Atlanta escrita por Luna Collins


Capítulo 3
Capítulo Dois




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Era segunda de manhã e os trabalhos no CDC não paravam. Os cientistas novatos não sabiam de onde surgiam determinados problemas, pois as vezes era complicado. Mas com tempo e prática iriam aprendendo. O CDC era enorme, como um prédio anexo do Governo, bem ali ao lado. Havia vários tipos de setores para avaliar os mais diversificados casos de doenças, vírus e bactérias. Jeremy Lincoln era o chefe de um dos setores, tinha 45 anos e bastante experiência. Pois, mesmo antes daquela equipe de cientistas ser criada, ele já estudava bastante sobre isso e havia até trabalhado em alguns hospitais, nos laboratórios. Ele era um homem charmoso, com cabelos grisalhos e um olhar chamativo. Mas era um homem sério, sua esposa Fayne, era arquiteta. O homem nunca deixou de se dedicar a sua paixão que era os estudos científicos, e quando viu a ficha de Grace Hirschfelder logo se encantou. Grace nunca o decepcionou, sua inteligência era surpreendente. Era como o braço direito do líder que era ele.

Naquela manhã, Jeremy estava ajudando Mary Cousin, uma cientista que no momento estava avaliando tecidos infectados. Naquele setor tratavam-se de descobrir a causa de determinadas doenças, infecções e etc.

―Esta é uma pequena amostra de um tecido humano. ―falava Jeremy.

―Que pelo que posso ver está infectado. ―completou Mary.

―Exatamente, Srta Cousin. ―ele rodeava a garota, enquanto ela observava atentamente ao pequeno objeto visto pelo microscópio. ―Já sabe do que se trata?

―Hum... ―ela contraiu os lábios, encontrando as respostas em sua mente. ― Me parece um líquen simples crônico.

―Quase isso, mas este está muito mais deteriorado. ―Ele a estava treinando para as análises.

―Significa que é um estágio mais avançado. ―ela sorriu de canto, satisfeita.

―Óbviamente. ―sorriu o homem. ―Qual seria a idade destes ferimentos?

―Uns dois anos, pelo que me parece... ou três. ―ela voltava a olhar o microscópio. ―Pela textura da pele que esta bem desgastada e a cor que ela ficou com o tempo.

O homem a rodeou mais uma vez. E agora ficou em frente a mesa em que ela estava.

―Agora diga-me, Srta Cousin. Qual sua suposição para a freqüência dos sintomas.

―Todos os dias regularmente em um período de tempo certo,durante estes três anos. ―ela falava pausadamente para formular a resposta correta.

―Ótimo. ―bradou Jeremy. ― Agora quero que analise mais um pouco para mim este tecido, e escreva um relatório sobre o que falamos agora e coloque mais alguns pontos, como por exemplo, qual o tratamento correta para a cura completa do tecido e a eficácia do tal medicamento usado.

Mary assentiu e o homem deixou-a trabalhar. Jeremy entrou em seu escritório e quando viu a folha de ponto de todos os cientistas dali daquele setor, sentiu a falta de Grace. Cada um possuía escalas de trabalhos diferentes. Havia até aqueles que pegavam turno na madrugada. O CDC não parava, eram 24 horas de funcionamento e tinha rodízio entre os cientistas. Grace não tinha horário certo, mas sempre marcava seus horários e relatório de análises feitas no dia. Quando se tratava de emergência, a garota também ia em horários incertos. Jeremy já ligou para ela durante a madrugada para pedir que ela viesse olhar a causa de tal doença em uma ocasião.

Jeremy pegou o telefone e ligou no ramal da recepção do setor.

―Setor de análises, bom dia. ―falou uma voz feminina.

―Ligue-me com Grace Hirschfelder. ―ordenou o homem.

―Nome?

―Jeremy Lincoln, chefe do setor de análises.

―Um momento, por favor. ― a recepcionista do outro lado digitava em seu teclado buscando as informações da garota. ― Transferindo. ―ela respondeu, e Jeremy escutou uma musiquinha. A ligação retornou para a recepcionista. ―Ela não está em sua mesa, Sr Lincoln.

