Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 8
Capítulo 7. Mais um problema


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, mil perdões pelo atraso! O motivo está lá no face ;) Agora vamos ao capítulo que já demorou demais para sair! Espero que gostem.



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Capítulo 7. Mais um problema

PDV Edward Cullen

Ainda era madrugada quando finalmente chegamos ao “esconderijo”. Era um prédio antigo de pelo menos quinze andares. Parecia comum aos meus olhos. A agente retirou as chaves do bolso e nós adentramos na recepção. Não havia porteiro ou câmeras instaladas. Seguimos direto para o elevador e descemos no terceiro andar. No corredor havia cinco portas, então supus que eram quatro apartamentos por andar e a porta que sobrava era a da escada.

Nosso apartamento era o mais distante do elevador e da escada. Por dentro era um local comum e impessoal, parecia aqueles apartamentos das propagandas de mobiliarias com sala e cozinha integradas e decoração pastel. Swan trancou a porta e jogou sua mala no sofá.

– Venha conhecer seu novo lar.

Tive a impressão de sentir uma leve ironia em suas palavras.

– Porque o mau humor? – minha língua não tinha jeito mesmo.

Ela ficou em silêncio enquanto caminhava pelo corredor. Abriu a porta da direita e logo notei que era um banheiro.

– Não estou de mau humor. – retrucou antes de abrir a porta em frente ao banheiro. – Esse é o meu quarto.

– Se você diz... – resmunguei com um bocejo.

Seguimos para a última porta. Uma cama, para o meu espanto, de casal, dois criados mudos e um pequeno armário.

– E esse é o seu quarto. – ela adentrou e foi direto até a janela. – Venha aqui.

A vista era linda do beco dos fundos. Os edifícios a frente juntamente com o do fundo tapavam qualquer visão da cidade, se eu quisesse ver a rua que dava acesso ao prédio eu tinha que colocar metade do corpo para fora e olhar para a esquerda. Esqueça o calor do Sol. Paredes pichadas, caçambas de lixo, cano de esgoto vazando... Aquilo era um cachorro? Jesus era uma ratazana!

Voltei meu olhar para a agente. Ela parecia se divertir com a minha careta.

– Bela vista. – ironizei.

– Eu não te chamei aqui para te mostrar a vista. – desculpa então. – Está vendo a saída de emergência do prédio da direita anexo a esse?

Coloquei a cabeça para avistá-la há uns três metros de distância.

– E o que tem?

– Olhe para cima. – ordenou.

Havia uma escada praticamente colada a parede que seguia em diagonal até a saída de emergência do prédio ao lado. Não parecia muito seguro. Engoli em seco já pressentindo que ela não me mostrava aquele lugar a toa.

Voltei para dentro e sentei-me na cama. Seus olhos estavam sérios em meu rosto.

– Caso descubram onde estamos você vai seguir por esta escada...

– Você só pode estar brincando! Aquilo não vai aguentar meu peso! – de repente meu coração batia muito rápido.

– Você vai seguir por esta escada... – continuou em tom imperativo. – Que vai levá-lo até o quinto andar do prédio ao lado. Vá até o apartamento 503, ao lado da porta haverá um vaso, embaixo dele você encontrará um telefone. Ligue no número e diga que estava sob minha custódia e precisa de ajuda. Você entendeu?

Meus olhos estavam arregalados.

– E você?

– Se nos acharem eu os retardarei.

– Eu não irei sem você!

Acho que os olhos da agente cresceram um pouco, mas só acho, não é como se sua expressão fosse fácil de ler. Porém quem realmente estava surpreso era eu. Eu já estava acostumado com as palavras saindo da minha boca sem permissão, mas meu corpo agir desta maneira foi novidade. Eu havia me levantado e segurado seus braços, meu rosto a poucos centímetros do dela. Minha respiração estava acelerada e meu coração galopava em meu peito. A ideia de deixá-la para trás a mercê dos capangas do mafioso era intragável e aterrorizante.

Ela não fez nenhum movimento para se soltar, apenas ficou em silêncio me tragando com seus olhos chocolate. Meu coração não se acalmou, porém agora ele batia rápido por outro motivo.

