Nurarihyon no Mago: After Story escrita por kagomechan


Capítulo 15
As luzes de Akihabara


Notas iniciais do capítulo

aparentemente de volta depois de um hiatus (que pelo menos não foi tão longo quanto o anterior) vou me esforçar para não deixar a fic cair em hiatus de novo! a intenção agora é escrever até o final RAAAAAAAAAAAAAWR! ♥

aproveitei para passar o nome dos capítulos para português

Bem, aqui estamos eu com o cap novo então. Espero que gostem ♥



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O sol do meio dia já brilhava no alto do céu de Tokyo. Contudo, ele não trazia tanta luz para a capital japonesa, pois lentamente anunciava que o inverno estava chegando, o que deixava o céu num tom triste de cinza em várias partes do dia.

Depois de uma viagem de trem bala de algumas poucas horas cruzando a distância entre Kyoto e Tokyo, Yura agora sentava-se na sala principal da casa do Clã Nura junto com seu irmão mais velho e ninguém menos do que o próprio Hidemoto Keikain. Hidemoto era um Keikain ao mesmo excêntrico e famoso, principalmente por ter sido muito forte e participado da batalha contra Hagoromo Gitsune junto com o avô de Rikuo vários séculos atrás. Ele era sim um humano normal e, por isso, não poderia viver vários séculos a fio. Obviamente então, Hidemoto estava morto. A única coisa que permitia com que ele estivesse ali eram as habilidades de Yura de usar o Hagun para invoca-lo.

Do lado do Clã Nura, Rikuo era acompanhado de Karasu Tengu e de Gyuuki que tentavam esconder suas preocupações por trás de expressões de aparente calma enquanto retiravam os restos de pratos, vasilhas, copos e hashis do almoço que havia acabado de ser servido para as visitas.

— Sabe… - começou Hidemoto - Não consigo parar de pensar como é estranho Nurarihyon estar morto. Acho que sempre acabei imaginando ele imortal apesar de bem saber que youkais não o são e que ele já estava bem velho da última vez que o vi.

— Eu disse para você não reviver esse assunto! - ralhou Yura olhando para Hidemoto.

— Não, está tudo bem, Yura. - respondeu Rikuo com um suspiro - Iríamos eventualmente chegar nesse assunto mesmo. Tem algumas perguntas que sugiram quanto ao assassinato de meu avô que talvez vocês possam responder.

— Não me diga que já está achando que temos alguma coisa haver com isso?! - disse Ryuuji, irmão de Yura.

— Se bem prestar atenção, verá que não afirmamos nada do tipo - disse Gyuuki olhando para o humano com uma seriedade calma.

— Não faria sentido, irmão. - disse Yura - Os Nura e os Keikain são amigos à anos. O Nura-kun não pensaria isso da gente.

— Realmente, eu nunca pensaria algo do tipo. - disse Rikuo - Na verdade, as perguntas tem mais haver com uma pequena pista que pode não ser nada. Achamos que o clã Ootakemaru esteja envolvido. Como eles ficam em Mie e Aichi, mais próximos de vocês do que de nós, ficamos nos perguntando se por acaso vocês teriam enfrentado mais problemas com onis recentemente.

— Bem, existem muitos onis então… acho que é difícil falar com precisão isso. - disse Yura.

— Estão achando que quem quer que tenha assassinado Nurarihyon, possa estar atrás de nós também? - perguntou Ryuuji.

— Talvez até como uma retaliação por essa Zona Neutra que vocês querem criar. - sugeriu Hidemoto - Não chegaram a conversar com nenhuma liderança da região certo? Ou chegaram?

— A região de Aichi carece de uma figura de liderança - disse Karasu Tengu.

— Mas também não estávamos pensando em simplesmente colocar vários clãs dentro da tal Zona Neutra sem conversar com eles. - explicou Rikuo - Antes de tudo dar errado com meu avô, a intenção dessa reunião, dentre outras coisas, era definir qual seria o primeiro clã que iríamos entrar em contato para conversar sobre a Zona Neutra.

— Iria até sugerir entrarmos em contato com os youkais, sacerdotes e exorcistas que habitam as montanhas ao redor de Sekigahara. - disse Yura -  Afinal, é o ponto à sul onde nossos territórios se encontram.

— Yura chegou a discutir comigo esse plano - disse Hidemoto - e eu o aproveitei. Agora, considerando a situação atual, iria sugerir para que não arrisquem pegar essa região até que peguem partes de Nagoya. Mantenham-se à Zona Rural.

