Sete

Alice acordou num susto. Alguém batia de maneira incessível em sua porta.

 - Lice? Lice, sua mãe quer falar contigo... – resmungava Esme do outro lado da porta.

Alice levantou em um pulo e destrancou a porta.

 - Ahn.. ei mãe... – disse bocejando e arrumando seus cabelos rebeldes.

 - Vejo que estava com sono... – Esme entrou e sentou-se na cadeira da escrivaninha de Alice.

 - Ahn... eu estava exausta... – Alice deu de ombros e fez careta.

 - Temos que conversar um pouco... – Esme agitou a saia rodada e preta, e colocou as mãos nos bolsos da blusa vermelha.

 - Sobre? – perguntou Alice penteando os cabelos.

 - Seu irmão... – Esme limpou a garganta, e Alice deixou sua escova cair de sua mão.

 - Jasper não é meu irmão! – resmungou dura.

 - É Alice. É seu irmão sim. – corrigiu Esme.

 - Ele não é da família. E família é quem você aceita e ama. E ele é o contrário de tudo isto. – barrou a baixinha de cabelos espetados;

 - Pois então o ame, e o aceite. Não há o que eu possa fazer para que vocês se dêem bem? – perguntou Esme esbaforida.

 - Mãe! Ele é totalmente insuportável! – praguejou Alice.

 - Filha... você sempre foi a garota mais centrada da família. E continuará sendo. Apenas preciso de um favor... – Esme limpou a garganta e remexeu seus tênis.

 - Que favor? – perguntou Alice temerosa.

 - Você vai ir para o apartamento com Jasper. Vocês dois iram passar a despedida de solteiro lá. Você não quer, e ele não pode. Então Carlisle e eu decidimos deixar o irresponsável em suas mãos... você só não tem licença pra matar... – Riu Esme.

 - Não! NEM PENSAR! ESTÁ TOTALMENTE FORA DE PLANOS! EU E ELE NA MESMA CASA, POR UMA NOITE! NUNCA! –Alice berrou, e começou a arrumar suas coisas.

 - Não é mais uma pergunta Alice. Isso é uma ordem de mãe. Você vai! Ainda é menor de idade, e sou eu quem vai dar sinal verde e vermelho pra suas decisões. E eu digo que irá fazer isso para o bem de todo mundo da família. – ordenou Esme.

 - Não estou afim de discutir... Vou fazer isso por você. Mas é melhor que a licença para matar esteja válida... ou nada feito. – grunhiu Alice.

 - Tudo bem... lei concedida...- Esme revirou os olhos. Ela sabia que o máximo que Jasper poderia perder era um olho, ou os dentes da frente.

 - Que horas são? – perguntou Alie socando o vestido do casamento, em sua mala.

 - Quase na hora da minha festa começar... – Comentou Esme fitando as unhas.

 - Tudo bem, não precisa expulsar mãe... – remoeu Alice terminando de arrumar suas coisas. – Cécilys? Onde está garota? – a gata apareceu co meio do closet  de Alice.  E logo lançou-se para que Alice a pegasse.

 - Jasper está lá em baixo esperando por você, e Cécilys. – Anunciou a mãe.

 - Obrigada. – disse Alice sarcástica, colocando a mala no ombro. E a gata empoleirou-se em seu ombro, e espirrou no rosto de Esme que á seguir, riu.

 Alice e Cécilys desceram as escadas, e avistaram Mercii, colocando purpurina nos sapatos. Murmurava algo sobre ser o mais glamoroso da noite, e vice versa. Jasper estava sentado em um sofá, olhando para Mercii, com medo. Olhos arregalados, como se estivesse frente a frente com  um animal feroz prestes a atacar.

 - Estou aqui. – disse Alice divertida com a imagem. E terminou de descer o ultimo lance de escadas.

 - Graças a deus... – ele resmungou se levantando apressado, e colocando no ombro uma bolsa que continha seu gato Honey dentro.  – Deixe que eu ajudo... – ele pegou a mala do ombro de Alice e carregou.

 - Humpf... – resmungou Alice pisando fundo, e mal humorada.

- Tudo bem? – perguntou Jasper abrindo a porta para Alice e sua gata.

- O que você acha? – perguntou Alice enfurecida, mandando um olhar arrebatadoramente nervoso para Esme, no alto da escada.

 Esme riu nervosa, enquanto a porta se fechava, e Mercii ria de alguma piada – sem graça – de sua própria autoria.

 Alice enrugou o rosto, e caminhou até o jipe – enorme – de Jasper estacionado em frente á casa. 

Benny apareceu em meio ao caminho, cumprimentando e saudando os jovens. Ao contrário de Cécilys, Benny não gostava de Jasper. Apenas ignorava-o, ou usava-o como poste, em variadas vezes. Alice retribuía a Benny, muito carinho e recompensas pelas façanhas.

 - Sinto muito amiga... Gente demais. – Alice olhou feio para o garoto de cabelos loiro mel, que prontamente se encolheu o olhar inquisitivo.

  Alice sentou-se no banco de carona, e acenou com um sorriso triste, para algum jardineiro que cuidava do quintal. O jardineiro pareceu sentir pena da face da garota, e acenou com um rosto descabido, de volta.

 Ela fechou a porta do jipe, e assegurou-se que Ceci, estaria em uma distância segura de Honey. Jasper dirigiu-se a direção, e colocou seu gato em uma bolsa no banco de trás.

 - Bem; Sinto muito por estragar sua noite... – resmungou Jasper com o rosto apático.

 - É... você vai sentir. Literalmente. – retrucou Alice, apoiando-se um braço na janela e outro ao redor de sua gata. Seus olhos estava diretamente á frente da estrada não dando atenção devida á Jasper. Que parecia estar passando as postas do inferno – Literalmente.