Complicada e Perfeitiinha escrita por AliceCriis


Capítulo 7
Seis




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Seis

Alice caminhou preguiçosamente escada á cima. E cumprimentou sua gata na porta de seu quarto. Limpou o rosto, penteou o cabelo, e colocou seu maiô básico. Preparou sua toca de natação, passou protetor solar, e pegou sua toalha roxa.

 Desceu as escadas, e viu Mercii mais uma vez discutindo com a Senhora Plony, mas fez questão de não se envolver na discução.

Saiu de fininha pela porta dos fundos e caminhou para os jardins de trás da casa, cumprimentou educadamente os funcionários que cuidavam da pintura e da organização da festa de Esme, e foi direto para a piscina.

 Cécilys pulou encorajadoramente no ombro de Alice, que sorriu assustada.

 - Não deveria me assustas tanto, Céci... um dia posso não recebê-la em meu ombro com tanta cortesia... – brincou Alice afagando os longos pelos cinza.

Entraram em conjunto no pequeno quiosque que estava ao lado da imensa piscina. Alice colocou sua gata espiã no chão, e colocou sua toca de natação. Olhou para a piscina com água límpida e a mais pura e límpida paz a invadiu naquele momento. A conectividade com a água como se fosse outro ser vivo, era essencial para a garota baixinha de cabelos espetados.

 Colocou Céci em uma cadeira de tomar sol na borda da piscina, e colocou um cronômetro em frente á gata. Yeah. A gata tinha talentos sobrenaturais para um animal. Ela sempre estava lá para ajudar sua amiga a contar os segundos. Pressionando com a patinha dianteira a base do cronômetro, ele era acionado, e assim Alice envolvia-se na água.

 Cécilys era uma gata essencialmente ensinada e dotada de talentos incríveis para uma gata.

Cécilys resmungou para que Alice entrasse na água logo. Alice riu de leve, e enfim, mergulhou cada parte de seu corpo de uma mesma vez. Submergindo seu peito e sua mente, transformando-os em uma única coisa. Um único ser.

 Para a pequena fada, a água era como um espelho de sua pessoa interior. Poderia aparentar calma, serenidade. Ser símbolo de paz e lazer, um encontro romântico... Doce.

Mas quando estava agitada, poderia destruir qualquer coisa que desejasse, sua fúria incompatível levava desastres pequenos, á calamidades.

 Pra ela, a água era sábia. Eterna e sagrada. Sem ela jamais existiria vida... Ela que purifica tudo e todos, que leva embora os maus agouros, e líquida as más substâncias.

E para fim, a jovem menina, submergia-se no elemento que mais adorara, e deixava que a água acariciasse seu rosto, e preenchesse cada espaço perfurado e machucado de seu peito.

Ela se deslocava pela substância aquosa, com desenvoltura, como uma segunda natureza... e logo, ela já estava novamente á frente de Cécilys.

 - E aí garota? Como fui? – perguntou Alice abrindo os olhos finalmente.

 Mas Cécilys não estava lá.

 - Céci? Garota? – chamou Alice saindo da piscina instantaneamente. – Cécilys Monnotyêr! Ralhou Alice acuada.

Como a gata poderia ter sumido do nada? Alice correu mais uma vez para o quiosque, e pegou uma toalha.

 Um miado – quase ronronado – veio de atrás de uma árvore que levava ao bosque.

 - Céci... não mate-me do coração. Apareça... – Alice pegou uma sandália, e seguiu até a árvore. Um vulto cinza correu para mais dentro do bosque.

 - gatinha, eu não estou afim de pique esconde... – ralhou Alice seguindo devotamente a gata.

 Cécilys embrenhou-se em meio ás arvores altas, e continuou andando mais adentro do bosque.

 Alice ouvira uma voz conhecida de repente, que a fez parar.

 - ... estamos tentando convencê-lo... mas ele é cabeça dura demais...  – a voz era de Edward. Edward Masen. Namorado da gêmea de Alice : Bella.

