Nurarihyon no Mago: After Story escrita por kagomechan


Capítulo 14
Perguntas e sentimentos


Notas iniciais do capítulo

cap novo! XD



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Diante do não surgimento de novas pistas sobre o assassino de Nurarihyon, Rikuo logo tratou de arrumar novamente em sua agenda os compromissos que tinham sido postergados depois da morte de Nurarihyon. Entre eles, uma reunião com o clã Aosagibi da cidade de Niigata que tinha intenção de se juntar ao clã Nura, o mesmo para o clã Tennyo da cidade de Shizuoka e a reunião com Yura sobre a área neutra. Ele separou os compromissos pelos dias disponíveis da semana seguinte que terminava com a chegada de Yura em Tokyo.

No dia seguinte, ele e seus amigos foram para o Aeroporto Internacional de Narita, um dos aeroportos que abastece a capital japonesa, para se despedir de Shima que estava acompanhado de sua família que também estava lá para se despedir.

— Não acredito que vieram mesmo se despedir de mim - disse Shima que já estava com os olhos vermelhos pensando na partida depois de ter falado com sua família.

— Não deixariamos essa oportunidade passar por nada - disse Kana.

— E dentro de uns anos temos que falar que conhecemos um dos jogadores da seleção japonesa - disse Rikuo com um grande sorriso.

— Acho que já está exagerando, Nura-kun - disse Shima dando uma boa risada.

— Só o tempo dirá - disse Tsurara dando de ombros - Eu acho bem possível.

— Tenho que concordar Shima-kun! - exclamou Kiyotsugu - Trate de ficar profissional e nos dar ingressos e passagens para assistir os jogos.

— Não acho que seja assim que funcione… - comentou Torii.

— Ué, não vai mais rolar aquela economia para ir me visitar? - perguntou Shima.

— Claro que vai! Aí como somos amigos maravilhosos, na copa seguinte você paga tudo porque você vai ser um jogador milionário! - exclamou Kiyotsugu.

— Acho difícil - disse Shima rindo.

Antes de dizer algo mais, Shima olhou para Tsurara e abriu a boca querendo falar algo. Sim, estava em dúvida se deveria aproveitar a separação tão próxima para falar que gostava dela. Contudo, o plano do garoto evaporou pelo ar ao olhar para a mão dela entrelaçada com a de Rikuo quase que discretamente. Ele soltou um suspiro mas não se deixou abalar pois logo voltou com um pequeno sorriso no rosto. Claro que ele nem mais ninguém dentre os amigos de Rikuo sabiam o que ele e Tsurara tinham feito dias antes no quarto de Rikuo. Tinham decido deixar só entre eles mesmo.

Não podendo atrasar mais muito por causa do horário do voo, Shima se distanciou dos amigos, abraçou os pais mais uma vez e passou pelo portão de embarque enquanto o grupo tentava se conter em acenar para o amigo que se distanciava. Quando Shima já tinha sumido de vista, os amigos soltaram um suspiro que era um misto de orgulho e saudade.

— Eu achei que íamos demorar mais para começarmos a nos separar quando seguíssemos cada um o nosso caminho - disse Maki.

— Tenho medo de que percamos o contato… não quero isso - disse Kana cabisbaixa.

— Evitaremos essa perda de contato à todo custo! - exclamou Kiyotsugu.

— Podemos começar realmente fazendo essa viagem para Itália rolar - sugeriu Torii.

— Um financiamento da Yakuza viria bem a calhar - disse Maki olhando para Rikuo esperançosa e logo os outros olharam pra ele também.

— Vou fingir que não ouvi - disse Rikuo dando uma leve risada e coçando a nuca.

— Desde quando são tão folgados assim? - perguntou Tsurara rindo também.

— Não rola mesmo um financiamento então? - disse Torii.

— Vocês tem mesmo muita cara de pau - disse Kiyotsugu rindo.

— Shiu… você é outro riquinho. Deixa a gente tentar descolar ao menos nossas passagens ou algo do tipo. Ou vai querer ajudar a pagar?- disse Maki.