— Eu sou de acordo. - disse Gyuuki - Uma região de população menor é mais fácil de controlar e pode servir como um teste para vocês.

— Sim sim. - disse Karasu Tengu - Algo do tipo que vocês estão propondo é um enorme passo. Incluir a cidade de Nagoya irá aumentar a quantidade de humanos e de youkais rapidamente e ainda aumentar a chance ter que lidar com youkais ou exorcistas contra os Nura ou os Keikain.

— Bem, isso se resolveu mais rápido do que eu imaginava. - disse Rikuo - Certamente teriam alguns pontos que seriam mais fáceis de controlar, mas esse é o único que nossas fronteiras ficam à igual distância. Além disso, não estava nos meus planos pegar Nagoya. Ao menos não inicialmente. É uma cidade muito grande. Pode ser dar um passo maior do que a perna.

— Bem, ainda temos que saber direito com quem falar para que isso aconteça. - disse Yura.

— Mandarei um de meus filhos checarem isso. - disse Karasu Tengu.

Claro que outros assuntos mereciam ser discutidos, por isso a necessidade da existência dessa reunião. Uma delas eram os próprios territórios. Afinal, os territórios dos Nura e dos Keikain estava se tocando e, para evitar quaisquer impasses quanto a territórios, eles compartilhavam parte dos planos de expansão. Tal ação, que não repercutiu muito positivamente entre alguns dos integrantes de ambos os clãs, só dava certo porque eram amigos.

A conversa se seguiu com Yura compartilhando seus planos de tentar anexar o território de Nara. Já estava discutindo o assunto com os representantes dos templos da região, mas ela compartilhou suas preocupações nascentes da notícia do provável envolvimento do clã Ootakemaru no assassinato de Nurarihyon. Não estava ansiosa para ser vizinha deles.

— Imagino que continuará a tentar alcançar o mar do Japão por Niigata. - disse Ryuuji olhando para Rikuo.

— Sim. Isso já está andando, de certa forma. - disse Rikuo.

— A agenda anda apertada eim? - disse Yura  - Mal conseguimos marcar essa reunião.

— Nem imagina. - disse Rikuo com um suspiro - O pessoal da escola ainda ficou insistindo em passar o dia aqui amanhã já que você finalmente está por aqui.

— Mais um dia cheio para nós dois então. - comentou Yura - Falando no pessoal… achei que Tsurara iria participar da reunião.

— Ela não acordou muito bem hoje. - disse Rikuo suspirando - Achei melhor ela ficar no quarto descansando por hoje. Embora ela com certeza não tenha gostado muito disso. Teria participado dessa reunião mesmo se fosse para ficar passando mal em silêncio.

— Parece muito a cara dela… - disse Yura com um suspiro - Espero que ela esteja melhor até amanhã.

— Eu também mas… falando nisso, também achei que seu avô fosse vir com você. - disse Rikuo.

— Nosso avô estava cansado demais. - disse Ryuuji se metendo na conversa - Sem falar que Tokyo não é exatamente do ladinho de Kyoto. Ele achou melhor me mandar no lugar. Aliás, vendo que a parte importante dessa conversa parece ter acabado…

— Já vai? - perguntou Yura enquanto seu irmão se levantava.

— Vou aproveitar que estamos aqui em Tokyo para fazer umas visitas e comprar algumas coisas. - disse Ryuuji saindo do cômodo sem muita cerimônia.

A maior prova de que a reunião estava de fato terminada, foi que Yura deixou com que Hidemoto simplesmente sumisse até ser invocado novamente. Seus conselhos eram muito úteis, então a garota utilizava de tal habilidade sempre que necessário. Além de o falecido Keikain ser bom em combate. Estando então a reunião de fato terminada, todos se dispersaram e Rikuo e Yura decidiram ir checar se Tsurara estava melhor. Os dois deixaram o salão principal da mansão e, ao procurar por Tsurara, foram informados por Kubinashi de que ela estava embaixo da cerejeira que Rikuo tanto gostava de subir e, de fato, encontraram ela por lá.

— Está melhor? - perguntou Rikuo ao ver Tsurara concentrada num mangá em suas mãos.

— Bem melhor. - respondeu ela com um sorriso puxando o ar profundamente de forma aliviada - Ficar aqui no ar fresco realmente faz maravilhas. E toda essa expectativa do inverno chegando… nossa… tudo fica melhor ainda.

— Sabe, uma parte de mim achava que youkais não ficavam doentes. - disse Yura.