 - Minha gêmea gosta dele... dá pra sentir... mas... ela não vai admitir isso de forma pacífica... – Alice congelou, e não conseguiu se mover de trás de um grande carvalho. Bella – Não posso mais ver a gêmea assim... sempre magoada com os caras, que se interessam por ela. E na boa, Ed. Ela é assim com Jasper por que afinal de contas... gosta dele. Ela não se deixaria levar, e por isso tem que esconder o sentimento dela de uma maneira camuflada... – suspirou Bella.

 - Já chega... – resmungou Alice arrancando Cécilys de sua árvore, e sorrateiramente correndo de volta para a área da piscina.

 Ela respirava de forma ofegante e nervosa...Parecia uma bomba atômica, prestes a explodir.

E se o que Bella disse foi verdade? – pensou ela. E ela ficou mais nervosa E raivosa.

Fez questão de desvencilhar-se deste devaneio, e voltar para seu quarto. Nem a água agora, podia acalmá-la.

 Correu pela porta dos fundos e deu uma topada com Mercii.

 - Pequena canguru! Olha meu look! – disse ele com seu tom mais biba que estava lhe disponível. Vestia um calção vermelho curto e jeans, e uma camiseta preta com manchas de vermelho rubro.

 - Lindo e gamante, agora me deixe passar! – pediu Alice sem nem mesmo olhar para Mercii.

 - O que houve com você, ameeega? – perguntou ele em sua voz chata, e fazendo seu corpo magrela se remexer.

 - Nada, Mercii, me deixa... – ela deu de ombros e saiu de perto dele. Subiu as escadas fugindo de qualquer um que a não deixassem em paz.

Colocou a gata no chão de seu quarto, e trancou a porta.

 - Ok... Você fez de propósito, mocinha? – perguntou Alice estreitando os olhos para a gara que se debruçava na cama king size. – Estou fazendo uma pergunta senhorita Monnotyêr!

 A gata espirrou e aninhou-se no colo de Alice em um salto habilidoso.

 - Ok... não estou brava com você. Talvez deva até estar grata. Mas não posso fingir que aquilo não me irritou... – bufou Alice e colocou a gata em seu playground.

Alice lançou um olhar para sua mochila, em seguida a abriu e ligou o notebook em cima de sua escrivaninha.

Pegou uma toalha, e um hobbie, e tomou um longo banho na tentativa de tirar o cloro de seus cabelos.

Colocou uma calça jeans escura, e  um par de all star surrados, colocou uma camiseta branca, e secou os cabelos. Verificou seus e-mails.

 Remexeu em sua mochila escolar, e tirou dela o bloco que a fez arder em chamar ofuscantes.

 - Bloco idiota... – zangou-se ela, ao pegar uma caneta em seu estojo.

Sentou em frente a sua escrivaninha, e abriu o bloco em sua frente.

Me chamo Mary Alice Brandon Swan. Mas prefiro que me chamem, apenas de Alice Brandon.

Tenho uma família só de mulheres, ou seja, minha mãe Esme, minha irmã adotiva Rose, e minha gêmea: Bella.

Também tenho um futuro padrasto: Carlisle Cullen. Um homem bom e quase perfeito, exceto pelo fato, dele ter um filho idiota, cabeça dura, irresponsável e odioso.

Sim, Jasper Cullen. Esse é o nome da figura. Ele não é nada atraente... ao menos para mim.

A maioria das garotas da escola, pagariam um milhão de dólares para estar com ele por ao menos um dia.

Que coisa idiota!

Não sou do tipo de pessoa, que aceite o que as outras tentam influenciar-me.  E principalmente detesto, quando sinto algo estranho dentro de mim. Quando eu olho pra ele e vejo a irresponsabilidade e a falta de compromisso consigo mesmo, me faz ver o porque ele é tão ignorante á meus olhos.

 - E por que gastar páginas de um bloco escrevendo sobre ele? – eu me pergunto.

 - Touchê – eu respondo.

Esse mesmo bloco já deixou minha cara na lata de lixo. é... foi horrível.

Eu jamais terei algum relacionamento afetivo com alguém que não seja da minha família. Homens são todos malas, imprestáveis, e muitas vezes, falsos.

Algo que aconteceu comigo, e                 que jamais irá se repetir.

Espero que para minha primeira folha em um bloco do anuário. Está de bom tamanho.

Até.

