No capítulo anterior...

— Alô... — Atendi e Fran gritou logo quando ouviu minha voz.

— Vilu! Me desculpe! Me desculpe!

— O que? Se desculpar de quê?

— O León está indo para Barcelona e eu sem querer dei o seu endereço daí... Me desculpe!

— Você o quê? Por que?

— Ele estava sofrendo aqui, estava com saudades de você!

— Mas...

...

— Mas... Como eu vou fazer... Quer dizer, como vou contar pra ele? — Disse já ficando nervosa.

— Essa é a hora amiga! Agora, acalme-se! Não pode se estressar... — Ela disse se preocupando.

— A quanto tempo ele saiu daí?

— Mais ou menos 7 horas... — 7 horas? Daqui a pouco ele chega aqui!

— Por que não me ligou antes?

— Porque achei que estava fazendo o certo! Fiquei pensando o dia inteiro e acabei me arrependendo agora... Me desculpe!

— Você fez o certo, sim. Eu teria que contar pra ele cedo ou tarde, agora é só arrumar coragem... E tempo!

— Tempo? — Ela disse estranhando

— Preciso de um tempo pra pensar em como vou contar pra ele!

— Vai ser uma bomba atômica na vida dele, se prepare!

— As vezes eu acho que você fala isso só pra me deixar mais nervosa...

— Desculpa, mas é a verdade!

— Eu sei... Eu sei! — Ouvi Taylor me chamando — Amiga vou desligar. Obrigada por me avisar e não se preocupe, eu dou um jeito!

— Tá bom, até semana que vem!

— Até, um grande beijo!

LIGAÇÃO OFF

Desliguei o celular e fui ver o que Taylor queria. Como eu já imaginava, ele queria saber com quem eu estava conversando, que ciumento! Ultimamente, ele vinha nos fazer umas visitinhas, feliz, animado. Muito diferente de meses atrás quando ele era um grosso arrogante e eu uma cega apaixonada...

Ele ficou conversando, me paparicando mas eu não estava ligando para nada daquilo. Meus pensamentos estavam somente em León, em como eu iria contar para ele sem magoá-lo, se ainda seriamos amigos depois disso... Não suportaria vê-lo tão perto mas ao mesmo tempo, tão longe de mim! fiquei um bom tempo pensando até me tira do transe estralando os dedos em frente ao meu rosto.

— Vilu, o que está acontecendo com você? Está assim, desligada, faz quase duas horas!

— Ahn, duas horas? Tenho que ir na recepção rapidinho, já volto!

.

Pov Narradora

Violetta desceu às pressas até a recepção já com o comecinho de seu "plano" em mente. Procurou a recepcionista desesperadamente pois a moça não se encontrava em seu lugar de trabalho. Logo a encontrou.

— Por favor, recepcionista!

— O que deseja, srta Castillo? — Ela se assustou quando percebeu que a moça já gravara seu sobrenome.

— Preciso de um favor! Se esse cara... — Vilu entregou uma foto de León pra ela. — Aparecer aqui e perguntar se eu estou, diz que eu saí e que vou demorar bastante para voltar e se ele insistir em subir, não deixe!

— Posso perguntar o porquê? A senhorita está muito nervosa, tome cuidado com o bebê!

— É algo em particular, só diga isso a ele... — Violetta disse indo em direção ao elevador tentando se acalmar mentalmente.

...

Taylor estava sentado no sofá assistindo a um programa de TV e esperando Violetta voltar até que ele recebe uma ligação. Por um momento mirou o visor e logo atendeu...

— Oi, amor!

— Oi. — a voz do outro lado da linha respondeu, fria.

— Eu já sei o que você vai perguntar . Faltam apenas algumas semanas, eu vou tentar fazer com que ela tenha o bebê aqui...

— Está demorando muito, o casal vai acabar desistindo ou diminuindo a quantia para $200.000,00. Corra com isso! Já pensou em como vai fazer pra pegá-la sem que ninguém desconfie de você?

