Living in Hell - Fanfic Interativa escrita por Saulo Poliseli


Capítulo 20
Capítulo 20 - Mudanças IV




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– Ah, caralho... – Sussurrou Mark.

– Eu vou matar quem fez isso! Acorde todo mundo, tenho que descobrir quem foi que fez isso – Disse Stefan, tirando a faca do pescoço de Susie e enfiando na cabeça da mesma para que não se transformasse.

Dez minutos depois todos estavam acordados e reunidos na sala em que se conheceram, Stefan era o único em pé, o restante estavam todos sentados. Ele caminhava de um lado para o outro, no pequeno espaço vago que tinha na sala.

– Muito bem... – Começou Stefan – Susie está morta. Alguém a estuprou e assassinou em seguida, ela estava sem roupa e com uma faca na garganta quando encontrei seu corpo – Ele parou de caminhar e ficou olhando para todos – Se quem matou ela está aqui entre nós, confessar o que fez, eu prometo que não irei puni-lo e simplesmente o abandonarei em um lugar bem longe daqui – Stefan estava encarando James, a sua relação com ele não era nada boa e obviamente James seria a primeira pessoa que ele iria imaginar que tinha feito aquilo.

Todos ficaram quietos e parados, somente olhando para Stefan e esperando que alguém confesasse. Stefan fazia silêncio, apenas encarava todo mundo que estava ali na sala. Emily, assustada, agarrou o braço de Anne e a abraçou.

– Ninguém vai sair daqui até sabermos quem foi o filho da puta que fez aquilo – Voltou a dizer Stefan.

– Se estamos falando de estupro, deixe as mulheres irem – Disse Harry. Stefan assentiu e então todas as mulheres se levantaram.

– Meu irmão... – Sussurrou Emily.

– Ele vai ficar bem, não se preocupe – Disse Anne, saindo da sala junto com o restante.

E então ficaram só os homens na sala, ainda todos estavam sentados exceto Stefan que continuava em pé. Ele ainda encarava todos que estavam ali, principalmente James. Stefan pensou em acusar James só para foder com ele, mas se ele fosse inocente seria um erro fatal, considerando que o verdadeiro culpado ainda estaria entre eles e quando acontecesse de novo o que aconteceu com Susie, todo mundo ia protestar contra Stefan, e isso não seria bom para ele. Por isso, Stefan não culpou James e permaneceu quieto, esperando que alguém se entregasse.

Passou uma hora e ninguém falou uma palavra se quer, o silêncio era absoluto naquela sala que dava pra ouvir o barulho do vento lá fora. Stefan havia sentado em uma poltrona alguns minutos atrás e continuava encarando todos que estavam ali, a maioria já não retribuía mais o olhar.

– Vamos ficar nessa merda até quando? – Perguntou James.

– Até alguém se confessar. E cala a boca – Respondeu Stefan.

– Isso é estúpido! Você nem faz perguntas pra pessoas, acha mesmo que alguém vai se entregar se não for pressionado?

– Mandei calar a boca! Eu sei o que estou fazendo.

– Estou vendo... – Sussurrou James, de uma sarcástica.

Ao ouvir isso, Stefan se levantou e ia em direção de James, mas Jarold o interrompeu segurando ele pelos braços. Stefan estava aparentemente irritado e ia agredir James.

– Fique calmo ou você irá perder a razão – Disse Jarold, soltando o seu amigo.

Stefan permaneceu em pé e Jarold voltou a sentar-se. Passou mais algumas horas e todos continuaram em silêncio, Stefan pensou em fazer algumas perguntas mas não fez porque James sugeriu isso, e ele não queria fazer nada que fosse ideia de James. Stefan pensou que James disse aquilo para enganá-lo de alguma forma e se livrar da culpa, respondendo as perguntas e se livrando, assim outra pessoa levaria a culpa no lugar de James exatamente por causa das perguntas e da pressão. Isto é, se James fosse realmente culpado, e Stefan estava torcendo para que isso fosse realidade.

