Cidade Dos Corvos escrita por Dyêgo


Capítulo 15
Cidade dos Corvos Segunda temporada: Capítulo Quatro: Até que enfim te achei mãe.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595991/chapter/15

CAPÍTULO QUATRO.

Local de trabalho dos Collins.

Ellen e Eduarda entram lá.

– Vou te mostrar a sala em que achei a faca. – Falou Ellen. – Por aqui.

– É onde guarda os corpos? – Eduarda perguntou apontando um tipo de armário.

– E mais. Quer abrir?

Eduarda chega perto e abre a porta e as duas entram.

– Essa é a sala? – Eduarda perguntou.

– Não. É uma porta. Você tem que empurrar. – Ellen falou e Eduarda empurra a porta e as duas já entram no escritório do Sr. Collins.

– Você tem que ver a faca. Pode olhar, mas eu não tocaria em nada. Ele é capaz de dizer se você respirou aqui.

Escola.

– Eu não entendo. Eles vão se casar sem nem se conhecerem. Eles tiveram um encontro e vão se casar. – Heleno falou.

– Era diferente. Sr. Price disse serem “velhas almas inocentes”.

– O que quer que isso signifique. A vida era difícil naquela época.

– Pessoas morriam no parto.

– Pessoas ainda morrem.

– Verdade. Mas acho que elas eram inocentes por mais tempo. Eu não acho isso uma coisa horrível, você acha? – Vivi perguntou e depois deu um selinho em Heleno, mas ele se afastou.

– Porque fez isso?

– Queria passar logo por isso, para não ficar assim no ensaio geral.

– Fazer o quê?

– Parecer que quer vomitar. Pedirei ao Sr. Price para retirar o beijo.

– Espera... Só... Não achei que pularia em mim.

– Esquece. Está bem. Podemos só dizer “aceito” e apertar as mãos.

– Podemos esperar a cena e então... Passar por isso?

– Não, obrigada. É a história do pênis novamente.

– O quê?

– Fala sério, Heleno. Não aja como se não soubesse.

– Não sei do que está...

– Sétima série. Eu usava aparelho e não falava direito. Na festa de primavera, pedi uma porção de nozes, e esse foi meu apelido por todo o ano.

– Pediu uma porção de “pênis caramelado”?

– Vamos voltar para a cena, por favor? – Vivi falou e Heleno começou a rir, depois beijou ela.

– Ok. Não precisamos apertar as mãos. Então...

Escritório do Sr. Collins.

– O que é aquilo? – Eduarda perguntou apontando para um pote.

– Em biologia, chamam de coração. – Respondeu Ellen.

Eduarda abre uma gavetinha onde tem cinco potinhos dentro.

– O que é isso? – Perguntou ela com um potinho na mão.

– Parece cabelo. – Falou Ellen e Eduarda abre mais uma gaveta onde tem mais quatro potinhos.

– Porque ele teria isso? De quem é esse cabelo? – Eduarda perguntou e depois abre outra gaveta com mais cinco potes dentro.

– Qual é o sobrenome da Abby? – Ellen perguntou.

– Wheeler. Por quê? – Eduarda perguntou.

– A. W. Em 1992. Tem que ser ela. – Ellen falou e começou a abrir as gavetas.

– O que está procurando?

Até que Ellen abre uma com apenas um potinho com as iniciais E. C.

– Aquilo. É meu cabelo. Ele tem um para cada pessoa nessa cidade que...

– Que o quê? Que... Morreu?

– Não, ele não vai me adicionar à sua coleção.

– Ellen...

– Ele não me procurou viva, mas acha que vai me ter depois de morta? Ele acha que pode me cortar e guardar em uma gaveta? – Ellen falava com raiva e o pote estourou e de repente ela estava de volta ao cemitério.

Lá dentro Eduarda foi tentar por o pote de volta, mas a gaveta fechou sozinha e as outras começaram a abrir e fechar sozinha. O coração que estava no vidro ficou vermelho novamente e começou a pulsar. Eduarda assustada sai correndo do lugar.

Em algum lugar de Cidade dos Corvos.

Eu e Mykaella fomos tentar abrir a porta com a chave que Henry me deu.

– Quer que eu tente? – Mykaella perguntou.

– Não, eu consigo. – Falei. – Posso não saber muita coisa, mas eu sei como abrir uma porta. Não abre essa porta.

– Está enferrujada. Está no pescoço do seu tio por 70 anos.

– Pra quê eles usavam essas salas? Quando era uma corte judicial?

– Algumas eram celas. Vamos sair daqui.

– Espera, tem mais uma. – Falei colocando a chave e tentando girar e a porta abre e dentro tem muitas coisas velhas. – Porque a escola deixaria isso aqui?

– Porque está me perguntando?

– Você passou um ano vindo aqui.

– Não nesta sala.

– O que é isso? – Falei pegando uma caixa pequena.

– Tenta abrir. – Mykaella falou e eu coloquei a chave e quando fui girar ela quebrou. – Só pode estar brincando.

