No capítulo anterior...

Por um momento senti que estava ao lado do único homem que conseguiria realmente me fazer feliz nessa vida. Seria engano meu? Seria uma ilusão minha? Seria necessidade de tê-lo de volta?

Por que tudo tem que ser tão difícil? Por que nada pode dar certo? Será que essa seria minha sina? Viver sofrendo por amor? Se infelizmente for isso, desisto, desisto de tudo! Não aguento carregar tantas perguntas sem respostas!

...

– Ehr, León, eu acho que eu já vou indo...

– Ah, não! Fica mais um pouco! -- Ele choramingou, manhoso.

– Não posso, tenho que sair daqui a pouco. -- Disse rápido.

– Você realmente vai sair ou está tentando se afastar de mim? Violetta, o que está havendo com você? -- Por um instante fiquei calada, pensando no que responder. -- Não me ama mais?

– Apenas não quero me magoar, León! -- Disse um pouco seca -- Você está noivo de Lara, se lembra?

– Mas... Argh! Você quer que eu termine meu noivado com ela? -- Ele perguntou assustado e eu me espantei com a pergunta.

– NÃO! Não quero que vocês terminem, quero apenas que você não me magoe.

– Como assim? Não estou fazendo nada pra te magoar.

– Exatamente... Eu me magoo apenas pelo fato de não poder ter você como antes.... -- Disse cabisbaixa. León me olhou por alguns segundos, acho que ainda pensando sobre o que eu tinha acabado de falar.

– Tudo bem! Pode ir embora, se quiser... -- Disse um pouco fechado -- Mas deixe eu me despedir de Valentine?

– Claro, como quiser! -- Dei a bebê pra ele segurar e o mesmo parecia achar na pequena um pouquinho de alegria pra tentar iluminar aquele dia nublado dele. Ela resmungava um pouquinho mas parecia parar todas as vezes em que ele acariciava seus cabelinhos ou o seu rostinho rosado, todo carinhoso. Como é que eu consegui deixar ele escapar?

– Te amo, tá? -- Ele sussurrou no ouvido de Vale e imediatamente senti uma lágrima escorrer sobre meu rosto.

– Le-León tenho que ir! -- Disse secando algumas outras lágrimas que teimavam descer. Ele apenas me olhou calado, me entregou a bebê, se levantou e foi embora. Não disse uma palavra sequer. Não olhou pra trás uma só vez. Aquilo doeu, não só em mim pois pude perceber que nele também doeu, e muito. Eu não podia deixa-lo ir novamente mas era inevitável. Ele está noivo, eu tenho uma filha que não é dele, e o que mais dói é que ele a ama como se fossem do mesmo sangue!

– Julietta! -- Gritei a chamando -- Vamos embora!

– Mas já? Cadê o tio León? -- Ela veio correndo.

– Já foi.

– Vilu, você tava chorando? -- Ela perguntou estranhando.

– Não não, querida, caiu alguma coisa no meu olho... -- Menti. -- Vamos logo, está quase na hora do almoço.

Coloquei Vale no carrinho e segui caminho. Julie conversava animadamente comigo sobre tudo o que ela tinha feito esse tempo que eu estava ausente e eu tentava não demonstrar que estava mal. Chegamos em casa, almoçamos e depois levei Julie de volta pra casa dos meus pais.

Passei a tarde praticamente vegetando no sofá, pensando no que eu tinha falado para León, a imagem dele saindo sério, sem dizer nada... É tudo tão confuso! Pensar nele só piorava meu humor, eu precisava esfriar minha cabeça e livrar minha mente desses pensamentos, então chamei Fran e Ludmi pra passarem um tempo aqui em casa. As duas chegaram juntas no maior alvoroço.

– Viluuu! -- Ludmila gritou ao me ver. Ela não estava no aniversário da Julie então era a primeira vez em meses que ela me via. Corri para abraçá-la mas com dificuldade pois estava segurando os gêmeos.

– Que saudade! -- Disse ainda a abraçando. -- Como eles estão grandes! -- observei os pequenos.

– A bebê! Cadê ela? -- Ela disse animada.

– Tá dormindo lá em cima, daqui a pouquinho ela deve acordar com fome. Olhei pra Fran que estava quieta e sorridente do lado de fora -- Fran, entre! -- Disse e a abracei também.

– Não vou dizer que estou com saudade porque nos vimos ontem! -- Rimos com o comentário dela.

Entramos e ficamos conversando um tempinho e assistindo um filme. Elas sabiam sobre o que havia acontecido comigo e com León, estavam ali pra me ajudar. Tentei mudar de assunto e acabei me derretendo em cima dos bebezinhos de Ludmi que a pouco tempo completaram 4 meses e já estavam bem grandinhos pra idade, muito fofos!

– Você é lindo! Topa namorar minha filha? -- Eu dizia brincando com Sebastian quando ouvi o chorinho de Valentine. -- Eu falei que ela acordaria rapidinho, é fome!

Subi com as meninas e entrei no quartinho dela. A peguei calmamente e dei de mamá. Ela logo se acalmou e depois de alguns minutos, estava satisfeita.

– Deixa eu pegar ela? -- Lud perguntou e eu dei a bebê a ela. -- É seu clone! Como pode? -- Ela observou rindo, e realmente, Vale era minha copia quando pequena com a diferença de que os olhos dela são azuis e os meus são castanho claro.

– Os olhos são dele? -- Fran perguntou na lata.

– São. -- Disse normalmente.

– Mas parecem os da sua mãe... -- Lud disse.