Todos os homens almoçaram ali mesmo na sala, ainda em silêncio. Já era aproximadamente três horas da tarde e por isso Stefan dispensou o pessoal. Ele foi até onde estava o corpo de Susie, a pegou no colo e levou para fora do vilarejo, na parte gramada para enterrá-la. Harry ofereceu ajuda mas Stefan disse que era algo que ele queria fazer sozinho, assim ele poderia pensar no que fazer dali pra frente.

Claramente o silêncio e a "prisão" na sala não deu certo, então ele precisava de outro plano, mas não podia aceitar ajuda ou sugestão de outro homem do grupo. Stefan pensou em pedir ajuda pra Jarold, o seu amigo mais próximo, mas ele podia ser o assassino e usar a sua amizade com Stefan para colocar a culpa em outra pessoa, ou seja, Stefan não podia confiar nem no seu amigo mais próximo. As únicas mulheres do seu grupo, que, naturalmente, ele poderia confiar mais, uma estava morta e a outra era apenas uma criança inocente.

[...]

– O que está acontecendo? – Era Emily perguntando pra Anne.

– Aconteceu um acidente e o Stefan está tentando resolver.

– Mas porque nós saímos de lá e os outros não?

– É que o Stefan precisa de ajuda, e os rapazes estão ajudando eles – Respondeu Anne.

Depois que Stefan dispensou os homens da sala de estar, Anne levou a Emily para o seu quarto e lá a garotinha estava fazendo desenhos com giz de cera. Anne se aproximou muito de Emily e fez uma grande amizade com a garotinha, algumas vezes as duas se chamavam de irmã enquanto conversavam e brincavam.

Reece entrou no quarto e viu as duas ali, Anne estava sentada na cama lendo as anotações que tinha em um caderno e Emily continuava desenhando.

– Desculpa, não queria incomodar – Disse Reece.

– Não está incomodando. Entre – Disse Anne, fechando o caderno e o deixando em seu colo.

– Gostou do que estava lendo? – Perguntou Reece, sentando ao lado de Anne e pegando o caderno – Olha... – Ele mostrou a contra capa do caderno, e lá estava escrito o seu nome – É meu caderno de poesias.

– Sério? Eu gostei... você tem talento.

– Obrigado. Eu gosto de escrever nas horas vagas, é um ótimo passatempo – Reece folheava o seu caderno, estava procurando uma certa página – Aqui, leia esse.

Reece entregou o caderno aberto para Anne, em uma página de uma poesia que ele tinha escrito:

Isto é uma Guerra


É o momento da verdade e o momento para mentir
É o momento para viver e o momento para morrer
O momento para lutar, o momento para lutar
Para lutar, para lutar, para lutar
Pela direita
Pela esquerda
Vamos lutar até a morte
Até o fim da Terra
Um admirável mundo novo
Do último até o primeiro

– Foi você que escreveu isso? – Perguntou Anne, e Reece balançou a cabeça positivamente – Volto a dizer... você tem talento.

– Escrevi isso durante essa tragédia.

– Faz sentido. Realmente, isto o que estamos passando é uma guerra... guerra por sobrevivência – Disse Anne, devolvendo o caderno para Reece.

– O que te fez ter interesse por literatura? – Perguntou Reece, fechando o seu caderno e o colocando de lado.

– Meus pais. Eles eram escritores e eu segui os passos deles.

– Sério? Então você também é escritora?

– Sim. Meu pai abriu uma editora e eu consegui publicar somente um livro, apesar de ter escrito várias estórias – Anne olhava para Emily desenhando – Na verdade, eu ainda tenho várias ideias, mas faz tempo que eu não escrevo.

– Desculpa por perguntar, mas você era canhota? – Perguntou Reece, olhando para o coto de Anne.

– Não – Ela riu nasalmente – Eu sou destra... mas eu não escrevo porque não sei se vou poder publicar o que eu escrever. Ao contrário de você, eu desanimei e parei depois que o mundo virou de cabeça pra baixo.

– Eu já pensei em escrever um tipo de diário, escrevendo o meu ponto de vista dos acontecimentos do dia a dia. Se um dia o mundo voltar ao que era antes, acho que seria interessante as pessoas lerem a rotina de um sobrevivente, não acha?

