O Sequestro - Cobrade escrita por Keth


Capítulo 5
Greve de fome


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo para vocês. Desculpem a demora, é que meu tempo está realmente apertado. Espero que gostem, vejo vocês nos comentários!



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Cobra

Não consegui dormir direito, meus pensamentos perturbaram a noite toda. Fui dormir com o dia quase amanhecendo depois de me esforçar muito para não pensar em nada. Fui acordado pelo meu celular. Era Lobão, provavelmente com as ultimas informações.

– Cobra? –sua voz era ríspida.

– Sim chefe, estou ouvindo.

– Como está a garota?

– Em perfeito estado senhor, se comporta muito bem.

– Ótimo, quero devolve-la intacta. Pelo menos eu não mudei de ideia ainda. -Ele gargalhou e minha raiva subiu- O pai dela quer falar com ela hoje. Você fez o que era preciso com o celular?

– Sim chefe, está tudo pronto. Devo fazer a ligação agora?

– Imediatamente, ele precisa ter certeza de que ela está bem. No fim da tarde vou ligar para negociar a grana, faça tudo como ordenado. Entendido?

***

Jade

Ao ouvir barulho de chave na porta fiquei assustada, olhei para a mesma a a vi sendo aberta devagar. Ele desceu os degraus com um sorriso malicioso no rosto e se aproximou de mim rápido. Me afastei, mas fui impedida de ir para trás por conta da parede, então sentei-me na cama. Ele se aproximou de mim e agarrou ferozmente em meu cabelo e sua boca alcançou a minha. Tentei sair, mas ele era mais forte do que eu. Em meio ao desespero vi que ele tentava abrir seu cinto e o zíper que fechava sua calça. Foi quando em um pulo, acordei. Sim, aquilo não passara de um sonho! Um sonho não, um pesadelo... Apenas um pesadelo.

***

Cobra

Amarrei um pano no rosto, peguei a arma e a comida que estava na bandeja. Desci as escadas lentamente, Jade já estava acordada e com uma cara péssima, percebi que ela também não devia ter dormido e que não havia comido o lanche do dia anterior. Coloquei a outra bandeja na mesinha, tirei seu celular do bolso e entreguei a ela.

– Ligue para o seu pai, diga que está tudo bem e que está sendo bem tratada. –falei com a vós mais ameaçadora possível.

– Você disse que eu falaria com ele ontem. –Ela estava brava, muito brava; essa garota é louca de desafiar um bandido. Se fosse outro, ela já estaria morta.

– Pequenos imprevistos e assuntos que não são da sua conta. Agora ligue logo!

– E se eu me recusar? –Jade se levantou e ficou e frente para mim, ela estava furiosa, eu podia ver em seus olhos. Ela nervosa era muito sexy e quando cruzava os braços seus seios ficavam mais realçados. Concentre-se Cobra!

– Bom, ai eu vou ser obrigado a te convencer. –Tirei a arma da calça e apontei para a cabeça dela. Eu odiava fazer aquilo, mesmo que a arma estivesse sem balas.– Ligue! – Jade começou a discar o número na mesma hora e em poucos minutos o pai dela atendeu.

– Papai! –Um sorriso apareceu em seu rosto e pareceu iluminar o ambiente- Fiquei calmo! Papai não se preocupe eu... –Então ela olhou pra mim, olhou novamente para arma e suspirou- Papai, eu estou bem. Não estou machucada. Eles me dão água e comida. –Ela parou por um segundo- Não, eles não tocaram em mim. Fique tranquilo, logo estaremos juntos. Amo você! –Então ela desligou e me encarou.

– Pronto, já fiz o que você queria. –Ela me entregou o celular e sentou-se na cama- Porque não está comendo?

– Já ouviu falar em greve de fome? Não vou comer nada que venha de você, vou ficar sem comer até que eu seja devolvida. –Ela se levantou e me encarou- Eu me recuso a comer.

Fui até a bandeja, peguei um pedaço do pão e tentei enfiar a força na bola dela. Mas pensando bem, eu poderia fazer melhor, bem melhor...

