Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 18
Capítulo 17. Única frase


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!! Esse capítulo está bem sentimental, quis me aprofundar um pouquinho mais no que cada um está sentindo. Espero que gostem ;)



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Capítulo 17. Única frase

PDV Edward Cullen

— Você pode sair desse computador?

— Já estou terminando.

— Você disse isso há 1 hora!

— Só estou terminando esse código e...

— Edward! – a tela do laptop foi bruscamente fechada me fazendo grunhir em irritação.

— O que você pensa que está fazendo?!

— Ganhando atenção. – respondeu simplesmente.

Eu iria retrucar, mas ela já tinha se apossado do meu colo sentando-se com uma perna de cada lado do meu corpo. Engoli em seco. Apesar da posição ela não parecia muito feliz. Seus olhos fixos nos meus eram uma dica.

Senti suas mãos enrolarem-se em meu pescoço ao mesmo tempo em que minha respiração acelerava.

— Você precisa parar. Essa não é sua obrigação. Além disso, nada será aceito em julgamento. É apenas desperdício de tempo. Inclusive é ilegal.

— Eu não consigo ficar parado. – retruquei. – Agora que sei que não sou completamente impotente contra esse bandido...

— Essa é a palavra! – me cortou. – Bandido! Você não é policial Edward. Se meter com um bandido da magnitude de Aro é apenas suicídio. – abri minha boca, mas ela não permitiu que eu discordasse. – O fato de ser testemunha já o coloca em grande perigo. Se o Volturi descobre que você é o responsável por melar as suas operações de contrabando e tráfico ele não vai mais se conter só porque está preso. Ele vai achar um jeito de te encontrar e vai matá-lo.

Entortei meus lábios em desgosto. Eu tinha trabalhado por dias até conseguir zerar três contas bancárias do Volturi, então, logo em seguida, eu percebi que não adiantava nada, pois o fluxo de dinheiro no caixa dele era grande e rápido. Eu tinha que desmantelar as operações ilegais. 

— Do que adianta apenas limpar as contas dele no exterior se ele vai continuar faturando com seu maldito trabalho sujo.

— Eu vejo pelo menos uma grande vantagem.

— E qual seria?

— Você continua vivo.

— Nós estamos bem até agora...

— Você está de brincadeira?! Nós escapamos ilesos até agora, pois tivemos muita sorte e as decisões certas foram tomadas na hora certa...

— Como minha decisão de ligar para o seu pai? – sorri convencido.

Isabella me olhou profundamente e então suspirou revirando teatralmente seus olhos. Sua atitude me surpreendeu. Não era sempre que ela agia de maneira tão expressiva, mesmo que fosse uma expressão forçada. Devem ser os remédios para dor que diminuem sua velocidade cerebral.

— Apenas... Quase duas semanas se passaram desde que chegamos aqui e você está tão focado nesse computador. Você notou o quanto emagreceu? Seu estado é pior do que quando estávamos prontos para fugir na menor menção de perigo.

Sorri um pouco sem graça. Ela me lembrou minha mãe que desde o momento em que eu descobri um computador vem tentando impor limites ao seu uso.

— Sinto muito se a preocupei. – abracei seu corpo pequeno contra o meu.

A sensação de calma e paz me invadiu completamente. Apesar de nossa relação ainda não estar definida eu não me sentia desconfortável em mostrar o quanto apreciava a sua presença.

— Eu tenho esse problema de ser um completo viciado nas teclas de um computador. Não tem nada a ver com a situação que vivemos. Você apenas teve um pouco do drama da minha vida. Quando inicio um novo código eu fico trabalhando nele até que funcione, e infelizmente na vida real esse processo é muito demorado. Minha mãe sempre reclamou, eu perdi algumas namoradas por causa disso... Não que eu tenha tido muitas namoradas e... – minha divagação foi interrompida com um rápido estalar em minha boca.

— Nós nunca realmente conversamos. – ponderou.

— O que quer dizer?

— O que sei sobre você, sobre sua história, é o que li em seu arquivo e o que aprendi ao longo desses dias com a sua personalidade. Mas eu realmente não o conheço.

Sua voz estava perturbada.

— Bem... Nossa sabedoria é recíproca. – sorri tentando amenizar o clima estranho. – Você pode me perguntar qualquer coisa que queira saber.

— Então jante comigo.

Ergui minhas sobrancelhas em surpresa.

— Está me chamando para sair agente Swan?

Ela afastou-se o suficiente para fitar todo o meu rosto.

— Bem, não sairemos exatamente. Mas proponho um piquenique no quarto.

— Eu gosto dessa ideia. – sorri com malícia.

— Eu gostarei ainda mais da ideia se você tomar um banho enquanto preparo o jantar.

Arregalei meus olhos e tentando ser o mais discreto possível dei uma fungada embaixo do meu braço.

— Você não fez isso. – murmurou ela.

— Não sei do que está falando. – Jesus como eu era um idiota!

Levantei-me com ela ainda em meu colo e quase caímos os dois ao chão. Senti minhas orelhas ficando quentes enquanto a agente pulava do meu colo o mais rápido possível.

