Dreams, Dreams and Dreams escrita por Colin Cassidy Mills


Capítulo 3
Hospital e... Morte?


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, mais um capítulo aqui para vocês. Gostaria da opinião de vocês, pois, essa é minha primeira original, e queria saber se estou me saindo bem, ou, o que devo melhorar e tals. Enfim, boa leitura.



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— Até mais tarde, querida. — disse Samantha quando Laís tirava o capacete.

— Até, mãe, você irá para o hospital?

— Sim, quero ver como está seu irmão.

— Qualquer coisa você me avisa? Ou me liga?

— Está com o celular?

— Claro.

— Te ligo na sua hora de recreio.

Samantha acelerou sua moto e virou a próxima esquina num piscar de olhos. Laís estava reunindo coragem para entrar na escola sem seu irmão. Ela começou a caminhar em direção a porta com a cabeça baixa e mochila nas costas. Sua mente lhe pregava peças, ela jurava ouvir seu irmão ao seu lado, ou, quando olhava para o campo, o via jogando com seus amigos.

Não. Não estava certo. Seu irmão está no hospital sabe-se lá Deus como. Tudo havia sido culpa dela, era para ser mais um dia normal.

Normal, essa palavra nunca soou mais estranho para ela do que em toda a sua vida. Laís achava que sua vida nunca mais seria normal dali em diante. Sua mente continuava lhe pregando mais e mais peças, até que sentiu Daniel tirando sua bolsa de suas costas para carregar para ela, mas quando ela colocou a mão no ombro, sentiu o peso da sua mochila novamente.

“Será que é o fantasma de meu irmão?” pensava. “Não, não é possível, Dani está vivo, tem que estar”.

Ela sentia lágrimas percorrendo seu rosto. Lágrimas gélidas e desconfortantes. Seu cabelo cobria seu rosto, ninguém a via chorando. Ela sentia olhares indiscretos em sua direção.

— Fique calma. — ela ouviu a voz do irmão, agora mais clara do que nunca.

Virou para a direção da qual ela acreditava ter ouvido a voz e não viu seu irmão. Ela olhava desesperada para todos os lados, ela estava confusa, seu irmão estava ali, ela tinha certeza. Pessoas a olhavam e a chamavam de louca, mas ela nem notara. Estava procurando, olhando, até que perdeu a sensibilidade das pernas e acabou sentando no chão desajeitadamente.

Ela colocou as mãos no rosto e começou a chorar silenciosamente. Ela sentiu a mão de alguém em seu ombro. Virou-se e viu seu amigo Kainã.

Kainã era moreno, forte e tinha cabelos encaracolados e um pouco raspados nas laterais, dança perfeitamente, estudava na mesma sala que ela e seu irmão.

— Aconteceu alguma coisa Lalah? — ele perguntou suavemente.

Laís olhava para ele com os olhos cheios de água e a maquiagem borrada, suas mãos estavam tremendo, estava pálida.

— Daniel. — disse a garota.

(...)

Rômulo dirigia que nem um louco pela cidade, quase atropelou dois cachorros e ultrapassou uns três semáforos vermelhos, sabia que podia ser multado, mas nem ligava, estava correndo para salvar a vida do filho.

Daniel estava no banco traseiro do carro com um corte na boca, arranhados em na bochecha e um corte de dois centímetros na testa, Rômulo às vezes olhava para trás e via, cada vez mais, sangue escorrendo pelo rosto do filho. Ele ficava preocupado, pois o filho não dava reação de vida, não se mexia, Rômulo receava o pior. Mas ele foi forte, disse a si mesmo que isto não aconteceria hoje, e pisou mais fundo no acelerador.

Excepcionalmente, desta vez, o hospital parecia ficar muito mais longe do que de costume, o trânsito da cidade estava o caos, como nunca esteve antes.

Após virar mais uma esquina depois de um semáforo vermelho finalmente chegou ao seu destino. Mudou de marcha e entrou como um louco a rua e estacionou em qualquer lugar que tinha livre, pegou o filho do banco traseiro e colocou em seu colo e começou a correr em direção à recepção.

Atravessou a rua e entrou. Na recepção foi até uma das atendentes, ela levantou a cabeça e viu Daniel ensanguentado, não perguntou nada, só chamou uma enfermeira. A atendente mal terminou de falar e a enfermeira já estava correndo com uma maca em sua direção.

— Por favor, senhor, o coloque aqui. — disse ela.

Cuidadosamente, Rômulo colocou seu filho na maca e o viu sendo levado pela enfermeira hospital adentro.

Não havia ninguém na recepção além das atendentes e dele.

— O senhor está bem? — disse a atendente que chamou a enfermeira

— Sim, estou. — mas ele sabia que não estava, era difícil ver o filho sendo levado assim do nada, além de toda a agitação daquela manhã.

— Aqui tome um copo de água.

Rômulo pegou o copo sem reclamar e viu o nome da atendente em seu crachá.

— Obrigado... Izabella? Sou Rômulo, prazer.

Izabella era loira, usava óculos e parecia ter uns 17 anos. Tinha um sorriso maravilhoso, capaz de alegrar qualquer um.

