Guardians I - The Divine Stones escrita por G Menegatti


Capítulo 32
XXXII - Insights




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Durante a batalha contra os Orcs percebi que possuíamos certa vantagem apesar de tudo: a cidade. Embora eles fossem mais numerosos do que nós, e com muita ênfase em mais numerosos, eles não eram bons guerreiros na cidade, já que sempre evitavam lugares apertados e com muita gente.

— Kevin! — Gritou Logan ao meu lado, chamando minha atenção para um ataque surpresa de um Orc.

Podia não ser muito bom com a espada já que não tive muitos treinos, mas eu era ágil o suficiente para me esquivar dos golpes dos ogros, que por sinal eram bem lentos devido ao tamanho grotesco deles.

Porém, enquanto eu era mais habilitado para distrair e atrapalhar os Orcs, Logan se ocupava de ataca-los com sua força bruta e habilidade com o martelo, fruto de sua Pedra Divina. Com ataques perfeitos e certeiros, meu amigo deixava os monstros, na maioria das vezes, inconscientes com golpes na cabeça ou até mesmo perfurava suas gargantas, matando-os.

Naquele momento, subi em um carro para ver melhor a situação, o que nã0 me deixou muito satisfeito com a cena.

— Onde estão os outros? — Perguntou Logan, assim que dizimou todos os Orcs ao nosso redor, nos deixando momentaneamente livre de ataques.

Havíamos ficado para trás quando todos correram em direção ao confronto, o que nos separou do grupo.

— Luna está empurrando um grupo de Orcs para uma região mais afastada com os outros Lobisomens. — Disse ao avistar minha amiga liderando os outros lobos, algo muito diferente de se ver, vindo dela. — Teseu e Kendall estão cercados por um outro grupo...

— Precisamos ajuda-los! — Propôs Logan, transformando seu martelo em uma espada longa e de cabo grosso.

— Espera aí... — Interrompi, notando algo de diferente. — Onde estão Patrick e Cleo?

No mesmo instante Logan saltou no carro, ajudando-me a procurar pelo garoto que havia desaparecido novamente.

— Ali! — Apontou Logan para um lugar mais afastado onde ambos se digladiavam com suas adagas. — Por que diabos eles estão se atacando?

Segurei firme o cabo da espada e saltei do carro, ficando rígido para não torcer o pé.

— Não sei, mas preciso para-los. — Falei, olhando para Logan, que também havia saltado do carro. — Vá ajudar Teseu e Kendall!

Sem olhar para trás corri em direção aos dois, que continuavam batalhando entre os Orcs, que não faziam absolutamente nada para para-los, apenas se divertiam com a cena.

Tomando o maior cuidado para me ocultar dos ogros, consegui alcançar os dois e ouvi os gritos de Cleo, pedindo para que Patrick parasse com aquilo.

— Kevin! — Gritou ela, pedindo por ajuda quando ficou encurralada entre a parede e o garoto.

Investi contra Patrick que estava desatento e consegui desequilibra-lo, levando ele ao chão.

— O que está acontecendo?

— Dracfo voltou. — Olhei novamente para o garoto e vi seus olhos brancos enquanto se levantava para se vingar.

O fantasma não desistiu tão facilmente e nem deu tempo para eu poder reagir e pensar em algo, pois logo começou a me atacar com brutalidade.

Infelizmente Patrick era muito mais treinado e forte do que eu, não me dando chances para ataca-lo ou até mesmo revidar algum golpe, levando-me para a parede ao lado de Cleo, que também começou a me ajudar.

— Seja forte! — Gritava Cleo a Patrick, motivando-o a lutar contra Dracfo por seu corpo, mas de nada adiantava, pois ele continuava nos atacando incessantemente.

No entanto, eu via alguns momentos de fraqueza e relutância para que Dracfo tomasse total conta de seu corpo, mas eu não conseguia pensar em nada para usar aquilo a nosso favor.

— Patrick, reaja! — Continuou Cleo a incentivar. — Mostre que você é mais forte!

