Living in Hell - Fanfic Interativa escrita por Saulo Poliseli


Capítulo 19
Capítulo 19 - Mudanças III




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Stefan acordou deitado em uma cama, seu corpo estava coberto por um edredom e o quarto estava escuro. Sua visão estava turva e ele não conseguia enxergar praticamente nada, sentia uma dor de cabeça, mas nada grave. Esperou que sua visão voltasse ao normal e então sentou-se na cama, ao fazer isso, Susie entrou no local.

– Ei, finalmente você acordou! – Disse ela.

– O que você quer dizer com "finalmente"? – Perguntou Stefan, olhando para Susie.

– Você ficou apagado por horas... – Susie curvou seu corpo e deu um breve beijo em Stefan.

– Horas? – Stefan se surpreendeu, não imaginou que tivesse passado tanto tempo assim – Onde está o James?

– Não sei... não vejo ele desde quando você desmaiou.

Stefan não falou e perguntou mais nada, apenas agradeceu por Susie ter cuidado dele e pela preocupação dela. Ele voltou a se deitar na cama e continuou descansando, ficou pensando no que passava na cabeça de James naquele momento, e se Benjamin já tinha conversado com Harry.

[...]

James estava sentado e encostado sobre a mesma árvore que Mark e Ariel estavam conversando horas atrás, seus olhos estavam fechados e os braços cruzado, ele estava tentando dormir. Na sua frente estava Dave, tinha acabado de chegar e James não notou sua presença.

– Ei James, tá relaxando um pouquinho aí? – Disse Dave, e James não respondeu e permaneceu de olhos fechados – Não vim aqui pra falar sobre o que aconteceu, na verdade eu vim aqui pra te conhecer um pouco mais. Quero dizer, nós nunca conversamos, não é mesmo? – James abriu os olhos, mas continuou quieto. Dave não tinha visto que James estava tentando dormir e que não queria conversar no momento – Sou de Houston, Texas.

– El Paso, Texas.

– Legal, também é Texano! O que você fazia antes disso? – Perguntou Dave, mas antes de James responder, ele mesmo respondeu: – Eu trabalhava com economia, na administração da fazenda do meu pai. Sinto falta daquela fazenda... Quando esse caos começou, eu, meu pai e meus dois irmãos continuamos na fazenda, achando que seria mais seguro lá do que nas cidades – Dave sentou no chão, um pouco afastado de James – Deu certo por um tempo, nós eliminava os mortos-vivos que chegavam perto da cerca... mas um dia vieram um monte deles junto e tivemos que fugir rapidamente. Me separei da minha família e desde então nunca mais vi eles, nem sei se estão vivos ou se eles se reuniram com minha mãe... – Respirou fundo e suspirou – Sinto falta deles também. Mas e você, o que fazia antes dos mortos se levantarem? – Voltou a perguntar Dave.

– Lenhador – Respondeu James, de forma monossílaba.

– Teve filhos?

– Não.

– Eu também não. Nunca me casei e tive apenas um relacionamento, namorei uma garota ainda na época da faculdade – Disse Dave.

Ele percebeu que James não queria conversar naquele momento, então ele se levantou, se despediu do lenhador e voltou para o vilarejo. Dave não julgou James como um cara arrogante e anti-social, ele pensou que James não queria conversar pois estava de cabeça quente, pensando no que tinha acontecido horas atrás. Pelo menos Dave descobriu a cidade natal de James e o que ele fazia antes do apocalipse, e isso foi um progresso, considerando que Stefan não sabia dessas coisas e conhecia James há muito mais tempo que Dave o conhecia.

Ao chegar no vilarejo, ele viu Emily, Anne e Vincent brincando de pega-pega e abriu um sorriso ao ver essa cena. Dave caminhou pela rua até chegar nas casas que o grupo estavam dormindo, Nadin estava em pé na frente da porta de uma dessas casas, e Dave foi até ela.

– E aí, como foi?

– Tive uma longa conversa com ela – Nadin se referia a Wendy – Consegui acalmá-la e ela disse que vai conversar com a Chelsea sobre isso. Espero que tudo se resolva e fique bem.

– Eu também – Disse Dave, e se retirou em seguida, indo para sua casa.

Entrou na casa e viu que Chelsea estava passando um pano úmido em seu rosto. Dave foi até os sofás e sentou-se em um deles, e ficou observando a garota que não tinha notado que alguém tinha entrado na casa.

Ela se virou e então Dave pôde ver que o rosto de Chelsea estava bem melhor do que antes, menos inchado, porém os hematomas estavam do mesmo jeito. Ela deixou o pano em cima da bancada da cozinha e pegou alguns enlatados para ela e para o Dave também, ela sentou-se no sofá de frente para Dave e então começaram a conversar enquanto comiam.

[...]

Harry e Wendy estavam em sua casa, ambos deitados na cama e abraçados. Pelo visto os dois tinham conversado e estavam de bem quanto ao que tinha acontecido anteriormente. Wendy se desculpou pelo que fez, mas Harry disse que ela tinha que pedir desculpas com Chelsea e não com ele, mas de qualquer forma ele aceitou o pedido e também pediu por desculpas para que Wendy não se sentisse que era a única que devia pedir. Eles estavam bem.