— Sim, por nada, o prazer é todo meu. Agora, por favor, senhor Rômulo, vamos fazer a entrada de seu filho no hospital.

Rômulo acompanhou Izabella até a sua mesa e se sentou. Ela pediu informações básicas e documentos. Quando terminou, Samantha, sua mulher, havia chegado.

Samantha chegou desesperada no hospital procurando seu filho ou seu marido com seu capacete em mãos, até que viu Rômulo em uma mesa e foi até ele.

— Rômulo. — disse ela e seu marido se virou.

— Sah. — ele se levantou e a abraçou.

— Daniel. Onde ele está?

— Já está dentro do hospital, uma enfermeira o levou, estou terminando de preencher os papeis de entrada dele.

— Senhor Rômulo? — disse Izabella.

— Sim?

— Por favor, assine isto aqui para mim.

Rômulo foi com Samantha até a mesa e assinou o papel que Izabella havia pedido.

— Sua mulher?

— Sim.

— Sou Samantha, prazer.

— Prazer é todo meu, me chamo Izabella.

Samantha deu um leve sorriso para ela. Izabella saiu e entrou no hospital. Rômulo e Samantha se sentaram um pouco.

— Quer um copo de água, querida?

— Não, obrigada.

Passaram-se mais ou menos dois minutos e a enfermeira que levou Daniel para dentro apareceu na porta e chamou:

— Senhor Rômulo?

— Amor, ela está te chamando, vá.

— Fique aqui, ok? — disse ele à Samantha e foi.

A enfermeira o levou para o quarto 473 e abriu a porta. Rômulo entrou e viu Daniel ainda desacordado, na maca, tomando soro e respirando com aparelhos e não havia mais sangue nos cortes, mas sim pontos.

— Senhor Rômulo imagino? — disse um médico.

— Sim e o senhor quem é?

— Jefferson, mas pode me chamar de Jeffinho, sou o médico de Daniel.

—- Prazer.

— Prazer é todo meu.

Jefferson tinha uma barba e cabelos grisalhos e estava com uma prancheta nas mãos.

— Bom, como está meu filho? — disse Rômulo receoso.

— Seu filho se salvou por pouco, mais cinco minutos e teríamos que fazer uma transfusão de sangue, da qual não foi necessário, graças a Deus. Demos dez pontos nele. Três na testa, dois abaixo do lábio e cinco na parte traseira da cabeça.

— Parte traseira? Mas ele não se cortou atrás da cabeça.

Jefferson levantou a cabeça de Daniel e Rômulo pode ver cinco pontos em meio aos cabelos do filho.

— Mas... Como? Carreguei-o de casa até aqui no banco do carro e não tem nenhuma mancha de sangue.

— Isso é o mais estranho. — disse o doutor, deitando a cabeça de Daniel delicadamente no travesseiro. — Quando ele chegou, havia sangue saindo pelos dois cortes no rosto, mas aqui atrás não, não saiu uma gota de sangue, ninguém sabe como, se tivesse saído sangue, provavelmente seu filho estaria fazendo uma transfusão de emergência e teria um traumatismo craniano. Coisa que, como disse, graças a Deus não aconteceu, a única coisa que encontramos foi uma grossa camada de água cristalina, funcionando como um curativo. Sabe do que se trata?

—- Não. — mas Rômulo sabia a originalidade do curativo aquático encontrado na cabeça de seu filho.

— Bom, por sorte seu filho se salvou por pouco, vai ficar internado aqui esta noite para observação, tudo bem para o senhor?

— Claro. — disse ele imerso em pensamentos — Poderia chamar minha mulher que está na recepção, por favor?

— Sim, com licença. — o médico saiu do quarto.

Em dois minutos, Samantha apareceu na porta desesperada. Viu seu filho e correu até ele.

— Daniel. — disse ela chorando e o abraçou

Rômulo chegou perto e acalmou Samantha.

— O que aconteceu?

Rômulo explicou tudo o que o médico havia lhe dito. Samantha estava boquiaberta.

— Você acha que ele é...

— Sim.

— Mas não é possível, Rômulo. A linhagem estava bloqueada lembra? Não tem como Daniel ser o próximo guardião.

— Também não entendo, mas alguma coisa está acontecendo. Se Daniel é mesmo, Laís também pode ser.

Samantha foi até a janela e ficou olhando o céu.

— Então temos que treiná-los.

— Não, é muito cedo para eles saberem, temos que ter certeza que a linhagem pode ter sido passada a eles. — disse ele.

— Temos esse tempo?

— Desde que eles não desconfiem de nada, temos bastante tempo.

— E se outra guerra acontecer?

— A última guerra foi há 300 anos, acho meio improvável que aconteça novamente.

— Temos que ir ao nosso mundo.

— Mas como? Todos os portais foram fechados.

— Nem todos. Sobrou um, até que eu ajudei a protegê-lo.

— Mas onde?

— Isso que teremos que descobrir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Este capítulo termina rondado de mistérios e perguntas sem respostas, não? O que será que pode acontecer? Até a próxima.