– Está enferrujada, esteve no pescoço de um velho por 70 anos.

Auditório da escola.

– Posso ter os fantasmas aqui, por favor? – O professor falou. – Este é o nosso jardim. Preciso do Sr. Sr. Soames, Sr. Gibes e da Emily aqui na frente. Vivi se importa em se juntar? – Ele falou e Vivi vai até junto das meninas. – Preciso de Joe Stoddard e Sam Craig ali. George entrará por baixo. Vamos lá, pessoal. Se soubermos os movimentos, é meio caminho andado.

Heleno olha para o lado e vê Ellen chegando.

– Dyêgo está aqui? – Ela perguntou.

– Heleno? Heleno? – O professor chamou. – Ouviu o que eu disse?

– Vou beber uma água. – Heleno falou e sai.

– Ellen... Ellen... – Ellen ouve alguém chamando por ela e olha no fundo do palco e vê uma mulher sentada. Ela vai ao seu encontro e senta ao lado dela.

– Mãe? – Ellen fala e a mulher faz um sinal de silencio com o dedo e depois segura a sua mão.

Lá atrás.

– Heleno. Precisa vir conosco. – Eduarda falou entrando junto comigo e com Mykaella.

– O quê? – Ele perguntou.

– Eu estive na casa dos Collins.

– Falei para não ir lá. Você foi e ela voltou.

– Quem voltou? Ellen? – Perguntou Mykaella.

– Onde? Onde ela está? – Perguntei.

– No palco. – Heleno falou e eu vou atrás dela, Eduarda tenta me seguir, mas... – Não vá, por favor. Não.

Eu vou até o palco, olho, mas não a vejo lá.

– Heleno, nós estivemos tão perto de descobrir a verdade. Dyêgo tem um tio que sabe sobre o pacto, e ele deu isso. – Falou Mykaella.

– Eu não sou parte disso. – Falou Heleno.

– Estávamos todos no carro. Não tem escolha. – Falou Eduarda.

Ao voltar eu percebo uma corda se rompendo e uns ferros afiados caírem.

– Cuidado. – Gritei e empurrei Eduarda evitando que ela fosse morta por aqueles ferros. – Ainda acha que não é parte disso? – Perguntei a Heleno.

Residência dos Beaumonts.

Heleno e Mykaella conversavam.

– Dyêgo levou a caixa de volta ao lugar. O conteúdo pode ou não ter a ver, mas a chave não entra. – Mykaella falava e Heleno estava apenas parado olhando para fora da casa pela janela. – O que está olhando?

– Beijei Vivi hoje. – Heleno falou.

– O quê?

– Estávamos ensaiando. E eu a beijei.

– Tinha a ver com a peça, não era?

– Não tenho certeza. – Falou Heleno virando-se de frente pra ela. – O que quer que foi, me fez sentir como... Como nós. Antes disso.

– Antes do quê?

– Disso. Não precisam dizer, sei que vivo sob uma maldição.

– Heleno...

– Meu pai se foi. Ele nunca voltará. Minha vida mudou enquanto eu não prestava atenção, e não posso ficar perto de que sempre fala que piorará.

– Não pode me pedir para eu não saber o que já sei.

– Quero ficar com alguém que me faça rir. Não fale de pactos e padrões, e diz que o céu está caindo. Eu não posso.

– Oi. – Falou o pai de Mykaella chegando.

– Oi. – Respondeu ela.

– Não queria lhe interromper. Mykaella se quiserem alugar um filme...

– Heleno não pode ficar.

– Obrigado pela oferta, Sr. Beaumont. Agradeço por isso. – Heleno falou. – Conversaremos depois, ok? – Heleno fala pra Mykaella e depois sai.

– Pediu-o para ir por minha causa? – Perguntou o Sr. Beaumont para Mykaella.

– Não, ele tinha um compromisso.

Escritório do Sr. Collins.

O Sr. Collins estava trabalhando e eu entrei com raiva.

– Por que você tem pedaços dela aqui? – Perguntei.

– Do que está falando? – Ele perguntou.

– Você sabe!

– Se eu soubesse não estaria perguntando.

– Estamos de olho em você. Assim como Ellen.

– A enterramos na semana passada.

– É? Onde ela está agora? O que você fez com ela?

– Se está é a sua forma de luto...

– Não vim para ser controlado. Só quero saber onde está mantendo a coleção. – Falei abrindo as gavetas, mas não tinha nada lá.

– Acho que não é sua primeira vez nesta sala. – Falou ele se aproximando. – E se pretende ficar como meu caseiro, ficará longe das salas que não é convidado. Fui claro?

– Não ficarei aqui por muito tempo. Acho que você já até tem marcado na agenda. – Falei e depois vou saindo.

Garagem dos Collins.

Eu estava sentado e uma raiva imensa tomou conta de mim, eu peguei a caixa que encontrei e joguei no chão e pra minha surpresa ela abriu.

Em algum lugar no além.

Ellen vai embora com a sua mãe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cidade Dos Corvos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.