Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 34
Capitulo 34


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente linda, :3 Esta ai o capitulo muito legal pra vocês, espero sinceramente que gostem!



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Set parou, observou e sorriu largamente, finalmente ali estava em sua frente, estacionado, brilhando e lindo: Seu amado carro.
O ruivo se aproximou mais um pouco, admirando seu bebezinho, sentindo-se orgulhoso por ser o dono daquela joia.
—Set? Filho? Chegou agora?
Set olhou para o lado, o pai havia acabado de entrar na garagem com uma barra de chocolate nas mãos. Michael encarou o carro vermelho do filho e assentiu, como se também estivesse orgulhoso.
—Finalmente está arrumado. – O ruivo se adiantou a falar, já prevendo as palavras do pai. —Não está ótimo?
—A fortuna que me custou tinha que valer a pena não é mesmo?
—Pai! Você pagou o mecânico porque quis.
O homem se aproximou do filho e passou o olhar do carro dele para o seu próprio carro e seu sorriso aumentou.
—É que senti pena sabe... O meu é melhor! – Comentou, dando de ombros e novamente se afastando. —Estão todos te esperando lá na sala, viu a Ju?
—Não pai! – Set estava se sentindo indignadíssimo com a comparação injusta. —E você é rico! É claro que tem um carro melhor que o meu! Se me desse ao menos a metade do seu dinheiro eu teria uma carro ótimo, mas você, seu mão de vaca, não me da nem uma bala.
—Aham! – Michael resmungou, voltando a comer seu chocolate e deixando o filho sozinho.
Set decidiu aceitar a derrota e seguir o pai, havia passado anos o suficiente com aquele homem para saber como funcionava sua teimosia.
~ # ~

—Set! – Lucas o viu assim que o ruivo apontou na sala, o pequeno sorriu largamente já começando a correr em sua direção. Set podia tentar, mas jamais conseguiria explicar o quanto amava aquele menininho que apareceu em sua vida de repente e sem avisar.
—Demorei?
—Não! – O pequeno riu. —Sabia que eu achei o Joe? – Perguntou orgulhoso de si mesmo e Set o respondeu com um abraço carinhoso.
—Você não sabe o quanto todos estão felizes por isso. – E Set estava sendo sincero, já que sua família foi muito complicada por muitos anos, mas depois de tanto sufoco acabou se tornando a melhor de todas, ao menos em sua opinião.
—Quero brincar com ele agora! – O menino resmungou.
—Você quer é fazer a lição de casa! – A voz de Cris assustou o ruivo, seu noivo apareceu em dois tempos e o encantou na hora, o cabelo estava perfeitamente arrumado, ele usava um casaco de lã cinza e os óculos de aros prateados e simples que Set amava, mas que o teimoso pouco usava no dia a dia, certamente o loiro iria para a escola depois do almoço.
—Lucas só quer brincar, mas até agora nem pegou no caderno. – Cris reclamou.
—Ah! – Lucas jogou a cabecinha pra trás e fez bico.
—A, B! – Cris retrucou, se aproximando, Lucas sorriu sem jeito e correu para o mais longe possível. —Mereço? – O loiro indagou suspirando e Set quis rir, mas se contentou em abraçá-lo com força.
—Boa tarde, meu príncipe! – Cris sorriu com o mimo do ruivo, Set às vezes tinhas seus surtos de fofura.
O loiro olhou nos olhos do noivo e permaneceu assim por um bom tempo. —Que foi agora teimoso?
—Não posso admirar meu noivo? – Cris fez uma carinha de dó para completar sua quase indignação e Set mostrou a língua.
—Onde está o Juan?
—No quarto com Ray e Joe, fui lá há pouco tempo avisar do almoço, Ray está meio triste... – Set segurou a mão de Cris e eles começaram a caminhar até o sofá da sala, o loiro parecia seriamente preocupado. —Eu sei que já era de se esperar que ele ficasse abalado... É uma mudança drástica! Mas me corta o coração ver ele triste. – Cris apertou a mão do ruivo. —Ele se tornou meu amigo quando fomos para a faculdade, muito amigo.
—Vamos ajudá-lo! E também vamos dar apoio ao Juan... – Set suspirou, conhecia o primo como ninguém. —Ele nunca soube lidar com ninguém triste.
