Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 32
Capitulo 32


Notas iniciais do capítulo

Sorry a demora, tive um problema com o pc eheh :3



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Lucas se encolheu o máximo que podia naquele beco, a chuva estava começando a diminuir, mas o espaço seguro e seco era bem reduzido, o pequeno estava assustado, tentando entender o motivo de seu pai dizer todas aquelas coisas ruins e depois manda-lo sair de casa e só voltar quando conseguir mais dinheiro.

O menino mal sabia contar moedas, imagine consegui-las.

—Olá! Te vi parado aqui e fiquei preocupado. – Lucas se assustou e imediatamente se virou para trás, um menino um pouco mais velho o encarava com um sorriso. —Choveu bastante, seus pais devem estar preocupados.

—Não posso voltar. – Lucas resmungou, sentindo as lágrimas começaram a cair. —Papai não deixa, ele disse pra mim voltar só com dinheiro.

—Ora. – O menino pareceu pensar. — Como é o seu nome?

—Lucas. – O pequeno resmungou, secando as lagrimas. —E você?

—Meu nome é Joe. E vou te ajudar hoje.

—Mas... Não vai pra casa?

O menino sorriu meio triste.

—Minha única família é o meu irmão, ele era a única pessoa que cuidava de mim, diziam que nós nos parecíamos muito e que se ele não fosse bem mais velho nós seriamos gémeos.

. Mas eu o procurei e não o encontrei, então não tenho uma casa para ir.

—Ué... – Lucas não sabia se ficava triste ou confuso pelo menino. —E se eu acha-lo você vai ter uma casa?

Joe deu de ombros, meio desanimado, mas sorrindo. —Se conseguir, o nome dele é Ray.

~ # ~

—Pelos céus, Lucas! Quantas vezes vou ter que dizer, não me assuste desse jeito! - Cris reclamou pela milésima vez desde que entraram no carro de Michael. —Lucas, eu não sei de onde você tira esses surtos repentinos, mas aprenda a conversar antes de tomar alguma atitude louca. A rua é perigosa, sair correndo de um hospital, um hospital! Meu deus!

Lucas apenas se mantinha com os olhos fixos na rua.

Ele ouviu quando Michael riu baixinho e Cris suspirou, cansado.

—Já passei muitas vezes por isso com Set. Seu noivo também não era fácil, Cris.

—Eu só queria achar o Joe… - O pequeno resmungou, seu plano inicial era fugir de todos e ir sozinho, mas ele não contava com a interferência de um dos médicos que o segurou até que Michael o alcançasse. Depois disso Cris o achou também e começou todo seu discurso novamente. —Eu prometi pra ele…

—Prometeu o que Lucas? - O menino encarou os mais velhos, a essa altura Michael já tinha parado o carro perto do parque que Lucas havia indicado mais cedo em meio a sua pirraça para vir atrás do amigo.

—Prometi pro Joe que acharia o Ray. Aí…

—Aí? - Dessa vez foi o pai de set quem Indagou.

—Aí ele poderia voltar a ser feliz. - O pequeno murmurou, causando um estranho silencio entre os três. —Joe fugiu dos pais para encontrar o Ray, mas ele não achou e também não voltou para casa. Ele está triste. Mas agora eu achei o Ray. Entende?

—Sim, Lucas… - Cris abriu a porta do carro e olhou para o céu. —Ray teve que ficar quase dois anos fora da cidade, fazendo tratamento psicológico, nós mal conseguíamos falar direito com ele, tudo o que sabíamos era o que os médicos diziam de seu avanço, foi complicado, quando voltou para essa cidade ainda estava um pouco abalado e descobriu que Joe havia fugido, ele tinha começado a procurá-lo quando… - Cris parou por um instante e respirou fundo. —Tem certeza que sabe onde ele está?

—Sim, ele é meu amigo, eu sei.

Os dois adultos se entreolharam, por um minuto, o pequeno captou uma leve tensão no ar, mas, por fim, os dois pareceram se decidir e saíram do carro.

Lucas não pôde se conter de felicidade e rapidamente pulou para fora.

~ # ~

Lucas mantinha seus passinhos confiantes, sendo seguido de perto pelos dois adultos, eles adentraram o parque e rapidamente passaram pelas crianças e brinquedos.

