POV Meiko

Cheguei lá e percebi que havia muitas pessoas para todos os lados, novamente a escola inteira estava lá, acredito que esse clube seja o mais movimentado. Olhei para o palco e vi que a Sweet Ann estava cantando uma música, não pera, preciso concertar isso, ela estava sendo a perfeição em forma de voz lá em cima, não estou brincando, ela tem a voz mais perfeita nesse mundo! Alguém me segura, acho que virei fã dessa garota, só não contem a ela.

– Vocês vão cantar? – Perguntei a Lola, Miriam e a Clara.

– Sim, todas nós vamos cantar hoje. – Disse Lola.

– Uau, nem acredito, estou louca pra ver... Vai cantar o que Clarinha? – Perguntei a Clara.

– Uma música que eu e o Bruno escrevemos, nós vamos cantar juntos.

– Aiiin, que legal! Estou louca pra ouvir. – Eu disse e ela riu.

– Mei-chan o Kaitito arrumou uma bolsa? – Clara perguntou olhando pra mim com uma cara divertida.

– Bolsa? Do que você ta falando? – Perguntei e ela apontou para o canto onde estava o Kaito, Luka e a Miku que estava quase pendurada no braço dele, sério se se você conseguir imaginar um pouco, ela estava parecendo àquelas crianças naqueles brinquedos de se pendurar, daqueles parquinhos de areia, juro que estava muito engraçado.

– Vocês são maldosas, não está vendo que a menina está fazendo exercício para ver se ganha altura? – Disse Lola tentado segurar o riso.

– Alguém avisa a ela, que com a idade que ela tem, ela não vai crescer mais não, pode ser que 1 cm ela consiga, mas mais que isso acho difícil. – Disse Miriam rindo, o que causou todas nós pararmos e olharmos para ela assustadas... Essa garota realmente estava fazendo graça, ou eu estava sonhando, se bem que no final da frase veio algo meio científico que nem havia necessidade na frase, mas ainda assim é estranho.

– Mei-chan, preciso da sua ajuda, agora! – E então eu fui arrastada pra longe das meninas por um cara alto, muito alto... Vocês já devem imaginar quem é o desesperado, né?

– O que você quer? – Perguntei assim que paramos um pouco distante do povo.

– Acha que eu poderia tentar uma aproximação com a Luka hoje? – Ele me perguntou sorrindo.

Olhei para onde ela estava conversando com a Miku e o Kaito, ela tinha o livro com as letras das músicas na mão, aquelas que eles já tinham o instrumental, ela parecia estar procurando uma música para cantar.

– Acho que sim Gaku, se ela estiver procurando uma música para cantar, acho que seria legal você dizer que também está querendo cantar, mas que queria cantar com alguém e que está em dúvida sobre qual música escolher, aí você pergunta a ela se vocês poderiam cantar juntos, acho que ela irá aceitar. – Eu expliquei calmamente para ele.

– Pode ser que dê certo! Vou lá agora... Não, você vai comigo!

– Ah Não! De novo não, nem pensar, acabei de te dar até as suas falas, você quer que eu faça mais o que? Fale por você? – Coloquei as mãos na cintura, affeee ele não sabe fazer nada sozinho, ninguém merece!

– Não, mas é pra você me dar apoio moral, sabe se tiver mais gente por perto, corre menos risco de eu levar alguns tapas dela.

– Se você não for espancado por ela, será por mim, então é melhor você ir lá agora! – Eu apontei na direção em que ela estava e ele suspirou e pareceu desistir, mas quando eu achei que ele realmente ia lá sozinho, ele saiu me arrastando novamente com ele... Eu já mencionei que ele é alto e forte? Pois é, eu não consigo parar ele de me arrastar, talvez só se meus pés criassem raiz.

Eu reclamava enquanto ele me arrastava, mas quando vi, já estava no meio da rodinha que eles haviam feito, a Luka estava com uma cara séria me olhando, eu tenho medo daquele olhar estoico dela, vi a Miku apertar os braços dela no braço do Kaito, levantei minha sobrancelha para ela e fiquei ao lado do Gakupo que me olhava com cara de quem estava segurando o riso, estava super desconcertada, mas ok.

