Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 19
Capítulo 18. Fim da Lua de Mel


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Espero que gostem do capítulo ;)



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Capítulo 18. Fim da Lua de Mel

PDV Mafioso Volturi

Meu estômago embrulhou ao observar o mofo incrustado entre os cantos das paredes. A cela em que estive nas últimas semanas não passava de um cubículo com uma cama, uma privada e uma pia. Eu até poderia aproveitar os momentos de solidão para descansar de toda a tensão que vinha vivendo, porém ninguém realmente descansa em uma “cama” de prisão.

Porém quando as grades se abriam para o momento das refeições ou para o banho de sol o real inferno começava. Eu estava na mesma prisão em que alguns membros de uma família inimiga estavam. Eu compreendia sua raiva, afinal eles estavam aqui dentro graças as minhas articulações para dominar o mercado. Eu os manipulei da melhor forma para que os policiais responsáveis por prendê-los pensassem que fizeram um grande trabalho, mas os Romenos sabiam muito bem quem havia os colocado ali.

Estar na prisão era um pequeno inconveniente, pelo menos assim foi na primeira semana quando eu ainda tinha condições de assalariar alguns detentos e carcereiros para a minha própria segurança.

Ainda me lembro-me quando caminhei, cheio de expectativas de que meu tempo na cadeia estava acabando, até o local onde falaria com meu advogado. Mas qual foi a minha surpresa quando ele estava ali para me avisar que três das minhas contas bancárias estavam zeradas.

Louco de raiva peguei o maldito telefone e o bati diretamente no vidro que me separava da minha visita.

— Eu quero que descubra quem fez isso! – gritei ensandecido. – Eu quero o bastardo empalado pelo rabo!

Eu não costumava ser tão grosseiro, mas o momento pediu um pouco de palavras chulas. Dr. Alexander, meu amado sobrinho, tinha que entender muito bem minhas palavras.

Após minha pequena explosão acabei passando alguns dias na solitária. O que não foi uma coisa ruim em comparação ao que eu vivia agora. Quando o dinheiro parou de entrar nas contas dos carcereiros a minha proteção caiu pela metade. E eu perderia o resto se não desse um jeito de adoçar a vida de alguns assassinos. Nessa hora que eu tinha que dar ao braço a torcer para o meu pai que sempre me incentivou a não apenas comprar as pessoas, mas tê-las na mão. Nada como segredos e um pouco de influência para ter gente trabalhando de graça.

Eu ainda tinha dinheiro, mas não o suficiente para bancar a cara proteção dentro da cadeia.

Na semana seguinte meu advogado apareceu novamente para me dar notícias sobre o meu caso. Eu já tinha me conformado que teria que ficar na cadeia até o julgamento.

— Então vocês perderam o paradeiro do desgraçado? – perguntei com a voz calma, Alexander me conhecia bem o suficiente para saber que quando eu mantinha minha voz baixa era porque eu estava realmente irritado.

— Hã... Não exatamente. Tivemos a notícia que tivemos é que a agente que faz a proteção do garoto estava gravemente ferida e recebia tratamento em um hospital. Mas nossos homens foram despistados. – minha mão escorregava conforme eu apertava com cada vez mais força o fone em minha orelha.

Meus dentes trincaram em irritação e eu sibilei antes de voltar para a minha cela.

— Eu quero Edward Cullen morto. A única evidencia que a promotoria tem contra mim é o testemunho do garoto, o resto é circunstancial. Sem testemunha, sem prisão. 

— Nós estamos fazendo o máximo tio.

— Façam mais.

E eles fizeram.

Um sorriso espalhou-se pela minha boca quando meu sobrinho trouxe-me a notícia de que eles finalmente tinham achado o pequeno dedo duro.

— Eu espero que vocês não falhem. Não há mais tempo para falhas Alexander. O julgamento acontecerá em menos de 24 horas.

— Não se preocupe tio, vai dar tudo certo.

Eu espero que dê, pois eu já estava cansado de ouvir notícias ruins. Eu já tive o suficiente de contas zeradas e importações meladas.

