A namorada do Poeta escrita por Julius Brenig


Capítulo 2
Começo de uma grande noite


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas! Novo Capitulo de ANP fresquinho! Espero que gostem!!



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O Eixo chega. Com muita sorte esse estava vazio. Mesmo cada Metrobus sendo equivalente a dois ou três ônibus comuns, eles sempre viviam hiper lotados. Parecia até mágica, mas às vezes, quando esses ônibus estavam bastantes cheios e uma pessoa descia, outras três eram capazes de entrar. Entrando no ônibus, Carol é acomodada no espaço para cadeirantes que há nos mesmos. Chris, sentou-se no banco ao lado dela e mesmo podendo sentar, Sophia optou por ir de pé, em frente aos dois. Esse banco que Christopher estava sentado, era diferente dos demais, pois ao invés de estar virado para frente, esse era virado para o lado, assim como a cadeira de Caroline estava.

– Nem vem com esse papo de admirador secreto. – disse Sophia. – Provavelmente, alguém confundiu os cadernos.

– Você acredita mesmo nisso? – indagou Carol.

– Sejamos realistas. Que homem hoje em dia escreve poemas para uma garota?

– Talvez seja uma garota. – Sugeriu Chris debochado. Sophia rindo disse:

– Até que faria mais sentido.

– Eu tô falando sério. Esse poema aqui não foi escrito por um poeta famoso, com pensamentos e conceitos formados, para expressar sua opinião. Esse poema aqui é a representação do sentimento de alguém por um outro alguém. E bem, esse outro alguém é você.

– Desculpa, Cá, mas acho que sou bem grandinha para acreditar em contos de fadas.

– Quer dizer agora que eu sou uma garota ingênua que acredita no amor verdadeiro, príncipe encantado e blábláblá? – Falou Caroline com um jeito brincalhão.

– Não acho você ingênua por acreditar em amor verdadeiro, pois eu acredito. Acho você ingênua por acreditar em príncipes encantados.

– Se acha que estou errada, faça o seguinte. Pesquise sobre esse poema no Google e vê se encontra em algum lugar. Duvido muito que você ache.

– Farei isso em casa.

Enquanto as duas discutiam, Chris ficava olhando e pensava Cadê minha pipoca?! Isso tá melhor que sessão da tarde! Ele ri, por dentro, de sua própria piada. A conversa entre eles estava tão fluida, que nem perceberam que chegava ao terminal de ônibus Praça da Bíblia. Esse nome é bem sugestivo, pois esse terminal fica próximo a uma pequena praça, onde há uma enorme bíblia de concreto enfeitando a tal. Ao descer do eixo, eles ainda precisam pegar um segundo ônibus, para chegar ao Setor Universitário, onde existem vários campus de faculdades, inclusive o da UMEGO. Foram para o ponto de ônibus da linha 019, dentro do próprio terminal. E lá encontraram uma pessoa. Lucas. Não era toda vez que encontravam-no ali, mas ocasionalmente isso acontecia.

Lucas tinha um cabelo cacheado, mas ele sempre deixava-o cortado bem baixinho a ponto de não formar os cachos. Tinha por volta de 1,65m, pele morena e usava óculos. Miopia, três graus em cada olho. Quando os amigos de Lucas viram-no, ele estava de costas esperando o ônibus, carregando sua mochila com apenas uma alça pendurada em seu ombro. Em uma de suas orelhas, um pequeno fone de ouvido, que provavelmente estaria tocando música. Chris, passou o controle da cadeira de rodas de Caroline para Sophia, mas antes mesmo dessa tomar posse, Carol passou ela mesmo guiá-la. Christopher, adiantou-se em alguns passos das meninas e fez seu dedo em forma de arma: Apontando o polegar para cima e o indicador para frente. E ao chegar perto de Lucas, tocou o indicador em meio as costas dele e engrossando a voz disse:

– Perdeu playboy! Passa a grana! – Lucas virou-se gelado, com medo de ser realmente um assalto, pois isso era bem comum nos Terminais de ônibus, mas ao ver seu amigo, logo relaxou e dando um soquinho no braço de Chris disse:

– Qual é, cara! Quer me fazer enfartar! – depois disso, eles se cumprimentaram com um High Five. As garotas aproximaram-se e logo que o garoto de óculos viu-as, abraçou as duas e beijou o rosto delas. – Como vão minhas gatinhas prediletas?

– Bem. – respondeu Sophia. – Sério mesmo que vocês continuam usando esse cumprimento ridículo?

C'mon! Esse cumprimento é Legendary! – Sophia odiava quando Lucas usava expressões em inglês no meio das frases. Já havia virado algo involuntário para ele.

– Que seja.

– Então, hoje você é o Batman? – Perguntou Caroline, referindo-se a camisa que Lucas usava, pois está possuía o símbolo do homem morcego.

– Hoje, eu sou a noite! – disse Lucas deixando a voz rouca.

– Falando em camisas, cadê a camisa do Flash que eu te emprestei mês passado? – Lucas tratou de mudar o assunto:

– Olha lá, nosso ônibus está vindo.

Quando ônibus parou, todas as pessoas naquele ponto, se aglomeraram a beira da calçada e não eram poucas. O menos mal, é que dentro do terminal as pessoas podem entrar pelas duas portas dos fundos do veículo. Se fosse todo mundo pela porta principal, seria um caos. Num empurra-empurra para ver que iria sentado, as pessoas quase esmagaram Chris e Lucas que não conseguiram sentar-se. Todo mundo estava apressado e reclamando, porém o motorista desceu do busão, pois ele tinha que usar o elevador que uma das portas tem para portadores de cadeira de rodas.

