Nurarihyon no Mago: After Story escrita por kagomechan


Capítulo 16
O perigo de subestimar


Notas iniciais do capítulo

heeeey. esse capítulo demorou para criar vida, mas ele saiu ;)
espero que se divirtam e boa páscoa



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Mal segurando o volume das vozes, o grupo se divertia em uma das várias máquinas de um dos vários fliperamas  de Akihabara. Eles já gastavam sua quarta moeda na máquina em questão na tentativa de controlar a garra bem o suficiente para conseguir pegar um ursinho de pelúcia de cor creme que conseguia ter quase o mesmo tamanho de um bebê de um ano.

— Desista Torii, sabe que essas máquinas são todas feitas para que você perca todo seu dinheiro. - reclamava Kiyotsugu.

— Eu não vou desistir! - disse Torii - Tá quase caindo!

— Sem falar que já está formando uma fila aqui para quando você desistir - disse Rikuo olhando ao redor notando que, de fato, várias pessoas já estavam esperando Torii desistir.

— Que esperem! Vamos conseguir esse ursinho. - rebateu Maki analisando a lateral da máquina para calcular junto com Torii a distância necessária da garra por outro ângulo - Isso… um pouco mais para trás, Torii.

— Andem logo. Já estão aí a quase meia hora. - reclamou Tsurara - Estou ficando com fome.

A cada moeda que era jogada dentro da máquina aumentando o gasto total do passeio, mais e mais a Torii também ia se cansando. Eventualmente, com um suspiro da mais pura decepção, ela deixou a máquina para trás. Deixando o fliperama para trás, considerando a fome da qual Tsurara tanto reclamava, eles foram em busca do que comer. Na rua principal de Akihabara, várias garotas vestidas de Maid chamavam os transeuntes e os turistas para experimentar seus Maid-café. O grupo, no entanto, resolveu se distanciar um pouco do centro do bairro da tecnologia, adentrando nas ruas secundárias cada vez mais longes da multidão, em busca de um restaurante de sushi servido em esteira que Kiyotsugu tinha encontrado no celular.

— Droga… mas eu queria experimentar comer num maid-café de Akihabara. Eles parecem ser tão… fofos. - admitiu Yura coçando a nuca e deixando um suspiro escapar por seus lábios.

— Agora os melhores já vão estar com filas quilométricas - disse Kiyotsugu.

— Podemos voltar mais tarde e tentar comer ao menos uma sobremesa por lá. - sugeriu Rikuo.

— Sim… eles costumam ter uns sorvetes que são tão fofinhos que dão até dó de comer. - disse Torii.

Em uma das ruelas do bairro, algo tão comum em uma cidade tão grande em um país que carece de espaço, o grupo seguia conversando despreocupadamente, até que alguém pulou do alto de um dos prédios de pouco mais de 6 andares que ladeavam aquela rua. A primeira a notar foi Yura que imediatamente sacou do seu bolo um papel com alguns escritos em japonês. Esse pedaço de papel retangular era tudo que ela precisava para, com alguns dizerem, invocar seu Shikigami favorito que, com o formato de um peixe, adornava a sua mão e imediatamente jogava um jato d’água forte contra o atacante.

Maki e Torii olharam o atacante ter sua rota mudada pelo jato de água, mas não desistindo de seu ataque, com um misto de curiosidade e preocupação. Foram as lanças de gelo que Tsurara lançou contra a figura que fizeram o atacante que, com um moletom negro, escondia sua pele vermelha, ter que desviar dos ataques e pousar inofensivamente no chão.

Rikuo estava verdadeiramente frustrado por não poder ser tão útil assim. Apesar de tudo, pegou a espada que Tsurara lhe entregava enquanto uma voz dentro de si dizia, com muita frustração, que o meio dia ainda nem tinha chegado. Sendo assim, a noite estava muito longe para ele e seria então obrigado a enfrentar aquele problema como um humano ou tentar levar a luta para um lugar de completa escuridão.

— Quem é você?! - exclamou Yura enquanto, pelo rosto pálido de Tsurara, ela parecia ter notado alguma coisa.

