comportamento de Renée continuava estranho. E Bella insistiu:

– Não acredito na senhora!

Mudando de posição, e parecendo não dar qualquer importância ao nervosismo que seu comportamento infringia à filha, a mulher segurou as mãos pequenas entre as suas antes de começar a falar:

– Minha filha... há coisas que são muito difíceis para uma mãe...

Ela estava se sentindo mal pela proximidade do casamento era isso, só podia ser isso. Isabella pensou soltando o ar.

Renée continuou:

– E agora, com a proximidade do seu casamento...

Era isso. Bella pensou feliz por finalmente a mulher demonstrar que sentiria sua falta.

– É preciso falar sobre algo que nunca conversamos...

– Mamãe...

– Deixe-me terminar, - a mais velha pediu atraindo o rosto da filha para encarar o seu. – Bella, querida, você vai casar com... um dos homens mais cobiçados e arredios desta região. Há anos que Sarah tentava fazê-lo se casar, e parecia já ter desistido...

– Eu sei e... – a jovem fez mais uma tentativa.

– Espere!

Oras que aquela conversa já estava provocando cólicas, rodando, rodando e não chegando a lugar algum.

– Quando um homem se casa... – uma nova pausa irritante se deu - espera que certas intimidades aconteçam entre ele e sua esposa... – e sem falar que Jacob, acostumado à cortesã, esperaria muito da esposa.

– Intimidades?

Bella repetiu sem compreender.

Eles viveriam juntos, estariam na mesma casa, conversariam, é claro que seriam mais íntimos do que eram naquele momento.

– Sim, na noite de núpcias e em muitas outras, ele vai procurar por você...

– Procurar por mim? O que isso quer dizer? Ele não ficará na mesma casa que eu?

Aquelas interrupções que Bella provocava à conversa estavam atrapalhando cada vez mais os pensamentos da matriarca.

– Claro que ficará Isabella! – respirando fundo Renée tomou um novo ímpeto e pediu: - Apenas ouça o que tenho para lhe falar...

Ficando ereta Isabella encarou o rosto angustiado da mãe sem entender o que poderia provocar tanta angustia. Renée sequer sabia de seus sentimentos a respeito do futuro marido. E mesmo que soubesse a garota não acreditava que esse conhecimento fizesse alguma diferença para a mãe, então por que tudo aquilo?

– O que acontecerá é que ele irá até o seu quarto e se deitará com você...

Deitar comigo? Na minha cama? Juntos?

Diante desse comentário era impossível ficar calada.

– Vamos dormir juntos? No mesmo quarto?

Seus pais dormiam em quartos separados e portanto era difícil imaginar isso acontecendo, mas ela ficaria feliz se acontecesse.

– Não disse isso Bella... – Renée gesticulou rapidamente com as mãos diante do rosto da filha - Disse que ele irá ao seu quarto, ficará com você por algum tempo e voltará para o quarto dele.

Confusão, era isso o que a mulher estava provocando com aquela conversa sem sentido. E de repente, surpreendentemente achando que dissera tudo o que deveria, ficou em pé falando:

– Tudo o que você precisa saber é que seu marido vai até seu quarto na noite do casamento. Você, como uma boa moça de família, deve permanecer deitada, quieta e esperar que ele faça o que desejar.

– E o que ele vai fazer?

Não havia forças na terra ou nos céus que a obrigassem a falar com todas as letras o que aconteceria, por isso Renée concluiu a conversa dizendo:

– Nada de especial, espere silenciosa e obedientemente. Sei que vai se sair bem...

Segundos depois, a mulher beijou-lhe o topo da cabeça e intempestivamente saiu do quarto. Aquilo era muito mais do que sua mãe lhe dissera antes do casamento. Estava satisfeita por ter sido mais clara e não ter deixado a filha em total ignorância como acontecera com ela.

A arrumação teve seu fim. Depois daquele pequeno diálogo ou monólogo, Isabella não conseguiu mais realizar qualquer tarefa. Sua mente estava totalmente voltada para as palavras pouco claras de sua mãe.

*

O corpo nu da mulher ainda estava sobre a cama desalinhada. Os lençóis muito brancos não faziam qualquer contraste com a pele lisa e macia dela. Vitória era linda em toda a extensão da palavra, também era amigável e geralmente silenciosa. Porém, depois de anos de encontros, eles haviam desenvolvido uma espécie de amizade. O que dava a mulher (ou ela achava que dava) o direito de fazer um comentário que normalmente não faria, se o cliente fosse outro.