Não sei por quanto tempo ficamos ali, apenas nos encarando, mas enfim Isabella quebrou o silêncio.

– Sim você vai. Meu dever aqui é mantê-lo vivo.

– Não ao custo da sua vida. – retruquei soltando seus braços, minhas mãos ficaram estranhas ao lado do meu corpo.

– Se for necessário.

– Se você morrer para me proteger eu não testemunharei.

– Então minha morte será em vão.

– Seu problema, não meu.

Tive vontade de dar uns tapinhas em minhas próprias costas por conseguir me manter firme e fazê-la abrir a boca completamente pasma. Então seus olhos tornaram-se duros. - Você acha que o Volturi vai deixá-lo vivo se você disser que não testemunhará mais?

– Se você estiver morta este será um problema meu e não seu.

– Eu não acredito que por todo este tempo você não surtou por ser uma testemunha e agora porque eu estou te exemplificando a seriedade do meu trabalho você resolveu dar piti!

A conversa poderia até não ser das mais casuais, contudo eu estava adorando observar as mudanças de humor em seu rosto. Já havia acostumado tanto com o tédio que a cólera me encantava.

– Isso não é exemplificar a seriedade do trabalho, isso é um atestado suicida.

Seus olhos estreitaram e eu adorei isso. Quase sorri. Quase!

– Eu espero que tenha decorado o número do apartamento! – grunhiu pisando duro em direção à porta.

– E eu espero que você não morra tentando me proteger! – berrei depois que ela bateu a porta do quarto me deixando sozinho.

PDV Agente Swan

Joguei-me em minha cama e tentei me acalmar. Eu estava irritada, tinha vontade de agarrar Edward pelos cabelos e sacudi-lo de um lado para o outro para ver se ele entendia a sua importância do processo contra Aro, porém ao mesmo tempo eu tinha vontade de abraçá-lo e beijá-lo por ser tão doce em se preocupar comigo, e então eu queria lhe dar uns tabefes por estar visivelmente se divertindo com a minha irritação.

Eu estava dentro de um grande mix de sentimentos controversos.

Já fui responsável por proteger muitas testemunhas. Então eu já tinha certa experiência com as choronas, as medrosas, as irritadinhas e até mesmo as sexualmente atrativas. Mas nunca ninguém conseguiu me tirar do sério como esse garoto está fazendo!

Fechei meus olhos com força e tentei me concentrar no que realmente era importante. Daqui algumas horas teríamos que comprar algumas roupas, comida para abastecer a geladeira e os armários, aproveitaria o passeio para ligar para Alice... E com esses pensamentos acabei cochilando.

Acordei assustada com um grande estrondo. Pulei da cama já puxando minha arma da cintura. Já havia amanhecido e meu coração já estava na garganta com a adrenalina pulsando cada vez mais forte em minhas veias.

Com passos lentos e silenciosos saí do quarto e fui direto até o quarto de meu protegido. A porta estava aberta e rapidamente notei que ele não estava lá. Fora os lençóis tudo estava no lugar.

Trinquei meus dentes ao sentir o medo me invadir. Se algo acontecesse a ele eu... Deus! Eu estava tão ferrada! E não me refiro ao meu emprego.

Com passos leves corri em direção à sala. Minha arma em punho apontava a direção. Nada na sala, me virei para a cozinha e puta merda! Mais uma vez o barulho se fez presente.

– Me desculpa! – eu ia matar meu protegido que acabara de derrubar outra panela. – Eu não queria te acordar, na verdade ia fazer o café da manhã para pedir desculpas por ter te irritado ontem, digo hoje de madrugada. Não foi minha intenção irritá-la! Mas você estava ali toda, toda... Fazendo caras e bocas e estreitando seus olhos e... Pelo amor de Jesus você pode abaixar essa arma?!

Revirando meus olhos internamente eu abaixei a arma. Ele ainda me olhava com como um cão perdido na mudança quando nossa campainha tocou.

