A nova vida de Annabeth Chase- HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 3
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos: Nana Valdez, Leitora, Scarlett, zero,
BerryAndFible, Insano insone, Senhora Weasley
Amo vcs, pessoal



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Já havia preparado tudo: Duas malas de mão lotadas de roupas, a mochila da escola e mais uma mochila (onde coloquei livros e cosméticos) ainda não pareciam suficientes.

Reviro o quarto mais uma vez, conferindo se não esqueci nada. Não era típico de mim, mas após aquela briga eu tinha que fugir, nem que fosse por pouco tempo.

Se eu sabia para onde ir? Certamente não, mas teria que dar um jeito.

Saio do quarto, andando devagar pelo corredor, depois abro a porta de entrada e saio, sem fazer um ruido sequer.

Não deixei uma carta, nem mesmo um bilhete pequeno, mas que se dane.

Entrando no elevador, empurro as malas com dificuldade. Vou até o térreo, pego um táxi e indico e endereço de Thalia. Eu sabia que Zeus não estaria em casa naquele horário, certamente estaria trabalhando em seu turno da madrugada.

O homem para em frente a casa, esticando a mão para que eu desse o dinheiro.

– São vinte dólares. - Fala

Reviro a mochila com os livros até encontrar o dinheiro e dou para o homem. Descendo do carro, ele me ajuda a levar as malas até a porta de Thalia.

Toco a campainha, com apreensão.

Após algum tempo, alguém vai atender. Os cabelos loiros de Jason estão desarrumados, o óculos quase escorrega da face e sua cara está sonolenta.

– Annabeth? - Indaga, bocejando.

– Oi, posso entrar?

– Aconteceu alguma coisa? - Boceja novamente.

– Não, só quero um lugar para dormir, amanhã eu explico tudo.

Ele sai da porta, dando espaço para eu passar. Arrasto minhas malas para dentro.

– Vou chamar a Thalia.

– Não precisa, eu durmo no sofá e amanhã eu a aviso.

Sem mais nem menos, ele sobe as escadas e me larga sozinha. Deito-me no sofá, pensando em mil coisas antes de cair no sono.

Eu havia fugido, era fato, porém o que faria a seguir? A escola era particular, portanto eu teria que pagar se quisesse continuar nela. Thalia não me aguentaria para sempre em sua casa, no máximo alguns meses.

Pela primeira vez, eu não sabia o que fazer. Não tinha um plano .

* * *

Acordo com um grito.

– ANNABETH CHASE, O QUE FAZ AQUI? - Grita Thalia,bem na minha frente.

Ignorando a dor nas costas, eu falo:

– Eu fugi de casa.

Ela faz uma cara de pasma.

– Como assim?

–Fugi, exatamente como nos filmes. Peguei minhas coisas e sumi.

– Pode repetir devagar? Acho que a Annabeth não faria isso.

– Eu. Fugi. De.CASA - Repito, devagar.

– ISSO É DEMAIS! - Ela berra.

– Não, não é. - Falo - Estou ferrada, mas não posso voltar.

– AI QUE TUDO - Ela fala, parecendo não ter me ouvido. - Agora me conte sobre o que aconteceu.

Conto tudo, desde o que aconteceu na escola até a hora em que acordei com ela berrando.

– Vai ter que arrumar um emprego - Fala - Quero dizer, não dá para bancar aquela escola com o pouco que você tem.

– Eu sei, vou procurar hoje mesmo.

Ela faz uma pausa, depois continua.

– Sabe que o primeiro lugar que Atena virá te procurar será aqui, não sabe?

– Sei.

– E o que você pretende fazer?

Respiro profundamente.

Thalia pega uma das malas, depois pede para que eu pegue a outra. Sobe as escadas de sua casa e entra em um dos quartos vazios.

– Esse vai ser o seu quarto, tudo bem?

– OK.

– Hoje mesmo vamos procurar um emprego para você, depois vou convencer meus pais a deixarem você ficar.

– Tá bom.

Passamos um tempão arrumando as minhas coisas, mas por fim estava tudo pronto.

O quarto era branco, uma cama de casal com cabeceira bege abriga o meio dele. No canto esquerdo, uma mesinha verde-claro é usada por um abajur e um vaso de flores que parecem ser recém-colhidas. Tudo no quarto é harmonioso: As cores claras contrastando com o dourado das cortinhas e da colcha da cama. Uma portinha está entreaberta,revelando um closet que está sendo utilizado por minhas roupas , cosméticos e alguns livros (acho que sou a única que guarda livros no closet, mas tudo bem).

Como as aulas começavam somente semana que vem, tínhamos o dia todo para procurar um emprego.

E foi isso que fomos fazer.

* * *

– Preenchemos a vaga semana passada, desculpe. - Fala o homem do balcão.

Estávamos sem sorte, essa era quinta cafeteria onde fui rejeitada. Sem contar com as lojas de roupas, sapatos e até um sebo.

Thalia agradece e me arrasta para fora do estabelecimento.