PDV Edward Cullen

Grunhi irritado e desliguei o despertador ainda com os olhos fechados. Estiquei meu corpo lentamente, imediatamente senti algo quente e macio entre minhas mãos e como um garotinho que encontra seu brinquedo favorito eu puxei Bella para o aconchego de meus braços.

Sua pele nua estava quente contra a minha e eu poderia passar o resto da minha vida assim.

— Bom dia. – murmurei em sua orelha.

— Dia.

Ficamos em silencio apenas apreciando a presença um do outro. Isso vinha acontecendo muito nas últimas semanas.

Depois que tivemos nossa primeira vez parecia que nunca tínhamos o suficiente um do outro. A atração física era assustadoramente poderosa. Eu mal conseguia tirar minhas mãos dela. Eu apenas me controlei nas primeiras semanas, pois, mesmo que ela não admitisse a agente ainda sentia muitas dores no abdome.

Beijá-la, tocá-la, acaricia-la, amá-la... Tudo parecia deliciosamente viciante. E perigosamente surreal.

Eu sentia como se estivesse em uma bolha, completamente fora do mundo real. E isso assustava em alguns momentos. Esses momentos aconteciam durante a noite, após me enroscar no corpo da morena e relaxar eu começava a lembrar-me que mais um dia tinha passado e isso significava que o julgamento estava cada vez mais próximo.

Durante o dia criamos uma rotina de recém-casados. Amávamos lentamente ao amanhecer, tomávamos café na cama entre risadas suaves. Eu amava vê-la rir, e amava mais ainda ser capaz de fazê-la rir. Aos poucos ela deixou-se levar pelos sentimentos que ela estava tão acostumada a deixar escondidos e para mim ela mostrava todo o seu verdadeiro eu. Após o despertar preguiçoso nós íamos para o chuveiro e mais uma vez a libido tomava conta. Neste momento as coisas eram mais quentes e sujas, mas não menos divertidas.

Passávamos o restinho da manhã com tarefas individuais. Eu me concentrava em meus códigos enquanto Bella alongava-se, com seus exercícios fisioterápicos, no meio da sala me tirando completamente a concentração. Não ousava me aproximar, pelo menos não depois da minha primeira tentativa na qual fui parar no chão com um golpe da agente. Ela dizia que precisava recuperar sua forma para me proteger quando a hora chegasse.

Nós nos revezávamos no preparo do almoço e do jantar. Nossas refeições duravam mais de uma hora. Comíamos lentamente enquanto conversávamos sobre nossas vidas. Bem, não era fácil conversar com ela e muitas vezes me peguei tagarelando um eterno monólogo enquanto ela me observava sem demonstrar qualquer sentimento. Por muitas vezes pensei que estava a entediando, mas sempre que eu parava ela se esforçava para fazer um comentário se incluindo na conversa.

Estávamos evoluindo lentamente, bem, lentamente no quesito conhecer a personalidade e caráter um do outro, porque no quesito sexo estávamos bem acelerados.

Porém a lua de mel tinha acabado de acabar. O despertador tocou pela primeira vez em semanas, pois tínhamos um avião para pegar agora de madrugada. Chegaríamos em New York a apenas quatro horas do julgamento.

Bella não estava feliz com isso. Ela achava que 4 horas era tempo demais. Seus extintos de agente fodona estavam apitando fortemente. Nos últimos dias eu a vi discutir fervorosamente com seu colega McCarty para que a janela de tempo entre nossa chegada e o julgamento fosse menor, porém não surtiu efeito.

Ela também estava nervosa devido à falta de evidências contra o agente Black. Ao que parece ele se manteve muito quieto desde a fuga da boate. E um vilão quieto nunca era bom, pelo menos não em histórias em quadrinhos.

— Temos que levantar, meu pai vai chegar daqui alguns minutos.

Suspirei e assenti em seu pescoço.

A agente rolou em seu próprio corpo para ficar de frente para mim.

— Você está bem?

— Porque não estaria? Não é como se eu estivesse prestes a ficar frente a frente à um cara que quer minha cabeça enrolada em celofane e com um grande laço de fita como presente, para dedurá-lo para a sociedade como um assassino de sangue frio que possivelmente já matou muito mais gente e que muito provavelmente eu serei o próximo e...

