E se fosse você? escrita por Raquelzinha


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Feliz dia das mães a todas as leitoras q são mães! Agora, um obrigada muito muito muito especial às minhas amigas leitoras que deixam review, Amando, Isabella, Criadora, Fabielly, Lu e Mel. Capítulo dedicado a vcs e as mães de vcs queridas amigas. ADORO OS REVIEWS DE VCS. OBRIGADA, BJS



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Uma sequência de fatos que mais pareciam com um sonho confuso se seguiram ao pedido de casamento. Para começar Bella assistiu Jacob ir à sua casa fazer o famoso pedido, jantar com eles e conversar com sua mãe como se fossem bons e velhos amigos. Era um absurdo ver Renée sorrir para o futuro genro como se nunca tivesse reclamado todas as vezes em que os via próximos, ou conversando. Como se nunca o tivesse considerado um libertino indigno de qualquer tipo de atenção.

Agora, depois do pedido concretizado, tudo parecia ter mudado, Renée estava imensamente feliz em imaginar a filha casada com um homem que um dia seria Marquês.

– Uma marquesa!

Repetia diariamente com os olhos brilhando.

– Quem diria Charlie! Que nossa filha seria capaz de atrair a atenção de alguém como Jacob Black. Futuro marquês de La’Push.

Alguém como Jacob Black. Isabella pensava revirando os olhos. Um libertino que jamais foi considerado digno de trocar simples palavras com ela. Zangada pela superficialidade da mãe, a garota se afastava todas as vezes em que ouvia esses comentários irritantes.

Ah, se Renée soubesse porque ele fizera o pedido? Com certeza não estaria tão feliz.

Por sua vez, silenciosamente, o Barão apenas ouvia as observações feitas pela esposa. Realmente, não concordava ou discordava, também jamais perguntava se era isso o que a filha desejava, ou se estava feliz com a possibilidade do casamento. Simplesmente aceitava o fato.

E intimamente Bella se sentia triste com tudo aquilo. Triste pela hipocrisia ambiciosa da mãe, que antes de pensar na felicidade da filha, pensava no que ganharia com o casamento da mesma. Triste porque Jacob fizera o pedido movido apenas pela obrigação. Triste pelos comentários maldosos das pessoas que garantiam o fato de Isabella ter sido escolhida porque Jake não poderia casar com quem realmente queria. A cortesã.

Agora, os preparativos para o casamento continuavam com agilidade assustadora, correndo, sem tempo para que a garota pudesse pensar em algo, sem dar tempo para que os noivos pudessem conviver ao menos um pouco, nem ao menos conversar.

Não, todas as vezes em que se encontravam, suas mães estavam com eles. Mal conseguiam trocar duas ou três palavras. O assunto girava em torno de cardápio, igreja, flores, clima, roupas, padrinhos... Todos concordavam que a cerimônia deveria acontecer antes da chegada do inverno. Um casamento, mesmo que fosse no final do outono era aceitável. Mas um casamento muito próximo do inverno atrapalharia tudo. Desde a ornamentação até o tipo de comida a ser servida.

Tudo era menos glamoroso no inverno. Sarah sempre dizia, e Renée seguindo a mesma linha concordava.

*

Era uma tarde fria, faltava agora pouco mais de doze dias para o casamento quando as amigas e futuras cunhadas, Isabella e Emily, tiveram um tempo sozinhas para conversar. A dupla estava instalada na sala intima de Sarah que naquele momento deveria estar envolvida com alguma coisa importante ainda referente à cerimônia.

Emily encarava a amiga diretamente, em silêncio, mas Bella percebia e estranhava o jeito da outra. Em alguns minutos as perguntas escapariam por seus lábios. Era até admirável que ainda não tivessem escapado.

Então Emily, de forma discreta, começou:

– Mamãe está planejando sair com você e Renée amanhã, no inicio da tarde.

Como se Bella não soubesse disso, estava sendo arrastada de cima para baixo, de baixo para cima há semanas.

– Sim. Vamos experimentar o vestido – respondeu sem qualquer euforia tão característica nas noivas.

