Dreams, Dreams and Dreams escrita por Colin Cassidy Mills


Capítulo 2
Pingente de Fogo


Notas iniciais do capítulo

O que estão achando da história?



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Laís gritou e jogou o pingente no chão, assustada. Como aquilo foi parar ali? Nessa hora, ela ouviu em sua mente, seu irmão dizer: “Sonhos são apenas sonhos”.

Aquele pingente era a prova que não. Ela estava encarando o chão com os olhos arregalados quando Daniel apareceu na porta descalço só de bermuda e cinta.

— Lah, o que aconteceu? Ouvi você gritar.

A menina estava paralisada, seus olhos castanhos chocolate encaravam nada além daquele pequeno pingente.

— Laís. — disse o garoto balançando a mão em frente ao rosto dela.

Laís então despertou de seu transe.

— Han?

— Você gritou, o que aconteceu?

Laís olhou para o pingente e para seu irmão e pensou se era realmente necessário encher a cabeça dele com seus problemas.

— Nada, eu tinha visto uma... uma... lagartixa, isso uma lagartixa e ela acabou me assustando, desculpe se te atrapalhei.

Daniel olhava desconfiado para sua irmã, mas enfim disse:

— Ok, vou terminar de me vestir, ai você pode ir tomar banho.

Ele voltou para o banheiro e assim que Laís escutou a porta bater lentamente se abaixou e pegou o pequeno objeto metálico que estava jogado no chão.

— Como foi que você veio para aqui? — perguntava para si mesma.

Ela ficou admirando a joia um bom tempo, até que Daniel apareceu vestido pronto para ir para a escola.

— Pode ir Lalah — disse ele, mas ela nem ouviu, estava encantada com o pingente.

— Laís? Laís?! — gritou

— Han? Oi, oi Dani

— Oi, bom dia, Laís. — disse com ironia. — Ande, vá tomar banho antes que nos atrasemos.

— Sim, sim.

Laís pegou seu uniforme e uma calça jeans e foi para o banho. Antes de ir para o banheiro ela foi em direção à escrivaninha e escondeu o pingente para que ninguém mexesse nele. Daniel continuava no quarto arrumando sua bolsa e a de Laís com os livros e apostilas que precisariam para a escola.

No banho, Laís enxaguava seu cabelo e pensava no sonho, no pingente e, principalmente, em Cassandra, como ela sabia quem ela era, como sabia de seus sonhos, como havia presenciado seu nascimento, tudo está muito confuso. Laís terminou de tomar banho e foi se vestir.

Laís voltou ao seu quarto e percebeu Daniel mexendo na sua bolsa:

— O que está fazendo? — indagou.

— Arrumando nossas bolsas, a gente tem duas aulas de matemática, né?

— Acho que sim. — disse com a mão na testa — Mas... Por quê?

— Porque o que?

— Porque está arrumando minha bolsa?

— Achei que estaria confusa por causa do seu sonho e esquecesse algum livro ou apostila

— Nossa, tem razão. Obrigada, Dani. Eu te amo. — lhe deu um beijo na bochecha e ele ficou vermelho.

Laís riu.

— Você ficou vermelho.

Ele se manteve quieto.

Laís, Daniel, venham tomar café! — chamava sua mãe ao pé da escada.

Já vamos, mãe! — gritou Daniel do quarto — Vamos?

Laís procurava algo na escrivaninha.

— O que está procurando? — perguntou ele.

— Nada.

— Por acaso é isso? — ele tirou do bolso o pingente de Laís.

Laís se virou e viu seu presente balançando entre os dedos de seu irmão. Ela sentiu uma onda de raiva correndo por suas veias. Ela cerrou os dentes e fechou os punhos.

— O que está fazendo com isso? — sua voz era baixa, ela se aproximava dele como uma pantera encurralando sua presa.

— Achei na escrivaninha enquanto procurava a minha apostila de matemática.

— Era. Para. Deixar. LÁ! — ela não sabia o que estava acontecendo, mas sentia raiva, muita raiva.

Antes que ele pudesse se defender, ela avançou para cima dele, acertando as unhas em seu rosto e puxando seus cabelos.

— Laís... pare... por... favor — ofegante tentava fazê-la parar.

Laís agarrou Daniel pelos cabelos castanhos e bateu sua cabeça com força repetidas vezes no chão, ela gritava de raiva e ele gritava de dor, pedindo para ela parar.