—Sim... – Cris murmurou, se sentando no sofá, Set encarou Lucas, escondido ao lado de uma estante, o que imediatamente acendeu o espírito irônico vivente dentro de si. — Por que não vai falar com eles? Joe te adora e vai amar te ver.
Set sorriu, beijando a testa do noivo.
—Ótima ideia! – Ele aumentou um pouco o tom de voz para que o pequeno projetinho de teimoso ouvisse. —Cuidado para o Lucas não cair em nenhum buraco!
—Eu ouvi isso! – O pequeno resmungou, jogando um pedacinho de papel que nem sequer voou e já caiu novamente no chão, Lucas se indignou por um momento, mas depois se lembrou de sua causa nobre, emburrou a cara e se arrastou para o esconderijo de novo.
—Lucas, deixe disso! – O ruivo decidiu tomar alguma iniciativa útil pelo menos uma vez em sua nobre vida. —Como vai melhorar na escola?
O menino permaneceu emburrado, Cris suspirou e sorriu:
—Tudo bem querido, eu já sei como lidar com isso!
—Certeza?
—Sim... Vá lá antes que o seu outro amor tenha que vir te buscar! Eles estão no quarto do Juan.
Set riu e se afastou do noivo, caminhando até o quarto do primo, o ruivo realmente estava preocupado com o ele, pois Juan estava muito abalado desde o dia em que o acidente aconteceu.
Ele passou lançando rapidamente um olhar para seu antigo quarto e logo se encaminhou até o quarto ao lado e bateu na porta.
—Alguém ai? – Perguntou, rindo, imediatamente ouviu passos correndo e a porta se abrindo, revelando um menino magro, com o cabelo castanho meio longo e desalinhado de mais, as roupas meio desajustadas e um rostinho fofo e inocente, Set imediatamente o puxou para um abraço.
—Meu Deus Joe é mesmo você?
O menino riu, Set olhou pra frente e viu Juan sentado ao lado de Ray na cama, o abraçando, os dois observavam a cena com um sorriso.
—Senti saudades! – Joe admitiu.
O menino sempre gostou muito de Set e também foi um choque ao ruivo saber que ele havia fugido de casa.
—Eu também, nunca mais nos assuste assim!
—Desculpa! – Joe se afastou um pouco, cabisbaixo, Set bagunçou o cabelo dele e andou até o primo.
—E vocês em? – Ele se sentou na cama, ao lado de Ray. —Pensei que Juan não pararia de chorar por você! – Brincou sendo imediatamente atacado pelo primo tentando derruba-lo no chão, ambos começaram a se empurrar e pareceram retroceder as lutinhas infantis.
—Eu pensei que não fosse mais ver isso! – Ray comentou, abraçando o irmão e encarando os outros. —Depois de tanto tempo vocês parecem ter quinze anos ainda.
A risadinha de Joe soou baixa, mas o menino parecia se divertir com a cena.
Set empurrou Juan e encarou Ray com um sorriso. — E eu pensei que não fosse mais te ver. Não sabe como estou feliz serzinho colorido.
Ray riu e recebeu de bom grado o abraço do ruivo.
—Aproveita e me ajuda Setinha, o Ray não quer voltar para a sala. – Juan soou manhoso. —Faz alguma mágica!
—Não quero ir! – Ray resmungou, novamente grudando em Joe, o menino começou a se esforçar para fazer um cafuné no irmão mais velho. —Eu não quero ficar assim pra sempre!
—Ah Ray! – Set apertou a bochecha dele, o amigo foi sempre tão fofo que Set sentia que queria apertar sua bochecha desde que o conheceu, a princípio era mais difícil porque ele ainda era muito tímido, mas depois teve que esquecer-se do medo de pessoas para lutar contra as manias irritantes de Set. — Todos aqui esperaram tanto pra te ver sorrir de novo. Você é precioso pra nós, sabe disso! Vamos almoçar juntos, rir e brincar como uma família. É o que somos não é? Uma família?
—É mano. – Joe segurou a mão do mais velho. —Quero ver você sorrindo!
