Violette Von Bismarck escrita por Petra


Capítulo 9
Inversão parte 2




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Com duas noites cavalgando – e se refugiando como podia em meio à floresta durante o dia, tendo de recorrer uma das vezes ao terrível trabalho de praticamente enterrarem-se sob pedras – Violette pôde avistar outra cidade, essa um pouco maior que a anterior, um pouco mais próxima do bosque e mais movimentada, fazendo com que pessoas fossem vistas nas ruas mesmo com a noite iniciada.

Em seu percurso, mesmo incomodada por sua sede crescente, causada em parte pela abstinência de uma alimentação regular como a que tinha antes, não caçou e resistiu à ideia de alimentar-se do cavalo. O animal mostrava-se bem disposto apesar de um pouco cansado e ela queria poder contar com essa ajuda pelo menos por um tempo.

Pelo tamanho da cidade que se aproximava, Violette supôs, muito corretamente, por sinal, que tais muros não permaneceriam sem alguma vigia, então desviou seu caminho para uma trilha maior que vislumbrou, fazendo parecer que se tratavam de viajantes saídos da estrada e não do meio do bosque. Ajeitou o manto para encobrir Marian e seguiu lentamente, descendo o caminho, até a entrada da muralha.

Como esperava, um guarda seguiu com o olhar sua aproximação, e, estando eles ao alcance da voz, proferiu:

- Alto!

Chegando com o cavalo, a Capadócia, com o rosto mais coberto que podia, olhou para baixo, onde se encontrava o guarda e parou, fitando-o.

- O que viajantes fazem por aqui a esta altura da noite? As pessoas já recolhem-se e as estradas estão vazias.

Violette, já preparada para uma possível abordagem, forçou uma expressão de tristeza – que teria até mesmo alarmado o guarda, de tão mal sucedida, se não estivesse escuro e seu rosto tão coberto – e respondeu, com uma voz fraca, tentando imitar uma fala camponesa.

- É meu esposo, senhor. Foi tomado por uma enfermidade e resolvi viajar dia e noite até que lhe encontrasse cura. Vê?  Deus queira que ele aguente. E desculpa o horário, senhor. Não pretendemos atrapalhar, estamos só de passagem.

O homem, espiando afastado o corpo na sela com ela, deu de ombros. Preferiu não aproximar-se, só Deus saberia dizer se a doença era contagiosa, era melhor não tentar descobrir. Deu passagem ao casal suspeito com uma última olhadela desconfiada. Depois esqueceu-se do caso.

Seguiu lentamente com o animal até o que achou ser a hospedaria e a examinou. Fechada. Bateu à porta insistentemente.


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