Atlanta escrita por Luna Collins


Capítulo 4
Capítulo Três




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O sinal tocou. Era hora do recreio. Penny quase não tinha amigas, parecia ser bem antissocial. Fora criada assim, quase sem companhias então não fazia tanta diferença para a menina. Penny estava no segundo ano do colegial. Angelo Cavasin tinha 18 anos e estava prestes a se formar. Haviam várias garotas interessadas nele mas apenas a ruiva que o interessava. Talvez fosse o jeito dela de viver independente de companhias, seu sorriso, seus cabelos avermelhados naturais. Se for olhar as qualidades dela, ela era uma menina de ouro, digamos assim.

―Ela não é linda? ―dizia Angelo para um outro amigo ao seu lado.

Penny lia um livro completamente distraída. Ela se entregava a isso. Viajava na leitura como se estivesse realmente vendo as cenas que se desenrolavam. Angelo observava a garota de longe.

―Vai lá falar com ela, cara! ― insistiu um dos amigos do rapaz.

Ele sorriu e finalmente foi em direção á ela. Sem muito saber o que dizer, aproximou-se dela e se sentou ao lado dela no banco do jardim.

―Oi, Penny.

A ruiva olhou prontamente para o rapaz e logo esboçou um pequeno sorriso.

―Oi, Angelo. ― ela fechou seu livro, marcando a parte em que parou. ―Como você está?

―Muito bem. ― ele suspirou.

―Que ótimo.

―E você?

―Também estou bem. ― respondeu ela. Apoiando o braço no banco para apoiar o rosto. Fitava-o atenciosamente.

―Bom, eu queria chamar você para sair, você aceita?

― Bom... ―Penny ficou sem jeito. ―É que eu não posso...

―Ah, você gosta de outro garoto? ―ele sentiu-se inseguro.

―Não! ― Penny exclamou franzindo a testa. É claro que ela gostava dele. Só que era tímida para admitir também.

―O que foi então? ―ele aproximou suas mãos das mãos dela, que correspondeu.

―Não tenho permissão para namorar. ― ela sorriu tímida.

―Posso conversar com o seu pai primeiro. ―ele gostava muito de Penny, era a garota que mais o havia fascinado naquele colégio. Ela assentiu a proposta dele e continuaram conversando ali durante o recreio.

**

O Supermercado Mantimentos & Cia era mais próximo da casa de Ivne, mas como ela estava fazendo as compras do mês estava no Walmart, juntamente com seu noivo. Ele ia com ela de carro para ajudá-la a levar as compras. A distância do Walmart até a casa dos dois era de aproximadamente dez quarteirões, E a distância do Mantimentos & Cia, era de 3 quarteirões.

Ivne Laurent era uma modelo de 28 anos, trabalhava nesse ramo há cinco anos. Desde pequena sempre amou fotografia, quando tinha 18 anos, fez seu primeiro book fotográfico e se apaixonou por seu fotógrafo Josh, que tinha 23. Chegou a ter um caso com ele. Ele fora o primeiro homem da vida dela e eles tiveram relações sexuais duas vezes. E como ela ainda não tomava pílula e nem havia usado preservativos em nenhuma das duas, ficara louca de preocupação. Ainda não tinha ido ao ginecologista para a médica receitar anticoncepcionais e se fosse, sua mãe iria querer ir junto. Ivne gostava de privacidade então, não tinha jeito. Mas ficou morrendo de medo de engravidar. Depois de um ano ela acabou o namoro com Josh e foi para a casa dos avós em Atlanta, então conheceu Edward Bruce, que hoje tem 30 anos. Se apaixonaram e estão noivos.

― O que devo fazer para o jantar de hoje á noite? ― disse Ivne parada em frente a uma prateleira de macarrão.

―Bom, você escolhe. Cozinha como ninguém. ―disse Edward dando um beijo no rosto da noiva, que sorriu.

Ela tinha aprendido a cozinhar com a mãe, mesmo sendo modelo, sempre gostou de ajudar a mãe na cozinha. Dizia que queria ser prendada para o marido. E enfim aprendeu, hoje em dia fazendo jantares especiais para Edward.