– Parecem mesmo... -- Eu ía falar algo quando ouvi o choro dos gêmeos vindo da sala. -- Ludmila, você deixou eles sozinhos lá em baixo? Que boa mãe você é, hein! -- Disse descendo para acalmá-los.

As meninas desceram e continuamos nossa conversa sobre bebês. Eu estava ninando Valentine, Fran estava com Sarah e Sebastian estava no colo de Lud dormindo.

– Eles são tão fofos! - Fran dizia brincando com as mãos da menininha.

– São uma maravilha de mini furacões! - Ludmila disse rindo da cara de Fran.

– Para de botar medo nela! Olha a cara de assustada dela! -- Disse vendo que Fran estava rindo da brincadeira também.

– Tu não acha que tá na hora de encomendar um namorado pra minha filha, não, mulher? -- Ludmila praticamente gritou para Francesca que ficou parada, sem reação, nos observando.

– Bom... E se eu disser que a encomenda chega em mais ou menos seis meses? -- Ela falou com um sorriso misterioso.

– O QUÊ??? -- Gritei e logo tampei a boca surpresa. -- Você está...

– Sim!!! -- Ela disse emocionada.

– Parabéns, amiga! -- Dissemos eu e Lud animadas.

– O Dih já sabe? -- Perguntei

– Contei pra ele quando descobri, uma semana atrás...

– Agora, mais uma coisa... -- Eu disse chegando mais perto dela -- Bem vinda ao mundo das mamães! -- Rimos.

...

Era de noite e resolvemos chamar os meninos e comer uma pizza. Não podia negar que sentia saudade da vida que eu levava a uns anos atrás. Festas, baladas, pizza... Mas acho que prefiro minha vida como está agora. Amigos, felicidade, pizza... Tem coisa melhor que isso?

Estavam todos aqui, Lud, Fede, Fran, Diego, Broadway, Cami, Naty e Maxi. Que saudade de ver a turma reunida novamente.

León... Não tive coragem de falar com ele mas Ludmila do jeito que é, teve a cara de pau de chamá-lo mas, adivinha? Ele não apareceu, e eu posso dizer que já esperava isso... Ele devia estar ainda chateado comigo, e eu temia que isso fizesse com que nossa amizade começasse a se desintegrar aos poucos. Não entendo como eu consigo pisar tanto na bola, errar tanto e ainda querer que nossa amizade prevaleça intacta...

Consegui enfim rever Naty e Maxi, que já estavam noivos e também o casal Bromila e a bebezinha deles, Samantha, que estava pra completar um aninho, uma gracinha! Conversamos muito, matamos a saudade dos velhos tempos e colocamos todos os assuntos em dia. Chegamos a um assunto que eu não queria mesmo falar... Como andava Leonetta?!

– Como vai você e o León com esse casamento dele? -- Camila perguntou e imediatamente percebeu que talvez houvesse falado besteira.

– Um caos... -- Falei mexendo com Vale que estava no carrinho, tentando não demonstrar meu desconforto de falar sobre esse assunto.

– Desculpa, Vilu, não queria falar isso! -- Ela disse se sentindo culpada.

– Não tem problema, amiga! Não ligo mais pra isso...

– Sua carinha não diz o mesmo! -- Fran falou me abraçando de lado.

– Eu quero esquecer dele, meninas! Isso não tá ajudando. -- Fiz um biquinho mostrando que estava chateada.

– Então mudem de assunto... -- Ludmila chegou segurando a ruivinha de Cami no colo.

– E Então Fran, já sabe se é menino ou menina? -- Cami perguntou mudando de assunto.

– Não... -- Ela pareceu pensativa.

– Eu acho que vai ser um menino! -- Eu disse alto fazendo as meninas rirem.

– Nossa, isso tudo porque eu acertei quando disse que seu bebê seria uma menina? -- Ela disse em meio a altas gargalhadas.

– Eu sinto! -- Falei imitando a voz dela.

– Tudo bem, também acho que é, Dih quer muito um menininho! -- Ela concordou sorridente.

– Que felicidade! Você vai ver como é bom! -- Cami disse animada.

– Passar mal todo dia... Muito bom! -- Fran ironizou.

– É só no começo. Depois vem o melhor... Dor nas costas! -- Disse entrando na ironia.

– Parem de falar isso! Só de imaginar... -- Ela disse assustada -- Tem que valer a pena! Se vier um mini capetinha, vou dar pro Diego cuidar... -- Ela gargalhou -- É brincadeira!

– É bom, você vai ver! -- Eu ia terminar de falar quando ouço a campainha tocar -- Vou atender, já volto.

Segui caminho até a porta e a abri devagar dando de cara com ele...

– Achei que não viria.

– Eu vim aqui apenas para me despedir. Adeus, Violetta! -- Ele disse e me puxou pra fora de casa juntando nossos corpos. Estávamos tão perto que nem conseguia mirar em seus olhos, sua respiração era ofegante e quase que imediatamente a aquele ato, senti seus lábios tocarem o meu com uma delicadeza sem igual... Eu gostava tanto daquilo, era como ter meu León de volta e saber que ele nunca mais iria embora, mas aquilo era apenas um beijo... Um beijo que eu estava torcendo pra que durasse a vida toda! Eu me sentia nas nuvens só de pensar como tudo ficava perfeito junto a ele. Infelizmente, o ar se fez extremamente necessário e nos separamos entre lágrimas. Ninguém havia nos visto.

– Espero te ver novamente um dia, adeus! -- Ele falou se distanciando rapidamente.

– O quê? Aonde vai?! Me diga por favor! - Gritei, mas ele apenas olhou pra trás e continuou correndo. -- LEÓN, VOLTE!