A noite chegou mais cedo que o normal por causa da ausência do sol, o frio aumentava a cada hora que passava e o vento deixava a temperatura ainda mais baixa. Por sorte todos tinham uma cama, ou sofá, confortável e cobertores quentes para passar as noites geladas. Quando amanhecia a temperatura continuava baixa e portanto as manhãs também eram geladas, e todos saíam de suas casas bem agasalhados.

O inverno estava chegando e por conta disso Mark sugeriu que formassem um pequeno grupo para ir saquear uma loja de roupas um pouco antes do inverno chegar, mas não era algo urgente e por isso ficou só no aviso e sugestão. Com as roupas que tinham dava para aguentar a temperatura atual.

Stefan, com o olho esquerdo roxo, estava sentado em um banco de madeira no jardim da sua casa lendo um livro. Susie, ao lado dele, também estava lendo um livro. James estava cortando lenha com um machado. Clark, Jarold e Harry estavam jogando cartas enquanto Lizzie, Vincent e Reece ainda jogavam xadrez, na sala de estar. Emily estava brincando com Anne em seu quarto, e o restante estavam dentro de suas casas ocupados com seus afazeres, ou ainda estavam deitados.

– Sua mão vai crescer de volta, não vai? – Perguntou Emily, olhando para o coto de Anne.

– Não querida, ela nunca mais vai crescer...

– Mas eu li em um livro de biologia que fala que a cauda dos lagartos crescem de volta – Agora Emily estava olhando os olhos de Anne. A inocência da garota fez Anne sorrir novamente – Não é a mesma coisa?

– Não. Alguns animais podem fazer coisas que não podemos, por exemplo os pássaros, eles podem voar mas nenhum humano pode. Entendeu, querida? – Anne continuava brincando com Emily.

– Entendi. Me desculpa por ter falado disso – Disse Emily.

– Não precisa se desculpar.

Ao lado do quarto de Emily era o quarto de Benjamin, e ele estava lá dentro conversando com Ariel. O quarto era repleto de posters de banda, de time de basquete, futebol americano, baseball e outros diversos. Ariel viu que no quarto tinha um poster do time Denver Nuggets, que o Seward jogava.

– Você torce para os Nuggets? – Perguntou Ariel, ainda olhando para o poster.

– Não, eu torço para os Phoenix Suns. Digo, eu torcia... nem sei se os caras estão vivos – Aquele quarto pertencia a algum garoto que torcia para os Nuggets antes do apocalipse começar. Benjamin tomou posse do quarto durante o apocalipse.

– Eu conheci o Raymond Seward dos Nuggets, ele estava no nosso grupo.

– Sério? Nunca conheci um jogador – Disse Benjamin.

– Ele era um boa pessoa, faz muita falta...

Harry parou de jogar cartas com Clark e Jarold, foi até sua casa e acordou Wendy que ainda estava dormindo, depois os dois foram pra casa ao lado onde estavam Dave e Chelsea. Era o momento do trio amoroso resolverem esse problema que tinha criado.

– Então, quem começa? – Perguntou Harry. Dave fez menção de sair do local, mas Harry fez sinal para que ele ficasse.

– Eu queria pedir desculpa por... – Ia falando Wendy, mas Chelsea a interrompeu:

– Não precisa pedir desculpa. Eu agi errado e sem pensar, você viu uma cena que nunca imaginou que iria ver... Acho que eu faria o mesmo se tivesse no seu lugar.

– Mesmo assim eu estava errada. Nadin disse que eu devia ter esperado pra ver a reação de Harry, eu vi aquilo e perdi a cabeça, eu também agi por impulso – Wendy trocava seu olhar de Harry para Chelsea – E você não deve fazer o que eu fiz... nunca.

– Como vocês estão? – Perguntou Chelsea.

– Estamos bem, conversamos sobre isso ontem a noite – Respondeu Harry – Wendy disse que queria conversar com você, eu não pedi nada, foi vontade dela mesmo.

Então as duas pediram desculpa uma a outra mais uma vez, e por fim se desculparam. Elas se abraçaram e saíram da casa, deixando Harry e Dave para trás. Dave perguntou o que exatamente tinha acontecido e Harry explicou, o Texano riu e chamou o ex-professor de "garanhão sem vergonha".

Mais um dia se passou e todo o grupo se recolheu para dormir. Já era uma semana sem nenhum mordedor e sem nenhuma outra tragédia, aquele vilarejo parecia o lugar mais seguro do mundo naquele momento. Não se sabe o motivo de nenhum mordedor aparecer no vilarejo, e segundo Stefan, desde que ele e seus companheiros chegaram no local, ele não viu nenhum mordedor por ali. É um fato estranho, mas é inegável que o lugar é realmente seguro.

O dia amanheceu e Stefan foi o primeiro a acordar de todo o grupo, ele se levantou e saiu de sua casa. Começou a caminhar pelo vilarejo como sempre fazia em todas as manhãs, ele foi até o canteiro do vilarejo e viu uma imagem horrenda.

– NÃÃÃO! QUE MERDA É ESSA?! – Gritou Stefan.

Mark acordou com os gritos, pegou sua pistola no criado-mudo e correu rapidamente para fora da casa, em direção do barulho que tinha ouvido. Ao chegar no local, Mark viu que Stefan estava ajoelhado sobre o chão, com suas mãos no rosto ensanguentado de Susie. Ela estava morta, seu corpo estava nu e tinha uma faca enfiada em seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

A cada capítulo mais merda acontece...