— Pensei sim... Vou fazer com que ela tenha o bebê no Hospital Central, já que eu tenho uma amiga que trabalha como enfermeira lá. O que ela vai fazer é sequestrar a menina e dar um falso certificado de óbito da bebê para Violetta. Depois ela entrega a garota pra gente, nós damos a menina pro casal e pegamos o dinheiro com eles. Fácil assim! — Ele disse orgulhoso com seu plano até que ouviu uma voz embargada de choro vindo da porta...

— Você... COMO PÔDE?!
.

Pov León

Eu tinha acabado de chegar em Barcelona e já estava desesperado, ansioso para encontrá-la. Peguei o papel como endereço de onde ela estava hospedada e me dirigi depressa para o carro que eu tinha alugado, segui caminho e finalmente cheguei ao hotel com o coração palpitando de alegria. adentrei ao local e percebi que a recepcionista estava me olhando estranho mas não liguei muito pra isso e fui perguntar se Violetta estava.

— Olá, com licença... Violetta Castillo se encontra? — Ela parou de me olhar, parecia estar pensando.

— Não se encontra, senhor. Me avisou que que sairia e que demoraria para voltar.

— Saiu? — Eu corri para reencontrá-la e quando chego ela sai? Pensei logo em outra ideia. — Ahn, eu posso te pedir algo?

— Depende... O que seria esse "algo"?

— A chave do quarto onde ela está... — Ela me olhou não entendendo. — Quero fazer uma surpresa a ela... Posso dizer que sou um velho amor da vida dela!

— Por mais romântico que seja isso, tenho ordens da senhorita de não deixar ninguém subir enquanto ela não está.

— Ela saiu faz muito tempo?

— Mais ou menos meia hora atrás.

— Vou tentar ligar pra ela, com licença! — Ela assentiu e em seguida saquei meu celular discando o número dela e torcendo pra que dessa vez ela atendesse, já que quando estava na Argentina, todas as vezes que eu ligava pra ela, era como se eu estivesse ligando para um número inexistente.

O celular tocou, tocou e... Ela finalmente atendeu?!

— León?! — Ela atendeu, sua voz parecia desesperada.

— Violetta, estou no hotel... Por que está com essa voz?

— Me ajuda, Por favor! — Ela estava chorando descontroladamente.

— Me diz o que está acontecendo!

— Suba rápido, por favor! — Ela disse entre soluços e desligou rapidamente, aquilo havia me deixado nervoso! Então ela estava sim no hotel, mas, o que estaria acontecendo com ela? Resolvi subir sem que a recepcionista me visse. Eu estava tão desesperado que nem parei para esperar o elevador, subi nove andaresde escadarias e logo cheguei no quarto 258 e ouvi um fino choro vindo de lá. Entrei, preocupado, procurando de onde o choro vinha e me deparei com Violetta de costas, se segurando em uma parede com uma de suas mãos. Estava encolhida chorando até que deu um gritinho abafado e eu me assustei com isso. A vi encolher mais ainda, e rapidamente corri para ajudá-la, preocupado. Até que...

— Violetta! Você...

....

Pov Violetta – Alguns minutos antes...

— Você... COMO PÔDE?! — Eu não estava acreditando no que tinha acabado de ouvir. Meu mundo acabara de ser estraçalhado e pisoteado pelo mesmo filho da put* de meses atrás! Como ele pôde fazer isso comigo? Como ele pôde fazer isso com a própria filha?

— Violetta, você ouviu? — Perguntou assustado mas rapidamente sua feição mudou. Ele começou a rir sarcasticamente. — Bom, você foi idiota de acreditar em mim de novo? Tadinha!

— Achei que me amava... Achei que pelo menos estivesse mudando pela sua filha! — Comecei a chorar mais nervosa.