— Claro que ficamos - rebateu Tsurara - certamente é mais difícil e temos nossas próprias doenças diferentes das dos humanos. Mas acontece…

— Se quiser posso pedir pro pessoal vir só amanhã. - disse Rikuo - O Kiyotsugu, a Kana, a Torii e a Maki. Caso queira descansar e tudo mais. Então amanhã vamos pra Akihabara com eles caso esteja melhor.

— Não não. - disse Tsurara - Já estou melhor, sério. Eles não vão gostar de perder a chance de virar a noite aqui quando a Yura finalmente veio visitar. Ainda mais com Shima estando tão longe…

— Se você diz… - disse Yura - Acho que podemos então te atualizar dos detalhes da reunião enquanto esperamos por eles.

— Claro. Seria bom. - disse Tsurara com um sorriso torto.

— Não precisa Yura… - disse Rikuo olhando para Tsurara com um sorriso arteiro e, ao ouvir essas três palavras, Tsurara desviou o olhar sem graça - Ela ouviu a reunião todinha escondida, junto com metade da casa.

Tsurara coçou a nuca como se comprovando sua culpa enquanto Yura ralhava com Rikuo de que ele deveria controlar seu subordinados melhor. Rikuo até ouviu as palavras que ela tinha para dizer, mas bem sabia que era quase tradição entre os outros youkais ouvir as conversas escondido. Pelo menos eles tinham o mínimo de noção quando eram conversas perigosas demais com youkais perigosos demais. Contudo, certamente não dariam tanto crédito assim para os Keikain por serem meros humanos.

Enquanto esperavam os outros chegarem, Rikuo, Tsurara e Yura resolveram deixar o tempo passar ao simplesmente assistir televisão. Uma atividade tão mundana e comum que quase esqueciam das situações diferentes e adversas que os rodeavam diariamente.

Quando o resto do grupo de escola de Rikuo chegou, Kejoro foi avisar ao rapaz e logo os quatro jovens eram recebidos pelo clã Nura como convidados de honra.

— YURA! VOCÊ VOLTOU!  - exclamou Kiyotsugu ao notar a garota.

— Oi gente… - disse Yura.

— Yura! Você não sabe a falta que faz… - disse Kana enquanto Kiyotsugu já ia pulando em cima de Yura para abraçar-lhe.

— Queria tanto poder dizer que consegui fazer o Ensino Médio com todos que estudaram comigo no fundamental mas… - disse Torii - Acho que você não pretende voltar pra Tokyo antes que terminemos o Ensino Médio né?

— Acho difícil… - disse Yura sem graça por ter recebido um abraço - Tenho muito a cuidar em Kyoto.

— Então vamos todos fingir que somos meros adolescentes normais que estão se reunindo depois da aula para assistir um filme. - pediu Maki enquanto tirava dois Blue-rays da bolsa - Eu trouxe Viagem de Chihiro e Avatar para assistirmos.

— Ugh… não gosto desse filme do Avatar… - reclamou Torii.

— Ele tem um monte de Oscars! - exclamou Kiyotsugu defendendo o filme.

— Eu tenho alguns filmes aqui também. - disse Rikuo - Podemos fazer umas pipocas e escolher algum que todo mundo concorde.

E foi exatamente isso que eles fizeram, o grupo se reuniu ao redor da televisão dentre várias caixas de dvds e vasilhas com pipoca de microondas. Apesar das sugestões que Maki trouxe na bolsa, acabaram por assistir Homens de Preto que até então estava largado e escondido na estante de Aotabo.

Era difícil realmente prestar atenção no filme, o grupo de amigos, cada um enrolado em um futon, não conseguia parar de conversar e rir. Esse mero detalhe deixava ainda mais tudo com um revigorante gosto de uma inocente reunião entre amigos. A atenção do grupo no filme certamente diminuiu quando Tsurara, que estava deitada no futon ao lado de Rikuo, silenciosamente se esgueirou para o mesmo futon que ele.

— Wahhh! Que inveja! - exclamou Kiyotsugu ao notar esse pequeno detalhe.

— P-Para! - pedia Tsurara morrendo de vergonha se escondendo embaixo do futon sob o olhar carinho de Rikuo.

— É, para. Fica me lembrando que eu ainda sou solteira. - reclamou Maki.

— Todos nós. Só o Rikuo e a Tsurara que deram sorte. - disse Torii sem tirar os olhos da televisão.

