Guardians I - The Divine Stones escrita por G Menegatti


Capítulo 18
XVIII - The Woman in the Shadows


Notas iniciais do capítulo

E aí galerinha!
COmo prometido, está aí mais um capítulo ^^ Talvez o próximo demore um pouquinho, não sei, mas espero que gostem ^^



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Senti algo molhado passando por minha face, na intenção de me acordar. Mas a realidade era que eu não conseguia nem ao menos me mexer de tanta dor que estava sentindo em meu corpo.

Tentei abrir os olhos, porém a claridade era tanta que acabou me causando algumas dores de cabeça, mais do que já estava sentindo.

Queria permanecer ali, imóvel e de preferência até morrer, porque a dor era tamanha que mal conseguia suportar. No entanto, alguém continuava a me incomodar para que eu acordasse.

Após alguns minutos, consegui reunir forças para acordar, abrindo meus olhos. Após me acostumar com a claridade, pude perceber quem estava tentando me reanimar.

– Luna? – Chamei por ela, que ainda estava em seu formato Licantropo.

Minha amiga podia ser idêntica a todos os lobos que estavam ali, mas eu conseguia reconhece-la pelo olhar carismático e dócil, mesmo em uma forma não humana.

Ela pareceu feliz em ouvir seu próprio nome, saltando sobre mim. A dor me atingiu mais uma vez assim que senti o peso dela, fazendo-me gemer.

Luna recuou ao perceber que eu estava ferido, se sentindo culpada e voltando a me lamber na face novamente como um pedido de desculpas.

– Tudo bem. – Murmurei rindo, mesmo que ainda estivesse fraco demais para isso.

Após tanto esforço, consegui pelo menos sentar, repousando-me na árvore a qual eu havia sido arremessado por Zargron.

– A primeira grande batalha sempre é assim... – Murmurou Patrick, dando-me um susto.

O garoto estava sentado em um dos galhos de uma árvore a minha frente, examinando suas adagas. Havia uma ferida em seu braço esquerdo e no canto esquerdo de sua boca, mas nada tão grave.

– Principalmente para alguém como você, que não possui treino. – Patrick não conseguia ficar um segundo sem conseguir me irritar.

– Eu adoraria ter visto a sua primeira batalha. – Retruquei, sentindo-me bem ao revidar seu comentário.

O olhar do garoto vacilou em minha direção. Ele brandiu a adaga com força, arremessando-a em minha direção. A arma voou com velocidade, fincando alguns centímetros acima de mim, na casca da árvore. Luna grunhiu para Patrick, que deu de ombros.

– Sorte sua que eu treinei bastante desde minha primeira batalha. – Ele saltou da árvore, pousando no chão com maestria, vindo em minha direção logo em seguida, até se aproximar o suficiente e arrancar a adaga da árvore. – Te aconselho a fazer o mesmo.

Percebi que Luna estava se segurando para não avançar em Patrick, que se virou e foi em direção a Cleo, que permanecia inconsciente, assim como Teseu e Kendall.

Já sentia meu corpo recuperado o suficiente para me levantar, com a ajuda de Luna. Senti-me atordoado ao fazer isso, me obrigando a apoiar na árvore para não cair.

Olhei ao redor, onde havia inúmeros lobos mortos, assim como Lupa, que acabou não resistindo ao ataque fatal de Zargron.

Minha amiga foi em direção à loba, mas parecia estar mancando ou talvez fosse impressão minha, olhando de uma maneira diferente, como se tivesse abalada pela morte de Lupa, embora nem chegasse a tê-la conhecido.

Aproximei-me dela também, colocando minha mão no dorso de Luna, para poder me apoiar, mas ao fazer isso ela se assustou, recuando.

– O que é isso? – Perguntei ao ver uma ferida entre os pelos.

Tentei colocar a mão novamente na área, para examinar o grau do ferimento, mas ela recuou mais uma vez, evitando que eu mexesse.

– Calma... – Tentei demonstrar segurança. – Eu não vou te machucar, fique tranquila.

