Os minutos de viajem se passavam e o clima estava cada vez mais árduo para Jasper. Ele sentia-se mal. Como se fosse forçar a barra de uma forma pior do que qualquer outra antes.

Parecia não estar gostando de desagradar tanto Alice de uma mesma forma; O engarrafamento e a radio não ajudava para que a comunicação entre os dois melhorasse.

 - Tudo bem! Me mata agora! Eu não agüento mais essa tortura! – implorou Jasper

 Alice respirou fundo, e comprimiu os lábios. Por todo o tempo, andara pensando em muito que poderia fazer naquele dia. Ela poderia dar uma chance ao seu novo irmão. Poderia tê-lo como aliado por um dia, e ver tudo como ele via por apenas este dia.

 - Andei pensando. – ela olhou sobre os carros na rua da grande metrópole, e viu o sol desaparecendo no horizonte. – Tenho uma idéia do que poderemos  fazer esta noite.

 - Esquartejar meu corpo como passa tempo? – perguntou Jasper irônico.

 - Não seria má idéia... Mas não. – Alice pausou pensativa. – Podemos fazer de hoje, o dia do contra. – sugeriu.

 - E o que seria? – perguntou Jasper olhando ansioso para o trânsito a sua frente.

 - É meio que... “o que você faria se não me odiasse?”. – contou ela com certo humor.

 - Hm... e então. O que você faria se não me odiasse? – perguntou Jasper movendo o carro juntamente com o movimento da metrópole.

 - Bem... Poderíamos ir comer um hambúrguer gigante, e nos embebedar de cerveja barata... - Alice riu, e finalmente olhou com a face limpa para Jasper, com um sorriso de alento e segurança.

 - Que tal naquele bar da esquina do prédio? – perguntou sorrindo, um singelo convite, com uma singela aceitação.

 - Aquele lugar que você inspira gordura só de entrar? – pensou ela estreitando os olhos – Tô dentro...

 Jasper riu, e depois de mais ou menos 25 minutos de conversas casuais, chegaram ao prédio. Colocaram o jipe monstruoso no estacionamento – privado – do prédio, e logo subiram pelos fundos. Honey estava mais calmo que o normal – para ele, e Cécilys ronronava no ombro de Alice, movimentando seu longo e liso rabo, até que tocasse Jasper.

 Encontraram o elevador, e começaram a subir até o 19º andar.

A baixinha de cabelos curtos e espetados, fitou Jasper por um longo tempo. Sem esquivar o olhar ou disfarçar.

 - Que é? Tem algo no meu dente? – e instantaneamente Jasper procurou um vidro no elevador, para que pudesse ver o tal corpo estranho.

 - Não... só estava olhando pra você. Vendo seu rosto. Nada mais. – Alice desmentiu com a voz passiva. E o choque que tocou a face de Jasper o deixou incrédulo. E o calou.

 Ambos chegaram juntos á porta do apartamento, e Jasper educadamente deu passagem á baixinha de cabelos negros. – Mais um resultado do “dia do contra”.

 O apartamento era “comum”. Tinha uma beleza moderna e estava repleto de cores, pasteis. Um tamanho comum e aconchegante. A garota desceu a gata no sofá branco, e levou sua mala até seu quarto. Era rosa e preto, desenhos legais e difusos estavam por todos os lados. Uma cama de solteiro e um armário convencional. Um tapete com uma guitarra em estampa, e cortinas negras cobrindo a janela do aranha-céu.

 - Alice? – chamou Jasper batendo na parede do quarto, a porta estava aberta.

 - Huh? – perguntou bem humorada.

 - Onde poderia ficar? – ele pediu com receio.

 - Tem o quarto aqui do lado... tem uma boa cama. É ótima. – ela indicou o quarto do lado, e ele seguiu até ele.

O quarto era azul e bege. As paredes inteiriças e com características típicas de um quarto de visita. Colocou seus pertences sobre um cômodo marfim, e ouviu um ronronado alto da sala. O garoto alto seguiu até a sala para verificar o que Honey andara aprontando – cujo ia deixar Alice de cabelos em pé, e erupção instantânea.

 Entrou pela passagem da sala, e avistou algo que não se vê todos os dias. Honey e Cécilys estavam deitados lado a lado, ronronando docemente. Ele paralisou-se por algum tempo, e pisco rápido para ver se não era alguma miragem. E de fato – não era.

 - Mas que diabos....? – entrou Alice na sala, perguntando e olhou para os gatos, calando-se instantaneamente.

 - Acho que até os gatos aderiram a sua idéia... – Jasper comentou de bom humor.

 - Chega a ser bizarro... – Alice virou sua cabeça para olhar o par de gatos em um ângulo diferente.

 - E por que não vamos para o bar agora? Poderíamos nos entupir de gordura, que mais tarde vai deixar nossos rins e fígado sobrecarregados e nossa saúde estará comprometida... – levantou as sobrancelhas com o humor negro.

 - Adorei o plano. – Sorriu a baixinha, e avisou – vou colocar um tênis e uma camiseta confortável, pra ir até lá.

 - Ok... vou ficar por aqui mesmo, admirando essa façanha da natureza. – Jasper sorriu, e se acomodou no sofá.

 O garoto de cabelos cor de mel, sorriu e aconchegou-se na poltrona até que Alice chegasse ali, para, enfim, irem comer comidas que estragariam sua saúde brevemente.