— Rikuo-kun… - disse Tsurara não ousando tirar os olhos do jovem que havia acabado de os atacar - Ele… ele não parece o cara do vídeo que o Gyuuki mencionou? Um homem vermelho.

— Q-Que vídeo? - perguntou Maki enquanto Kiyotsugu se preocupava em filmar toda a ação.

— O vídeo do trem do dia que meu avô morreu…. - disse Rikuo em voz baixa como se mencionar a morte de Nurarihyon tornasse ela ainda mais real.

— Quem diria que são mais espertos do que parecem… - disse o atacante parando um momento para, com suas mãos de perigosas garras, tirar o capuz que cobria sua cabeça.

Bem mais do que seu rosto avermelhado ficou evidente agora que estava sem o capuz. O grupo de amigos também pode ver que, aparecendo dentre os cabelos negros levemente ondulados, estavam um pequeno par de chifres pontiagudos e arredondados. No sorriso macabro como o do Coringa que o atacante abriu, também estava uma única presa pontiaguda que saía de seu dente debaixo. Estranhamente, o dente que fazia par com a tal presa parecia ter ficado com preguiça de crescer para se comparar à seu equivalente.

— Um… Oni vermelho? - perguntou Yura de forma retórica.

— A presa está muito pequena para ser de um Oni, não? - perguntou Rikuo.

— EU SOU UM ONI DE VERDADE! - exclamou o rapaz saltando do lugar onde estava mirando com suas garras para a garganta de Rikuo.

Felizmente, Rikuo foi mais do que ágil o suficiente para desviar do ataque e contra atacar com sua espada descendo a lâmina com precisão nas costas do rapaz. Um sorriso de orgulho apareceu na face de Rikuo, afinal, estava treinando para conseguir lutar até mesmo em sua forma humana. Achou que aquilo era uma prova de que realmente estava dando certo.

O homem se preparava para atacar novamente, mas Tsurara já impedia isso congelando os seus pés impedindo então que ele saísse do lugar.

— Você não pode ter derrotado meu avô. - disse Rikuo - Mesmo ele velho, você não seria páreo para ele.

— Pff. Não subestime o grande Takeo Ootakemaru - esbravejou o rapaz - e também… achei que você seria alguém para ver a importância do trabalho em equipe.

Enquanto Yura pensava em como o rapaz, Takeo, era um baita idiota por simplesmente ter dado seu nome assim, do nada, duas silhuetas de mulheres, como sombras criando vida, surgiram nos muros dos prédios e puxaram magicamente para dentro de das sombras Kana e Torii.

As duas garotas gritaram enquanto eram arrastadas para dentro das sombras apesar das tentativas fúteis de Kiyotsugu, Maki e eventualmente Yura, Rikuo e Tsurara de ajudarem. Inclusive, Rikuo e Kiyotsugu quase foram puxados para dentro da sombra também na tentativa de puxar Kana para eles. Foi Tsurara quem impediu que isso acontecesse e piorasse ainda mais a situação.

— Você tem uma semana para parar com qualquer tentativa de pegar a área de Aichi para vocês e me proclamara como líder dos youkais de Aichi, Mie e Shizuoka. - disse Takeo depois que as duas mulheres sombra desapareceram levando Kana e Torii. - Em 6 dias estarei no alto da Tokyo Sky Tree. Ao cair da noite. Lá, resolveremos esse impasse ou lançarei as duas lá do alto para que virem panqueca no chão.

Com toda a sua típica calma desaparecendo, Rikuo já segurava firmemente a espada e avançava em direção à Takeo junto com ataques lançados por Yura e Tsurara. Contudo, qualquer ataque foi rapidamente evitado, pois outra vez as mulheres sombras apareceram só que, dessa vez, pegaram o próprio Takeo provavelmente levando-o para um lugar seguro.

Num piscar de olhos estavam Rikuo, Tsurara, Yura, Kiyotsugu e Maki desamparados na pequena ruela. Seriedade tomou conta do olhar de Rikuo. Kiyotsugu e Maki sabiam que aquele diante deles não era mais simplesmente o amigo deles, ali, com a expressão calculista, estava um líder yakuza.