Luna hesitou por alguns instantes, até que cedeu por fim, permitindo que eu examinasse.

O ferimento era profundo e com alguns mosquitos na área, se alimentando do sangue seco. Ele se estendia até a região de sua perna, o que explicava o motivo dela estar mancando quando caminhava.

– Quem fez isso com você? – Perguntei, mas a única resposta que tive foi um ganido baixo vindo da garganta dela. – Acho que preciso fazer um curso de Licantropês.

Percebi que os olhos de Luna reviraram, o que me fez sorrir. Por mais que ela não fosse mais a mesma, continuava com seu senso de humor ou com seus hábitos.

– É bom ver você novamente. – A abracei, tentando não machuca-la, ou no caso era mais fácil ela me machucar. – Mesmo que não como antes.

Afastei-me alguns passos, observando a cena ao meu redor, além dos lobos mortos. A floresta, bastante iluminada pela luz solar, possuía um clima relativamente agradável, que acabava me trazendo algumas lembranças antigas e nostálgicas.

– Cadê minha pedra? – Ouvi Kendall gritar assim que notou a falta dela.

Isso era algo que eu não havia notado até então, mesmo me lembrando de quando Zargron roubou as Pedras Divinas de cada um de nós.

– Está com Zargron. – Falei de repente, fazendo Teseu me fitar com uma expressão de pânico e temor. – Ele as pegou...

– Por favor, me diga que você está apenas brincando. – Disse o homem, tentando ter esperanças, embora soubesse que eu não estava brincando.

Apenas balancei a cabeça, negando.

– Pelos deuses... – Murmurou ele, olhando para o chão e se ajoelhando ao lado de Lupa. – Estamos perdidos! Eu não consegui cumprir com minha tarefa! Eu falhei...

Cleo se aproximou dele, na intenção de não deixa-lo se culpar.

– Teseu. – A voz da garota expressava compaixão, algo reconfortante diante daquela situação. – Você não teve culpa. Ninguém teve culpa pelo que Zargron fez, ele era muito mais forte que nós e não havia nada que pudéssemos fazer para impedi-lo.

Patrick e Kendall estavam observando o homem em um momento de fraqueza e pelas suas expressões talvez nunca tivessem visto aquela cena.

– Eu sei. – Falou ele, com lágrimas escapando de seu olho. – Mas se eu tivesse me empenhado mais em proteger e ensinar vocês isso poderia não ter acontecido. Lupa poderia estar viva ainda e as pedras estariam conosco.

De repente senti um olhar sobre mim, vindo de Patrick.

– E se esse idiota não tivesse transformado a namoradinha em lobisomem, provavelmente nada disso teria acontecido. – A cada vez que Patrick falava, minha vontade era de partir para cima dele, e Luna se segurava para não fazer o mesmo.

– Chega Patrick! – Gritou Teseu, levantando-se e encarando o garoto. – Kevin não teve culpa! E já estou ficando irritado com sua arrogância!

Kendall e Cleo pareciam surpresos pela forma como ele reagiu as provocações de Patrick para comigo.

– Você não percebe como ele está atrapalhando a gente? – Resmungou o garoto novamente, afrontando o homem. – Desde que ele chegou as coisas só estão dando errado!

– E você acha que as coisas por acaso já deram certo alguma vez? – Tornou a gritar Teseu. – Zargron matou seus pais!

– Ele também matou Ariadne! – O jeito como Patrick se referiu àquele nome fez com que o homem desse um passo a frente, prestes a ataca-lo, mas conseguiu se segurar. – Se você for ficar se culpando por tudo o que aconteceu, nunca sairemos do mesmo lugar! Acha que Zargron se importa com seus sentimentos?

– Você não tem o direito de falar assim comigo. – Teseu disse palavra por palavra, rangendo os dentes. – Muito menos de citar o nome dela.

– Você pode até ter me salvado várias vezes, mas eu não preciso ficar aqui ouvindo idiotices enquanto você defende esse garoto que mal sabe o que significa um Transmorfo. – Disse Patrick, afrontando Teseu, que eram da mesma altura. Em seguida olhou para seus dois amigos, na esperança de que concordassem com ele. – Algum de vocês vem comigo?