E foi naquele momento, com aquela frase, que uma memória surgiu em minha mente. Lembrei-me de quando Patrick me insultou, dizendo que eu não era ninguém e que estava atrapalhando o grupo o tempo todo. A sensação de raiva havia surgido em mim ao ouvir aquelas palavras naquele momento e provavelmente fazer o mesmo poderia dar motivos a ele lutar ainda mais e mostrar seu orgulho.

— Mais forte? — Zombei, conseguindo desviar de um dos ataques. — Patrick não consegue ganhar nem de uma fadinha, quem dirá de um fantasma tão poderoso quanto Dracfo.

Aquilo serviu apenas para ele exibir um sorriso, mostrando que o fantasma ainda estava no controle. Aproveitando do momento de orgulho, consegui pedir à Cleo que fosse ajudar os outros, deixando-nos a sós, com relutância.

— E pensar que você teve a capacidade de me chamar de inútil, sendo que é ele quem está atrapalhando a gente. — Foi naquele momento que Dracfo mostrou um momento de fraqueza, atrasando seus golpes e ficando confuso, mesmo que por pouco tempo. — Você é a maior vergonha entre nós!

Bastou um comentário e mais um momento de fraqueza para que eu pudesse me aproveitar e desferir um golpe na cara de Patrick com meu punho.

No mesmo instante que eu o atingi, tudo ao meu redor desapareceu e eu não tinha mais o controle do meu corpo. Não precisou de muito para eu perceber que Dracfo havia entrado em minha mente.

Era incrível que em meio ao caos criado pelos Orcs ainda houvesse coisas para se preocupar. Um típico clichê de “não dá pra ficar pior”.

“Qual o seu problema?” Gritei em minha mente para que Dracfo pudesse ouvir.

A única resposta que obtive foi uma risada fria e sem vida vinda do fundo de minha cabeça, sabe-se lá de onde exatamente.

“Não tá vendo que a gente já se fudeu com aqueles Orcs imbecis e você ainda quer fuder de vez com a nossa vida?”

Provavelmente eu estaria lavando minha boca com soda cáustica se minha avó ouvisse cada palavrão que eu estava falando.

“Apareça e lute como um homem de verdade”

A risada surgiu novamente em minha mente, até que houve um clarão e eu pude ver um vislumbre do que estava acontecendo no mundo real.

“Você acha mesmo que eu estou interessado em lutar com você?” A voz de Dracfo soou em meus ouvidos de forma sombria e assustadora. “Você é muito estúpido mesmo garoto.”

Mais uma vez pude ver um clarão e algumas imagens borradas do que estava acontecendo, me dando a impressão de que eu, ou Dracfo no caso, estava lutando contra meia dúzia de Orcs.

“O que você quer então?”

Cada vez os vislumbres se repetiam, como flashes em minha mente, e me davam cada vez mais uma noção do que estava acontecendo. E em todas as vezes eu jurava que me via confrontando alguns Orcs enquanto fugia para um outro lado, distante de toda a batalha.

“Eu quero vingança...” Disse Dracfo de forma indiferente. “Mas para isso eu preciso permanecer vivo, ou quase isso.”

Fiquei em silêncio, tentando entender cada palavra que ele havia dito, mas que ainda não faziam o menor sentido para mim. Pelo menos até os vislumbres do mundo real surgirem novamente em minha cabeça e enxergando a verdadeira intenção do fantasma.

“Você ficou louco!” Surtei ao ver Zargron observando um cadáver no chão, ao lado de seus dois lobos e corvos. “Você vai nos matar!”

A risada de Dracfo soou de forma irônica.

“Eu já estou morto garoto.”

“Mas eu não estou e não quero morrer tão cedo!”

Felizmente ele permaneceu escondido diante de Zargron que recitava algumas palavras diante do cadáver.

“O que ele está fazendo?”

Dracfo estava estranhamente inquieto dentro de minha mente, o que chegava a ser um incômodo.

“Ele está se alimentando de energia...” Disse o fantasma. “Ele está consumindo vida e morte... ele está drenando meus poderes.”


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