Novamente estiquei meus braços empunhando meu revolver e segui até a porta. Silenciosamente observei pelo olho mágico. Era uma mulher de cabelos cacheados e olhos curiosos. Escondi a arma nas costas e abri um pouco da porta.

– Pois não?

– Ah! Olá vizinha! Está tudo bem? Eu ouvi um barulho! Não sabia que já havia gente morando aqui! Eu sou Carmen.

– Olá! – sorri largamente prendendo minha arma as minhas costas. – Perdão se a assustamos. – virei meu rosto para o meu protegido. – Tony, querido, venha conhecer nossa nova vizinha!

Edward que estava mais branco que papel soltou o ar e caminhou até a porta. Deu um sorriso sem graça para Carmen.

– Bom dia! – cumprimentou.

– Você acredita que meu querido marido aqui fez uma bagunça com as panelas. Mas pelo jeito ele não acordou somente a mim e sim também você!

Ela deu um sorriso compreensivo. Meu “marido” passou um braço sobre os meus ombros.

– Ora querida, eu queria apenas fazer uma surpresa, mas sabe como sou atrapalhado. – sorriu antes de beijar meu pescoço.

Ele estava brincando comigo ou é impressão minha?

– Oh! Quanto romantismo! Há quanto tempo estão casados?

– Na verdade acabamos de voltar de lua de mel! Ainda estamos no clima... – e sem nenhuma vergonha dei um tapa na bunda de Edward que arregalou seus olhos. Nesse jogo jogam dois, querido. – Se é que me entende.

Carmen sorriu com malicia e deu um passo para trás prestes a se retirar.

– Bem, então deixarei que aproveitem o novo apartamento. Qualquer coisa eu moro ali ao lado.

– Ah! Na verdade... Você sabe onde tem um shopping aqui perto? Nossas malas foram extraviadas e estamos sem nada para se quer trocar de roupa.

– Sigam pela rua principal e virem no primeiro sinaleiro à esquerda. Tem um pequeno centro comercial ali perto.

– Muito obrigada Carmen!

– Não tem de quê vizinhos! – acenou antes de entrar em seu próprio apartamento.

Fechei a porta e me voltei para Edward.

– Não tem comida nos armários. Se apronte, vamos sair em dez minutos.

– Sim senhora.

[...]

PDV Edward Cullen

– O senhor não quer provar essa aqui? – perguntou o atendente com um sorriso cheio de segundas intenções enquanto me entregava a camisa preta. – Vai destacar seus olhos.

– Ah... Ok. – disse pegando a camisa e juntando com as outras peças de roupa amontoadas em meu braço.

Onde estava a agente quando se precisa dela?A encontrei sentada em um puff falando ao celular.

Fui para o provador e após alguns minutos comprei, com o dinheiro que Isabella havia me dado, duas calças, três camisetas, algumas cuecas e meias. Com as sacolas em mãos fui até minha “esposa”. Eu estava morto de fome.

Assim que me aproximei ela desligou o aparelho e me puxou para a pequena praça de alimentação.

– Está tudo bem? – perguntei após terminar metade do meu hambúrguer.

Veja bem, eu era um cara que se sentia bem quando o silêncio era preenchido por uma conversa civilizada, mas Bella parecia não ver nenhuma necessidade de bater um papo sem qualquer importância. Nessas horas eu sentia falta de um computador ou um celular para eu passar meu tempo. Eu já estava há muito tempo longe da tecnologia e do mundo virtual, acho que nunca fiquei tanto tempo assim sem me conectar.

– Alice está cuidando de tudo. Parece que o detetive Withlock está a ajudando a ter mais orgasmos... – me engasguei com o refrigerante. – Digo, provas.

Fiquei a olhando com os olhos lacrimejantes. Mas ela nada comentou sobre o pequeno equivoco e apenas me entregou um guardanapo. Assim que terminei de enxugar meus olhos me deparei com a agente me fitando de maneira profunda. Eu ficaria lisonjeado se não houvesse um homem de feições não muito amigáveis e braços completamente tatuados atrás dela.

Engoli em seco quando senti um cano frio em minha nuca.

– Ninguém aqui vai bancar o herói. O casalsinho vai levantar e seguir tranquilo até o corredor ali na frente.