— PAI, MÃE! — Daniel gritava por ajuda — PAI, MÃE! — continuava tentando avisar aos pais, mas sua voz já estava rouca e sua visão turva.

O pai de Daniel e Laís subiu a escada rapidamente e viu os seus filhos brigando.

— Parem! — exclamou ele interferindo na briga.

Rômulo era casado com Samantha, tinha cabelos e olhos castanhos, era forte e moreno.

Parem vocês dois! — gritou ele agarrando Laís e a tirando de cima do irmão.

Rômulo conseguiu segurar Laís, mas ela se debatia querendo se soltar para bater mais no irmão.

— Acalme-se, menina. — disse o pai.

Rômulo sentou Laís na cama e olhou nos olhos castanhos dela.

— Acalme-se. Calma. LAÍS! — quando ele gritou, Laís voltou a si. Parou de se debater e olhou ao redor.

— Pai? O... O Que aconteceu?

— Não sei, só ouvi seu irmão gritando por ajuda e quando subi, você estava batendo nele.

Laís olhou através do ombro de seu pai e viu Daniel caído, desacordado no chão, com um sangramento na boca, marcas de unha na bochecha e um corte na testa. Laís começou a chorar e foi até seu irmão.

— Da... Da... Dani. — disse ela soluçando e com as mãos na boca.

Ajoelhou-se ao lado dele e o abraçou, seu pai se ajoelhou também e abraçou a filha.

— Ele... Ele está... — ela não conseguia terminar a frase, se ele estivesse morto a culpa seria dela, exclusivamente dela.

Rômulo colocou a mão no pescoço de seu filho para verificar sua pulsação. Ele deu um pequeno e leve sorriso para a filha.

— Ele está vivo, desacordado, temos que levá-lo para o hospital, rápido.

Rômulo pegou Daniel no colo e desceu as escadas, Samantha via tudo da porta do quarto.

— Vou com você pai. — disse ela

— Não, você fica aqui, hoje é dia de aula, não pode faltar, aliás vai avisar os professores porque Daniel faltará hoje. — disse a mãe impedindo-a de sair do quarto, sua voz estava livre de qualquer emoção, mas Laís conseguia ver que seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Mas mãe...

— Vá tomar café.

Samantha desceu as escadas, enquanto Laís observava da janela de seu quarto seu pai sair de carro em direção ao hospital com seu irmão deitado no banco traseiro desacordado, correndo risco de morte, imagina ela.

— Porque eu fiz isso? — indagou para si mesma

Ela viu algo brilhar no chão. O pingente. O vermelho das chamas parecia ter ficado mais forte. Ela o pegou.

— Foi tudo culpa sua! — jogou o pingente no cesto de lixo.

Desceu para tomar café e viu sua mãe tirando dois pratos da mesa e guardando.

— Mãe... Desculpe-me.

Samantha fechou a porta do armário e gritou:

— PORQUE FEZ AQUILO?

— Calma mãe. — Laís estava chorando novamente. — Não fui eu, eu não sabia o que estava fazendo.

VOCÊ PODIA TER O MATADO, SE JÁ NÃO ACONTECEU!

— Mãe, desculpe-me.

Samantha sentou na cadeira e começou a chorar em cima do seu prato com bacon e ovos mexidos. Laís a abraçou e disse:

— Me perdoe mãe, não fui eu, confie em mim.

Depois de um momento de hesitação ela retribuiu o abraço e disse:

— Eu confio e acredito em você, filha. — limpou as lágrimas do rosto de sua filha, e Laís as lágrimas de sua mãe — Agora, coma.

Laís se sentou ao lado de Samantha e começou a comer juntamente com ela. Terminando disse:

— Adorei os ovos. — disse com um sorriso triste.

Samantha deu risadas baixas e disse:

— Eu te amo, agora vá escovar os dentes.

Laís subiu as escadas correndo e foi escovar os dentes e pegar sua mochila.

Depois de três minutos, viu a mão ao pé da escada com dois capacetes na mão e a chave da moto.

— Pronta, querida?

— Pronta.

Samantha e Laís saíram e pegaram a moto vermelha que tinham, colocaram o capacete e foram para a escola.

No caminho, Laís pensava no que falaria para os professores e amigos sobre o que tinha acontecido com seu irmão. Não podia falar a verdade, iriam odiá-la. Pensou, pensou e pensou e finalmente teve uma ideia.


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Notas finais do capítulo

Têm alguma ideia que quer muito que seja desenvolvida na história? Comente e me diga, adoraria ler e imaginar o que criou. :D