 

Alice terminou fechando o bloco, e olhando para a tela de seu computador. Guardou o bloco, na gaveta de sua escrivaninha, e buscou esvaziar a mente de qualquer coisa que a fosse perturbá-la naquele minuto tão solitário dela. Brigou consigo mesma por ter levado desaforo pra casa – ou seja – ter ouvido o que a maluca Professora Magnólia disse a ela sobre os blocos.

 Ela pensou em como poderia arrancar o pescoço de Jasper de maneiras variadas. Pensou também em comprar uma nova ração para Benny. Fitou Ceci, e pensou que deveria mandá-la  ao veterinário para um check-up geral. Penou em quando finalmente acabaria de ler sua série favorita de livros, pensou no par de sapatos que usaria amanha no casamento de sua mão, lembrou da cor e do tecido do vestido que também usaria amanhã; pensou em como sua mãe estaria feliz no dia de seu casamento. Lembrou como seria a vida de Esme e Carlisle depois do casamento. Pensou em Jacob... seu velho e bom amigo e primo. Um jovem magro, moreno e sorridente. Tão fofo – pensou ela sorrindo.

 Uma ligação de amizade e familiaridade fora do comum se dera entre os dois. Mas Alice sabia, que ele não a queria apenas como... Uma grande amiga – quem sabe até a melhor. Mas de fato, ela tinha uma séria necessidade de tê-lo por perto. Ele foi único garoto que durante anos, protegeu-a de seu próprio exílio. Ele sempre fora um ano mais velho que ela, e agora estava na faculdade de Stanford, cursando direito. Alice sentia falta dele. Sentia seu melhor amigo e confidente, primo e filho do treinador.

 - Ceci... – chamou Alice olhando para um porta-retratos em sua escrivaninha.

A gata desceu do enorme pedestal azul, e pulou no colo de Alice como se soubesse por que a cara desanimada da dona.

 - Também sente a falta dele, não é? – perguntou Alice afagando os pelos da gata.

 Ela ronronou em resposta. Ambas olharam ao porta-retratos e sorriram.

Alice voltou para sua cama, e dormiu por algum tempo – até o escurecer.

                                                                                              [...]

 - Eu já disse, Jasper! – gritou Carlisle com o garoto.

 - Pai, não adianta... a ultima pessoa que Alice Brandon quer ver em sua frente sou eu! – retrucou o filho.

 - Pois dê um jeito de fazê-la perdoar você! Seja um verdadeiro Cullen, cavalheiro e bem educado... – esbravejou Carlisle.

 - Mas ela me odeia, caramba! – resmungou Jasper.

 - Essa é a noite que eu não quero que meu filho beba demais, nem bata o carro, nem fale mau da família, e não envergonhe a mim para a sociedade! Será que é pedir demais que fique com sua meia irmã? – inquiriu o pai.

 - Posso sair da cidade, sei lá... – sugeriu Jazz.

 - E ficar sem saber onde você se meteu? – perguntou o pai com a voz duas vezes mais elevada – Não... não posso perder o controle de você; é a véspera do meu casamento e eu não poderia ficar simplesmente de boa bebendo com meus amigos? NÃO! Por que meu filho é um rebelde doidão! – berrou Carlisle ríspido, despenteando os cabelos loiros.

 - Tudo bem papai! – concordou Jasper com a voz dolorida – Vou cuidar de Alice... Vou passar a noite com ela no apartamento. Feliz? Estarei pronto no casamento amanha de manhã, sem estar bêbado, ou ter matado alguém. – contou ele.

 - Ok... posso confiar mesmo? – pediu Carlisle sentando no sofá de seu hall decorado para a despedida de solteiro.

 - Sim... vou ir arrumas as coisas de Honey e as minhas pra passar a noite no inferno. – resmungou Jasper indo para seu quarto.

 Ele subiu as escadas, pensativo e tristonho. Quanto mais ele seria enxotado por Alice? – pensou.

 Foi até seu quarto, e arrumou roupas, sapatos e seu terno para o casamento de amanhã; colocou seu gato malhado – e mau humorado – dentro da mala de transportes, e terminou de arrumar sua bagagem. E desceu as escadas, indo direto ao guarda chaves.


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