P.O.V. Henry

Planejamos ir à Diretoria, mas acho que vamos nos atrasar. Octavian e seus colegas atacaram. Logo, todo o acampamento estava na principia, se escondendo das bombas. Clara, Lucas, Luna, Max e Sara correm até a principia, e Annie arrasta o grupo para um canto. Curioso, sigo-os.
–Samuel nos enganou!-diz Luna.
–Por favor, não nos mate!-chora Clara.
–Estamos falando a verdade-afirma Lucas.
Annie olha ao redor, como para se certificar que ninguém observava. Parece não ter me visto.
–Mesmo contra sua vontade
Quero que falem a verdade.
Annie estala os dedos e sua mão brilha em um tom rosado. Os olhos do grupo assumem essa cor e eles murmuram:
–Fomos enganados.
Parecem hipnotizados. Observo, assustado. O que Annie fez? Ela estala os dedos e sua mão brilha em um tom rosa novamente e os olhos deles voltam ao normal. Eles piscam, parecendo confusos e Annie diz:
–Ok, circulando.
Ela bateu palmas e fez um sinal como se dissesse "vaza". O grupo se dispersa e vou até Annie.
–O que você fez?-pergunto.
Annie parou.
–O...o quê?
–Com o grupo.
–Você não viu nada.
–Mas eu...
Ela me interrompe, se virando para mim com os olhos brilhando naquele tom rosa novamente. Olhamo-nos nos olhos. Ela parece tentar me assustar. Mas não tenho medo dela.
–Nada!-ela diz em um tom que mostra que o assunto acabou.
–Sei que há algo!
Eu sei, posso estar me metendo em uma furada. Annie pareceu surpresa ao ver que eu não desisti do assunto. Seus olhos voltaram ao tom normal de castanho.
–Eu...
–Você é uma maga!-exclamo, interrompendo-a.
–Os Wisdom normalmente dizem que são bruxos.
–Não acredito...-sussurro-...você é uma Wisdom!
–Não vamos falar disso agora!
Decido que fui longe de mais e concordo em encerrar o papo por enquanto. Mas então, algo sai errado. Muito errado.
Octavian entra na sala e começa a contar a todo o acampamento o segredo de Zoe.
E para piorar...
–E a sua querida Annie, é uma Wisdom-ele fala.
Todos se viram para ela e ameaçam a atacá-la. Flechas voam em direção a Annie e ela sai correndo.
–NINGUÉM TOCA NELA!-grito.
Piso no chão com força, fazendo a terra tremer e todos caem no chão.
Saio correndo atrás de Annie. Agora provavelmente todos sabem. Até porque, um afilhado de Poseidon não recebe o poder de fazer terremotos.
Eles sabem.
Tenho certeza que sabem.
O que sabem?
Sou um Blackjack.

********

Encontro Annie e corro até ela, segurando em seu braço. Ela move a mão e uma rajada de vento me joga longe. Ok, me esqueci que ela domina o ar, que sorte a minha.
Vou até ela novamente e ela grita comigo.
–NÃO ME SIGA!
–QUERO TE AJUDAR!
–NÃO PRECISO DE SUA AJUDA!
Um garoto lança uma flecha na direção de Annie. Estalo os dedos e minha mão brilha em um tom azulado. A flecha desaparece.
Annie me olha, espantada.
–VOCÊ É UM BLACKJACK!-ela grita.
–Tem certeza que não precisa de ajuda?-sorrio irônicamente.
–TENHO!-ela retruca, furiosa.
–Deixe a raiva para depois, quero ajudar!-falo, já aumentando o tom de voz.
–Por que Osíris quer me ajudar?
–Porque não quero que te machuquem!
Wow, ok eu disse isso. Cara, pensa antes de falar, animal! Agora to no sal!
–O...o quê?-Annie me olha, descrente.
Deixo meus instintos me guiarem. Me aproximo de Annie, que parece meio nervosa (em ambos os sentidos de "nervosa").
–O que você ouviu.
Só então percebo que ainda estamos falando meio alto.
–Argh! Você é insuportável!-ela fala em um tom indignado.
–Você que é!
–Seu idiota!
–Nerd!
–Irritante!
–Chata!
–Lerdo!
–Idiota!
–Eu falei isso primeiro!
–Criança!
–Esdrúxulo!
–Mas o que Hades é isso?!
–Talvez você soubesse se não fosse tão estúpido e ignorante!
–Qual é seu problema?!
–Você!
–Isso tudo é amor?
–Nos seus sonhos, Blackjack!
–Então não me acorde-sorrio ironicamente.
–Ah, mas eu vou te acordar! Com um soco na tua fuça!
–Nossa, a gatinha tem garras.
–E uma adaga.
–Que medo...
–Seu besta!
–Se eu sou uma besta você é uma besta quadrada!
–E se eu sou uma besta quadrada, você é uma besta quadrada ao cubo!
–Nossa mas que criatividade.
–Eu te odeio!
–Eu te odeio!
–Eu te odiei primeiro!
Nos encaramos, furiosos. E então, decido agir por impulso e a beijo.
Ok, fico surpreso com minha própria ação.
Mas fico ainda mais surpreso quando ela retribui o beijo.