– Tudo bem, o problema é totalmente seu. Não vai comer? Muito bem, vou entrar no seu joguinho. Não vou mais te trazer comida durante o dia todo, vamos ver se você vai aguentar.

Peguei as bandejas e sai do cativeiro. Ela estava dificultando as coisas, ela me desafiou e eu não iria permitir isso. Pelo jeito dele eu tinha certeza de que ela não iria aguentar. O dia passou voando e quando a noite já estava chegando desci para ver como Jade estava e se já tinha desistido. Entrei e a vi sentada na cama tirando as lascas de seu esmalte vermelho. Quando percebeu minha presença, ficou tensa.

– E ai? Já desistiu? -Ela me olhou visivelmente irritada.

– Já disse, eu me recuso a comer.

– Jade, para de graça! –Me irritei- Come logo e para de fazer isso consigo mesma, isso não vai mudar nada! Você vai continuar presa aqui de qualquer jeito! Comendo ou não!

Ela se levantou e veio ficar de frente pra mim, ela ia dizer alguma coisa quando caiu nos meus braços. Ela não tinha desmaiado, mas estava pálida, trêmula e tona.

– Jade, não fecha os olhos. Olha pra mim! –Ela me obedeceu.

Peguei ela no colo, droga! A comida estava lá em cima, eu ia precisar tirá-la do cativeiro por um momento. Decidi me arriscar, porque se ela desmaia-se eu teria que levá-la ao hospital e isso seria pior ainda. Ela estava aninhada em meus braços, seus cabeça estava encostada em meu ombro e me olhava como eu havia mandado. Eu senti meu coração acelerar com aquela cenas... Concentre-se Cobra! Ela parecia estar realmente mal, e a culpa era minha, eu devia tê-la obrigado a comer.

– Jade? Está tudo bem?

– Sim –Ela disse num sussurro- Mas estou me sentindo tonta.

– Vou trazer comida e você vai comer, nem que eu tenha que enfiar dentro da sua boca.

Ela assentiu e eu a coloquei no sofá, ela me olhou como se não tivesse gostado de ser colocada ali e se ajeitou. Corri até a cozinha e o prato que eu havia preparado para caso ela mudasse de ideia ainda estava quente. Voltei para sala e Jade ainda estava pálida, mas não parecia estar mais tonta. Sentei ao seu lado com a comida e seus olhos brilharam, era claro que ela estava morrendo de fome.

– Me diz o seu nome? –aquilo foi um susto pra mim.

– Não posso dizer. –respondi entregando a ela o prato.

– Porque não?

– Você é a vitima e eu o sequestrador. Você não pode ver meu rosto e nem saber meu nome, ou você poderá me denunciar e eu vou para cadeia. Nunca viu filme policial não? –então ela riu, uma risada gostosa que acabou me fazendo rir também.

– Só queria saber seu nome, você teve muitas oportunidades de atirar em mim , mas você não fez. Eu só queria agradecer.

– São ordens que eu tenho princesa. –ela me olhou cautelosa, olhou bem no fundo dos mus olhos e negou com a cabeça.

– Não, dá pra ver que você está mentindo. –ela sorriu- Porque você me protege tanto? –me levantei, eu também me perguntava aquilo o tempo todo.

– Come logo. Você precisa voltar para o cativeiro.–falei com rispidez.

– Eu não quero mais voltar, vou ficar claustrofóbica e vou desmaiar de novo. Me deixa dormir em algum lugar aqui em cima! Eu prometo que vou me comportar!

– Não, a ordem é que você fique lá em baixo. –ela levantou-se e parou perto de mim.

– Você me ameaça, mas não é um cara ruim, eu vejo isso. Porque não deixa ver quem é e saber seu nome?

– Já te disse. –Segurei seu braço e a conduzi até o cativeiro. Jade sentou-se na cama e suspirou profundamente.

– Tomara que isso tudo acabe logo. –ela disse.

– Sabe de uma coisa? Eu também quero que isso acabe logo. –e antes de subir a escadaria me virei novamente para ela- Cobra, meu nome é Cobra.

Ela me olhou surpresa enquanto eu subia rumo ao meu quarto.


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