Queridos Pais

O Natal tinha passado bem depressa, as crianças ficaram bem felizes com os presentes ganhados, e quando voltamos Sally e Marie já estavam preparando a ceia. E enquanto jantávamos contamos como foi no orfanato, e pelo visto as duas ficaram bem alegres, e disseram que qualquer dia iriam visitar as crianças.

Trocamos presentes, o que não foi tão especial quanto estarmos todos juntos vendo os fogos de artifícios voando no céu, e vários vizinhos gritando "FELIZ NATAL!!" , eu não ganhei muita coisa. Thalia me deu um livro, já que ela trabalha em uma livraria, Odisseia era o nome do livro, também era um dos clássicos da literatura greco-romana, e eu adorava. Nico me deu um box da série Friends, na qual eu amava. Sally me deu um suéter cinza com um desenho de coruja, caído nos ombros, e eu agradeci muito por isso, pois adorava corujas.

E por último Percy, eu ganhei dele um toca disco em ótimas condições, o que me deixou surpresa, eu nunca havia ido em uma loja que vendia toca discos tão novos. Ele também me dera, 'junto com o pacote' como ele dissera, alguns discos,Guns N' Roses, The Police, The Smiths, ABBA, e um clássico do Frank Sinatra.

Quando todos foram embora e Sally já havia ido deitar eu e Percy ficamos ouvindo os discos um do lado do outro. Quando Percy adormeceu, eu fiquei pensando o quanto eu era sortuda. Por ter meus amigos, poucos, mas verdadeiros. Uma casa. Um emprego, com um chefe legal. E o melhor namorado que eu poderia desejar.

Me deitei do seu lado e encostei minha cabeça em seu peito nu, como fazia todas as noites, e automaticamente eu me sentia melhor.

O Ano Novo não foi tão especial, eu, Percy, Nico e Thalia fomos até a praia, e ficamos observando o pôr do sol até a hora da virada de ano.

Nico e Percy, nos pegaram e nos carregaram de cavalinho até o mar, e ficamos nos divertindo como crianças, jogando água uns nos outros, e dando caldos. Quando soltaram os fogos, paramos para observar a beleza dos inúmeros e coloridos fogos. Acabou que dormimos na praia, mas isso não me incomodou.

Eu estava abraçada a Percy, que já dormia, e via Thalia sendo embrulhada por Nico, que também dormiam. Os dois eram um lindo casal, isso ninguém podia negar. Estranhos do jeito deles, e além disso, eram meus amigos.

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Hoje já era dia 3, e eu já tinha voltado para casa, Percy implorou que eu ficasse mais dias, e eu realmente queria ficar, mas eu precisava planejar tudo. A faculdade, o emprego, tudo...

E era isso que eu estava fazendo em pleno sábado, na bancada da cozinha, com vários papéis na mesa. Eu tinha feito a prova para a Universidade de Cornell, até hoje o resultado não havia chagado. Eu já estava planejando os meus gastos desse ano, se eu não passasse, o que Percy e Thalia disseram que era impossível, seria muito difícil pagar uma faculdade.

A Cornell não era muito longe de casa, e Percy tinha feito a prova para lá também. Eu não sabia se ele tinha passado, já que ele quis fazer medicina, sejamos sinceros, medicina é um dos cursos mais difíceis, mas eu não duvidava dele. Percy era muito inteligente.

Ainda era tarde, mas minhas pálpebras pesavam, pesavam tanto que acabei cochilando, na bancada da cozinha, em cima dos papéis. E quando acordei já era mais de meia noite, ou seja, eu não conseguiria dormir, já que tinha dormido a tarde inteira.

Caminhei cambaleando até a sala, e me joguei no sofá e liguei a televisão. A essa hora da noite, não passava tantas coias boas, e como era mais de meia noite, pornografia era a prioridade dessa hora da noite. Mas com muita sorte achei um filme, especificamente uma adaptação de Ben Sherwood, A Morte e Vida de Charlie St. Cloud.

Fiquei assistindo vários filmes até o sol começar a nascer, e novamente, não conseguia dormir.

Fui até a cozinha e preparei meu café, que não era nada mais, nada menos que cereal com leite. Esse era um típico domingo sem animação, mas o que estava me fazendo querer esmagar o cereal era que domingo era dia de correspondência, ou seja, com muita sorte, hoje poderia sair o resultado da minha prova.

Durante a manhã li vários livros, tentando espantar a ansiedade, mas não deu muito certo. Peguei meu telefone, e fui rolando a lista telefônica até achar o nome de Percy.

'Alô?'

'Percy, sou eu. Será que você poderia vir aqui?'

'Ah, claro, estou ai em cinco minutos. Tem algum problema?'

'Meu estresse diário, preciso descontar em você!'

'Ah, claro.' ele riu e disse 'Estou aí daqui a pouco'

Ele desligou o telefone, e eu o joguei no sofá, suspirando. A verdade era que eu estava com medo de que um de nós passasse e o outro não. Não teríamos tempo pra ficarmos juntos se isso acontecesse.

