Atlanta escrita por Luna Collins


Capítulo 2
Capítulo Um




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E lá estavam: Jack Lester, Grace Hirschfelder, Diana Dowt e Larry Silberman. Os quatro quase colegas de trabalho. Jack era soldado de guerra. Grace era auxiliar de análises laboratorias do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, o CDC. Trabalhava para o Governo. Diana Dowt era professora de ciências médicas do CDC e Larry um técnico de computadores que trabalhava em uma grande empresa perto dali. Os quatro tomavam uma cerveja e comiam uma porção de batatas fritas. Era domingo, então eles resolveram tirar pelo menos um dia pra se reunirem e relaxarem com conversas aleatórias, e foi ao domingo porque foi o único dia que conseguiram marcar de se ver.

―Pois é, aí tinha um hotel muito bom por lá, porém eu não consegui reserva. Já estava em outro e não dava tempo de trocar. ― falou Larry sobre sua viagem a Miami. Ele tinha ido lá passar sete dias há algum tempo atrás.

―E você pretende ir lá de novo? ―perguntou Diana.

―Claro. Miami Beach é um paraíso para se descansar, curtir, e tudo mais. ― falou o homem dando um gole em sua cerveja. ― Vocês deviam ir.

―Aliás, devíamos marcar de ir quando estivermos de férias, o que acham? ― Jack se manifestou, dando um sorriso encantador para Grace.

―Seria ótimo. As análises do CDC estão cada vez mais complicadas. Cada dia surgem novos vírus e outras coisas. ―Grace suspirou, e comeu uma batata. Olhou em seu relógio de pulso distraídamente e logo se levantou. ―Bom gente, preciso voltar para casa. Amanhã tenho que trabalhar, não é mesmo?

―Nós temos que trabalhar... ― falou Diana que procurava algo em sua bolsa.

―Bom meus caros, foi um prazer beber com vocês esta noite. ― falou Grace com elegância.

Diana sorriu para a mulher. Grace se despediu de Larry e quando foi abraçar Diana, ela sussurrou em seu ouvido.

―Você e Jack...

―O que tem eu e ele? ― quis saber Grace.

―Estão tendo um caso? ― Diana falou com uma empolgação bastante notável. Achava fofo os dois juntos.

―Diana!

―Ora, vamos lá. Ele é lindo, e outra coisa... é soldado de guerra e vai te salvar se você estiver em perigo. ― ironizou a outra que sorria empolgada.

―Eu e ele somos apenas bons amigos. Como te contei, quando ele se feriu em guerra, cuidei dele no Hospital. E sim, temos tudo para dar certo mas prefiro assim. Penso primeiro no meu trabalho em ajudar a sociedade. ―falou a Grace diplomática.

―Ta bem, eu preciso ir dormir. ― Diana se deu por vencida sobre a idéia de Grace e Jack estarem juntos.

―Boa noite, gente. ― falou Grace sendo acompanhada por Jack.

―Quer que eu te leve? ―perguntou o homem.

―Não, está tudo bem. Vou sozinha, não quero atrasar você. Afinal, precisa estar no batalhão amanhã. ―a garota acariciou o rosto do soldado. Saindo logo em seguida.

Grace Hirschfelder tinha 21 anos. Exercia seu trabalho de análises com excelência. Nunca teve um namorado por opção. Ela era bonita, tinha cabelos loiros quase lisos que lhe caiam aos ombros, e tinha um corpo acentuado, nada de exageros. Nem pra mais, nem pra menos. Sua tia uma ocasião lhe dissera que poderia ser modelo, mas ela amava os estudos e desde pequena quis trabalhar ao lado de cientistas. Não deu outra, quando se formou com 18 anos no Ensino Médio, fez uma prova de seleção para uma faculdade. E como os avaliadores viram que a jovem tinha uma grande inteligência, mandaram sua ficha para o Governo que estava a 5 anos com o CDC, foi trabalhar para o Governo junto com os cientistas como sempre quis.