– Para onde vamos agora? – Indaga

– Não sei, acho que não vou conseguir ser aceita.

– Mas é claro que vai.

– Não, estou falando sério, essa foi a gota d’água. Não vou conseguir arrumar um emprego.

– Vai sim.

– Não vou.

– Se falar não de novo, vou ser obrigada a dar um tapa na sua cara.

Calo-me. Thalia pega seu celular e confere onde estão contratando.

– Tem uma loja de doces perto da escola, mas vamos ter que pegar o metrô para chegar até lá.

– Ok.

Corremos até a estação mais próxima, comprando duas passagens. Por sorte, a condução chegaria em alguns minutos.

Embarcamos no vagão e nos sentamos. O metrô tem o cheiro de sempre: Metal e gente.

Após um tempo, descemos na estação e vamos procurar a loja.

– Ali ! – Grita Thalia, apontando para uma loja.

O letreiro exibe as palavras “ FUNNY CANDIES” escritas em um tom de vermelho e branco. A loja parece estar movimentada.

Atravessamos a rua e entramos no local, com as narinas entupidas de cheiros doces.

– No que posso ajudar? - Indaga uma atendente de cabelos vermelhos.

– Minha amiga viu que estão contratando – Fala Thalia –Ela precisa de um emprego.

– Acompanhem-me, por favor.

Seguimo-la até os fundos da loja, onde uma pequena portinha exibe a palavra “Escritório” gravada em uma placa de metal.

Ela dá duas batidas na porta, depois gira a maçaneta.

– Charlotte, quantas vezes eu te disse que não é para... – Diz um homem, mas ao perceber nossa presença ele para – Quem são vocês?

– Meu nome é Annabeth, eu venho por causa do anúncio de emprego. Essa é minha amiga, Thalia, veio me acompanhar.

– Nesse caso, podem entrar.

Entramos na sala. É de tamanho médio, com uma cadeira vermelha de couro que está sendo ocupada pelo homem, a mesa em sua frente está uma bagunça, com alguns restos de doce grudados em papéis. O homem se levanta, então indica para um sofá pequeno.

– Pode se sentar ali, Tália.

– Obrigada, mas meu nome é Thalia.

Ele a ignora, então fala para que eu me sente na poltrona preta em frente à sua mesa.

– Annabeth, certo?

–Sim.

– Meu nome é James, mas me chame de Sr.Stone. Sou um dos sócios da loja, o outro é o Sr. Smith.

Ele aponta para a parede, onde dois quadros guardam fotos. O primeiro é a imagem dele, o mesmo cabelo grisalho e ralo, a mesma gordura, o mesmo par de olhos verdes. Prece ter cinqüenta e poucos anos. A segunda foto mostra um homem mais novo, negro, de olhos castanhos e óculos de armação tradicional. Deduzo que é o Sr. Smith.

– Então, minha jovem, de qual vaga veio atrás? A de balconista, a de vendedora ou a de auxiliar de serviços gerais?

– Tanto faz, só quero um emprego.

– Sim. Deduzo que ainda está na escola, não é?

– Estou.

– Balconista e vendedora são serviços para o dia todo, já auxiliar de serviços gerais é somente meio-periodo. Pode ser?

– Sim.

– Vou fazer algumas perguntas,analisar algumas coisas, quero que me responda com toda a sinceridade, okay?

– Okay.

Ele começa um questionário enorme, respondo todas as questões com sinceridade. Já estava cansada.

– Temos um problema: Não posso contratar um menor de idade sem a autorização dos pais, então não poderá ser uma funcionária registrada.

– Não preciso ser registrada, só preciso receber meu pagamento no fim do mês.

– Nesse caso, está contratada.

Uma onda de alegria invade meu peito.

– Quando começo?

– Pode ser amanhã? Seu turno será das 17:00 até as 22:00, nossa loja trabalha com horário diferenciado.

– Ok.

– Amanhã receberá o uniforme, o treinamento e tudo o mais. Parabéns.

Ele estica a mão, eu a aperto.

Saímos da loja, Thalia envergonhada por minha felicidade. O valor do salário irá dar para pagar a escola e ajudar em alguma conta barata da casa de Thalia.

A vendedora de cabelos vermelhos me para na porta.

– Foi contratada?

– Fui.

Ela olha para baixo.

– Prepara-se.

– Para o que?

– Para a esposa do sócio. Sugiro que faça muita meditação e que meça suas palavras o falar com ela, esqueça essas coisas de “Não levar desaforo para casa”. Agüente tudo de cabeça abaixada.

Faço uma cara de confusa, mas Thalia me arrasta da loja.

* *

Já é tarde da noite, mas as palavras da mulher ainda ecoam em minha mente.

O que ela quis dizer com aquilo? Eu não sei, mas esperava que fosse mentira.

Adormeço.


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Notas finais do capítulo

dez folhas o word, mas fui ver e deu só mil e poucas palavras.
Odeio o contador de palavras.


Mas e aí, o que acharam do cap?

Bjus da Zia



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