– Então... – Eu comecei sem graça. – Você está olhando as músicas? – Perguntei a Luka.

– Sim. – Ela respondeu de forma seca. A resposta dela foi ótima, fiquei com uma vontade de conversar com ela pela eternidade, nós teríamos altos papos, porque essa garota é extremamente falante, olha que maravilha!

– Err... Será que poderia deixar a gente dar uma olhadinha rápida? – Eu perguntei novamente.

– Você canta? – Ela perguntou para mim.

– Não, estou ajudando aqui o meu amigo, porque ele está em dúvida sobre a música que ele vai cantar. – Eu disse e ela mudou o olhar dela para o Gakupo. Eu dei um chute no pé do Gakupo para ele lembrar que tem língua e dizer alguma coisa.

– Pelo visto você também está em dúvida não é? – Ele disse e ela fez uma leve careta.

– Sim, não consigo encontrar uma música. – Pelo menos ela falou um pouco mais agora.

Eu olhei para o Gakupo esperando que ele falasse mais alguma coisa, mas ele ficou em silêncio, então ela desviou o olhar dele e voltou a olhar para o livro de música. Eu puxei a ponta do cabelo dele que, aliás, vinha até a cintura dele, ele olhou pra mim e eu fiz um movimento com olhos indicando que era para ele fazer alguma coisa, mas ele levantou levemente os ombros, eu suspirei.

– Então... – Disse tentando chamar a atenção dela para mim. - Se vocês dois estão em dúvida porque não tentam cantar juntos? Escolham uma música que os dois conheçam, tenho certeza que irá ficar bem legal. – Eu disse sorrindo e ela me deu um olhar sério e em seguida olhou para o Gakupo.

– Não sei se nossas vozes combinam. – Ela disse estoica.

– Olha, eu acho que vale a pena vocês tentarem... É a minha opinião. – Eu disse.

Aí então o Gakupo passou por mim e se aproximou dela e pareceu que estava olhando o livro.

– O que acha de cantarmos essa aqui... Ele apontou para uma página específica do livro. – O olhar dela pareceu se suavizar.

– Eu gosto dessa música e eu já tentei cantar ela, acho que seria interessante, nunca tinha pensado em cantá-la em dupla, mas acho que será inovador. – Ela fez um movimento com a boca, eu não posso afirmar com toda certeza, mas acho que aquilo era um sorriso.

Eles se afastaram um pouco para pelo menos darem uma passada inicial na música... Gente, estou explodindo de felicidade aqui, consegui fazer aqueles dois pelo menos conversarem à sós, se o Gakupo estragar tudo falando alguma idiotice eu juro que desisto de tudo e mando ele tomar no cú, porque puta que pariu, aquela garota é muito difícil, seu eu fosse um cara, já teria desistido dela há muito tempo.

– Quando a Lola me disse que iria conseguir fazer você sair do quarto eu cheguei a duvidar, mas pelo visto ela conseguiu mesmo. – Kaito disse e eu olhei para ele pela primeira vez desde que tinha “entrado” (leia-se invadido) no grupo.

– Ela tem uns métodos incríveis para conseguir as coisas, aliás, várias pessoas aqui nesse colégio têm. – Sim, eu estava falando do Gakupo, acho que ele e a Lola fizeram o mesmo curso de “como fazer uma pessoa fazer o que você quer”.

Ouvi o nome do Kaito ser chamado pelo grupinho dos meninos, olhamos para o lado e o Kaito suspirou.

– Só um segundo, que eles estão me enchendo o raio do saco já faz um tempo, eu vou lá ver o que eles querem. – Kaito disse e saiu para onde estava o Kiyoteru e mais alguns carinhas.

Ótimo, ficamos eu e a maria-chiquinha ambulante, uma olhando para a cara da outra sem saber o que dizer... Quer dizer eu estava olhando para ela sem saber o que dizer, ela estava me encarando com olhar de “vou te matar”... Véi, estou começando a pegar uma antipatia absurda por essa garota, está chegando a um ponto que vai ficar difícil controlar. Se eu estivesse fazendo algo contra ela, tudo bem, mas não estou fazendo nada! Mal conversei com ela!