– A modista disse que você ficará linda no vestido que escolheu.

Bella lembrava de que decidira por um modelo simples. Justo sob os seios e solto até os pés, apenas o tecido era diferente. Mais apropriado para um casamento. De resto era tudo igual aos modelos que usava em festas e bailes. Mas concordou:

– Espero que sim... – talvez se ela estivesse realmente bela Jacob não se sentisse tão mal por estar casando.

*

Jack saiu do escritório na casa de Ephraim. Ia em direção à saída, mas lembrou que precisava de um documento que deixara para o pai assinar e subiu em direção a biblioteca. Quando passou pela sala íntima de sua mãe ouviu as vozes da irmã e da futura esposa.

Há mais ou menos uma semana que eles não se encontravam. Era estranho pensar que depois de tanto fugir de um casamento indesejado, iria casar com uma jovem que mal conhecia. E alguém tão diferente de si.

A voz alterada das duas abafou seus pensamentos, Emily, com determinada insistência interrogava a amiga. Sem pensar duas vezes ele parou no meio do caminho e se aproximou da porta para ouvir o que elas falavam:

– Você estava apaixonada pelo Edward! Não negue...

Emily falava nervosamente.

– Não tenho a intenção de negar.

Sua noiva parecia tranquila em concordar. Nenhum problema dizer que se está apaixonada pelo irmão do futuro marido. Que prognóstico positivo para aquele casamento! Ele pensou.

– Como agora vai casar com o Jake...? – de novo o tom nervoso da irmã.

Bella suspirou e custou a responder.

– Os sentimentos podem mudar Emily...

Aquela frase não soava como verdade, apenas como desculpa. Jacob pensou, e foi exatamente isso o que Emily disse.

–Duvido! Poucos dias antes dessa loucura começar você me disse que estava apaixonada por ele, lembra? No baile! Na casa dos Littlesea.

Nesse instante Bella se recriminou por não ter dito a verdade para a amiga naquele momento. Evitando assim tanta desconfiança, sem contar que teria alguém com quem falar sobre como se sentia a respeito do futuro marido.

– Vocês serão muito infelizes Bella! – a voz de Emily era angustiada – Eu sei o que digo. Eu vejo meu pais. Eles nunca se amaram...

Isabella suspirou tão profundamente que Jake ouviu e sentiu o som da angustia dela.

– Duas pessoas podem conviver bem sem se amar... se ao menos puderem ser amigas. – era o que ela vinha se dizendo nos últimos dias.

Quando ouviu a frase tão segura dita pela futura esposa, Jacob acreditou que ela poderia não estar errada, mas, a situação deles não era nem isso. Mal se conheciam. Sequer haviam falado qualquer coisa sobre como adequar a convivência. Acertado as condições do casamento.

– Mas, você ama o Edward, isso atrapalha tudo.

Emily lembrou em tom mais alto fazendo o som ecoar nos ouvidos de Jacob. E só então ele achou que já ouvira demais. Seguiu em direção à biblioteca com as palavras da irmã gravadas na mente. Bella amava seu irmão. Ele desconfiava disso, na verdade tinha quase certeza. Agora, era realmente uma certeza. E esse era realmente o pior dos presságios que havia para aquela união. Uma mulher apaixonada por um homem que nunca vê, era até fácil de agradar, mas uma mulher que está apaixonada pelo irmão do marido... isso significava traição, sim, ele acabaria sendo traído... pelo próprio irmão. Mesmo que Edward nunca a tocasse, em sua mente Bella o trairia sempre que visse o outro membro da família Black.

*

Na saleta, a conversa feminina continuava:

– Eu amo seu irmão Emily.

– Mas não é exatamente sobre isso que estamos conversando? – a menina insistiu.

– Sim, é... só que não Edward...

– Como não? – Emily perguntou largando a xícara sobre a mesa com mais ímpeto do que o necessário.

– Amo Jacob! – Bella decidiu ser sincera e rezar que a amiga acreditasse nela – Não posso dizer a partir de quando, mas amo... muito. Edward foi apenas uma paixão passageira. E se não fosse o fato de saber que Jake não me ama e que provavelmente nunca vai me amar, eu estaria muito, muito feliz com esse casamento.