Ray deixou algumas lágrimas rolarem e, após um breve silencio, concordou em se juntar aos outros com um resmungou de derrota e acompanhado das comemorações exageradas e escandalosas de Juan.
~ # ~
—Ray, eu fiz purê de batatas porque sei que você adora! – Michael anunciou quando chegou à mesa, fazendo o rapaz sorrir e corar um pouco, ainda muito tímido. Cris apareceu logo em seguida, trazendo um Lucas completamente revoltado, o menino correu até Set e montou o maior bico do mundo.
—Não me diga que ainda é o dever?
—Digo! – O loiro resmungou, se sentando ao lado do noivo e indicando um lugar livre ao lado de Joe para Lucas.
—Certo! Vamos comer? – Michael propôs se sentando ao lado da esposa e de Juan.
Quando Lucas correu até o lado de Joe e se sentou, Cris logo disparou o que o preocupava sem pausa. —Acho que algo está errado! Lucas não está normal! Primeiro ele fugiu do dever e depois eu o arrastei e ele abriu o caderno de matemática e fez uma carinha difícil de traduzir, eu me aproximei e ele jogou o caderno na mochila e correu até o telefone dizendo que ia falar com o pai dele e eu lembrei que não pode e então ele se emburrou e fugiu de novo e depois eu o arrastei de novo e ele ficou sentado, mas quando pedi para ele abrir o caderno ele fugiu para a cozinha e então eu o arrastei de novo e ele abriu o caderno de artes e começou a rabiscar e nada de abrir o outro caderno eu comecei a pedi o caderno e ele disse que não tinha nada, mas eu conheço a professora dele e ela sempre deixa algo e eu fui abrir o caderno dele e ele fugiu de novo dessa vez arrastando a mochila junto ai eu fui atrás e ele achou o primeiro quarto que viu e estava tentando jogar a mochila embaixo da cama do seu pai e então eu o trouxe pra cá!
Set parou para assimilar tudo, sem ter ideia se conseguiria.
—Espera! Resumindo ele esta evitando o caderno? – O ruivo parecia ao ponto de pedir que o noivo repetisse uma parte, mas Cris apenas sorriu e assentiu, lançando um olhar para Lucas, que mesmo ao lado de Joe apenas encarava a mesa sem dizer nada. —Vamos ter que conversar com ele a noite, eu vou ter que voltar para o serviço e você ainda tem a escola, trocou o horário hoje não é mesmo?
Ele suspirou e assentiu de novo.
—Preciso ir depois do almoço! Acho que vou pedir ajuda ao Ray! – O loiro admitiu. —Ele se sai melhor que eu ás vezes. E ele vai ficar aqui com Juan e Joe, acho que pode ser útil.
—Bem pensado, vamos falar com eles depois, agora vamos ao purê de batata? – Set indagou, cutucando a testa do noivo, ele sabia que se Cristian pensasse de mais em algo isso o atormentaria por semanas, era melhor deixa-lo se acalmar primeiro. O ruivo se voltou aos meninos a sua frente e sorriu. —Joe e Lucas comam bastante porque estão bem magrinhos, desse jeito vão sumir.
—Não to com fome! – Lucas resmungou em birra.
—Ótimo! Vamos ao dever então! – Cris soou firme e no mesmo instante Lucas se dispôs a sentir fome.
Set riu da cena e decidiu seguir o exemplo do moreninho, o tempo voava e ele, infelizmente, não possuía o dia todo!
~ # ~
Cris e Ray estavam no sofá e pareciam conversar seriamente, o ruivo já imaginava do que se tratava.
—Vamos? Meu bebezinho está nos esperando na garagem! – Ele anunciou feliz e orgulhoso.
—Já era tempo, não aguentava mais seus dramas! – Cris reclamou, mas logo sorriu ao se voltar a Ray. —Pode me ajudar com o Lucas?
—Claro! Só preciso que ele confie em mim. – O jovem murmurou baixinho, Ray nunca falava alto, às vezes ele se superava, mas em 99% do dia ele se mantinha com a voz baixa ou sem falar quase nada.
Cris aumentou o sorriso e puxou uma mecha do cabelo do amigo.
—Fique bem Ray, nós te amamos! Ser diferente é ser como você quer! Você me disse isso não é mesmo?