— Quando tudo isso acabar você deveria pensar em fazer uma academia.

— Tentarei não ficar ofendido com essa sugestão. – resmunguei caminhando para o banheiro.

Eu finalmente começava a sentir os efeitos de tanto tempo em uma posição sentada. Minhas costas pareciam enferrujadas e cada tentativa de esticá-las parecia tortura. Meus dedos estavam inchados nas juntas me lembrando do meu pequeno/grande problema de tendinite. Deixei a água quente do chuveiro relaxar os meus músculos e tentei manter minha mente longe da obstinação de acabar com o mafioso. A verdade é que ver Isabella naquele estado me perturbou muito mais do que eu podia admitir. Eu simplesmente não podia aguentar a ideia dela passar por algo parecido com aquilo novamente.

Sei que estou sendo tolo, afinal ela é uma agende federal bem ativa. Ela não tem medo de enfiar sua cara em frente ao perigo. E Aro Volturi deve ser apenas um dos bandidos de alta periculosidade que ela investiga. Pensar que ela estará sã e salva após o julgamento é no mínimo ingenuidade da minha parte. E todo esse medo se intensifica com a profundidade dos meus sentimentos por ela misturados com a ignorância quanto aos sentimentos dela.

Tudo mudou desde o dia em que a vi pela primeira vez. Jesus! Ela tinha jogado o mafioso na parede. Tudo o que eu sentia era pura segurança. Eu sabia que ela me manteria a salvo. Ela se mostrava destemida e inteligente. Eu não conseguia enxergar um meio do bandido se sair bem. Eu a via como uma super-heroína. Conseguia facilmente vê-la desenhada no universo Marvel ou DC. Mas ao contrário dos super-heróis que mesmo quando se machucam você consegue manter a inquebrável confiança de que eles podem perder uma batalha, mas nunca a guerra, com Bella o encanto acabou.

Eu não a via mais como uma mulher inquebrável, muito pelo contrário, eu a via como uma humana frágil. Eu queria abraçá-la em meus braços e nunca mais soltá-la, eu queria que todo o nosso mundo fosse essa cabana e que pudéssemos viver para sempre dentro desse mundo sem interrupções externas, eu queria que o tempo parasse... Deus! Por mais clichê e patético que todas essas coisas possam soar, essa é a mais pura verdade.

Mais cansado do que quando entrei no banho eu saí vestindo uma calça de moletom e uma camisa simples de algodão. Ainda tentando secar meus cabelos com a toalha eu segui para o quarto da agente.

Depois daquele dia que compartilhamos a cama nós nunca mais ficamos tão próximos como aquilo. Quer dizer, não aconteceu nada demais naquele dia, mas estranhamente dormir com ela em meus braços parecia muito mais íntimo que os beijos que trocávamos.

Paralisei na porta quando a avistei. Imediatamente a imagem dela sentada sobre a bancada do banheiro da delegacia de polícia me veio à mente, pois o que via agora era uma imagem completamente oposta. Esqueça o terninho bem alinhado, os saltos me foda e o cabelo escovado. O que eu via em minha frente era uma mulher relaxada com um pijama de calças compridas e uma camiseta simples e solta, na verdade sua roupa era bem parecida com a minha, seus cabelos estavam arrepiados e diria até que despenteados. E mesmo assim o efeito que ela teve sobre mim foi exatamente o mesmo.

Engoli o gemido e tentei acalmar minha respiração. Aquela era uma visão que eu gostaria de ter todos os dias da minha vida.

PDV Agente Swan

Ergui meus olhos e o avistei parado na porta com um olhar estranhamente profundo. Fiquei completamente parada retribuindo o olhar. Edward era lindo. Não só por fora, ele era lindo por dentro também. A pergunta que ele me fez há alguns dias vinha me perturbando. O que eu realmente sentia por ele? Desejo? Com toda a certeza, minha cabeça vivia tramando cenário onde eu pulava dentro de suas calças. Amizade? Oh! Como eu gostava de provocá-lo para deixá-lo com as orelhas vermelhas e consequentemente adorável. Carinho? Sim, definitivamente abraçá-lo era a melhor das sensações. Mas não era nenhuma dessas três opções que ele realmente queria saber, eu poderia lê-lo facilmente como faço com um livro infantil. Ele queria saber se meus sentimentos são mais profundos. Ele queria saber se eu o amo. E eu o amo?

— Panquecas para o jantar?! – sua voz animada e surpresa me tirou rapidamente de meus pensamentos.

Respondi com um dar de ombros e bati ao meu lado na cama.

— Venha. Aproveite enquanto estão quentes.

Entramos em um silêncio nervoso o que estragava todo o ponto daquele jantar. Eu queria conhecê-lo, eu precisava conhecê-lo, para que a cada vez que a vozinha chata em minha cabeça sussurrava que eu mal o conhecia, sempre que eu chegava a conclusão dos meus sentimentos, eu pudesse respondê-la com um belo e sonoro “conheço sim!”.

— Então... Você é um cara da TI. – sério Bella? Você não consegue ser mais patética do que isso?