Esse sistema implantados no transporte público ajudou muito os cadeirantes. O único problema é que mesmo com isso, a hiperlotação dos ônibus não contribuía para essa integração. Afinal, como colocar uma cadeira de rodas dentro de um ônibus já lotado? Enquanto o motorista colocava Carol em cima da plataforma do pequeno elevador que é acoplado aos degraus da porta, Sophia estava do lado de fora, observando e servindo de companhia para a garota. No momento em que Carol foi içada pelo elevador, vários passageiros reclamavam da demora do motorista para partir.

Sophia não era de se irritar muito, mas se existia algo que poderia irritá-la era pessoas intolerantes. Essas pessoas eram tão mesquinhas que sempre achavam ser o único prejudicado em qualquer situação. Às vezes, ela ficava triste por sua amiga ter que conviver diariamente com esse tipo de pessoa, que não consegue simplesmente compreender que algumas pessoas precisam de cuidados diferenciados. Enfim, o motorista conseguiu alojar Caroline dentro do ônibus e Sophia conseguiu pegar esse também, indo de pé em cima de um dos degraus da porta. Chris e Lucas, ficaram espremidos um pouco mais à frente das garotas. Tentando segurar-se em qualquer lugar possível, os dois seguiam colocando a conversa em dia.

– Cara, a gente tem de marcar de sair! Durante da faculdade a vida vira uma loucura! – Falou Lucas.

– Verdade. Não sei quanto tempo faz que o grupo saiu junto.

– Acho que foi no mês passado.

– Com certeza temos que marcar algo. Mas tem que ser final de semana, pois sabe como é, ao contrário de você, eu trabalho. – os dois riram

– Que conversa é essa? Claro que eu trabalho! – defendeu-se Lucas.

– Cá entre nós, formatar computadores duas vezes por mês não é trabalhar. Você é sustentado pelo seu pai.

– Tá ok, você venceu. Eu ainda estou procurando um job. Mas amanhã é sábado, acho que podemos fazer algo hoje depois da Facu.

– Claro, é só as meninas toparem. – confirmou Chris.

Chris trabalhava em um supermercado das 6 às 15, e mesmo sendo um estabelecimento que funciona todos os dias da semana, ele não trabalha aos sábados e domingos. Isso por que o avô dele era conhecido do dono do local. Com isso, Chris recebia um pouco menos que os funcionários que trabalhavam aos fins de semana, mas nada monstruosamente mais baixo. Na outra parte do ônibus, as meninas também conversavam, pois com a correria da semana foi difícil bater um papo.

– Então, você vai mesmo pesquisar sobre o poema? – indagou Caroline.

– Se isso fizer você parar de me encher, vou sim.

– Só quero ver sua cara quando receber o segundo. – falou Carol com sorriso de canto.

– Como assim o segundo? Por acaso foi você que escreveu? Ou pelos menos sabe quem foi? – Sophia estava agitada, o que fez Carol rir.

– Viu só? Falei isso para te testar. Por mais cética que você demonstre estar, no fundo você também quer saber.

– Tudo bem! Confesso que achei super fofo e sim, estou curiosa. Mas, acho que no máximo é uma brincadeira de mal gosto com calouros.

– E por que Christopher e eu não recebemos também? Somo calouros, ora!

– Deixa o Chris ouvir você chamando ele pelo nome completo! Ele te mata! – As duas riram. – E você sabe que eu sempre fui a mais propensa a ser sacaneada do grupo.

– Tem certeza que não é o Lucas?

– Verdade, tadinho do Luquinha. – as duas riram de novo. – Sabe o que eu estava pensando? Faz tempo que a turma toda não sai junto, a última vez foi mês passado. Podíamos fazer algo hoje depois das aulas, o que eu acha?

– Claro, seria ótimo.

Pouco tempo depois o ônibus para. Com trabalho e com murmúrios das pessoas, Caroline foi descida do ônibus pelo menos elevador que subira. Sophia respeitava muito ela por não dar ouvidos ao que os outros estavam falando e reclamando. E não devia mesmo! Do lado de fora, as meninas esperaram por seus amigos e logo que eles desceram, Sophia e Chris falaram ao mesmo tempo:

– Vamos sair hoje à noite? – todos riram. O ponto em que eles desceram, era à uma quadra do campus da UMEGO. Mas o pavilhão onde ocorria curso de Letras era o terceiro da sequência, já o de Lucas era o primeiro. Como era um rua subindo, alguém tinha que empurrar a cadeira de Carol e quem fez isso dessa vez foi o Lucas. Esses dois tinham um história maior que o restante do grupo, pois Chris e Sophia conheceram Lucas através da garota. Chegando no campus, Lucas despediu-se do restante do grupo, enquanto esses iam para sua aula. Eles até acharam um pouco chatas as aulas daquele dia, mas não puderam dizer o mesmo do restante da noite.


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Notas finais do capítulo

E aê? Gostaram? Sim, não? O que acharam do novo personagem apresentado, o nosso "Luquinha"? enfim, espero que tenham curtido :3

ah, se quiserem ficar informados sobre alguns detalhes da história, eu tenho uma página no facebook é só curtir. Tá meio parada, mas vou tentar movimentá-la mais :)

Link: https://www.facebook.com/juliovieirathekizar



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