―Ta, eu vou fazer macarrão... ―ela pegou um pacote e jogou no carrinho,que já tinha muitos mantimentos. ―...com molho de... ―ela lançou um olhar de dúvida para o noivo que pensava junto.

―De...

―Ah amor, você escolhe. Todos são muito gostosos. ―ela disse convencida. Edward franziu a testa. ― Não sendo convencida, mas, cá pra nós eu cozinho super bem, não é?— ela riu em seguida. Edward sorriu de canto.

―Claro que sim, minha linda.

―Escolhe: sardinha, bolonhesa ou carbonara?

―Hoje eu quero bolonhesa. ―respondeu ele.

―Tudo bem. ―ela se encaminhou para pegar mais coisas.

Edward empurrava o carrinho apoiado em cima dele e a mulher ia ao lado, olhando o que mais deveria pegar. Ela lembrou-se de que precisava dar uma notícia importante ao noivo, mas havia planejado o momento certo para dizer. Iria fazer um jantar especial para os dois e falaria esta noite. Mas estava tão ansiosa que decidiu falar logo.

―Edward... ―ela começou um pouco ansiosa.

―Fala amor. ―ele respondeu distraído.

―Precisamos conversar. Preciso te contar uma coisa importante. ―ela virou-se para ele, entrelaçando as mãos uma na outra.

―É algo grave? ―ele preocupou-se.

―Não, amor, é algo muito bom. Creio que você vai gostar. ―ela deu um sorrisinho enigmático.

―Fala logo, então.

Ela colocou as mãos em seu ventre com delicadeza, sorriu de canto e voltou seu olhar para Edward que logo entendeu e sorriu de alegria.

―Estou grávida, Edward.

**

Havia uma loja de conveniência dentro mesmo da cidade de Atlanta. Era pra pessoas que precisavam de algo durante a madrugada, pessoas que estavam saindo da cidade para viajar e logo iriam se encher de mantimentos para a viagem, ou pessoas que estavam virando a noite em alguma festa por aí.

―Quarenta e três... quarenta e quatro... ―contava Julio. ―Ei, Alicia! Está faltando um pacote de salgadinhos. ― o rapaz franziu a testa.

Alicia olhou desconfiada e não falou nada por enquanto.

―Eram quarenta e cinco pacotes nesse agrupamento. ―o rapaz levantou-se não muito satisfeito. ―Droga, Consuelo não vai gostar nada disso. ―ele se referia a dona da loja.

―Ei, tem certeza que não está aí? ―a garota finalmente falou, enquanto fazia a contagem de dinheiro no caixa.

―Tenho, já revirei tudo aqui e não achei.

―Será que veio faltando? ―ela fez um ar de quem estava pensando em algo. ―Ou será que você não comeu um deles, hein? ―ela apontou para ele agora mudando sua expressão.

―Está louca! ―Julio ficou indignado. ―Pense comigo: se eu comesse um deles e não quisesse que descobrissem, teria que mentir para Consuelo dizendo que veio faltando e ela checaria a carga que veio da distribuidora.

―Mas é claro que você saberia burlar isto. Há muitos outros modos de inventar algo para dizer que não foi você. ―ela falou finalizando a contagem no caixa.

―Você é uma idiota. ― ele reclamou, logo continuando a arrumar os outros mantimentos.

Um cliente estava comprando ali e logo passou no caixa, Alicia ignorou o comentário do rapaz.

―Deu U$ 9, 55. ―o cliente tirou uma nota e algumas moedas enquanto Alicia passava os produtos. Pagou e logo saiu, os dois continuaram trabalhando.

Julio era irmão mais velho de Alicia Herzog. Os dois tinham deixado os pais em Illinois e vindo para a Geórgia. Alicia sempre foi fascinada com Atlanta, não se sabia o porquê. Eles tinham chegado na cidade há um ano, apenas. Assim que chegaram, foram trabalhar ali. Consuelo era a chefe deles. Julio era um rapaz brincalhão, tinha uma namorada em Atlanta e sempre estava brigando com ela, mas os dois se gostavam. Já Alicia, havia ficado com vários rapazes quando chegara ali. Mesmo assim, não ligava para nada.


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