Emily a encarava com a boca aberta, embasbacada com a revelação.

– Não acredito!

Emily falou sussurrante. Isabella ficou em silencio, observando-a direta e sinceramente. Mostrando como se sentia sem qualquer sombra de dúvida.
Aquela confidência não era mentirosa. Não! Emily conhecia a amiga o suficiente para saber disso, Bella não mentiria sobre algo tão importante, ela realmente amava Jake. Porém, era difícil acreditar. Ou talvez, ela não quisesse acreditar, porque sabia que seria muito pior para a amiga conviver com o homem que amava sem ser correspondida, do que com um homem por quem nutrisse apenas sentimentos de carinho e respeito.

– Bells... Como isso aconteceu? – perguntou pesarosa.

– Não sei! Não consigo compreender... em que ponto me perdi de forma tão irreversível!

*

Parado diante da janela, olhando os imensos salgueiros que circundavam a estufa de sua mãe, Jacob ainda pensava na conversa que ouvira. Tentava de alguma forma resolver a situação. Se ver livre daquela união indesejada, e permitir que Isabella um dia encontrasse alguém que realmente poderia amá-la. Mas, por mais que pensasse, não parecia haver qualquer saída para os dois.

O pedido de casamento era de domínio público. Os preparativos eram de domínio público. Se desistissem agora, ela seria enxovalhada pelas línguas fofoqueiras, apontada na rua. E ele jamais permitiria que algo assim acontecesse com Isabella. Nunca se perdoaria em ser o responsável por tamanha tragédia.

O mais importante agora deveria ser aquilo que vinha evitando inconscientemente, uma boa conversa entre eles. Uma conversa onde pudesse, se não resolver, pelo menos acertar todos os detalhes pendentes desse casamento. Onde pudessem colocar seus pensamentos e desejos muito claros.

Decidido saiu da peça acreditando que aquele era o momento para fazer isso. Sua mãe não estava, Ephraim e Edward foram conversar com alguns arrendatários, Emily poderia ser enxotada da sala rapidamente.

A porta ainda estava na mesma posição, entreaberta. As duas conversavam baixo e em tom confidencial. E ele desejou que a conversa anterior tivesse sido igual.

– Com licença... – pediu ingressando no ambiente e imediatamente viu os olhos castanhos de Isabella se dirigirem para si. – Posso falar com minha noiva por alguns minutos?

Emily sorriu para o irmão. Os olhos vermelhos mostraram que estivera chorando. Mas, por quê? Certamente por causa de Isabella e de todo o seu infortúnio. Elas eram muito próximas.

– A sós... – ele pediu firme quando percebeu que a irmã não saia do lugar.

– Ah... claro Jake! – a jovem falou ao lançar um olhar rápido para a amiga, depois ficou em pé e saiu silenciosamente da saleta.

Ele se moveu pelo ambiente, viera tão determinado a ter aquela conversa, mas agora não sabia como começar.

Isabella mudou de posição no sofá, olhando diretamente para ele. O corpo ereto, os lábios retraídos. Ele sabia que os lábios dela eram macios e muito, muito saborosos. Porem, aquele não era exatamente o assunto da conversa e voltando a se fixar no foco, sentou em frente a futura esposa, no mesmo lugar onde antes Emily estivera.

– Desde aquele dia na sua casa, quando formalizei o pedido de casamento, não tivemos oportunidades para conversar.

– Sim...

– E pela maneira como os acontecimentos estão corridos, se não fizermos isso agora, acredito que não será possível antes do...

– Casamento – ela concluiu por ele.

– Exato! Por isso estou aqui. Essa fala se faz necessária, acredito que você compreenda.

– Sim, eu compreendo...

– Preciso que seja muito clara comigo.

O coração de Bella saltou, o que ele queria saber? Será que ouvira o que ela e Emily estiveram conversando? Se assim fosse, seu segredo já não seria mais um segredo e talvez fosse até mais fácil conviver com o futuro marido... ou não. A julgar pelo modo como Jacob a olhava.