—Sim! Acho que sim, obrigado pelo apoio Cris, você é meu melhor amigo e não é à toa! E Set... Céus não sabe como me ajudou até hoje! Eu amo vocês!
Set passou a mão pelo cabelo de Cris e seu noivo sorriu.
—Agora te desejo muita boa sorte com meu pequeno Lucas, porque, Deus amado, a coisa está complicada. – Cris murmurou, abraçando o amigo e se levantando. —Se bem que você faz uns bons milagres.
Ray conseguiu sorrir.
—Vou cuidar bem da ferinha! Eu criei o Joe, certo?
—Já vão? – Lucas apareceu atrás deles, emburrado. —Não podem ficar?
—Não, teimosinho Jr. – Set respondeu enquanto se abaixava para depositar um delicado beijinho na testa do menino. —Temos que trabalhar, mas o Ray e o Juan vão cuidar de você e do Joe, o que acha?
—Legal! – Lucas se animou e, fazendo um bico para Cris, correu até a varanda, onde Joe parecia distraído com algum passarinho.
—Ai céus, Set vamos! – Cris parecia emburrado e começou a andar apressadamente e só se virou quando chegou perto da porta, o ruivo apenas observava tudo sem sair do lugar, se sentindo perdido como uma baratinha ruiva e tonta, pois não havia entendido a atitude do Loiro.
Cris então pareceu soar serio e firme:
—Vamos embora! E nunca mais voltar!
Set ia dar um passo quando ouviu o grito de Lucas. O menino corria na direção de Cris com os braços erguidos.
—Não! Não! Não! Eu faço o dever! Eu faço! – O pequeno se agarrou em Cris enquanto o loiro ria até não poder mais, até mesmo Ray riu da cena.
Set não sabia bem como definir aquela cena, mas definitivamente era a cara de Cris.
—Céus! – Michael apareceu, Laura já tinha saído há um tempo. —Vou sair dessa casa antes que esses dois se matem.
Set sorriu para o pai e ambos, de fininho, fugiram para a garagem enquanto Cris ria e abraçava Lucas, Juan estava perdido em um livro e Ray observava a cena.
—Filho! Aqui vai uma verdade! – Michael colocou os óculos escuros, ajeitando o terno. —Amo você, mas ser pai é uma verdadeira prova de paciência!
O ruivo pareceu indignado e abriu a boca para responder, mas foi interrompido por um empurrão de Cris.
—Que foi? – O loiro perguntou, ainda tentando parar de rir.
—Sou adotado! – Set montou um bico e a risada de Michael ecoou pela garagem.
—Que? – Cris parecia confuso, o ruivo apenas se agarrou ao noivo como se fosse chorar e começou a puxa-lo para o carro.
—Meu pai me odeia! – Ele murmurou, abrindo a porta do carro e empurrando Cris para dentro.
—Mas... Que?
Michael ainda ria, estava encostado ao outro carro e parecia se esforçar para parar.
—Set amor da minha vida! – O homem chamou, sorrindo e abrindo a porta do próprio carro. —Acha que ele dá trabalho agora? Espera chegar aos quinze! Querido você vai querer fugir, vá por mim.
—Eu sou seu filho sabia? – Set estava emburrado, porém acostumado a essa vida. —E quem disse que você é meu pai de verdade? EU TE ADOTEI! – O ruivo gritou e entrou no carro também, ligando o rádio bem alto para não ouvir a resposta. Cris o encarava dessa vez rindo.
—Set se eu não te amasse tanto eu te colocaria em um manicômio com uma camisa de força! – Ele brincou e o ruivo sorriu, colocando os óculos escuros e ajeitando a jaqueta de couro. —Um dia vocês dois vão admitir que não idênticos!
—E se eu não te amasse eu te amarrava em uma cordinha e te largava em mar aberto! Pequeno Cris!
E assim, aos risos e em meio a provocações, os dois deixaram a casa, Set amando estar novamente dirigindo seu amorzinho de quatro rodas e Cris rindo e imaginando formas de ser jogado ao mar e comentando cada uma delas da forma mais ridícula possível!
Ambos ainda preocupados com o que estaria errado com Lucas, mas agora um pouco mais aliviados por não terem se esquecido de como faziam bem um ao outro.


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