A campainha tocou, repensei o tempo que pareceu ser um minuto se tornar cinco, e abri a porta. Percy entrou sem permissão, me dando um beijo na testa e colocando seu casaco de frio no cabideiro. Ele, como sempre, já de casa, abriu a geladeira e pegou alguns ingredientes, aparentemente para fazer o almoço. E sim, Percy adora cozinhar, e cozinha muito melhor de que eu.

–Então, agora pode desabafar... - ele disse começando a cozinhar, como se fosse a casa dele.

–É que... - eu me enrolava para falar - ....Percy, a sua carta da Cornell? - perguntei depressa

–Ainda não, acho que elas vão chegar essa tarde. É por isso que está preocupada? - ele perguntou relaxado, e eu assenti. - Fala sério Annie, não esquenta com isso por enquanto. Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, tenho certeza que você passou com 100%.

–Você acha?

–Não acho, tenho certeza absoluta.

Percy era bem mais confiante que eu nesse tipo de caso, acho que era porque para ele, isso não era uma situação de pânico. Já que ele era meio lerdo, mas mesmo assim, passar na faculdade é um passo para a vida adulta, para a independência, não que eu não tivesse ainda. A faculdade era um rumo para uma nova vida, era definitivamente uma ocasião para pânico, como Percy poderia não estar preocupado?!

Enfim, enquanto ele terminava o almoço fiquei olhando seu celular, não que eu fosse um tipo de namorada enxerida, mas sim, uma namorada ciumenta. Não havia muitas mensagens, apenas com familiares, como tios, ou avós, e algumas ligações de sua mãe, de Thalia, Nico, e uma grande lista de chamadas minhas, com duração de pouco mais de meia hora.

Nada de mais, pensei, ele não era do tipo que tem muitas amigos ou amigas, principalmente amigas, Percy era confiável, e por isso eu não me preocupava muito. Eu sei o que estão pensando. " Se isso é não estar preocupada, imaginem como seria se estivesse". Vamos dizer que eu sou assim.

Enquanto jogava Temple Run 2, o telefone vibrou, indicando que havia uma nova mensagem, Quando olhei de quem era, me surpreendi. Da Cornell. Abri e li a mensagem.

Boa Tarde, nós lhe mandamos essa mensagem para informá-lo que os seus resultados, os que aprovarão a sua entrada na Cornell, está nos site da universidade. www.CornellUniversity.com.br

Percy me olhou e eu arregalei os olhos. Sai correndo, subindo as escadas, praticamente voando e trazendo meu Notebook para sala, enquanto Percy desligava o fogão e se sentava ao meu lado no sofá. Antes do mesmo me perguntar qualquer coisa, abri no site da universidade.

–O que está fazendo? O que tinha na mensagem? Annabeth?!! -Percy me perguntou apreensivo

–Eles falaram que os resultados já estão no site. - eu disse sem olhar para ele.

–O que está esperando pra ver seu resultado?

–Estou com medo... - admiti -... pode olhar para mim? -perguntei insegura e ele pegou o Notebook, e foi passando a lista dos aprovados, enquanto eu rezava em silêncio

Quando ele parou de passar a lista olhou para mim, com uma expressão séria, e também....lamentável. Isso queria dizer que eu não tinha passado. Eu não tinha entrado para a faculdade, eu não seria ninguém. Eu já estava a ponto de chorar, quando olhei para Percy e ele me observava com um sorriso sacana no rosto.

Peguei o computador, e rolei a lista até achar, Annabeth Chase: Aprovada 100%.

Eu não sabia se pulava de alegria, ou se pulava em cima de Percy, por ele ter feito aquilo comigo, Ah, Deuses, eu mal acreditava que isso era verdade. Por dentro eu estava saltitando de felicidade, mas por fora eu já estava sentada em cima de Percy dando socos no mesmo, enquanto ele ria descaradamente.

Quando cansamos, Percy se sentou e me colocou em seu colo, passando os braços envolta de mim e pegando o computador. Mais uma vez passando a lista para baixo, até chegar a letra P, e encontrarmos o nome dele com um APROVADO na frente, e mais um 100%. Eu por mais que estivesse com raiva dele por ter me enganado, também estava feliz, afinal, agora, mesmo que não tivéssemos muito tempo juntos, estaríamos estudando na mesma faculdade.

Comemoramos, fazendo bolinhos com cobertura de cereja, o que não deu muito certo, porque quase explodimos o fogão. Então só comemos o macarrão que Percy havia feito.

Passamos o resto do dia conversando sobre os planos da faculdade, até que me lembrei que não havia contado a Thalia, e ela como sempre, queria ser a primeira a saber. Mandei a mensagem para ela, que logo respondeu.

Parabeeeens Annie, é uma pena que não ficaremos juntas, mas msm assim, q bom q vc e aquele bastardo passaram. Q tal comemorar cmg? Podemos ir em uma boate q Nico falou.

Bjs, Thalia ♥

De começo fiquei na dúvida se iria ou não, sinceramente eu não era de ir em festas. Mas para tudo tem uma primeira vez, não é? Então, depois de alguns minutos convencendo Percy de ir comigo, respondi a mensagem de Thalia, e avisei que iria a tal boate.

E ainda era apenas o começo de um domingo, cheio de surpresas.

Com amor, Annabeth