Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 9
Capítulo 8. Oscar


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Sim eu demorei, mas estou de volta! O capítulo não está grandão, mas os próximos ficarão com pelo menos 3 mil palavras ok? Estou voltando a rotina de postagem de 15 em 15 dias. Espero que gostem do capítulo, pois me diverti bastante o escrevendo ;)



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Capítulo 8. Oscar

PDV Agente Swan

Minha cabeça não parava de trabalhar. Como diabos eles haviam nos descoberto?! Eu tenho certeza que ninguém nos viu fugindo pela madrugada. Será que eu dei mole? Será que minha atração pelo garoto estava me cegando?

De trás da bancada da cozinha o observei. Edward estava jogado no sofá da sala enquanto apertava o controle remoto furiosamente em busca de algum canal que lhe chamasse a atenção. Eu duvidava que ele fosse conseguir pela velocidade com a qual apertava o pobre botão. Sua expressão era uma mistura de frustração com tédio. Não deixava de ser linda. Eu ficaria super feliz de tirá-lo daquele tédio, poderia fazer isso naquele mesmo sofá... Com toda a certeza acabaríamos com as nossas frustrações.

O ar saiu de meus pulmões lentamente. Eu estava ferrada. Eu precisava me controlar. Meu desejo não poderia atrapalhar meu trabalho. Eu tinha que focar em protegê-lo e não na melhor forma em que poderia montar em seu corpo.

– Agente Swan?

– Hum?

– Você está bem? – seus lindos olhos verdes me analisavam com cautela.

– Sim, porque não estaria?

– Você estava gemendo.

– Estava?

– Sim.

Dei de ombros sem me importar com o flagrante. Afinal a atração entre nós quase gritava. Se eu ficasse mais cinco minutos no mesmo ambiente que Edward eu acabaria pulando sobre ele.

– Eu vou buscar nossas roupas.

– Voltaremos naquele lugar? – ele arregalou seus olhos, eu já podia visualizar as gotículas de suor se acumulando em sua testa.

– Não. Eu voltarei naquele lugar. Faz pouco tempo que saímos daquela confusão, talvez as sacolas ainda estejam no mesmo lugar. Se não estiverem comprarei novas peças.

– Me deixará sozinho?

– Não se preocupe, ninguém nos seguiu. Eu tenho certeza.

– E você irá até lá sozinha? Não que eu possa ajudá-la mais do que atrapalho, mas... – sua voz foi sumindo conforme eu erguia uma de minhas sobrancelhas. Por fim Edward suspirou. – Só tome cuidado.

– Não se preocupe, em uma hora estarei de volta. Se caso algo acontecer ligue neste número. – anotei em uma caderneta que havia sobre a mesa de centro da sala.

– Eu não vou abandonar você e pedir ajuda de outro agente qualquer. – resmungou contrariado.

Ignorei sua birra e ajeitei minha arma na cinta. Caminhei até a porta e informei antes de sair.

– Este é o número do meu celular. Se a emergência for muito grande tem um revolver embaixo do meu colchão. Só use se realmente precisar. Tranque a porta e não abra para ninguém. Tchau Tony!

PDV Edward Cullen

E dito isso ela simplesmente saiu. Como se eu fosse me arriscar a segurar uma arama! Do jeito que sou é capaz de acidentalmente me matar.

Não pude evitar o nervosismo assim que ela fechou a porta. Corri trancá-la e depois olhei inquieto para o apartamento vazio. Não entre em pânico Edward! Não entre em pânico. Repeti o mantra em minha cabeça pelos longos minutos em que fiquei parado no mesmo lugar. Eu me sentia estranho com os olhos da agente sempre me perscrutando, porém agora que eles não estavam sobre mim eu não me sentia menos nervoso. Na verdade eu até sentia falta deles me causando arrepios.

Respirando fundo e tomando, ou tentando, uma atitude mais corajosa desliguei a televisão e segui sem medo até a cozinha. Abri os armários observando o que eu poderia fazer com os míseros mantimentos que trouxemos para o apartamento. Decidi por um macarrão simples com molho bolonhesa. Peguei as panelas e iniciei meu trabalho. Eu não era o melhor dos cozinheiros, mas sabia fazer alguns pratos descentes.

Minha mente logo voltou nos acontecimentos anteriores. Após nossa fuga em um ônibus de linha qualquer descemos em um ponto bem em frente a um pequeno mercadinho. Isabella comandou as compras enquanto segurava firmemente minha mão esquerda. Eu confesso que naquele momento eu ainda estava apavorado e suando frio.