Meus olhos estavam fixos em Bella. Eu começava a sentir o suor se acumulando em minha testa e nas minhas costas. A agente assentiu levemente e se levantou. Tratei de mandar minhas pernas se mexerem. As compras ficaram no chão junto da mesa. Estranhamente minha língua não deu sinal de vida, acho que até ela percebeu que a situação era grave.

Não tinha jeito de sairmos desta. De algum jeito os capangas do mafioso nos acharam e agora nós estávamos mortos. Se apenas nos matassem rapidamente seria bom. Torturas não são muito legais. Acho que não aguento muita coisa não.

Quando viramos no corredor indicado, acho que ele levava ao estacionamento, meus pensamentos já estavam conformados com a minha morte. Porém para o meu completo espanto e felicidade Isabella me empurrou para o chão.

Tudo girou por um momento, mas logo consegui focar meus olhos na agente desarmando um dos caras e o jogando em cima do outro. Os dois caíram e eu tratei de me levantar. Apenas senti os dedos dela se agarrarem ao meu pulso antes de todo meu corpo ser puxado.

Eu não escutava mais o barulho das pessoas conversando no movimentado centro comercial. Eu apenas ouvia meus próprio coração pulsando em minha pele.

Bella me puxou em direção a multidão. Trombamos com mulheres, casais e adolescentes. Tenho certeza que todos eles gritaram reclamando, mas tínhamos algo mais importante para fazer. Fugir dos dois homens que corriam atrás da gente.

Notei que corríamos para a saída do local. Fomos direto para o estacionamento. Isabella me empurrou para trás do primeiro carro que avistou. Abaixou-se me puxando junto.

– Fique abaixado!

Eu não discutiria quanto a isso.

Ela puxou seu revolver da frente de sua blusa e se posicionou usando o veículo como barricada, em seguida começou a disparar.

– Jesus! – roguei de olhos arregalados.

Então tudo cessou e ela levantou-se com a arma ainda em punho.

– Venha e fique atrás de mim.

Tremendo da cabeça aos pés a segui até os dois corpos ao chão. Os dois estavam mortos... Bem, nenhum dos dois se mexia então suponho que estejam mortos.

Ela abaixou-se e fuxicou no bolso de um deles.

– Isso não é muito educado... O cara já está morto, não precisa invadir sua privacidade.

A agente parou o que estava fazendo e me olhou incrédula.

– Estou calando a minha boca. – o nervosismo começava a dar seus sinais.

Ela pegou os celulares dos dois caras e começou a fuçar.

– Droga! – grunhiu. – Temos que sair daqui Edward, antes que a policia chegue.

Fui arrastado até o ponto de ônibus mais próximo e empurrado para dentro. Nos sentamos discretamente.

– Como eles nos acharam? – perguntei em um sussurro.

– É o que estou tentando descobrir. Agora fique em silêncio e tente não parecer tão suspeito.

E como diabos se faz isso?! Tentei controlar minha respiração, mas assim que ouvi as sirenes e duas viaturas passando aceleradas ao lado do ônibus eu voltei a hiperventilar. Sem pensar no que fazia eu segurei uma das mãos da agente.

– Eu já estava conformado de que iríamos morrer naquele shoppingzinho.

– Bem, nós não morremos. Fique feliz por isso.

– No momento estou apenas preocupado em manter meu coração dentro do meu peito.

Seus lábios repuxaram para cima.

– Então controle bem, pois temos muitos problemas pela frente além dos que já tínhamos.

– O que quer dizer?

– Os dois homens que matei... Pertencem a uma gangue local.

– Como você sabe?

– As tatuagens.

– E porque esses membros de gangues estavam atrás de nós?

– Provavelmente Aro os contratou. Nada que o dinheiro não possa comprar. O problema é que agora teremos uma gangue com espírito vingativo atrás de nós também.

E ela falava aquilo tudo como se estivesse falando sobre o trânsito. Puta merda! Eu já não estava fodido o suficiente?


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Notas finais do capítulo

Como que os encontraram? No próximo capítulo eu explico ;)



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