– Eu sei o que você está fazendo. – Ela disse e olhou para mim com o olhar de acusação.

– O que eu estou fazendo garota? Ficou maluca, não fiz nada!

– Você está tentando me impedir de ficar com o Kaito-kun, mas você não vai conseguir! - Ela disse com raiva, porém num tom de voz repreensível. – Eu vou ficar com ele, porque ele e eu formamos um lindo casal, a gente combina em tudo! Até nossas vozes são lindas juntas, nós somos perfeitos. – Ela disse e os olhos dela brilharam.

– Ah é isso? Olha aqui, eu não estou impedindo ninguém de ficar com ninguém... Se você quiser ficar com ele que fique, faça bom aproveito, eu não ligo!

– Você diz isso, mas você é a única a ficar correndo atrás dele o tempo todo!

– Eu não corro atrás dele... Olha, vamos encerrar essa discussão sem fundamento. – Eu dizia com a voz extremamente calma, mas não era só fachada, eu realmente estava calma, ela era só uma garotinha apaixonada que achava que eu era o entrave. – Só saiba que eu não estou correndo atrás de ninguém, se eu realmente quisesse ficar com ele, nós já estaríamos juntos há muito tempo, isso só não aconteceu porque eu não quis, então fica na tua, continue tentando, uma hora você consegue. – Eu saí e deixei-a com um olhar de ódio absurdo, mas eu não vim aqui para me estressar e não vou!

Estava voltando para onde o povo estava, mas no meio do caminho eu vi a Rin e a Gumi, as duas sorriram para mim e fizeram um gesto com a mão para que eu fosse até elas.

– Oi meninas. – Eu disse assim que me aproximei.

– Meu Deus! Qual foi a mágica que você usou no meu irmão que ele conseguiu ir lá e falar com a Megurine-san? – Gumi disse e eu ri um pouco.

– Nada demais, só dei umas dicas a ele. – Eu disse e dei uma piscadela para elas que riram.

– Meiko-chan será que você poderia nos ajudar? – Rin perguntou.

– Ai, não gente! Se for pra ser cupido de novo, não vou ajudar não, esse negócio cansa. – Eu disse e elas riram ainda mais.

– Não, não é isso... É que a gente quer cantar uma música, mas precisamos de uma harmonia, só que está difícil ninguém quer ajudar!

– Harmonia? – Perguntei desconfiada.

– Sim, sabe o que é? É aquela voz de fundo. – Gumi começou a me explicar.

– Sim, sei o que é.

– Você sabe? Então você entende de música? – Perguntou Rin.

– Mais ou menos... Eu posso fazer a harmonia escondida no palco, ou aqui do chão mesmo? – Eu perguntei e elas me olharam de forma estranha.

– Ahnn... Acho que sim, você não precisa aparecer se não quiser. – Disse Gumi.

– Ok, aceito ser a harmonia de vocês, qual música vocês vão cantar?

– Chemical Emotion. – Disse Rin.

Nós ficamos um tempo passando algumas partes da música, mas não demorou muito, porque eu era só a harmonia e não tinha tantas partes que precisavam de mim.

– Brigada Meiko-chan, a música vai ficar incrível. – Disse Gumi e eu sorri para ela.

– Você deveria ter entrado no coral, sua voz é boa. – Putz deu pra ouvir? Ainda bem que não vou aparecer.

– Não, minha voz é estranha, mas eu estou feliz em poder ajudá-las. – Eu disse e logo me despedi delas e fui até o grupinho.

Quando cheguei lá, só estava o Leon, Bruno e Clara. Olhei para os lados para ver se encontrava as outras duas, mas nada.

– Cadê as meninas? – Perguntei.

– Estão subindo no palco agora. – Leon disse e eu me virei para ver as duas se arrumando lá em cima.

O Instrumental da música começou a ser tocada e elas começaram a cantar juntas, era uma música meio lenta, mas com batidas, as vozes delas eram boas, se misturavam bem, a Lola tinha uma voz mais grave e estava fazendo a base, a Miriam fazia o vocal principal, a música era fantástica.

