Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 32
Filler 1 ---->>>> Ao contrario.


Notas iniciais do capítulo

(A pedidos de leitores fofos aqui vai o primeiro narrador convidado!
Vou aproveitar para exemplificar coisas que ficaram pouco entendidas.
Espero que gostem ^_^ Ficou mega longo pois era para ser 3 caps. Mas como prometi para de dividir... deixei as assinaturas nos locais de corte de cap rsrs Ah já que se trata “dele” a trama será contada do fim para o começo.



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O que tenho que fazer aqui?

Contar minha versão?

Esta bem...

Minha historia começa muito antes de tudo isso; na verdade começa antes de ate mesmo eu ter vindo para o notório Bairro do Limoeiro. Mas como sei que isso não interessa a ninguém tentarei ser o mai breve possível.

Venho de uma família não muito convencional, e por conta disso tivemos certos... problemas a onde morávamos antes. Por sorte meu pai resolveu tudo antes que se torna-se algo serio, e indicou a minha mãe e a mãe do meu irmão, vir morar neste bairro.

É sim eu e Nimbus somos irmãos de pai, mas não de mãe...

grande coisa.

Nossa! O mundo vai cair!

(sarcasmo)

A verdade é que nunca me importei com isso, achava muito legal a minha família diferente, mesmo quando alguém implicava com o fato.


A verdade é que quando chegamos ao novo bairro nossas mães ordenaram que não contássemos nada sobre isso a ninguém, e assim todos achavam que elas eram um casal e nós seus filhos. Novamente uma família diferente.

Agora que já desenhei bem o passado vou começar o que importa.

OoOoOoOoOo

OoOoOoOoOo

 

OoOoOoOoOo

Quando os vi, eu realmente não reconheci nenhum deles. E como poderia?

Não foi por que eu os esqueci, muito menos por que estava deferentes "por que eles estão exatamente a mesma porcaria". Mas por que eu nunca acreditei que nenhum deles voltaria.

Por um segundo me enchi de alegria e esperança em ver meus amigos, por outro lado... levei um baita golpe.

oOoOoOoOoOo

—--- Todos se esqueceram de você.

—--- Você nunca foi alguém relevante para eles.

—--- Admita e desista você foi abandonado.

Passei um tempo na casa de Joaquim, mas sabia que não podia morar com eles por toda vida; ate por que estes começavam a ter seus próprios problemas. E bota problemas nisso... O local começou a ficar forrado de vanda-los, sem falar que mais ninguém freqüentava a “padoka” o que fez com que eles passarem por maus bocados (creio que foi nesta época que o Joaquim perdeu peso.)

Então lógico que segui meu caminho.

Comecei por baixo, bem baixo mesmo. Só queria um lugar para dormir que não ventasse ou chovesse e comer alguma coisa uma vez ou outra; e assim aprendi a roubar, brigar; e fui ficando bom e fazer mal aos outros. Já não ligava para a morte; em suma há achava algo muito mais piedoso. E logo juntei seguidores.

Eles se espelhavam no meu poder. Achavam aquilo “maneiro” e me tinham como um tipo de... Sei la o que eles achavam de mim, mas me veneravam e aos poucos fui subindo de patamar dentro das facções das gangues, derrubando as outras ao redor e fazendo meu próprio território.

Criei meu logo e não foi nada difícil gerar minha marca. Ate que encontrei com a ruiva...


Era um dia chuvoso, fétido e sombrio. Dias que me deixavam animado e por algum motivo infeliz, (ate estas sensações haviam se invertido mesmo eu não sabendo muito bem se isso tinha sido culpa dos poderes... ou da tortura.) estava caminhando sozinho pelas valas que as pessoas teimavam em chamar de ruas; e ela estava bem ali, em um canto escondida da tormenta. Tremia, estava suja e ferida, olhei para ela e me lembrei de como havia começado minha nova vida e apenas estendi minha mão. Ela levantou o rosto e me encarou com medo, mas não sentia medo de mim. Isso era claro.