— Edward! Respire. – Bella segurou meu rosto com suas mãos e só então eu percebi que finalmente eu começava a pirar com a ideia de ser uma testemunhas. – Edward? Edward, olhe para mim.

Sua voz estava suave e amorosa. Engoli em seco e fiz o que ela pediu.

— Nada de ruim vai acontecer a você.

— E quanto a você? Eu não quero te perder Bella.

— Eu ficarei bem, prometo não fazer nenhuma loucura.

— Sua definição de loucura é muito diferente da minha.

Ela sorriu daquela maneira que só fazia para mim e grudou seu corpo ao meu para beijar-me suavemente.

— Então me deixe esclarecer. Nem eu e nem você nos machucaremos.

— Eu não tenho tanta certeza disso. – eu não falava mais da situação de perigo como testemunhas, mas ela não percebeu.

— Você está duvidando das minhas habilidades? Eu já não dei provas o suficiente que posso protegê-lo? Além do mais eu não costumo levar mais de um tiro em um espaço tão curto de tempo.

Idiotamente irritado eu me levantei da cama me desvencilhando de seus braços. Eu sei que era idiota da minha parte e que ela não era obrigada a adivinhar os meus pensamentos, principalmente aqueles repletos de inseguranças amorosas. Mas você tem que relevar, eu ganhei um par de chifres na última vez que estive apaixonado e sonhando com um futuro ao lado de uma mulher.

PDV Agente Swan

Observei completamente confusa e frustrada o chilique de meu protegido. Isso lá era hora? Estávamos convivendo tão bem. Bem como eu nunca imaginei que conseguiria com um homem.

Edward me fazia pensar em futuro. Casamento, filhos, cachorro e uma casa no subúrbio. Ele me fazia sorrir como ninguém mais conseguia. Eu poderia passar horas em sua presença e não enjoar de suas absurdas colocações ou esquisitices. Ele também poderia ser doce e fodidamente bom de cama. Nossa convivência era natural como se vivêssemos juntos há anos.

Levante-me sem me importar que estava completamente nua, afinal, ele estava também. Teríamos nossa primeira DR nus. Que lindo! Pelo menos quando fossemos nos conciliar não haveria empecilhos.

Revirando meus olhos internamente eu fiquei de frente para ele e perguntei.

— O que está acontecendo? Qual é a verdadeira questão?

— Como nós ficaremos após o julgamento? O que vai acontecer comigo? Eu vou ganhar minha liberdade? Ou vou ter que continuar me escondendo usando uma outra identidade? Você vai ser aquela que me acompanhará ou depois que receber minha nova identidade eu serei enviado para a Austrália e nunca mais vou vê-la? Isso é ao menos real para você? Ou eu sou apenas um brinq...

— Jesus, Edward!

— O que?!

Eu tinha vontade de estapeá-lo as vezes.

Em vez disso me joguei em seu colo enlaçando minhas pernas em sua cintura. Senti uma fisgada em minha barriga, mas a ignorei. Por um momento ele cambaleou com o meu peso surpresa.

Enlacei seu pescoço com meus braços.

— Pare de falar bobagens. – disse com suavidade. – Nós não podemos ficar juntos até que o julgamento acabe, pois isso pode acabar com a minha carreira. Mas o que acontecerá conosco depois disso depende unicamente de nossas vontades. No que depende da minha vontade, isso vai funcionar. O que você fará de sua vida, é problema seu. Você não tem liberdade a ganhar, pois você não está preso. Você só precisará de uma nova identidade se Aro Volturi não for preso, o que não vai acontecer, pois seu depoimento será determinante. E se isso acontecer eu darei um jeito de continuar ao seu lado. E Austrália? Sério? Esse é o único lugar que você pode pensar?

Ele parecia atordoado com o meu discurso. Puxei uma grande respiração.

— Eu amo você Edward. E eu não costumo desistir de quem eu amo.

Com a minha declaração eu tive meus lábios esmagados e logo depois o meu corpo também foi.

— O avião terá que esperar. – resmungou ele antes de se enfiar entre as minhas pernas. – E Bella?

Ofeguei o olhando nos olhos.

— Eu também amo você.

 


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Notas finais do capítulo

Muito mel esses dois... No próximo capítulo a ação estará de volta ;)



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