— Passagens para a Europa não são exatamente baratas gente… - disse Rikuo pensando e suspirando - Mas claro que posso tentar achar alguma coisa para facilitar para vocês.

— Ouso perguntar se tem que pagar de volta depois? - cochichou Maki para Torii e Tsurara, que escutou, riu daquilo.

Já com a saudade apertando o peito, cada um do grupo seguiu seu destino para seus afazeres até que mais um dia se terminou. Mais dias se passaram até que chegou o sol raiou no dia em que Yura tinha marcado de ir até Tokyo. O dia começava preguiçosamente naquela sexta-feira enquanto Rikuo abria os olhos lentamente e, ao virar o rosto, via Tsurara ali ao seu lado. Ela tinha ido parar no quarto dele mais uma vez na noite anterior. O sorriso dela se alargando ao ver os olhos dele se abrindo eram prova que ela tinha acordado a pouco tempo.

— Desculpa, te acordei? - perguntou ela.

— Não. - disse ele abraçando ela mais perto de si - Sabe… eu estava pensando…

— Em quê?

— Você podia ficar logo aqui no mesmo quarto. - disse Rikuo com o rosto completamente vermelho.

Tsurara olhou para ele com uma expressão de surpresa no rosto enquanto a vermelhidão rapidamente ia preenchendo sua face.

— Não acha que os outros no clã vão falar? - perguntou ela.

— Acha mesmo que eles não notaram? Do jeito que são.. - disse Rikuo abrindo um sorriso torto e suspirando - Não sei porquê não comentaram nada ainda.

— N-Não tinha pensado nisso... - disse Tsurara ficando vermelha como um tomate - S-Será que… ?

— Praticamente nada que acontece nessa casa é segredo. Sabe disso melhor do que eu. - disse Rikuo soltando um suspiro.

— Aiii!!! - disse Tsurara puxando o lençol até cobrir seu rosto completamente.

Enquanto a mente dela vagava pelas duas escapadelas que já tinha dado para o quarto de Rikuo, ela se perguntava se alguém naquela casa tinha ouvido algo mais. Ou até visto. Uma preocupação realmente válida quando se mora numa casa cheia de assombrações.

Rikuo olhou para ela por mais alguns segundos antes de abaixar levemente o lençol de forma a poder ver sua testa mais uma vez e depositar um leve beijo ali. Eles se olharam, ambos corados e com um leve sorriso no rosto.

— Talvez seja melhor eu não pensar nisso né?- perguntou Tsurara.

— Talvez… acho que também vou tentar não pensar nisso - disse Rikuo com uma leve risada.

— Posso acabar sem conseguir encarar as pessoas - completou ela rindo também.

— Mas então… a oferta… do quarto… ainda está de pé.. - disse ele timidamente coçando a nuca.

— Aceitarei-a com muita alegria - disse Tsurara se sentando e então se aproximando de Rikuo para beijá-lo levemente nos lábios.

O jovem envolveu a garota com seus braços enquanto se beijavam com muita ternura. Aproveitando a preguiça do começo daquela manhã, o casal aproveitou mais um pouco o aconchego da cama antes de se arrumar e seguir para seus afazeres.

Enquanto Rikuo comia seu café da manhã, Karasu Tengu listava os afazeres do dia e algumas novidades.

— Ao meio dia o trem vindo de Kyoto deve chegar na estação de Ueno com Yura e mais dois convidados da família Keikain. - dizia Karasu Tengu enquanto checava cada afazer em uma folha de papel - Tal como pedido, o clã Nura dará toda as comodidades para os visitantes.

— Tudo certo para o almoço e o jantar? - perguntou Rikuo.

— Serão ambos servidos no salão principal sendo que seus amigos do colégio estão convidados para o jantar e para dormir aqui depois deste. - disse Karasu Tengu - O cardápio foi decidido pelos cozinheiros. Se tiver algo a opinar do cardápio…

— Não não. O que eles decidirem está bom. Obrigado. Alguma informação nova quanto ao… assassinato de meu avô?