— Essa coisa aí? — Ele apontou para minha barriga com cara de nojo. — Ela nunca fez diferença nenhuma na minha vida! A não ser pelo fato de que vai me deixar rico! — Ele gargalhou alto. Tudo aquilo era muito pra mim, Meu nevosismo só aumentou quando pensei que de alguma forma ele poderia tirar meu bem mais precioso que tenho e que eu nunca mais voltasse a vê-la...

— Não vou deixar que você faça nada com a MINHA filha! — Ele chegou mais perto de mim, segurou meu pulso olhando bem nos meus olhos. Tentei me soltar, mas sem sucesso...

— Como você é ingênua, sabia? Burra, idiota, otária! Ouviu todo o meu plano, é? Bom, eu não vou desistir de ser rico! Vou pegar essa criança e vou vendê-la e eu te garanto... Você nunca mais vai vê-la! — Ele logo soltou meu braço e quando eu ia dizer algo, sinto uma dor muito forte abaixo do meu vente. O segurei e olhei para o chão e o mesmo estava totalmente molhado. Minha bolsa havia rompido!

— A bolsa rompeu! — Gemi de dor — Me ajude, por favor! — Pedi desesperada, mas ele nada fez — Por favor! — Pedi me contorcendo de dor. Taylor olhou bem nos meus olhos rindo.

— Você vai sofrer como nunca sofreu em toda a sua vida, prepare-se! — Ele disse indo embora e me deixando estática com o que ele tinha acabado de falar.

— O que eu fiz pra você me odiar tanto? — Gritei entre os dentes mas ele não respondeu e continuou andando. Uma contração veio forte e me segurei na parede com a dor tomando conta do meu corpo. Eu estava com medo, medo de que acontecesse alguma coisa com a minha filha e eu não pudesse fazer nada, medo de não conseguir nem trazê-la ao mundo! Peguei meu telefone rapidamente para ligar para a ambulância mas antes mesmo de discar o número, recebo uma ligação... Era de León! Mirei a tela por algum tempo e resolvi atendê-lo, era agora ou nunca, era a única pessoa que podia me ajudar! Outra contração desesperadora veio, tentei me recompor, ainda chorando, mas consegui atender.

— León?! — eu disse chorando.

— Violetta, estou no hotel... Por que está com essa voz?

— Me ajuda, por favor! — Disse já me descontrolado.

— Me diz o que está acontecendo! — Ele disse preocupado

— Suba rápido, por favor! — Desliguei.

Eu esperava que León me ajudasse sem ter um ataque (nem um pouco provável), não queria mesmo ver a reação dele ao descobrir que a garota que a meses atrás o beijou admitindo ainda estar apaixonada por ele, estava prestes a ter um bebê! O intervalo entre as contrações estava diminuindo rapidamente e logo tive outra, uma dor tremenda abafada por um gritinho, mas essa foi tão forte que me encolhi na esperança de que isso amenizasse um pouquinho aquela tortura toda. Ouvi alguns passos lentos e deduzi que fosse ele, fechei meus olhos esperando a bomba explodir.

— Violetta? Você... Você tá grávida? — Ele disse pasmo e eu já respirava forte, precisava ir logo para o hospital, eu não aguentaria muito tempo. Resolvi me pronunciar.

— León, e-eu posso te explicar... Ai! — A dor aumentou de repente me fazendo contorcer de dor — Eu te imploro, me leve ao hospital o mais rápido possível!

— Vo-você está grávida... — Ele disse ainda não acreditando.

— Estou quase parindo, León! Brigue comigo depois, por favor! — Meu choro aumentou. Ele me olhou sem reação — Pelo amor de Deus!

— Por que não me contou? — Ele disse e só saiu do transe quando eu quase caí no chão com outra dor forte. — Qual é o hospital mais próximo, Violetta? — Sua voz veio desesperada.

— Hospital Central, mas não quero ter meu bebê lá! — Disse lembrando do "plano" de Taylor.

— Porque não? — Ele perguntou sem entender.

— É uma história longa demais, não dá tempo!