— Vamos voltar para minha casa. - disse Rikuo olhando para o céu em busca dos filhos de Karasu Tengu que geralmente ficavam voando perto dele como uma guarda aérea - Vamos parar qualquer avanço pela área de Aichi por enquanto. Discutiremos mais o que fazer lá.

— O-Onde acha que eles estão? - perguntou Kiyotsugu preocupado.

— Temos que ir já até a Tokyo Sky Tree procurar pela Torii e pela Kana. - pediu Maki indo para a frente de Rikuo e batendo o pé de pura teimosia - Eles devem estar lá. Deve ter alguma pista lá.

— Não sabemos o que nos espera na Tokyo Sky Tree - disse Yura - muito menos se se quer tem alguma coisa. Não conhecemos os youkais que estão do lado dele enquanto ele claramente está bem informado sobre nós.

— E também, - disse Rikuo - odeio admitir, mas qualquer coisa do tipo seria mais fácil e útil fazer com o cair da noite.

Com o humor que poderia ser mais facilmente descrito como tristeza e pesar, o grupo voltou para a casa de Rikuo praticamente em silêncio total. A expressão de tristeza presente no rosto de Kiyotsugu, Maki e Yura foi rapidamente reconhecida, enquanto Tsurara e Rikuo tentavam deixar os sentimentos de lado para pensar logicamente e planejar algo.

— Chamem todos. - disse Rikuo em alta voz para ninguém em particular mas sendo ouvido por todos os youkais ao redor - Reunião urgente no Salão Principal.

Em questão de instantes os youkais foram se reunindo no Salão Principal e, embora Tsurara pudesse ouvir seu estômago roncando desesperadamente por comida, ela se juntou aos outros antes mesmo de dar uma pequena escapadela para a cozinha. Afinal, ela também estava preocupada com as duas garotas.

Yura estava acostumada com reuniões importantes, mas sem dúvida se sentiu esmagada pela quantidade de youkais que tentavam achar algum espaço para prestar atenção na reunião. Era claro que todo o clã que morava naquela casa estava ali. E os olhos brilhando de Kiyotsugu tambem notavam isso.

— Um pequeno grupo de youkais que talvez tenhamos subestimado por tempo demais apareceu hoje e sequestrou Kana e Torii. - disse Rikuo sem rodeios.

— Como?! - exclamou assustado Kurotabo que, depois de salvar Torii algumas vezes, se sentia um tanto responsável pela vida da garota - Conte-nos mais, por favor, e iremos atrás delas imediatamente.

— Um homem, não aparentava ter mais de 20 anos. Parecia um oni vermelho mas tinha apenas uma presa e que ainda por cima era pequena demais. O nome dele era Takeo Ootakemaru. Foi ajudado por duas mulheres que acredito serem Kage Onnas. - disse Rikuo.

— O clã Ootakemaru, assim como suspeitávamos. - disse Gyuuki - Isso sem dúvida está ligado à situação da Zona Neutra.

— Kage Onnas costumam ser pacíficas… - estranhou Kejoro.

— Sem dúvida está. - disse Rikuo - Ele fez demandas bem específicas quanto a isso e marcou o que melhor seria descrito como um provável duelo em 6 dias na Tokyo Sky Tree.

— Quais as exigêncais? - perguntou Aotabo.

— Desistir da Zona Neutra e procamá-lo líder de Aichi, Mie e Shizuoka. - disse Tsurara.

— Isso é um absurdo! - exclamou Hitotsume - Nem conhecemos o sujeito! Não podemos deixar ele, sem mais nem menos, fazer fronteira com o clã Nura. Temos poder suficiente para, com uma proclamação dessas, sermos seguidos por outros clãs do Japão.

— Também não me agrada ter ele como vizinho. - disse Yura - Mas Kana e Torii são mais importantes do que besteiras territoriais…

— No entanto, essa situação também trás a tona um problema em nossas defesas. - disse Gyuuki - Como três youkais conseguiram se aproximar tanto do jovem mestre. Creio que seus filhos estejam encarregados da segurança aérea, não? Karasu-Tengu.

