Crossed Destiny escrita por Swann


Capítulo 2
A Conversa


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi bem complicadinho de escrever. Eu realmente estava sem ideias. Saiu isso daí, espero que gostem.

Esse capítulo eu fiz em homenagem a uma amiga minha, por que sem a empolgação dela eu não teria escrito nadinha dessa fic maluca. Pra voc, Lah. =D

Jacob's POV



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Sinceramente não pude acreditar que a Bella me telefonara para me chamar para uma visita em sua casa. Claro que não posso alimentar esperanças, mas também não posso deixar de pensar que um dia possamos ficar juntos – mesmo tendo deixado tão claro que apenas seríamos amigos. Mesmo assim, não posso descartar uma das poucas chances que tenho de ficar perto dela. São muito poucas as chances, já que o Cullen e ela não desgrudam um do outro um segundo sequer.

Depois de virar a esquina e chegar na casa dela, entrei com o carro e estacionei na vaga vazia do Charlie, que obviamente não estava em casa. Desliguei o motor do carro e depois o som. A música que tocava era uma de minhas favoritas, mas não dei muita atenção para ela no momento. Com um suspiro tirei a chave da ignição e abri a porta, enfiando-as no bolso de trás da bermuda Jeans.

O tempo está agradável. Ventos fortes e também princípios de uma tempestade. Nada que me incomodasse, até gostava.

Sai do meu Rabbit, fechando a porta em seguida, e depois caminhei até a porta da grande casa. Respirei fundo e toquei a campainha. Nada. Assim que posicionei meu dedo para tocar mais uma vez, senti meus pelos eriçarem e um arrepio percorrer minha espinha. Ah, não! Agora, não!

Justo quando queria ficar sozinho e conversar com a Bella? Por que logo agora um vampiro tinha que aparecer? Trinquei os dentes e, depois que tirei o dedo do aparelho embutido na parede, virei-me para ver quem era.

– Você? – E então, por um momento, me senti aliviado. Pelo menos não era o Edward Chato e sim a irmã dele. – O que faz aqui? – Disse, fechando as mãos em punhos. Talvez isso aliviasse a tensão do meu corpo e me fizesse parar um pouco de tremer.

Ela vestia uma calça Jeans preta, com detalhes floridos nos bolsos da frente e uma blusa cinza claro. Na minha opinião, essa, depois do médico, é a mais inteligente e elegante dos Cullens. Mas isso não vem ao caso.

– Quero conversar com você – ela disse enfim. Sua voz me pareceu muito segura e seu corpo, por mais incrível que pareça, estava razoavelmente relaxado com a minha presença. Diferente de mim, que não tenho outra escolha.
– Como é? – Ergui uma das sobrancelhas e andei na direção dela. O que essa sanguessuga quer conversar? Lancei um pé na frente do outro e parei quando fiquei a poucos passos dela. – O que quer conversar?

Pelo o que está aparecendo, ela está aqui contra a vontade. Não posso ler sua mente, mas posso perceber suas feições. Ela estava com um bico maior que uma tromba e os braços cruzados em forma defensiva.

– Tem que ser aqui? – Indaga ela, olhando para o céu em seguida e, com certeza, recebendo alguns pingos de chuva no rosto. Passei a mão no cabelo úmido e sorri. Sim, sorri. Estranho, não é? Ela me olhou surpresa, arqueando as sobrancelhas. – Você sorrindo para um vampiro? Uau!
– É intrigante, só isso – voltei a sorrir. – Vamos para o meu carro.
– O que é intrigante? Eu não vou entrar nessa lata velha.

Resolvi ignorar um pouco o insulto ao meu lindinho de quatro rodas. Não é fácil ficar em um ambiente fechado com um ser da espécie dela e eu já estava sendo solidário – e educado – demais. Se eu levasse tudo que ela diz a sério, essa conversa nunca terminaria e ela nunca me deixaria em paz.
– Você tem medo de chuva – abri a porta do carro e olhei para ela. – Então eu entro e você fala de fora.
– Nada disso! – Ela olhou para dentro do carro e, sem mais devaneios, entrou. – E eu não tenho medo de chuva. Só não quero molhar minha roupa nova. – Fechou a porta e esperou que eu entrasse também. Logo o fiz, também fechando a porta. Mas alguma coisa aconteceu.