Uma passarela não muito longa unia o lugar a uma das principais praças da cidade.

Cris segurou a mão de Lucas quando teve que atravessar a passarela, o loiro parecia um pouco assustado com a altura e o pequeno se aproximou um pouco mais, na tentativa de acalmar o mais velho.

—Tudo bem Cris. - Lucas sussurrou para o loiro, que sorriu docemente e o pegou no colo. O pequeno gostava da sensação de ser protegido por alguém, gostava de poder passar confiança as pessoas e gostava dos abraços que recebia, eram todos tão sinceros e doces. —O Joe vai ficar feliz em ver o Ray! - Cris sorriu e assentiu.

Quando chegaram a praça, Lucas logo apontou para uma parte mais distante e vazia, ao lado de um chafariz que parecia ter secado. Ambos os mais velhos aceleraram o passo.

A praça era tranquila, estava meio vazia, mas era o mais comum em dia de semana. As únicas entradas eram a pé, tanto o parque como essa extensão, foi criado dentro de uma reserva ecológica e os automóveis não conseguiam entrar. Era uma forma de manter a segurança das pessoas e do ambiente.

A praça era bela, com bancos, mesinhas, árvores que proporcionavam sombras frescas no verão e muita beleza na primavera, algumas sorveterias, cafeterias, docerias e lojas de conveniência também se encontravam, mas em menor quantidade e muito mais simples do que as grandes lojas do centro da cidade.

Lucas havia vindo nesse lugar poucas vezes e todas foram com Joe.

—Estamos quase! -Ele anunciou quando se aproximaram do chafariz, o menino sabia que o amigo gostava da sensação de ter um ponto fixo para ficar, então sempre era fácil acha-lo. Seus olhinhos passaram do chafariz para todo o redor. Joe só ia para as grandes avenidas à tarde e de manhã sempre ficava pela praça.

—Está vendo ele? -Michael indagou, fechando o zíper da jaqueta. Lucas fez um pequeno bico, estava cedo demais para cobrarem agilidade, ainda assim ele voltou a procurar, olhando para perto de uma das lojas, bem em frente um delas ele viu quando um homem gordinho e meio careca entregando alguma coisa a um jovenzinho que Lucas identificou na hora.

—JOE! - Ele gritou sem pensar duas vezes, assustando tanto Cris e Michael, quanto o homem e Joe. -Achei! - Cris rapidamente começou a caminhar na direção dos outros, e Lucas se sentia tão ansioso que mal conseguiu ficar parado. —Achei! Achei!

Quando chegaram perto, Cris colocou Lucas no chão e começou a fitar Joe. O pequeno não se importou e logo correu para abraçar o amigo.

—Lucas? - Lucas somente sabia sorrir, o homem gordinho encarou os outros em dúvida, mas decidiu se afastar.

Michael logo tomou frente:

—Joe? Meu Deus é mesmo você… - Ele parecia um tanto emocionado. —Se lembra de mim? Sou eu Michael, pai do Juan. Nós estávamos te procurando.

—E... Eu – A essa altura Joe estava encarando os outros de modo estranho e chocado.

Michael rapidamente pegou um papel dobrado em um dos bolsos, o desdobrou rapidamente e entregou ao mais novo, Lucas aproveitou o momento para ver também.

Era uma foto simples, todos estavam sentados em um campo de futebol, Juan estava com os braços em volta do ombro de Ray, o moreno estava mais sorridente que nunca, abraçando o corpo de Ray estava Joe, ele estava todo arrumadinho e devia ser mais novo, Set também estava na foto, ele e Júlia sorriam um para o outro e Cris estava deitado no colo do ruivo.

—Ainda se lembra, não é mesmo? Esses são meus filhos, dois deles são meus sobrinhos na verdade, mas eu os criei depois que minha irmã faleceu em um acidente. E aqui está o Cris, o Ray e você.

—Se lembra disso Joe? - Cris perguntou, chamando a atenção de todos. O menino, que até então estava em silêncio, começou a soluçar e a deixar as lágrimas caírem, ele encarou todos ao redor e timidamente assentiu. —Viemos te levar para casa Joe, com seu irmão e sua família.


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