POV Emily Monroe

Hoje é véspera de natal e posso dizer que várias coisas aconteceram nesses meses. Thomas já iniciou o curso de direito em uma faculdade muito boa aqui em Zurich, faz aproximadamente quatro meses que estou morando aqui em casa. A minha rotina mudou um pouco, uma vez por semana tenho que voltar para a clínica para as minhas consultas com a doutora Lauren e uma vez ao mês tenho que refazer os exames para ver como vai o controle da doença.

Apesar de ser um pouco cansativo, não estar mais naquele pequeno quarto com grades nas janelas já compensa tudo. Nossos vizinhos Jason e Lilian nos convidaram para um baile, onde a orquestra de Jason iria tocar. Os convites haviam chegado há duas semanas e finalmente o grande dia chegou. Quando disse a meu pai e a Susanne que eu não iria passar a véspera de natal com eles, que iria para o baile, eles não criticaram, mas pediram para que eu passasse o almoço de natal com ele.

Concordei e não relutei, porém Susanne queria me ajudar a me arrumar para o baile e eu obviamente não recusei. Passamos uns três dias escolhendo vestidos até eu encontrar aquele que eu considerasse o ideal. Quando foi aproximadamente seis e meia, comecei a me arrumar.

Enquanto me arrumava, comecei a pensar nesse ano que se passou. Foi um ano de extremos, comecei ele no extremo desespero, perdendo as esperanças em mim mesma. Mas ao mesmo tempo foi um ano em que eu descobri o que é se apaixonar e amar outra pessoa. Acho que existem vários tipos de amor e esse eu ainda não tinha descoberto até conhecer Thomas, dizem que as pessoas tem que se apaixonar várias vezes até encontrar as pessoas certas, mas agora eu sei que não preciso tentar me apaixonar por outras pessoas, pois sei que ninguém me faria esquecer Thomas.

Tentei ousar mais na minha roupa, pois eu sinto que estou em um momento de desabrochar e que estou vivendo um bom momento para mudanças. E quando me olho no espelho acredito que consegui o meu objetivo.

Quando estou vestindo o meu casaco para esperar por Thomas, meu pai chega com o meu violino em mãos.

– Você está linda minha menina, maravilhosa. Mas falta uma coisa pra completar - Ele diz me entregando o violino - Quero que leve com você.

Seguro o violino e pergunto:

– Mas por que você quer que eu o leve?

– Por que você tem o direito de brilhar essa noite - Diz ele me dando um beijo na testa - Se cuida e divirta-se.

Sorrio e digo.

– Pode deixar pai, feliz natal.

– Feliz natal Emily - Diz ele com um largo sorriso no rosto.

Quando estou saindo de casa, Susanne cochicha em meu ouvido.

– Não tenha medo de experiências novas. Você está pronta - Não sei o que significa, mas acho que muito provavelmente irei descobrir nessa noite.

– Obrigada Susanne, por tudo o que fez por mim esse ano. Feliz natal.

– Por nada querida. Feliz natal e aproveite.

Não demora muito para que Thomas estacione o carro em frente a minha casa. Quando ele desce do carro vejo o quanto ele está lindo naquele terno bem estruturado e seus cabelos ruivos se destacam em meio a noite, por cima de tudo ele está com um casaco, assim como eu.

Me aproximo dele e antes de dizer qualquer coisa, ficamos nos olhando. Por fim eu sorrio e digo.

– Você está lindo Thomas - Me aproximo até a nossa distanciar se tornar zero e o beijo. Quando nos separamos para recuperar o fôlego ele sorri e diz um pouco ofegante.

– Eu não estava encontrando palavras pra dizer o quanto você está linda - Diz ele e em seguida ele me oferece o braço - Quero que essa noite seja inesquecível por várias razões. Vamos?

– Vamos - Entrelaço meu braço ao dele e saímos caminhando. Entro no carro e ele começa a dirigir, o local onde será o baile é um pouco longe da minha casa. Mas em menos de 15 minutos chegamos ao local.

Ao chegarmos lá, vimos que já haviam vários carros estacionados. O local era de impactar. Uma grande construção em mármore, com duas grandes árvores de natal iluminadas na entrada e um grande tapete vermelho na escadaria. Estava nevando e isso era o laço perfeito para amarrar todos os elementos e fazer com que essa paisagem lembre a um cartão postal.

Descemos do carro e já na entrada, era possível escutar o lindo som da orquestra. Quando entramos, vimos várias pessoas bem vestidas, tomando drinks, conversando. Havia uma grande mesa com comidas que possuíam um pouco de tudo. A melodia era simplesmente linda, a orquestra se apresentava bem no centro do salão e isso chamava a atenção de todos.

A decoração do interior era incrível, havia estátuas estilo romano, luzes douradas de natal e árvores, além de vários estilos de luzes que criavam vários climas dentro do lugar.

– Você está parecendo uma criança que chegou em Hogwarts - Disse Thomas sorrindo pra mim.

– É impressionante esse lugar - Digo sorrindo admirando o lugar - Não tem como ignorar, são tantos detalhes.

– Realmente, vamos nos aproximar para ver a orquestra - Diz ele segurando a minha mão.

Nos aproximamos da orquestra e na hora eu reconheci a música, era Titanic, pude ver Jason tocando a sua flauta transversa e um pouco ao lado em meio as pessoas que estavam assistindo pude ver Lilian. Quando ela nos avista, caminha em nossa direção.

– Olá!! Fico feliz que vieram. O que estão achando? - Pergunta ela alegremente.

– É tudo lindo. E a orquestra é sensacional.

– Prepare-se que você irá tocar - Quando ela diz isso eu fico chocada e tudo o que saiu da minha boca foi.

– Como? Como assim? - Pergunto confusa.

– Eu queria que você se apresentasse, mas é claro só se você quiser - Diz ela para mim.

Thomas acaricia meu rosto e me dá um leve beijo em meus lábios.

– Acho que você deveria ir. Não precisa ter medo, estarei aqui pra te apoiar- Diz ele e imediatamente sinto um alívio enorme ao ouvir essas palavras. Me volto para Lilian e digo.

– Vou pegar o meu violino - Talvez o meu pai preveja o futuro, pois ele havia pedido para que eu trouxesse o meu instrumento.

Quando a orquestra para de tocar, meu coração acelera um pouco. Mas tento me acalmar e respirar fundo. Quando Lilian me chama para o centro, olho uma última vez para Thomas e sei que seus olhos estão dizendo '' Vai em frente ''.

Caminho em direção ao centro e percebo que as luzes diminuíram deixando apenas um foco em mim. Fecho os meus olhos, preparo o violino e não tinha como escolher uma música diferente dessa.

– Tenho que tocar a música onde tudo começou - Digo tocando a primeira nota