– É uma ótima ideia, você podia fazer isso, seria interessante mesmo – Disse Anne.

– Vou começar hoje – Disse Reece, indo até a sua irmãzinha e sentando ao lado dela.

[...]

Mais um dia se passou e todo o grupo estava reunido sobre o túmulo de Susie, estava anoitecendo e logo iria ficar escuro. Stefan reuniu todo mundo ali para se despedir de Susie. Ele estava segurando sua pistola na mão direita, e ainda olhava para todos com um olhar desconfiado e atento. Harry disse que ele não precisava fazer aquilo naquele momento, e então Stefan colocou sua arma no coldre, mas ainda olhava atentamente todo mundo que estava no local.

Stefan foi o primeiro a dizer algumas palavras, ele segurou as lágrimas e manteve-se frio e sério. Na cabeça dele, ele não podia demonstrar fraqueza naquele momento e por isso seguiu firme durante todo o pequeno discurso que ele fez.

Nadin foi a segunda, ela disse por todo o seu grupo que não conhecia muito a Susie, mas ainda assim iria sentir falta dela. Nadin falou das principais características e qualidades de Susie, que ela foi extramamente carinhosa e receptiva com todos quando chegaram no vilarejo, e lembrou que foi ela que teve a ideia de todos falarem um pouco de seu passado, para que ambos os lados se conhecessem um pouco naquela noite.

Por fim, Jarold, Benjamin, Volkov, que foi traduzido por Ben, Reece, Emily, e até mesmo James falaram um pouco sobre Susie.

Agora sim anoiteceu completamente e o vilarejo estava escuro, todos foram para suas casas para dormir. Exceto Harry e Stefan, que ficaram de vigia, cada um dentro de sua casa. Harry se ofereceu para ficar de vigia, e Stefan recusou pelo fato de não poder confiar em ninguém. Mesmo assim Harry preferiu ficar de vigia durante a noite, e enquanto todos se recolhiam para suas casas, Harry foi falar com Mark e deixou avisado que iria ficar acordado para fazer vigia.

No dia seguinte a chuva voltou a cair do céu, e por causa disso a temperatura caiu para 46ºF e o vento cortante fazia com que a sensação termíca ser de 41ºF. O frio era tanto que fazia sair vapor da boca de todo mundo quando respiravam. Stefan e Harry passaram a noite toda em claro, ambos não dormiram nem um minuto se quer e estavam com o corpo cansado. Além do corpo, a mente de Stefan estava muito cansada também, o que deixava ele com o raciocínio lento.

Harry viu na janela da sua casa algumas pessoas já acordadas, andando pelo vilarejo, e por isso ele pôde se deitar na cama ao lado de Wendy e dormir em questão de segundos. Mas ao contrário do ex-professor, Stefan permaneceu acordado e saiu da sua casa, caminhou até o local que tinha encontrado o corpo de Susie, que por sinal, o sangue dela ainda estava manchado no chão. Ao chegar no canteiro, ele viu James sentado no chão tocando seu violão e encostado sobre um árvore.

– Sabe de uma coisa, gênio? O búlgaro nem sabe porque ficamos aquele tempo todo parados e quietos na sala – Disse James, encarando Stefan – Pois é... você devia estar ocupado pensando em como ia me foder que esqueceu que o "mudinho" não entende porra nenhuma do que falamos.


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Notas finais do capítulo

A poesia do Reece, na verdade é uma música do 30 Seconds to Mars, chamada This Is War. A Carla Rodrigues pediu para que eu escrevesse algo envolvendo o Reece e essa música, e então eu fiz isso. E deixo avisado, caso vocês tenham ideias para seus personagens durante a fanfic, pode me enviar MP falando sobre isso. Não prometo que a sua ideia acontecerá na fanfic, mas eu posso tentar.

Opções para Stefan:

A) Seguir a instrução/dica de James e investigar o Zograf Volkov
B) Ignorar a instrução/dica de James
C) Culpá-lo e entregá-lo para todos por ser o assassino de Susie
D) Outro. Me envie por MP ou escreva nos comentários

Se você tiver alguma resposta em mente, pode escrever aqui a fala do Stefan que eu uso ela no próximo capítulo.