Infelizmente, ou felizmente pelo o que aconteceu em seguida, eu não consegui fingir estar tudo bem. Eu estava dando muito na cara de que algo estava acontecendo. Quando chegamos ao caixa a atendente me olhava de forma estranha. Isabella deu um suspiro e enquanto a funcionária registrava nossas compras e simplesmente se colocou entre as minhas pernas me imprensando no guichê. Jogou seus braços ao redor do meu pescoço e me tragou olhando fundo nos meus olhos.

– Baby... – ronronou.

No momento eu suei ainda mais frio, pois não pude evitar que ela sentisse o quanto sua voz sexy acordava meu amigo lá embaixo. Num misto de vergonha, excitação e nervosismo controlei minha língua e a mantive quietinha dentro da minha boca enquanto meus braços rodeavam a cintura de Isabella.

– Sei que está nervoso com a visita dos meus pais... – continuou ela com a voz mansa. – Mas não precisa. Vai dar tudo certo. Eles vão amá-lo do mesmo jeito que eu amo. – ela se colocou na ponta dos seus pés e mordeu lentamente meu queixo.

Puta merda! Só de lembrar minhas calças parecem ainda mais apertadas. Para me deixar em estado ainda mais lastimável ela afastou apenas seu tronco do meu e com um sorriso de menina arteira completou.

– Bem... Não do mesmo jeito que eu amo. – seus olhos caíram para o meio entre nós enquanto ela deliberadamente forçava seus quadris nos meus.

Não sei como eu consegui rosnar seu nome falso naquele momento.

– Mary! – eu não estava mais nervoso ou envergonhado, eu estava louco de excitação ao ponto de esquecer completamente que ela era a minha protetora.

Mas antes que eu pudesse enroscar meus dedos em seus cabelos e trazê-la para mim, Isabella afastou-se e sorriu envergonhada para a atendente que nos fitava com malícia. Trinquei meus dentes com o estado que havia ficado e, mais para retribuir a provocação do que realmente continuar com o papel de casalzinho apaixonado, abracei-a por trás deixando minha mão direita espalmada em sua barriga enquanto a minha esquerda apertava-lhe a cintura. Para completar a provocação deixei um beijo molhado em seu pescoço.

– Tony! Estamos em público. – reclamou em um falso sussurro tímido enquanto tentava pagar a pobre moça que começava a ficar acanhada com tamanha demonstração de afeto.

Swan voltou a segurar minha mão esquerda enquanto eu carregava as sacolas na frente do meu corpo. Tentativa quase inútil de esconder minha animação. Torci meus lábios quando ouvi o seu risinho divertido. Nós já caminhávamos para outro ponto de ônibus que nos levaria para casa.

– Se um dia desistir da sua carreira no FBI você poderia facilmente virar atriz. – comentei com mau humor. – Você merece um Oscar!

Sua expressão já não era a mesma que tinha no mercado. Ela estava novamente com aquela coisa indiferente.

– Eu sempre fui desencanada com minha vida social, porém meus pais não. Tive que aprender a ser normal, mesmo que fosse apenas um fingimento.

– Bem... Você não precisa agir daquele jeito que agiu no mercado para me deixar deste jeito. – olhei para o meu amigo que começava a se acalmar, e então ele se acalmou completamente quando fiquei completamente constrangido por aquilo que disse.

Isabella nada comentou, apenas soltou minha mão e entrou no ônibus. Não havíamos trocado mais nenhuma palavra até há poucos momentos quando ela disse que sairia buscar as roupas.

Com um suspiro pesado desliguei o molho do macarrão e também a água que já tinha fervido. Esperaria a agente chegar para cozinhar a massa.

Olhando o relógio notei que pouco mais de meia hora havia se passado. Dei uma fungada embaixo do meu braço e resolvi que eu precisava urgente de um banho.

Dentro do armarinho do banheiro tinha duas toalhas de banho brancas e mais uma toalha de rosto da mesma cor. Agradeci por aquilo. Eu até poderia vestir a mesma calça até que Isabella chegasse com as roupas novas e limpas, mas esperar o vento secar meu corpo seria demais.

Agradeci a Deus assim que sentia a água quente da ducha em minhas costas. Deixei-me relaxar por alguns instantes. Minha mente vagou para o ataque dos tais bandidos da gangue local. Nem Isabella sabia como eles tinham nos encontrado. E repensando em todo o trajeto que fizemos até o apartamento realmente não me lembro de nada suspeito.