Coloquei as duas mãos no volante e abaixei a cabeça, tentando me acalmar. O lugar estava abafado e o cheiro dela estava fazendo os cabelos da minha nuca eriçarem-se. É difícil controlar os instintos e eu não queria machucá-la. Isso só faria Bella sofrer, já que ela é a sua melhor amiga. Apertei brutalmente a peça nas mãos, enquanto meu corpo estremecia o carro. A única coisa que eu conseguia ouvir era o bagulho dos grossos pingos de chuva, que batiam no teto no carro. A tempestade finalmente começara. Alguns segundos depois ouvi a porta do carona abrir e, de repente, um ar congelante invadiu o interior do carro.
Resolvi não erguer a cabeça até que todo o meu corpo estivesse menos estressado, mas mudei de ideia quando a minha porta também abriu. Olhei para cima e a vi em pé do meu lado, completamente ensopada.

– Se você não consegue, podemos conversar aqui fora mesmo – ela disse, tirando os cabelos que grudavam aos poucos no seu fino rosto.
– Não, está tudo bem... – Agora eu estava realmente mais calmo, então soltei o volante, pousando as mãos, em seguida, no estofado do banco em que eu estava sentado.
– Vou molhar seu carrão – ergui a cabeça, emburrado e ela sorriu. – Não pude aguentar.

Coloquei as pernas para fora do carro e sai também. Se ela ficaria do lado de fora, então faria companhia para ela.

– E então? – Resolvi pedir logo a explicação. Sabendo que meus cabelos baixaram com tanta agua, passei os dedos entre eles, arrepiando-os novamente.
– Eu vim aqui contra a minha vontade. Você já deve ter percebido – apenas assenti. – É que meu pai, o Carlisle, ele me pediu para conversar com você... – Uma longa pausa me fez prestar um pouco mais de atenção. – Pediu para que eu o convencesse a deixar Bella e Edward serem felizes.

De repente senti um choque percorrer meu corpo e um grunhido surgiu em meu peito. Sempre foi involuntário, assim como dessa vez. Eu apenas estava inconformado, não conseguia acreditar que ela me veio pedir uma coisa idiota dessa. Senti meu corpo se mexer em movimentos rápidos, eu estava bufando de raiva.

– Espera, Jacob! – A pequena ergueu as mãos em protesto. – Você não me deixou terminar – fez outra pausa, esperando com que eu ficasse mais calmo e então continuou: – Ele me pediu isso, mas não sei se é isso que a Bella quer, entende? Não sei se ela o quer longe e eu não posso fazer algo que a machuque. Afinal... Ela é minha amiga – seus olhos estavam me mostrando sinceridade. Realmente essa Cullen gosta da Bella. Isso é uma das coisas que a faz diferente dos outros. Ela não só vê o seu lado e sim o da Bella também.
– E o que você quer que eu faça? – Senti-me interessado.
– Não quero prolongar essa conversa, Jacob. Só vim lhe dizer o porquê de estar aqui agora e também que não vou ficar no seu pé. Apenas lembre-se: A felicidade da Bella em primeiro lugar – notei, pela primeira vez, sua boca abrir em um tímido sorriso. – Não tenho como esconder nada do meu irmão, mas eu tenho certeza que fiz o certo.

Ela acenou e virou as costas, preparando-se para correr rumo a trilha. Com o pensamento longe, ergui a mão, hesitante, para segurá-la, mas desisti.

– Espera! – Opinei por esse modo. Pareceu bem mais fácil.

Ela se virou, toda elegante. Coloquei o corpo para dentro da janela do carro e peguei meu casaco no banco de trás. Em seguida joguei para ela, que o agarrou no ar e ficou a me olhar, confusa.

– Não sinto frio – sorriu.
– Eu sei, mas entra na casa da Bella e troca pelo menos a blusa molhada – retribui seu sorriso com outro. Meu corpo tremia de cima a baixo, mas minha mente estava calma por enquanto. Ela assentiu. – Manda um beijo para a Bella.
– Não vai entrar? – Ela indagou, abraçando o casaco com seus braços finos.
– Hoje não – disse, por fim e entrei no carro, fechando a porta em seguida. Liguei o motor e dei partida. – Entra logo, se não o casaco também vai ficar encharcado! – Gritei ao por a cabeça para fora, mas, ao olhar pelo retrovisor, vi que ela ainda continuava parada, encarando o carro sumir em meio a tempestade.

Continua...

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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Mandem Reviews, please.