— Isso não é exatamente um assunto legal para o café da manhã, Rikuo - disse Wakana, a mãe de Rikuo, soltando um suspiro.

— Desculpe mãe - disse Rikuo abrindo um sorriso torto e apologético à sua mãe.

Com isso, a conversa do café da manhã seguiu para assuntos mais levianos e menos importantes. Sentado na beira do laguinho onde alguns youkais aquáticos viviam deixando os pés dentro da água, Rikuo ouvia os relatos de Karasu Tengu e Gyuuki. Os dois youkais ficavam de pé atrás dele de braços cruzados e rostos fechados devido a seriedade da situação.

— Alguns grupos estão questionando a força do clã por deixar um ex-líder morrer e ainda não ter feito nada… - disse Karasu Tengu soltando um suspiro.

— Imaginei que fossem fazer isso - disse Rikuo prestando atenção numa folha que flutuava na superfície da água.

— Mensagens e conversas tanto de apoio como de menosprezo são relatadas de todas as partes do Japão - disse Karasu Tengu.

— Mas, mais importante do que isso, temos algumas suspeitas… - disse Gyuuki finalmente roubando a atenção de Rikuo que se virou para ele.

— Quais? - perguntou Rikuo curioso.

— Os relatos parecem bater com a descrição de Onis. - disse Gyuuki - Alguns dos sub-clãs pertences ao clã Nura mas que vivem nas fronteiras dele para a parte sudoeste estão relatando alguns problemas pequenos com Onis.

— Pequenos, nada grandes - disse Karasu Tengu.

— Acha que pode ter algum clã de Onis envolvido? - perguntou Rikuo.

— Acho bem provável. - disse Karasu Tengu - Faz tempo que não escuto muita coisa sobre o clã Ootakemaru.

— Ootakemaru… acho que já ouvi esse nome - disse Rikuo tentando se lembrar do nome. Já tinha uns 2 anos que tinha começado a aprender mais sobre os outros clãs youkais do Japão.

— Ootakemaru é também o nome do líder - explicou Gyuuki - O maior Oni vermelho. Tradicionalmente, seu território sempre foi toda a área de Mie.

Mie era uma província que cobria uma grande extensão de terra entre Nara e Nagoya. Nara era uma cidade pequena mesmo tendo o luxo de poder dizer que foi a capital do Japão antes mesmo de Kyoto. Perto dela à meia hora de trem bala, à oeste, estava Osaka, uma cidade grande e moderna onde os clãs yakuza que dominavam eram majoritariamente humanos. Ao norte de Osaka, a pouco mais de 40 minutos de trem bala, estava a bela e histórica cidade de Kyoto. Em poucas palavras, o território de Ootakemaru ficava bem próximo do território que Rikuo e Yura queriam transformar na zona neutra.

— Você também acha que o clã Ootakemaru está envolvido, Gyuuki? - perguntou Rikuo.

— Acho que seja mais complicado do que isso - disse Gyuuki - Os youkais de Mie e sua província vizinha, Aichi parecem estar à décadas completamente desorganizados sem uma figura de liderança. Creio que devemos nos preocupar com os de Aichi também.

— Não pode ser coincidência essa sua preocupação - disse Rikuo com o olhar sério entendendo completamente bem que Aichi e era o centro da zona neutra que planejava.

— Não. Não é mera coincidência. - disse Gyuuki - Nagoya é uma cidade grande que está no centro de Aichi, é sem dúvida um marco de poder no meio do Japão. Principalmente com o clã Nura em Tokyo, os Keikain em Kyoto e os yakuzas humanos em Osaka.

— Não que Tokyo seja tão livre desses últimos - disse Rikuo pensando mais sobre o assunto de Mie e Aichi - Acha que foi um ataque direto à nós? Porque não atacar os Keikain primeiro? Nagoya está mais perto de Kyoto do que de Tokyo.