Mas Edward não pareceu se importar e respondeu com entusiasmo.

— Sim! Na verdade desde criança. Quando tinha uns 10 anos eu ganhei meu primeiro computador. Meus pais ficaram loucos quando horas depois me viram em frente ao aparelho completamente desmontado.

O fitei com fascínio. Eu poderia facilmente imaginar um garotinho ruivo com curiosos olhos verdes destruindo seu novo presente só porque gostaria de saber como ele funciona por dentro.

— Bella?

— Sim?

— Se você não me perguntar nada, ou dar alguma opinião sobre o que eu acabo de falar, isso aqui... – sinalizou para nós dois. – Não vai dar certo.

— Porque você gostaria que eu desse alguma opinião sobre seus atos quando criança? – por que as pessoas são tão difíceis? Eu poderia passar horas apenas ouvindo-o contar sobre a sua vida. – Eu só quero conhecê-lo. Não me importo que faça um monólogo.

Ele suspirou e mordeu suas panquecas. Após engoli-las voltou a falar.

— Porque nós estamos conversando. Eu não sou apenas um cara contando minha história. Eu também quero conhecê-la. E comentar sobre algo aleatório me diz quem você é.

De repente eu senti um aperto em meu coração. Essa era a resposta que eu buscava. Essa era a resposta que eu daria para a voz chata em minha mente.

— Obrigada. – murmurei segurando sua mão.

Edward parecia confuso, então me esforcei para esclarecer as coisas. Porque eu me importava com a sua opinião. Porque eu queria que ele fizesse parte da minha vida. Eu queria que ele me conhecesse de verdade. Queria que conhecesse até mesmo meus mais profundos pensamentos. E eu não tinha medo de compartilhar com ele.

— Por ser paciente. As pessoas costumam se cansar fácil de mim. Elas não querem me conhecer. Elas apenas preferem levantar e ir embora quando eu fico em silêncio. As que não vão embora apenas preenchem o silêncio com suas próprias vozes ou então preferem achar que me conhecem mais do que eu deixo aparentar.

Ele apertou minha mão na dele e então se inclinou enlaçando minha cintura. A próxima coisa que percebi é que estava aconchegada entre suas pernas e ele segurava meu rosto entre suas mãos.

— Bella... As pessoas não se cansam de você. Elas apenas não sabem como agir com você. Elas fazem um comentário esperando que você faça um também. Isso é uma conversa. É dar sua opinião gratuitamente. Se você quer conhecer uma pessoa é preciso deixar que ela te conheça também. É uma troca. – fechei meus olhos e descansei meu rosto no carinho de suas mãos. – Elas não compreendem o quão rápido o seu cérebro pode assimilar as coisas. Elas não conseguem acompanhar seu raciocínio. Você também precisa ser paciente com elas.

Abri meus olhos sentindo-os molhados. Meus lábios estavam trêmulos e eu não me lembro de me sentir assim em minha vida.

— Você é o único que realmente se importa.

— Eu me importo com você.

— Eu também me importo com você. – murmurei entre os lábios que me tocavam suavemente.

Suas mãos desceram para a minha cintura e me colaram em seu peito. Deixei que ele aprofundasse o beijo e me deitasse na cama. Não vi o que aconteceu com a bandeja e nosso jantar, tudo o que eu vi foi Edward. E pela primeira vez em minha vida meu cérebro não captou qualquer outro detalhe do ambiente, ele concentrou-se inteiramente no homem que me beijava com o mais profundo sentimento.

Minha pele parecia elétrica a cada toque, a cada aperto. Meus ouvidos martelavam ao som acelerado do meu coração. Senti o vento arrepiar minha pele quando minhas roupas saíram de meu corpo, mesmo assim eu parecia estar em chamas pelas mãos que subiam e desciam pelas minhas pernas. O suave friccionar com o tecido das roupas de Edward me excitavam ainda mais e logo eu também arrancava as suas roupas para finalmente sentir o calor de sua pele a minha.

Minha mente parecia trabalhar rápido captando cada detalhe do corpo de meu protegido. Seus bíceps contraindo e esticando conforme suas firmes mãos tentavam alcançar cada centímetro do meu corpo. Seus lábios se arrastando pela minha pele e abocanhando um de meus seios. A textura de seus cabelos entre os meus dedos. O músculo saltando sem seu pescoço cada vez que ele entrava em mim. O gosto salgado de sua pele. As pequenas gotículas de suor se acumulando em seu peito. Tudo parecia se misturar com o deleite de cada carícia que eu dava e recebia.

Meus próprios gemidos se misturaram aos de Edward conforme nossos corpos friccionavam um contra o outro com cada vez mais força. Meu corpo inteiro pulsava até que minha mente finalmente parou de trabalhar esvaziando-se completamente ao ser tomada pelo ápice do prazer.

E apenas uma única frase gritava em minha cabeça.

Sim, eu o amo.

 


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Está aí uma cena de amor entre os dois. Não quis escrever nada explícito porque senti que todo o significado deste ato em si poderia se perder. É uma cena de amor e não de apenas sexo. Espero que tenha sido bom o suficiente para vocês ;)



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