Nos encontrar no centro comercial foi algo muito aleatório. Porque não nos observar e seguir até o nosso esconderijo? Causaria menos tumulto, menos testemunhas e aumentaria a chance de nos capturarem. E porque uma gangue local? Porque o mafioso não enviou seus homens de confiança? Os homens que ele teria certeza que conseguiriam cumprir a missão de nos matar.

Busquei em minha mente todos os filmes de ação que assisti durante minha vida. Alguma pista deveria existir.

– Talvez... – murmurei comigo mesmo. – Talvez seus homens de confiança estivessem muito longe e quando chegassem nós já teríamos conseguido despistá-los. Mas só teríamos tempo de fazer isso se eles não soubessem onde exatamente estamos escondidos. Por isso mandaram a gangue local, pois eles estavam mais próximos de nós. E a gangue nos atacou justamente no centro comercial porque sabiam que estávamos lá. Mas como poderiam... O celular!

Dei um pulo no banheiro e quase escorreguei no Box. Nem me preocupei em desligar o chuveiro, apenas saí correndo atrás do aparelho celular, completamente arcaico devo ressaltar, que a agente me deixou e tratei logo de enviar-lhe uma mensagem.

“Seu telefone está grampeado!”

Andava de um lado para o outro de maneira nervosa. Finalmente eu seria útil nesta grande confusão.

“Ele é seguro”

Torci meus lábios com a resposta. Eu até conseguia escutar o tom arrogante de sua voz dentro de minha cabeça.

“Talvez ele seja, mas o da pessoa com a qual você falou não.”

Sorri orgulhoso de mim mesmo. Nunca imaginei que meus conhecimentos tecnológicos serviriam nesta situação de merda em que me encontrava. Aproveitei a deixa e mandei um pedido.

“Você poderia me comprar um computador. Talvez eu possa nos ajudar de alguma forma.”

Pelos próximos dez minutos não recebi nenhuma resposta e retornei para o banheiro tomar meu banho. Finalmente minha parte covarde deu espaço para o jovem destemido por trás das telas do computador. Aro Volturi podia até ser o rei da máfia, mas nos pontos mais obscuros da internet quem reina sou eu.

PDV Agente Swan

Eu estava prestes a retornar para o apartamento quando recebi a mensagem de Edward, por um momento quase tive um infarto ao notar o número piscando na tela, mas ao lê-la percebi que não era nenhum pedido de socorro. Fiquei um pouco irritada com a conclusão de meu protegido, não pela teoria, pois ela tinha tudo para ser correta, mas por orgulho ferido mesmo. Eu deveria ter pensado nisso antes.

Com as sacolas de roupas em mãos segui até uma loja de eletrônicos. Comprei dois smartphones e para fazer um agrado para Edward comprei o bendito computador. Me fiz de idiota e o vendedor me empurrou o melhor laptop da loja. Passei tudo no cartão de crédito de uma conta fantasma para não levantar suspeitas, afinal comprar dois celulares e um computador em dinheiro vivo em uma lojinha pequena seria um pouco, leia-se muito, estranho.

Com tudo o que precisávamos em mãos caminhei por duas quadras e joguei o meu celular no lixo. Então segui até um orelhão próximo e disquei o número da delegacia do detetive Whitlock logo uma mulher me atendia.

– Eu gostaria de falar com o Jasper.

– Jasper?

– Whitlock.

– Quem deseja?

– É a ex dele, aquela que ele deu um pé na bunda! – rosnei e logo fui posta em linha de espera.

Quase ri quando o detetive me atendeu com a voz trêmula.

– Maria?

– Escuta aqui seu babaca! – grunhi. – Acho bom que você e aquela duende metida a fashionista parem de atrapalhar a minha vida! Eu já disse que não quero aquele cachorro com bafo de esgoto! Façam bom proveito dele! De preferência coloquem num canil junto com os seus parentes imundos! Aquelas parasitas do inferno! Se eu receber mais uma reclamação do sindico por causa daqueles latidos infernais eu mesma o jogarei pela janela e depois irei até o escritório da sua namorada e enfiarei aquele grampeador cor de rosa ridículo no meio da carinha de criança dela para em seguida fazer o mesmo com você! Babaca!

E sem dar chances para resposta desliguei o telefone. Edward estava certo, eu merecia um Oscar. Só espero que o detetive, na próxima vez que ver Alice, não pense apenas em que posição a comeria, mas também na estranha ligação que recebeu. Brandon entenderia minha mensagem.


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Notas finais do capítulo

E aí, alguém decifrou a mensagem da Bella? No próximo cap colocarei um PDV do detetive ou da advogada com o significado desse amontoado de acusações ;)

Beijos e até o próximo :*



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