Jack havia perdido seus pais com 16 anos, e o sonho de sua mãe era vê-lo no exército. Ele gostava muito também, então resolveu seguir carreira. Certa vez em um conflito, ele quase se feriu gravemente, mas para não piorar, foi mandado para o Hospital de Atlanta. Foi cuidado por uma jovem loira que havia sido mandada pelo CDC, a fazer trabalhos voluntários no Hospital. Era Grace. Encantou-se por ela mas acabaram por se tornar apenas amigos, ele pensou que daria mas certo. Mesmo assim, nunca tirou a idéia da cabeça que poderiam ter um relacionamento amoroso um dia, ele era afim dela em segredo.

...

Phillip Blake se remexia entre as cobertas. Finalmente deitou de barriga para cima, fitando o teto. Estava preocupado com alguma coisa. Inquieto. Sua esposa, Sarah Blake estava dormindo um sono profundo ao seu lado. Ele a amava muito e amava demais a sua filha Penny de 16 anos. Ela era uma linda ruiva, Sarah era morena mas talvez havia um gene que na junção do casal deu origem a bela menina. Phillip estava pensando em sua família, em seu trabalho, no futuro, o que poderia acontecer.

Penny estava inquieta, parecia estar tendo algum tipo de sonho ruim, pesadelo. Sua coberta já estava arrastando no chão, e ela franzia a testa, como se estivesse estranhando algum tipo de coisa. Virava-se de um lado pro outro e não conseguia aquietar-se.

― Hum... ―resmungou ela enquanto dormia. ―Pai... Pai... ―ela chamava, parecia ter medo.

Enquanto isso, Phillip levantou-se da cama sem fazer barulho. Não queria acordar sua esposa que estava tendo um sono bom. Ele estava usando apenas calças de moletom, e estava sem camisa. Calçou os chinelos e vestiu uma camisa, abrindo a porta do quarto e indo em direção á cozinha. Ao chegar na sala de jantar, viu um retrato em que estavam, Sarah, Penny e ele. Havia sido há um ano quando Penny passou de ano no colégio, e ele sempre encorajava sua menina. Ela era o amor da vida dele, ao lado de Sarah. Saindo de seus devaneios, Phillip viu-se na cozinha, abriu o armário e pegou um copo, logo depois abriu a geladeira e pegou a jarra de água. Quando a porta da geladeira abria, era na direção da saída no caso. O homem se serviu de um pouco de água, para ver se conseguia se acalmar e dormir. Antes de beber, estava guardando a jarra na geladeira e quando fechou a porta do eletrodoméstico, viu um vulto branco ao lado. Era Penny, que estava usando um pijaminha branco de coraçõezinhos cor-de-rosa e os longos cabelos ruivos um pouco desgrenhados. Ele assustou-se.

―Penny, é você... ― ele suspirou. A menina não disse nada, estava com cara de assustada. E estava pálida. ―O que houve meu amorzinho? ―Phillip disse logo se aproximando da filha e acariciando-lhe suavemente os cabelos.

―Pai... tive um pesadelo... ―ela mal conseguia falar.

―Conte-me mais sobre esse pesadelo. ― pediu o homem, levando-a para sentar-se em uma cadeira.

Penny costumava ter alguns tipos de surto. Não daqueles psicóticos tipo louca, mas era como se tivesse trauma de certa coisa. E quando ela ficava assim, ela se sentia trêmula, ficava pálida, e com medo. Era um tipo de fobia ainda não identificada. Quando aconteceu pela primeira vez, Sarah logo procurou um psicólogo, que receitou remédios para a menina que ainda tinha apenas oito anos. Mas Phillip foi contra a ideia de dar sedativos para a filha, ele conversava com ela, pedia detalhes e tudo mais. Era uma espécie de terapia. A adolescente sentou-se e respirou fundo.

―Sonhei que havia um tipo de guerra.

―E como era esta guerra?

―Entre os vivos, pai... ―ela não completou a frase.

― Ah, querida Penny, sempre haverão guerras, de diferentes tipos e outras características. Você pode ter sonhado porque talvez tenha assistido a algum filme.

―Hum... ―ela exclamou sem saber muito o que dizer.

―Me fale mais da guerra, Penny. O combate era entre quem?

―Os vivos e os mortos. ―a menina deu ênfase na frase, o que deixou Phillip curioso e um pouco assustado. Sentiu um calafrio na espinha e não teve reação para dizer mais nada. Estava assustado assim como havia visto uma Penny parecendo traumatizada na entrada da sala de jantar.


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