Roupa da Emily.

POV Thomas Markinstop

Ela estava magnifica. O silêncio se instalou entre as pessoas que estavam presentes e no local onde estava a orquestra, agora só havia ela e um único foco de luz, só para ela. Emily fecha os olhos, prepara o violino e então toca a primeira nota.

Quase instantaneamente eu reconheço essa música. The Last Goodbye, foi a primeira música que eu escutei ela tocar e foi nesse dia que eu a chamei para sair. Enquanto ela toca com seus olhos fechados, as lembranças tomam conta de mim.

Me lembro dela tocando essa música ao lado do piano, nossas danças, alguns tombos, que se tornaram especiais pois eu estava com ela. Me lembro da primeira vez que a vi, a menina magra, atormentada, mas aquele olhar me conquistou. Emily sempre será a garota do olhar penetrante, a minha garota.

Como ela mudou. Agora ela é determinada, corajosa, sorridente e ver ela assim me faz sorrir. Suas notas são perfeitas e no momento em que desvio a minha atenção, vejo que todos estão encantados com Emily. A música do nosso começo, os meses foram se passando, eu ao lado dela e hoje sei de uma coisa. Não imagino mais sem ela.

As notas vão avançando e as lembranças também. Foram momentos bons, ruins, horas boas e ruins. Mas passamos por tudo e o que ela me faz sentir compensa tudo. Emily me dá forças, me faz sorrir e todos os momentos que eu vivi com ela, não faria isso com mais ninguém. Posso estar parecendo um retardado apaixonado, mas que se dane. Eu a amo.

Quando ela toca a última nota, vejo que ela sorri e finalmente abre os olhos. Todos aplaudem e aplaudem, estão admirados com a sua paixão, com a sua delicadeza com as notas e com a sua ousadia em escolher uma música que não é clássico da música. Mas sim uma música de uma saga de livros, Senhor dos Anéis e O Hobbit.

Ao sessar dos aplausos, eu caminho em sua direção. Delicadamente eu coloco uma mecha atrás de sua orelha, entrelaço a minha mão a dela e a beijo. Um beijo delicado mas que vai se intensificando. Percebo que os aplausos voltaram e sinto meu rosto esquentar, mas é inevitável que um sorriso se forme em meu rosto. Quando nos separamos, vejo que ela também está corada, mas assim como eu sorri.

A festa continua, eu e Emily resolvemos comer alguma coisa. Estávamos nos divertindo cobrindo frutas com chocolate na fonte. Enquanto comemos, um homem se aproxima de nós. Ele aparenta ter uns cinquenta anos, está usando um terno preto e uma camisa púrpura e usa óculos com armação preta.

– Você é aquela moça que estava tocando? - Pergunta o homem para Emily.

– Sou sim, muito prazer me chamo Emily Monroe - Responde ela estendendo a mão - E esse é o meu namorado Thomas.

– Muito prazer - Digo evitando dizer meu sobrenome, que ainda me causa calafrios.

– Muito prazer meu nome é Mathew Blank, Sou o primeiro violinista da orquestra suíça e devo confessar que estou abismado com o seu talento Emily - Diz ele sorrindo - Há quanto tempo toca?

– Desde que eu era pequena. Meu pai me ensinou - Diz Emily enfatizando o fato de seu pai a ter ensinado.

– Agora que estou olhando melhor pra você... sim, o seu pai é Paul Monroe. Estou certo?

– Sim você está - Responde ela.

– Ele havia me falado de você. E agora realmente percebo que você tem muito talento. Gostaria de te oferecer uma oportunidade como minha aprendiz e para participar de nossa orquestra.

Os olhos de Emily brilharam, ela ficou pensativo por um momento. Olhou para mim como se estivesse pedindo a minha opinião e eu apenas assenti.

– Eu aceito - Disse ela com confiança.

– Ótimo, aqui está o meu cartão. Me ligue depois das festas, aproveitem a noite - Disse ele e em seguida saiu.

– Meus parabéns - Digo abraçando ela com força - Você merece, digo isso de coração.

– Que coisa mais louca. De repente uma pessoa vem e me dá uma proposta irrecusável.

– Nós somos bons em loucuras - Digo pra ela e percebo que começa a tocar uma música - Vamos dançar?

– Claro - Diz ela me dando sua mão. Vamos para o meio do salão, onde outras pessoas estavam dançando.

A música que estava tocando era Lost Stars, durante a música eu e Emily dançamos de forma bem espalhada por uma boa parte do salão. Eu a girei, a ergui e a inclinei. Acredito que chegou um momento em que muitas pessoas pararam de dançar e começaram a nos olhar. A próxima música foi Love me Like you Do e por ser uma música mais agitada isso incentivou as pessoas a dançarem.

No final da música, eu inclinei Emily e depositei um beijo em seu pescoço. Imediatamente eu senti seus pelos se arrepiarem e sua pele esquentar. Quando a ergo, dou-lhe um beijo ardente e apaixonado e nós dois ficamos sem fôlego.

Passamos a noite dançando mais um pouco, comemos um pouco mais. Até que chega uma hora que decidimos ir embora. Coloco o casaco nela e entramos no quarto.

– Queria te mostrar uma surpresa - Digo ligando o carro.

– Sério? Bom, é natal. Momentos de surpresas, me mostre.

Começo a dirigir e depois de um tempo, paro em um lugar que Emily rapidamente reconhece.

– Mas aqui não é o prédio do seu apartamento? - Pergunta ela curiosa.

– Sim. Vamos entrar? - Pergunto pra ela.

– Claro - Responde ela.

Entramos no prédio, subimos o elevador até o meu apartamento. Quando paro na frente da porto, seguro na mão dela e digo.

– Eu disse que ficaria pronto em dois meses.

Ao abrir a porta revelo um apartamento que diferente de antes, estava totalmente reformado e mobiliado. A sala estava apenas com a iluminação da árvore de natal e da lareira, criando um ar aconchegante. Havia dois sofás cinzas acolchoados com almofadas estampadas, uma mesa de jantar e uma televisão além de alguns quadros pendurados e a pintura nova nas paredes.

– Nossa. Ficou lindo - Disse Emily admirada.

É aqui que eu quero viver momentos únicos com você. Delicadamente afasto seus cabelos dos ombros e começo a beijar seu pescoço, sentindo ela se arrepiar.