– Que música é essa que elas estão cantando? – Perguntei

– É uma música que elas escreveram recentemente. – Leon disse.

Elas estavam cantando muito bem, o pessoal começou a dançar na pista, a música era ótima para isso, pois era baladinha.

– Gente, alguém aqui trouxe um banquinho? – Clara perguntou e nós olhamos para ela com enormes pontos de interrogação na cabeça.

– Pra que banco criatura? – Perguntei.

– Pra dar pra menina ali, ela ta precisando. – Ela disse e apontou para onde estava o Kaito e a Miku, eles estavam se beijando, porém estavam em uma posição estranha já que a Miku era muito mais baixa que o Kaito, ele estava praticamente abaixado. Era engraçado de se ver.

Nós começamos a rir... Eu senti algo estranho, não sei o que é, mas é algo estranho em meu peito, resolvi ignorar e continuar rindo, porque rir é bom e esse sentimento não parece ser legal.

Não sei se foi o barulho dos nossos risos, mas logo que eles começaram a se beijar o Kaito resolveu interromper o beijo, ele olhou para a Miku com uma cara estranha, e começaram a conversar. Nós paramos de rir e fizemos cara de paisagem.

– E essa foi a música que nós duas criamos chamada Existence. – Lola disse e todos nós ouvimos vários aplausos e gritos... Tá, os gritos eram nossos.

Elas desceram do palco e o Gakupo e a Luka subiram e pegaram os microfones... Emoção aqui gente, até eu estou nervosa por ele... Sabe como é, eles crescem tão rápido!

Um instrumental lindo de piano pode ser ouvido, me arrepiei juro! Depois de um tempo a Luka começou a cantar os primeiros versos da música... Eu tenho que admitir a voz dela é bonita e muito boa! Quando o Gaku começou a cantar eu adorei, a voz dele é incrível, mas o momento TOP foi mesmo o momento em que eles cantaram juntos... As vozes combinaram PERFEITAMENTE! Ficou lindo, a música ficou perfeitamente linda.

– Obrigada, nós cantamos Last Night, Good Night. – Todos aplaudiram, eu estava quase com lágrimas nos olhos... Bem, a letra da música é bem tocante né, e eu vou ter que admitir agora, aquela ceninha lá do Kaito não foi legal... Meiko! Esquece isso agora! Esquece, esquece, esqueeeeece!! Pronto Esqueci... Por quanto tempo eu não sei, mas vou tentar não pensar mais nisso.

Subiu outra pessoa lá pra cantar, mas nós estávamos conversando com as cantoras do nosso grupo.

– Ficou linda, adorei a música de vocês! – Eu disse empolgada e elas sorriram e agradeceram.

Depois de todos terem dado os parabéns para elas e a Miriam estar mais vermelha que um tomate por causa disso, a Clara resolveu contar as novidades.

– Aiii você perderam! A Garota das maria-chiquinhas beijou o Kaitito! Quer dizer... ela estava quase fazendo ele virar um corcunda, mas ainda assim ela beijou ele!

Adoro quando eu quero esquecer um assunto e vem alguém e me faz lembrar justamente DESSE assunto... Essas pessoas são maravilhosas!

– O que??!! – Lola gritou. – Cadê aquele filho da mãe? Traz ele aqui agora, que vou partir a cara dele, como ele ousa ficar com alguém que não seja a Mei-Mei?

– Oi? O que tem eu? – Disse com cara de desentendida.

– Ah não se preocupe eu vou fazer ele se arrepender, fique tranquila. – Ela disse dando tapinhas no meu ombro.

– Não Lola... Não tem problema, o Kaito vai ficar com quem ele quiser, nós não temos nada. – Eu expliquei calmamente e ela me olhou de um jeito estranho.

Ai que belas palavras... Só me dê um minutinho para eu acreditar nelas e eu já volto... Eu não estou acreditando que depois daquela conversa ridícula com a Maria-chiquinha e depois de ver eles se beijando, eu percebo que eu... Não, não percebi nada, não sei de nada, não vi nada e principalmente não SINTO nada!