– O que deseja saber? – perguntou receosa.

– Sei que não sabemos muito um do outro. Mal nos conhecemos...

A garota concordou imediatamente, mas logo emendou:

– Muitos casamentos são assim, na verdade, a maioria.

Ela estava certa e ele bancando o bobo fazendo rodeios daquele jeito. Ir direto ao ponto era o melhor remédio:

– Você está certa. A maioria das uniões se desenrolam entre pessoas que apenas unem necessidades... mas, por isso mesmo, é preciso que sejamos claros. - ergueu o rosto mantendo os olhos dela presos aos seus - O que você espera de mim?

A pergunta saiu de repente e Bella, apesar de a ter induzido, não soube o que dizer. A vontade era: quero que me ame, que cuide de mim, que me faça feliz, que seja meu marido e meu amigo... tantas coisas...

– Que seja um bom marido. – respondeu após alguns segundos de meditação.

Ele não estava satisfeito.

– O que é um bom marido para você Isabella?

Aquela pergunta era mais fácil de ser respondida do que a outra.

– Um bom marido trata a esposa com respeito, é sincero, amigo, é atento aos filhos, quero dizer.. se algum dia tivermos filhos...

O que ela esperava, se fosse isso, não era muito e talvez ele estivesse disposto a oferecer. O que Jacob menos desejava era ter a mesma convivência que seus pais tinham.

Brigas e desentendimentos com certeza não faziam parte dos seus planos.

– Fidelidade? – ele perguntou de repente talvez movido pela ilusão de que conhecia os sentimentos dela.

Os olhos castanhos se fixaram aos dele sem qualquer medo. Será que essa pergunta tinha alguma coisa a ver com a cortesã, que todos sabiam, Jake visitava frequentemente?

– Acho que toda esposa espera isso do marido, assim como o marido espera isso da esposa. – respondeu, deixando bem claro que não tinha a intenção de traí-lo.

E Edward? Ele se perguntou mentalmente. Fazia parte dessa premissa? Ela seria fiel mesmo convivendo com o homem que amava com bastante frequência? Aquele era um assunto no qual não poderia tocar, afinal, para começo de conversa, ele não ouviu aquela conversa.

– Espero fidelidade. – ela concluiu – E lhe darei fidelidade. Mas, espero acima de tudo sinceridade.

Movendo a cabeça afirmativamente Jacob concordou com a última parte do comentário antes de perguntar.

– Então, se você conhecer alguém por quem se apaixone vou ficar sabendo? – se sentiu um hipócrita por não conseguir tocar no assunto que o trouxera até ali.

– Prometo falar com você. – nunca haveria outro, ela o amaria sempre, mas como dizer isso?

De seu lado Jake pensava: Comece agora! Porém, nada disse.

– E você? – ela virou a moeda, obrigando-o a responder a mesma pergunta. – Vai ser sincero?

Ela claramente se referia a amante.

– Serei o marido que você espera... incluindo fidelidade e sinceridade.

Ele costumava garantir sua palavra, mas, não tinha certeza de que Bella manteria a dela, então, num primeiro momento, Vitória não seria dispensada. Porém, a medida que a relação deles se estabilizasse, a outra passaria a ser capítulo vencido em sua vida. Até lá, nada mudava, exceto pelo fato de que Jacob não procuraria pelos serviços da cortesã.

Então, sinceridade parecia a única coisa que nenhum dos dois ofereceria de imediato.


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Notas finais do capítulo

Esse casamento parece fadado ao desastre não acham? Pobre Bella...
Ao menos agora ela pode contar com o ombro amigo da amiga e cunhada.
Já Jacob, todo sabichão se ferrou, bancou o enxerido e ouviu uma conversa pela metade, justamente a metade q não deveria ouvir... Logo o casamento acontece, mas, o mais importante, a convivencia deles começa.
Bjs a todas q estão acompanhando. Agradeço mesmo pelo apoio de vcs! Obrigada! Bjs e bom domingo à todas.



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