A conversa certamente não agradava à Kana que ainda lutava contra seus sentimentos e ficava desconfortável em momento assim. Contudo, logo voltaram a prestar atenção no filme e a conversar sobre outros assuntos. As horas foram se passando e certamente o fato de terem fácil acesso às comidas da cozinha facilitou muito com que a reunião informal chegasse até altas horas da noite.

Quase todos os youkais da casa já estavam dormindo quando lentamente, um a  um, eles também foram caindo no sono deixando a televisão ligada. A televisão só foi eventualmente desligada quando Yura acordou no meio da noite para ir ao banheiro e aproveitou para desligar o aparelho.

Quando o sol raiou no dia seguinte, eles acordaram tão tarde que pularam totalmente o café da manhã e foram logo aproveitar as maravilhas oferecidas pelo clã Nura para o almoço. Estavam todos com fome, tanta que Tsurara podia até ouvir seu estômago roncar. O almoço servido teve como prato principal o Katsudon, um prato japonês com arroz, carne de porco empanada e omelete. Claro, o chá, que era uma presença constante em quase todas as refeições japonesas, também estava lá.

Ainda imersos na tranquilidade que a presença dos amigos proporcionava, era difícil considerar que estavam numa mansão yakuza repleta de youkais que tentavam investigar o assassinato do criador do grupo. Por mais triste e pesarosa que fosse a situação que o clã Nura estava no momento, os amigos de Rikuo tinham conseguido já se acostumar melhor com toda a parte de o amigo ser um líder youkai yakuza. Talvez que exatamente por esse motivo Kiyotsugu não teve papas na língua ao apresar o amigo na velocidade de comer. Afinal, estava doido para ir jogar e passear por Akihabara. A última a terminar foi Tsurara que, apesar da fome, deixou o prato pela metade esquivando-se dizendo que compraria um pudim na loja de conveniência mais próxima para terminar de encher sua barriga que não estava muito no humor para mais comida no momento.

Conversando em vozes baixas, o grupo foi animado e rindo até o metrô e pegaram a linha para a estação principal de Akihabara. O bairro dos animes, mangás e eletrônicos estava, como sempre, abarrotado de gente. Tokyo por si só já era abarrotada de gente, mas Akihabara parecia a própria definição de formigueiro. Dentre pessoas com cosplays, lojas de action figure e garotas vestidas de maids tentando atrair clientes para seus maid-cafés, vários arcades se erguiam com letreiros luminosos atraindo os transeuntes. Alguns desses arcades eram tão próximos da ideia de Cassinos que eram até proibidos para maiores de 18 anos, estes, eram chamados de Pachiko pois era o nome do tipo de jogo que eles forneciam.

Como ainda estava de manhã, os letreiros luminosos ainda estavam desligados, mas Yura não conseguia parar de olhar para todo lado sem esconder o brilho no olhar.

— Nunca esteve aqui antes? - perguntou Kiyotsugu.

— Não… - admitiu Yura - Isso é bem mais cheio de gente e luminoso do que qualquer lugar que eu tenha visto em Kyoto.

— Bem, Kyoto não tem muito disso né? Prédios grandes e luminosos. - disse Torii.

— Nem pode. - justificou Yura - Tem um monte de regras pra tipos de construção pra manter mais a arquitetura da cidade. Talvez tenha algo perto disso em Osaka, mas nunca andei muito por lá, pra falar a verdade. Mas… duvido que tenha algo como aqui. É tanta gente que eles tiveram até que fechar a rua inteira para as pessoas andarem na rua porquê não cabe na calçada!

— É certamente muita gente - disse Rikuo rindo - vamos no arcade da Sega então? Acho que é o mais popular né?

— Sim! Por favor! Quero pegar um bichinho de pelúcia naquelas maquininhas. - disse Maki.

Assim, dentre as milhares de pessoas que andavam na avenida principal de Akihabara, o grupo cortou caminho em direção ao prédio vermelho com uma grande placa azulada escrito “Sega”. Alegres e descontraídos, eles nem notavam que estavam sendo seguidos por uma pessoa no meio daquela esmagadora multidão.


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Notas finais do capítulo

prometo tentar trazer o próximo o mais rapido possível. assim né... o "mais rápido possível" leva de 2 semanas a 1 mês kkk eu tenho outras fics para escrever e fico rotacionando entre elas qual o próximo capítulo a ser escrito.

fiquei bem inspirada para fazer um capítulo em Akihabara pq eu visitei esse paraíso em janeiro ♥ estava querendo fazer algo por algum lugar que eu estive de verdade



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