Vi o Len se aproximando de nós.

– Meiko-chan a Rin e a Gumi estão pedindo pra você ir lá conversar com elas. – Ele disse calmamente e eu assenti com a cabeça.

Dei uma desculpa qualquer e fui seguindo ele até onde a irmã dele e a Gumi estavam, elas pareciam animadas. Gumi me entregou um microfone... Havia tanto tempo que não pegava um na mão, nem lembro a última vez... Elas disseram que se eu ficasse em baixo no palco num cantinho que havia lá, ninguém iria me ver... Ainda bem que elas aceitaram sem questionar sobre o motivo de não querer aparecer lá em cima.

Rin deu um abraço em seu irmão e pediu que ele a desejasse boa sorte, ele sorriu dando o abraço e um beijo em sua bochecha. Acho esses dois super fofos! Ok, concentração.

As meninas subiram no palco e logo a música começou, era uma música super agitada e ótima pra dançar, isso me deixava mais tranquila, pois se a música fosse lenta a atenção se focaria ainda mais nas vozes.

Elas começaram a cantar, minha parte foi se aproximando, comecei a sentir minhas mãos suarem, meu coração disparou, engoli a seco várias vezes, mas quando chegou a hora de cantar, minha voz inicialmente não quis sair, juro que tentei. Comecei a sentir um pequeno terror interno, minhas mãos ficaram geladas, eu sentia uma sensação estranha no estômago, precisava me concentrar, estava em pânico! Gumi olhou para minha direção preocupada, fiz um sinal para ela de que não era pra se preocupar que iria conseguir na segunda tentativa, enquanto a música ia sendo tocada e cantada pelas meninas, fui tentando me acalmar, lembrei-me de uma professora que tive, ela me ensinou uma vez uma técnica de respiração, segundo ela toda vez que me sentisse assim bastava respirar e expirar calmamente que eu iria conseguir me acalmar, foi exatamente o que fiz e fui me acalmando aos poucos. Quando chegou novamente a minha parte da harmonia me concentrei e... Consegui! A voz saiu tranquila e com isso eu também fiquei um pouco tranquila, enfim foi um alívio, as meninas pareceram respirar aliviadas no palco também... O restante da melodia foi um pouco mais tranquilo, eu ainda estava nervosa, mas pelo menos estava conseguindo cantar e manter minha voz.

Se fosse qualquer outra pessoa pedindo para eu fazer a harmonia iria mandar ir para o inferno, nunca iria passar por um sofrimento desses por nada. É péssimo cantar... Não que eu não goste, eu adoro cantar, mas não na frente de tanta gente, não com pessoas me ouvindo. Vozes estranhas até servem para fundo, mas não para vocal... Ninguém suportaria me ouvir cantar, acho que os vidros da escola quebrariam se eu tentasse.

Quando terminaram elas disseram o nome da música e todos aplaudiram, elas desceram e se encontraram comigo.

– Meiko-chan, aconteceu alguma coisa? – Rin perguntou parecendo preocupada.

– Não, eu só esqueci que era para começar ali, então me atentei mais na segunda parte. – Eu tentei disfarçar.

– Quando olhei para você estava pálida, tem certeza que era só isso? – Gumi me questionou.

– Sim, foi sim... – Eu disse e elas sorriram.

– Acho que fomos muito bem... Você podia cantar com a gente. – Disse Gumi animada.

– Acho que não, estragaria as músicas, harmonia até que vai, ninguém precisa de voz pra fazer harmonia, mas cantar sim!

– Você que pensa, quem tem voz pra harmonia também consegue cantar e você não estragaria nada, você tem uma voz bonita! – disse Rin.

– Brigada meninas, mas eu não acho que eu leve jeito pra isso. – Eu disse e ficamos conversando por um tempinho até que eu resolvi me despedir e voltei pra onde o meu amado grupinho estava.

– Ai gente toda vez que eu saio alguém some, o Bruno e a Clarinha foram cantar, não é? – Perguntei aos outros assim que cheguei.

