Subimos para seu quarto assim que o filme acabou. Assim como o meu era simples, com pouca coisa, nada além do necessário. A direita uma escrivaninha com um computador e alguns equipamentos de som, e à esquerda, logo abaixo da janela, uma cama de casal coberta por um edredom preto e algumas almofadas engraçadas em formato de super-heróis; ao lado um criado-mudo repleto de revistas de quadrinhos e cds de bandas de rock dos anos 80, e nas paredes, claro, posteres de algumas dessas bandas e de alguns filmes de terror antigos. Havia ainda um frigobar provavelmente lotado de latas de refrigerante e energéticos.

Todas essas coisas subjetivamente nos fazem conhecer uma pessoa quase por completo, e nada me agradou mais do que constatar que seus gostos eram totalmente compatíveis com os meus, e que entrar em seu quarto foi quase o mesmo que adentrar o meu. O detalhe mais importante eu só notei no momento em que sentei em sua cama e fitei a janela: de lá era possível enxergar a janela do meu, e vice-versa.

G: Bem-vindo ao mundo de Gerard. -disse rindo.

F: É quase um réplica do mundo de Frank. Eu deveria te processar por plágio. -rimos.

G: Bom, acho que aqui podemos conversar com mais privacidade. -disse sentando-se ao meu lado, fazendo-me sentir um calafrio na espinha.

F: E sobre o que conversaríamos? -respondi sem conseguir evitar fitar seus lábios.

G: Na verdade eu consigo pensar em dezenas de coisas para se fazer sem precisar falar.

Ao dizer isso ele me beijou subitamente, mas dessa vez sem a doçura dos demais, e sim calorosa e intensamente, deixando-me ofegante. Sem perceber acabamos por perder o equilíbrio e cair deitados na cama, e sem pretenção alguma de nos levantar, ele nos ageitou, de modo que eu ficasse com minhas pernas envoltas em seu corpo, enquanto beijava-me vorazmente.

Quando me dei conta já estava tirando sua camiseta enquanto ele abria o botão da minha calça. Assustei-me quando vi a que ponto as coisas já haviam chegado, e então parei de beijá-lo, enquanto ele me fitava confuso. Notando meu constrangimento ele levantou-se e se sentou, segurando minha mão e levantando-me também logo em seguida.

G: Acho que exageramos um pouco. -riu.

F: Concordo. -respondi corado.

G: Uh...-respirou profundamente na tentativa de "esfriar" um pouco as coisas- Vamos, sei lá, jogar alguma coisa? -rimos.

F:Bem que eu gostaria, mas -olhando no relógio- já deu minha hora.

Nos recompomos e ele me acompanhou até a porta. Nos despedimos com um abraço tímido e um aceno. Fui para casa e sentei-me debaixo do chuveiro frio.

"Essa foi por pouco, little Frank"