Dos três filhos de Karasu-Tengu, apenas dois estavam presentes ali. Mais precisamente, os dois rapazes. Tosakamaru e Kuroumaru. Apesar da cor ter sumido levemente do rosto de ambos, principalmente do de Tosakamaru, os dois colocaram as duas mãos fechadas em punho sobre o tatami e se curvaram respeitosamente para Rikuo.

— Devemos sinceras desculpas, jovem-mestre. - disseram os dois em uníssono.

— Devem mais do que isso, devem explicações! - disse Karasu-Tengu enquanto, Natto-Kozo, chegando um pouco atrasado, se aproximava para ouvir mais.

— Fomos afastados do senhor Rikuo por dois outros youkais. - disse Kuroumaru - Estávamos em nosso próprio combate também. Creio eu ter sido parte do planejamento desse Takeo.

— Falando nisso… sabemos algo sobre esse Takeo? - perguntou Kejoro deixando um suspiro de preocupação escapar de seus lábios - Para ser do clã Ootakemaru e ainda no sobrenome, ele, no mínimo, deve ser descendente do próprio Ootakemaru.

— Não sei, nunca ouvi falar de nenhum dos netos de Ootakemaru já terem gerado filhos. - disse Kubinashi.

— Nenhuma chance de ele ser neto ou filho então? - perguntou Natto-Kozo.

— Certeza que nenhum dos filhos e netos de Ootakemaru se encaixam na descrição. - disse Kubinashi - Além do mais… apenas uma presa… e pequena demais… posso até estar errado, mas chutaria que é um meio youkai.

Enquanto isso, no meio de toda aquela discussão, Tsurara sentia sua barriga se revirar cada vez mais fortemente. Bem notava que havia piorado quando Natto-Kozo se juntou. Era sem dúvida nauseante o forte cheiro, para alguns, o cheiro ruim também, de soja fermentada que o youkai exalava. Bem sabia que o cheiro era o motivo da fama do Natto-Kozo como youkai inspirado na comida que dividia o cheiro e parte do nome, o Natto. Contudo, ela nunca havia se sentido mal com o cheiro do youkai que a anos morava por ali.

Sentindo que mais um minuto dentro daquela sala que rapidamente ficava abafada com tantos youkais e que ainda por cima se contaminava com o cheiro do Natto-Kozo faria ela vomitar, Tsurara saiu do lugar o mais disfarçadamente que conseguiu. Enquanto o grupo discutia o que aconteceu e começava a juntar informações e planos, a youkai se envergonhava em pensar que estava dando, naquele momento, mais valor à um pouco de ar fresco do que ao destino das amigas. Contudo, não conseguia evitar, sentia aquela vontade de vomitar subindo desde o fundo do estômago. Prova disso foi que eventualmente começou a correr em busca do banheiro mais próximo até que apressadamente se debruçou sobre o vaso e botou para fora todo o conteúdo que ainda havia em sem estômago.

Um pouco tonta, ela ali permaneceu esperando ter certeza de que a vontade de vomitar fosse finalmente embora. O máximo que fez foi arriscar ir até a pia lavar o rosto e o interior da boca enquanto sua imagem no espelho a olhava com uma expressão pensativa. Já fazia alguns dias que ela não estava bem. O que raios tinha comido de ruim ou estragado? Pensou então que não faria tanto sentido assim, todos naquela casa comiam praticamente a mesma coisa todos os dias já que a comida era feita aos montes. E, nas poucas vezes que não comia ali, sempre comia com Rikuo ou os amigos da escola que, tendo mais sangue humano, com certeza seriam mais suscetíveis à tais problemas tão irritantes.

E então… foi aí que ela notou. Em seu rosto apareceu a surpresa misturada com a dúvida, pois, naquele mês, aquilo estava atrasado.


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Notas finais do capítulo

hehe. será que alguém já tinha pegado o pequeno plot twist do final no capítulo passado?



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