Mais um dia na casa "dos Veroni", claro que Christine ainda usava o sobrenome Millman, mas não por muito tempo. Logo ela seria "Christine Veroni" e isso me dava vontade de vomitar. Eles acordaram cedo, como sempre, só que... eles estavam mais melosos que o normal. Era "querido" daqui "fofa" dali e se beijavam todo o santo minuto! que vontade de transforma-la numa lesma (deve existir um feitiço pra isso). Nossa... eu estava morrendo de ciúme... isso é novo.
Eles tomaram o café da manhã, mas Peter parecia meio desconfortável, provavelmente pela falta de nicotina no sangue (a tarde inteira de ontem ele não fumou), mas Christine não havia percebido (ela estava ocupada demais olhando para a aliança em seu dedo). Eles saíram juntos para o trabalho e eu estava um pilha de nervos. E porque eu estava assim? Porque Peter não olhou pra mim, não me deu tchau e nem colocou ração na minha tigela! Era como se eu não existisse!!
"Peter, provavelmente, irá atrás de cigarros. Então ele ira ao mercado... eu irei segui-lo!" Pensei enquanto saia correndo, como gato, pela "porta para gatos" (que fica na parte mais baixa da porta da frente. Peter deixa ela sempre aberta pra mim, claro porque nenhum humano passaria por ela, muito pequena pra isso) até o quintal e lá eu pequei a "mini-bolsa" com os dentes. Voltei para dentro, me transformei em humana, tomei um banho hiper rápido, me vesti, guardei a "mini-bolsa" no bolso da causa jeans e sai correndo atrás do meu objetivo ("e como você abriu a porta da frente? eles não a trancam antes de sair?" isso é uma coisa que você possa perguntar. Bom... eu roubei a chave da porta, a chave da Christine. Ela é tão descuidada).
Fui até o mercado mais próximo da casa "dos Veroni", Peter provavelmente estava lá. Entrei no mercado e la estava ele. Ele estava pagando o maço de cigarros no caixa. Ele sorriu para a atendente, aquele sorriso que normalmente damos por educação, mas mesmo assim eu fiquei com ciúme. Ele tinha que sorrir pra mim não pra ela. Ele se virou e andou alguns passos em direção a saída do mercado, ele estava distraído no começo. Ele levantou o rosto e me viu a alguns passos de distancia, eu estava parada na porta do mercado, ele pareceu surpreso... e desconfortável.
— Kate... eh... oi... — Ele parecia bem desconfortável com a situação.
Eu também estava.
Desconfortável e ciumenta.
— Oi... — NOJENTO QUE PEDE OUTRA EM CASAMENTO!... respira fundo... calma... pacificidade... — Peter — Disse por fim. Eu podia parecer calma por fora... só por fora...
Ele saiu do mercado (já que era proibido fumar la dentro), eu o segui. Ele acendeu o cigarro, tragou, fechou os olhos sentindo o corpo relaxado pela nicotina. Eu conhecia todo aquele ritual do fumo. Ele expirou, como se fosse uma chaminé, e começou a dizer:
— Kate... olha... eu sei que ontem eu parecia...
— Atraído por mim? — Disse o interrompendo.
Ele ficou vermelho... Pare de ser fofo eu estou brava com você!
— ... Isso — Ele admitiu —... Só que... eu sou noivo, ok?
O que eu diria em resposta?... pense... Olhei para sua mão esquerda... sem anel de noivado, claro.
— E cade a aliança?... Já está marcada a data do casamento?
Ele tragou novamente. Esta nervoso, Peter?
— ... Sem aliança... — Ele estava pensativo, após uma pausa ele continuou — Mas eu marcarei a data o mais cedo possível! — Ele disse, confiante.
Sorri, essa conversa estava começando a ir ao meu favor.
— A data não esta marcada... sem aliança... você não é noivo, Peter... ainda é solteiro...
Meus olhos estavam grudados nos dele e os dele nos meus. Eu me aproximei devagar, passo após passo, até chegar perto o suficiente do Senhor Grisalho. Acariciei aqueles fios de cabelo prateados, mantendo sempre o contato visual.
Você não disse ontem que queria me beijar, Peter?
Ai esta sua chance,
Me beije.