Jeremy ficou um pouco irritado. Contraiu os lábios e bateu levemente com o pulso fechado na mesa. “Odeio quando ela chega atrasada”. Pensou ele.

―Verifique a ponto dela de hoje. ―pediu o homem com a voz um pouco mais autoritária.

―Mais um momento. ―pediu a recepcionista. Mais uma vez ouvia-se o barulho das teclas através do telefone. ―Bom, ela ainda não chegou, Sr.

Jeremy ia dizer algo, ou praguejar, não se sabe, quando respirou para falar, foi interrompido pela recepcionista.

―Espere ela acaba de chegar.

―Mande-a vir em minha sala agora.

―Tudo bem, Sr Lincoln. ―disse a moça e desligou em seguida.

No saguão da recepção, Grace chegara esbaforida, com os cabelos um pouco bagunçados do vento, e em passos rápidos. Logo foi até a recepção, pois sabia que estava um pouco ferrada naquela manhã.

―Bom dia. ― a garota ofegou um pouco. ―Liberação por favor.

―Cadastro?

―Série 75809000.

―Grace Hirschfelder? ―a mulher levantou seu rosto para indagar.

―Sim.

―O senhor Lincoln quer vê-la na sala dele.

Grace assentiu e deu bom dia para as moças da recepção. Já se encaminhou para a sala de Jeremy sabendo que iria ouvir por causa do atraso. Abriu a porta e o homem estava sentado, tomando nervosamente uma xícara de café. Grace ficou um pouco sem jeito. Enquanto ele ainda não falava, procurava o que dizer para ele. Ele finalmente suspirou.

―Bom dia, senhor. ― ela disse primeiro, agora mais tranqüila. Sabia como lidar com Jeremy.

―Bom dia, Srta Grace. ―ele falou, suspendendo uma das sombrancelhas, esperando que a garota desconfiasse do que se tratava. Ela revirou os olhos.

―Eu sei, eu sei. Peço desculpas senhor. Não dormi muito bem esta noite, e o senhor sabe que sempre cumpro meus horários e relatórios, chegando atrasada ou não.

O homem ficou calado. Rodeou os dedos pela xícara de café e observou a garota.

―Bom, apenas espero que chegue no horário em que estiver escalada. ― ele foi ríspido.

―Sim, senhor. ―Grace se virou e já ia sair quando Jeremy chamou novamente.

―Grace! ―ele chamou e ela virou-se de volta para ele. Olhando-o como se já respondesse prontamente. ―Vou pedir para mudar sua escala.

―Como assim, Jeremy? ―ela franziu a testa.

―Você fez uma boa colocação. É uma excelente analista, sempre cumpre todos os seus relatórios e chega no horário. ― ele se levantou, fitando a janela que dava para a vista da cidade. O prédio do CDC tinha 15 andares amplos.

―O que quer dizer com isso? ― ela olhou sem entender.

―Que você poderá trabalhar no horário em que bem entender, desde cumpra seus relatórios e conclua as análises com excelência.

―Jeremy, isto é ótimo! ―sorriu a garota. ― Eu agradeço a oportunidade.

―Sabia que iria gostar. ―sorriu brevemente o homem. ― Agora volte para seu escritório, e mãos á obra. ―os dois trocaram sorrisos profissionais e Grace saiu da sala de Jeremy. Logo se ajeitando em seu escritório e enfiando-se no closet para vestir o jaleco, colocar luvas e outros acessórios. Chegou no laboratório e aproximou-se de Mary Cousin que a aguardava com uns papéis em mãos.

―Bom dia, Srta Hirschfelder. ― a moça a cumprimentou.

―Ah, bom dia, Mary. ―Grace tomou com delicadeza os papéis das mãos de Mary que entregou, e lia o que tinha escrito ali. ― Bom o que temos pra hoje?

...

Enquanto isso no quartel, Jack colocava sua roupa de corrida. Iria pra mais um treinamento agora. Estavam fazendo os treinamentos regulares mesmo. Para estarem preparados para qualquer coisa a qualquer momento.


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