— É lá ou aqui... E eu não sei fazer partos então vamos logo! — Ele me pegou no colo com cuidado e me levou até seu carro rapidamente. Acelerou tanto que por um momento me senti em uma corrida de fórmula 1. Ele resolveu voltar ao assunto... Maldito assunto!

— Me explica essa história, por favor! — Ele disse sério

— Agora? Argh! — Gemi de dor — Acelera, León!

— Como teve coragem de me esconder isso? Nunca escondi nada de você! — Ele perguntou seco.

— Eu tinha medo da sua reação! Me desculpe! Eu não queria te deixar assim!

— Estou me sentindo um otário...

— Eu sou a culpada de tudo, você não tem nada a ver com isso! Você não é um otário! — A dor era insuportável, e León percebeu que minha situação só piorava.

— Usa a respiração cachorrinho, se acalme que já estamos chegando!

— Vai rápido! — Disse nervosa.

León acelerou como nunca, furando sinais vermelhos, ultrapassando outros carros à sua frente e chegando ao hospital num passe de mágica. Ele abriu a porta, me pegou no colo novamente e me levou correndo para dentro, quase tendo um ataque.

.

Pov León

Eu não acredito que ela conseguiu esconder isso de mim, mas a questão era: por que ela fez isso? Nós já tínhamos chego ao hospital. Peguei ela no colo e corri para a emergência, desesperado.

— Por favor, alguém?! Ela tá tendo bebê! — A secretária rapidamente pegou o telefone e discou um número, acho que para chamar o médico. Logo vi um enfermeiro trazendo uma maca. Coloquei Violetta em cima dela e logo ao meu lado apareceu uma médica loira.

— Violetta? — Ela perguntou, talvez elas já se conhecessem... — Essa menininha está apressada! Oh céus, vamos logo! — Han? Uma menina? A médica me encarou. — Quem é você? É o pai da bebê? — Violetta me olhou com medo.

— Não me deixe, León! — Ela disse insegura.

— Sou o pai da bebê, sim! — Eu não podia deixá-la sozinha nesse momento.

A médica mandou eu ir me trocar e colocar uma roupa adequada para acompanhá-la e levaram Vilu para fazer o mesmo. Entrei na sala onde ela se encontrava, haviam três enfermeiros e a médica. Eu podia ver nos olhos da minha querida que a mesma estava tensa, tentei acalmá-la. A médica então, deu algumas "instruções" e começou.

— Se acalme, vai dar tudo certo! — Tentei confortar ela.

— Posso segurar sua mão? — Ela peguntou baixo e eu assenti segurando a mão dela.

— Bom, Violetta, vamos começar! Faça força!—- A médica disse. Vilu apertava minha mão com tanta força que por um instante achei que tinha a quebrado.

— Mais, Vilu! — Ela dizia e Violetta parecia estar se cansando muito rápido.

— AHHHH! — Ela gritava de dor. — León, eu não vou conseguir! — Ela disse chorando. Estava muito ofegante.

—Violetta, você está se sentindo bem? — A Médica perguntou.

— Es-estou muito fraca!

— Dra. Silvia, a pressão dela está caindo muito rápido! — Um dos enfermeiros avisou.

— Está bem! Por favor, injeção de glicose! Depois preparem a sala de cirurgia, teremos que fazer uma cesariana! Está bem, Violetta?

— Estou com muito medo!

— Nada vai acontecer a vocês, estarei ao seu lado! — Eu disse logo depositando um beijo em seus lábios.

Alguns poucos minutos depois que aplicaram a injeção, deram uma anestesia a ela e antes de levarem ela para a outra sala, Violetta agarrou minha mão me olhando com receio.

— León, haja o que houver, salve minha filha! E pelo amor de Deus, não tire o olho dela, o que eu te falo é sé-sério...— Ela disse chorando e fechando os olhos com o efeito da anestesia, e em nenhum momento soltei sua mão.

CONTINUA...