— Pode tanto ser uma questão de oportunidade como evidência. - disse Karasu Tengu - O trem de Nurarihyon-sama iria passar pelo território de Aichi. Além disso, se os Keikain lutam tanto contra youkais toda hora, quais as chances de alguns desses ataques não serem dos youkais de Nagoya ou de Ootakemaru?

— Certamente perguntarei mais para Yura hoje sobre quais ataques eles enfrentaram recentemente e se teve algo de diferente neles…  - disse Rikuo fazendo uma nota mental e então se levantando quando viu Tsurara se aproximando.

De pé, ele se aproximou dela passando as mãos por sua cintura e então depositando um leve beijo em seus lábios. Ela correspondeu ao beijo com a mesma delicadeza com a qual o recebeu depois de lentamente fechar os olhos quase ao mesmo tempo que ele. Perdidos como os dois estavam no olhar do outro quando, ao término do beijo, abriram os olhos, eles não puderam ver como até mesmo Gyuuki acompanhava o pequeno sorriso de alegria e orgulho que Karasu Tengu exibia.

Foi difícil quebrar o olhar para voltar para assuntos importantes, mas até Tsurara sabia o quanto aquilo era necessário.

— Então… - disse Tsurara - Ouvi falar de Nagoya e Ootakemaru?

— Infelizmente sim - disse Karasu Tengu suspirando.

— Quais são os youkais que costumam ter em Nagoya? - perguntou Rikuo.

— Existem sim alguns Onis, mas é difícil dizer até que ponto isso pode ser levado em conta já que Onis existem em praticamente todo lugar hoje em dia - disse Gyuuki.

— Também acha que devem ser eles os envolvidos? - perguntou Tsurara.

— Ainda não parece tão certo que ambos os grupos, tantos os youkai de Nagoya, como os de Ootakemaru, estejam envolvidos, mas é melhor investigar mais a fundo - disse Rikuo.

— Os youkai de Nagoya são bem variados - disse Karasu Tengu - Alguns grupos de Tenjo Kudarii e Yosuzume ficam mais na cidade e outros como Tengubi e Ao bozu preferem o interior como o Monte Takanosu.

— A província de Aichi tem pouca área de matas e montanhas em comparação a de cidades. - disse Gyuuki - Os youkais que não são acostumados a se mesclar entre os humanos acabam tendo certas dificuldades.

— Como nenhum youkai subiu como líder até agora? - perguntou Tsurara.

— Tem alguns líderes de parte dos grupos, - explicou Gyuuki - mas é difícil convencer a todos e até mesmo convencer os líderes de outras partes do Japão de que eles são líderes legítimos.

— Assim como Tokyo, a província de Aichi é cheia de estrangeiros. - disse Karasu Tengu - Brasileiros, Peruanos, Turcos… muitos são atraídos por causa das fábricas para Nagoya e Toyota, em Aichi e para Hamamatsu, logo ao lado, na província de Shizuoka. E, com o tempo, aconteceu o inevitável, começaram a se misturar. E isso não se resume a se misturar com humanos.

— Falam se misturar tipo… ir pra mesma escola e supermercado ou tipo… - disse Tsurara deixando a frase no ar.

— Sangue. Embora o primeiro caso também. - disse Gyuuki.

— Sendo tantos youkais orgulhosos e exigentes quanto à sangue youkai puro… acho que imagino o porquê de reconhecimento de outros líderes. - disse Rikuo.

— Entendeu perfeitamente. - disse Karasu Tengu soltando um suspiro - Misturas com humanos e/ou misturas com estrangeiros. Muitos youkais da velha guarda acham isso repugnante e com certeza não reconheceriam um líder do tipo.

— Tem algum que esteja tentando o reconhecimento no momento? - perguntou Rikuo.

— Não que tenhamos descoberto - disse Karasu Tengu soltando um suspiro pesado e pensativo.

Rikuo manteve a expressão pensativa em seu rosto. O aperto no coração era prova do mal pressentimento que ele tinha. Ele tentou relaxar enquanto torcia para aquele má pressentimento não se concretizar.


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Notas finais do capítulo

foi mal a falta de notas, eu n estou muito legal no momento.



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