Cidade Dos Corvos escrita por Dyêgo
CAPÍTULO TRÊS
Em um galpão qualquer.
O professor falava enquanto entregava um papel para cada jovem ali.
– Estamos todos conectados. De um modo que não entendemos até ser tarde demais. Thornton Wilder queria que essa cidade pequena representasse todas as outras. E cada cidade é, realmente, uma extensão da família. – Ele terminou entregando um papel para Vivi e Heleno chega. – Heleno. Venha. Junte-se a nós. Pessoal, digam oi para o novo residente dos “Grover’s Corners”.
– Quem ele vai atuar? – Perguntou uma menina.
– George Gibbs. – Respondeu o professor.
– Então, basicamente, ele vai casar com você? – Ela perguntou dessa vez a Vivi que se manteve calada. – Isso é totalmente confuso.
Garagem dos Collins.
Ellen um e-mail em meu nome para Júlia.
“Estar aqui me fez perceber o quanto eu te amo, desculpe-me por não retornar suas ligações, acredite em mim, não é que não queria ouvir sua voz, eu te amo e queria estar com você”.
Com amor,
D.
Ao terminar de ler ela chora.
Corredor da escola.
– Heleno? – Vivi se aproxima. – Pedirei para o Price achar alguém para interpretar Emily.
– Não se preocupe com isso. Já desisti. – Falou Heleno.
– Mas acabou de entrar. O que falou para ele?
– Olha praticamente todos da escola sabem que aconteceu alguma coisa feia entre você e minha irmã. E eu estar lá, com você, parece errado. Então...
– Posso dizer uma coisa? – Ela falou com um semblante triste.
– O quê?
– Sinto falta da Eduarda. E se eu pudesse ter tudo de volta, eu faria.
– Vou repassar isso.
– Não, você não vai. Ainda acha que sou um parasita, que usei ela como passe vip para sair com certas pessoas, e você está certo. Talvez tenha feito isso mesmo. Quando estava com ela, me sentia como... Se pudesse mentir e fazer as pessoas pensarem que sou diferente. Uma pessoa tão elegante como ela.
Escritório do Sr. Collins.
Ellen estava lá dentro observando as coisas quando ele entra e o vê pegando uma faca que estava limpa, mas ele continuou limpando e ela lembra o que Eduarda disse a ela.
“Nunca encontraram a arma, meu pai foi esfaqueado.”
Garagem dos Collins.
Eu conversava com Mykaella por telefone.
– É meio estranho. O pai do Henry trabalhou como oficial de justiça no tribunal por 30 anos. Em seguida, desapareceu no ar. Ninguém percebeu que ele tinha desaparecido? – Perguntei a Mykaella.
– Preciso mudar minha pergunta. – Ela falou.
– Que pergunta?
– Meu blog. Não tem nenhum post, nada.
– Talvez Henry escreva “mantenha sua boca fechada, ou outra coisa”.
– Duvido que Henry tenha um blog.
– Nunca se sabe.
– Sei sim. Minha avó é 20 anos mais nova que ele e ainda chama meu tablete de “Maxi Pad”.
– Não sei. Talvez eu deva voltar lá sozinho.
– Antes tenha aulas de xadrez.
– Desligando agora. – Falei desligando e Ellen aparece do meu lado me dando mais um susto, ela parecia triste. – O que houve? – Perguntei a ela.
– Você não deveria ficar aqui. – Ela falou.
– Já tivemos essa discussão antes, lembra?
– Fomos interrompidos. E, além disso, sei mais agora. Meu tio pode ser mais assustador do que pensávamos.
– Conheci um tio hoje e não era exatamente Kris Kringle. Ele nem piscou quando mencionei o pacto.
– Apenas esqueça isso, Dyêgo. Volte para sua cidade. Saia daqui enquanto ainda pode.
– Você faz isso parecer tão fácil.
– O e-mail para Júlia está escrito. Tudo que tem a fazer é enviar e pegar o ônibus.
– Do que você está falando? – Perguntei abrindo meu notebook e vendo o que ela escreveu. – Você escreveu isso? Quando? Por quê? Como?
– Quer passar seus últimos dias na terra cavando respostas ou com a pessoa que você ama?
– Como é que posso fugir disso? Esqueço-me de tudo o que aconteceu na semana passada? Esqueço o que você viu na ponte? Esqueço-me do fato que estou ligado ao Dyêgo Rivers naquele túmulo? Esqueço você? Isto não é irritação, Ellen. É confusão. – Alguém bate na porta e quando abro.
– Ele nunca assinou, mas perdeu a batalha. – Falou Henry.
– Quem? De quem você está falando? – Perguntei.
– Mas você deve saber o que está enfrentando, rapaz. Você deve saber. – Ele falou me entregando um colar com uma chave e virando-se para ir embota. – O que é isso? Espere.
– Não posso, é sua vez agora.
Duas horas depois na garagem dos Collins.
– Posso vê-las? – Mykaella pediu pra ver as chaves e eu as entrego.
– Do que ele falava? Que batalha? – Eu perguntei. – Estamos lidando com alguém louco?
– Ele acabou com a gente no xadrez.
– Isso não significa que não seja louco. Ele é um fóssil humano. Como confiar em algo que ele diz?
– Você disse que o pai do Henry foi oficial de justiça. Certo?
– Sim. Por quê?
– Essas são chaves oficiais. Tem o selo da cidade nelas. Está apagado, mas é verdade.
– Está dizendo que...?
– Nossa escola foi a corte da cidade. Tem muitas salas no porão que nunca foram reformadas.
– Como sabe disso?
– Passo muito tempo por lá.
– Então acha que uma dessas chaves é de uma porta da escola?
– Temos que começar em algum lugar.
Escola.
Vivi e o professor estava dentro de uma sala de aula.
– Falei com ele ontem à noite, ele disse que estaria aqui. – Falou o professor.
– Mencionou que eu estaria aqui? – Perguntou Vivi.
– Ele sabe, tem algum problema? – Perguntou o professor e Heleno entra pela porta.
– Desculpem o atraso. Tive que levar a bicicleta na oficina. – Heleno falou.
– Está tudo bem? – O professor pergunta e ele faz que sim com a cabeça. – Bom. Porque vocês não encenam a parte da farmácia? Prepararei o auditório para o terceiro ato. Se tiverem alguma pergunta, guardem para depois. – Falou o professor saindo.
– Eu tenho uma. Por que mudou de ideia? – Vivi perguntou a Heleno.
– Eu gosto da peça. – Respondeu ele.
– Eduarda sabe que está aqui?
– São duas perguntas.
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