– Sim, eles já estão lá. – Disse Miriam apontando para o palco.

– Super animada aqui pra ouvir essa música deles! – Disse sorrindo.

– Nem me fale!! Se quando terminar eu ainda tiver unhas, será ótimo. – Disse Lola com as unhas na boca. – Eles falaram tanto dessa música que estou até com medo por eles.

Os dois subiram no palco e a música começou a tocar, a música era toda em español então muitos de nós ficamos sem entender algumas partes, mas a Lola traduzia pra gente essas partes, a música tinha uma letra muito bonitinha, achei a cara deles, fora que eles estavam cantando tão bem, as vozes deles eram perfeitas juntas, criava uma harmonia incrível.

– Essa foi uma música escrita por nós, ela se chama “Juntos Tu y Yo”. – Bruno disse ao microfone e ao som de aplausos e gritos (novamente éramos nós que estávamos gritando) eles desceram e vieram em nossa direção.

– Aiiinnn Clarinha!! Ficou lindo, mágico, magnífico, perfeito, maravilhoso, estou babando até agora, nem tenho mais o que dizer, ficou simplesmente... Aiiii não sei... Eu adoreeeei!! – A Lola tinha dado um ataque de fan girl, ela pulou na Clara para abraça-la que só riu e agradeceu.

– Vocês dois arrebentaram! Cantam muito bem, eu adorei a música de vocês, ficou incrível! Parabéns. – Eu disse e dei um abraço na Clara e depois no Bruno.

Olhei para o lado e vi a Haku andando despreocupadamente, observando as pessoas.

– Haku! – Gritei e ela caminhou para nós.

– Oi gente. – Ela disse sorrindo um pouco.

– Você não está bêbada? – Perguntou o Leon estranhando a atitude tranquila dela.

– Não.

– O que aconteceu? Você está bem? – Tornou a perguntar Leon e a Lola começou a colocar a mão no rosto dela para ver se estava com febre ou coisa assim.

– Estou, é porque meu sakê acabou, estou esperando a próxima remessa chegar, mas enquanto isso não tenho o que beber. – Ela disse um pouco chateada.

– Eu ainda tenho um pouco lá em cima, se quiser te dou um pouco. – Eu disse.

– Não, obrigada... Prefiro esperar a minha remessa chegar, às vezes é bom ficar uns dias sem beber, pra desintoxicar o organismo, a Asaka-san que me disse – Ela disse calmamente.

– Asaka-san é a enfermeira né? – Perguntou Miriam e Haku assentiu.

– Você é uma pessoa completamente diferente quando não está bêbada. – Falei e ela sorriu.

– Sim, mais responsável e sensata. – Disse Miriam.

Ficamos mais um tempinho curtindo as músicas, quando a Sweet Ann subiu novamente no palco e encerrou as apresentações, agradecendo a todos, ela marcou a data para o próximo encontro deles, que seria para falar sobre a tal festa de primavera e seria só para os membros do clube, assim o povo foi se dispersando e indo cada um para seu quarto, se dividindo entre os dormitórios masculinos e femininos.

Ao final foi realmente muito legal essa noite, a não ser por alguns acontecimentos, mas de uma maneira geral foi bem tranquilo e divertido... Eu não quero lembrar, já disse... Para! Não vou falar sobre isso... Mais uma semana chata vai começar, preciso ter forças pra aguentar esse porre.

Cheguei ao meu quarto e o Kaito ainda não estava lá, depois daquela parada do beijo envergado, eu não o vi mais... Aiinnn não quero pensar naquilo, que merda! Vou ficar na minha, eu tenho que esquecer aquilo, esquecer o sentimento, esquecer TUDO! Eu não sinto NADA, como eu disse antes, então é melhor ignorar o sentimento.

Eu ia tomar banho antes de dormir, mas como eu estava com preguiça, resolvi deixar pra tomar banho amanhã antes de ir para a aula. Então arrumei minha cama, mas antes resolvi assistir televisão, como já disse, assistir televisão na cama do Kaito é melhor porque a minha fica distante, então eu fui deitar na cama dele, não estava com tanto sono, então daria pra esperar ele chegar.