– Conheci sua noiva...

Jake que terminava de calçar as botas, sequer voltou-se para olhá-la.

– Não quer saber o que achei dela?

– Se quisesse, com certeza já teria perguntado. - a voz saiu firme, indicando que ela entrara por um assunto que não devia.

Vitória puxou um travesseiro e o acomodou sob as costas antes de continuar com um quê de ironia mal disfarçada.

– Pois, estava saindo da loja de madame Dupont quando Margaret me mostrou um grupo de mulheres cruzando pela avenida principal na charrete da sua família. Sua mãe e irmã já conhecia. A baronesa Swan apesar da fama, nunca tinha visto, me pareceu uma mulher muito elegante... – ela deixou a parte principal para o final, queria dar o efeito desejado ao comentário - E sua noiva... – Jake se vestia como se nada estivesse sendo dito, ela continuou: – Sinceramente Jacob, para um homem acostumado a conviver com “mulheres”, você vai se casar com alguém que é praticamente uma menina.

Ele não gostou do comentário. Achou invasivo. Mas, principalmente maldoso. Mesmo que Bella fosse muito jovem e não fosse sua escolhida, seria sua esposa e deveria ser respeitada como tal.

– Ela fez dezoito anos. Minha mãe se casou com essa idade. – o que não era um bom argumento já que o casamento dos pais era um desastre completo.

– E você tem quase vinte e nove. Já viajou a Europa inteira. Ela mal deve ter saído deste vilarejo... não acha que há muita disparidade de vivências, conhecimentos e maturidade entre vocês?

Ele não respondeu. Fingindo não compreender que o silencio dele não era um incentivo para que continuasse a falar, ela insistiu:

– Nossos momentos juntos sempre foram muito calorosos. Você é um amante formidável e preciso confessar que é um grande prazer estar com você... por isso não consigo imaginá-lo com uma menina que vai ficar escondida sob os lençóis enquanto você a toca.

Ele não queria pensar nisso. Não fazia ideia de como a relação física deles funcionaria. E, ficando totalmente ereto fechou os últimos botões do casaco.

– Você não acha que está se preocupando com problemas que não são seus?
Vitória mostrou seu mais belo sorriso. Ela não queria perder as recompensas que Jacob lhe oferecia todas as vezes em que aparecia. Na verdade, as visitas dele não eram constantes, sequer tinham data marcada. Ele surgia quando queria e sumia quando desejava. Mas nunca de mãos abanando e, com um casamento, a cortesã temia que seus benefícios acabassem de vez. O futuro marquês, apesar de tudo, era bastante rígido quanto a alguns assuntos.

– Indiretamente me afeta querido... ou você continuará me visitando mesmo depois do casamento?

Ele a encarou detidamente querendo entender o porquê daquilo naquele momento. Vitória jamais cobrara nada, nunca mencionava suas idas e vindas. E era por isso que ele continuava a visita-la. Mas, se a mulher começasse a bancar a exigente, tudo mudava. Principalmente porque ele seria um homem casado em poucos dias e ela não tinha qualquer importância em sua vida.

– Ainda não sei o que farei. – respondeu com sinceridade. – Mas de uma coisa tenho certeza, não gostei do seu tom de cobrança.

Encarou-a mais sério do que de costume e concluiu:

–E jamais volte a se referir a Isabella da forma como fez... não aceitarei! Ela vai ser minha esposa e deve ser respeitada como tal.

Segundos depois o homem saía pela porta. Deixando em Vitória a sensação de ter metido os pés pelas mãos. Afinal, depois de conhecer a tal noiva e, apesar do que Jake dissera antes de sair, a cortesã tinha total certeza de que ele não se sentiria satisfeito com a garota nunca. Era fogoso demais para uma menininha tão nova e inexperiente, que não entendia (as meninas da boa sociedade geralmente não entendiam) do próprio corpo. Que dirá dar prazer a um homem experiente como o futuro marquês. E com isso, Jake logo estaria em sua cama novamente. Era só uma questão de tempo e paciência... uma paciência que não fora demonstrada naquele momento. Precisava tomar mais cuidado no futuro


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Notas finais do capítulo

Não sei vcs, mas já posso dizer, não gosto da vitória.
Muito muito muito obrigada as meninas que estão lendo a fic, mas especialmente a todas que comentam. amodoro cada reviews. Bjsssss, até o próximo!!!!