Ambos permaneceram imóveis, sem reação e sem saber o que fazer, até que decidiram ficar.

– Eu esperava mais de vocês. – Murmurou Patrick, virando as costas e passando por Kendall. – Principalmente de você.

E então ele seguiu em frente, quase chutando Bob, que estava ao lado de Logan, caminhando em nossa direção com uma expressão confusa e cansada.

Eu estava me sentindo um completo lixo e inútil após ver aquela discussão, que basicamente havia sido causada por mim. E Patrick tinha razão, pois se não fosse por mim nada daquilo teria acontecido, nem mesmo a morte de meus avós, dos pais de Logan e Luna, ou até mesmo daqueles lobos que não tinham nada a ver com a história.

Encostei-me na árvore, fechando os olhos e tentando manter a respiração em equilíbrio para me tranquilizar, algo que eu precisava fazer constantemente quando me irritava.

– Ele está de TPM? – Perguntou Logan ao se aproximar de nós.

Ninguém respondeu, deixando-o sem graça pela pergunta. Logan possuía alguns ferimentos pelo corpo, mas nada tão grave, a não ser um galo em sua cabeça que parecia estar bastante dolorido.

– Acho que alguém precisa me explicar algumas coisinhas. – Pediu ele. – A última coisa que lembro foi de ser atingido por uma espécie de lança.

Logan desviou o olhar, fitando o chão e na mesma hora eu percebi que, naquele simples comentário, havia algo que ele estava escondendo.

– Todos precisamos de explicação. – Cleo se aproximou de Teseu, que estava com a cabeça baixa enquanto refletia sobre o que havia acabado de acontecer. Ela sussurrou algo no ouvido do homem, no qual eu não pude ouvir e que acabou chamando a atenção dele.

– Mas antes precisamos pegar nossas coisas e dar o fora daqui o mais rápido possível. – Informou Teseu de repente.

Subimos até a caverna onde estavam nossas coisas, mas somente após enterrarmos os corpos de todos os lobos e fazer uma breve homenagem às almas dos inocentes, principalmente a Lupa, que deu sua vida por mim, mesmo não me conhecendo.

A caminhada foi tão silenciosa que era possível ouvir a respiração de cada um, inclusive os passos de Luna e Bob. E somente quando chegamos ao topo da colina que notamos a ausência de algumas coisas que nos acompanhava.

– Patrick... – Murmurou Cleo ao perceber que o garoto havia partido sem ao menos se despedir de seus amigos.

Ela abraçou Kendall ao ver que suas coisas não estavam ali, se pondo a chorar, fazendo-me sentir ainda mais culpado.

– Ele fez a escolha dele. – Falou Teseu, passando entre os garotos e pegando suas coisas o mais rápido possível. – Agora se apressem, não temos o dia inteiro.

Decidi fazer o que ele havia pediu sem hesitar devido ao mau humor do homem. E quando me aproximei de minha bolsa, um vulto surgiu a minha frente.

Era uma mulher tão linda que me deixou atônito. Sua orelha era semelhante à Elfos, a única diferença era que ela possuía asas de borboleta em suas costas. Suas íris eram brilhantes, misturando as cores do arco-íris, fazendo com que ela ficasse ainda mais bela, com uma pele pálida e serena, marcada com algumas espécies de tatuagens tribais na região do seu braço direito até o ombro.

– Procurando por isso? – Indagou a linda mulher, pegando minha bolsa e exibindo um sorriso.

– Sim, obrigado. – Agradeci assim que a peguei. – Quem é você?

Suas asas bateram levemente, fazendo com que uma brisa fosse soprada na caverna, com um aroma de jardim florido.

– Olá Aine. – Disse Kendall, surgindo de repente. – Há quanto tempo.

– Você a conhece? – Perguntei assustado.

Eles riram.

– Sim. – Respondeu. – Esta é minha... Tia. Ou quase isso.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam seu lindjos?



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