Temia por mim e logo se esquiva afastando-se.

Fico olhando para ela sem conseguir compreender, parecia agir mais oposto ao normal do que eu.

Estava chovendo.

Estava frio.

Mas fiquei parado lá ainda a tentar entender sua reação a mim. ---- M-e-d-o-? ---- forço e sai uma palavra no timbre correto de interrogação.

—--- Você é ele... o contaminado. ---- sua vos tremia pelo frio, e logo ela tenta se esconder dentro da jaqueta encharcada. ---- D-desculpa não quis ser grossa. Mas você é? Não é?

—--- S-o-u. ---- me aproximo e a cubro com minha própria jaqueta, mas ela parecia não querer minha ajuda.

—--- Você já deveria estar bem longe daqui. Este lugar é maldito e... ---- a jovem não parava de falar e argumentar mas em um instante se cala ficando a me encarar com tamanha densidade que posso ver algo dentro de seus olhos castanhos. Ela era diferente. ---- Você também não conseguiu não é. O que ouve? Não tem ninguém lá fora atrás de você? Sua família? ---- me calo e ela serra o olhar. ---- Sinto muito... Mas acredite, é muito melhor não ter ninguém atrás de você do que ter a pessoa errada.

—--- Estão te ajudando. (Querem te ferir?) ---- de vês em quando ainda me esquecia de meu transtorno, mas ela ri.

—--- Você fala ao contrario não é? Mas posso sentir o que quer dizer... Minha mãe pode te ajudar a diminuir seu efeito, mas... Eu não posso te levar ate ela. Querem me matar, ou pior.

—--- Por que. (?) ---- ainda bem que existe por que pergunta e resposta. Mesmo eu não fazendo a mínima idéia de como se escreve as quatro diferenças.

—--- Meus pais. Ele quer que eles o ajude e... acho que você entendeu.

Estava chovendo.

Estava frio.

—--- Não. (sim) ---- me abaixo a pego pelo pulso e a ergo comigo. ---- Fica (vem). ---- ordeno e sigo com ela de volta ate minha base.


Ninguém ali ousaria me encarar, mesmo trazendo uma jovem ferida, ensopada e suja ate meus aposentos privados.

Aponto para um seguidor qualquer e ele já entende que tem de trazer roupas limpas para a moça, e logo tranco a porta a deixando lá dentro sozinha.

Depois de alguns minutos ela sai ainda a tentar secar os curtos e cacheados cabelos. ---- Obrigada. Mas você não deveria se envolver... se vierem atrás de você?

—--- E-u a-g-u-e-n-t-o.

E aguentei.

oOoOoOoOoOo

Anos antes...

...inicio de tudo.

Logo fui trancafiado em um local estranho, sem portas ou janelas. Não entendia como havia entrado lá. Chamei por ajuda, dias, em vão.

Passei fome e frio naquele apertado local escuro, sem conseguir entender o que estava acontecendo. Ate que infelizmente entendi.

—--- Que garotinho mais impertinente não. Tem mesmo que agir o oposto do normal? ---- ela surgiu no meio das sombras e mais uma vez me enganei. Achei que estaria ali para me ajudar, mas não...

Foram dias intermináveis de profunda agonia.

Tortura seria uma palavra muito fraca para descrever o que fizeram comigo; por que isso implica em sentir dor e agonia, mas o que passei ali elevava a qualquer coisa já nomeada pelo homem. Desespero? Estes sentimentos eu usufruirá nos momentos mais leves do dia, no restante dele mergulhava em minha própria mente tentando escapar deste corpo. O que era inútil.

Muito tempo se passou.

Tanto que já havia perdido a noção de pudor ou vergonha. Não ligava mais se alguém visse ou tocasse, nunca era com “estas” intenções, as únicas intenções que tinham eram fazer mais e mais experiências. Ver o que podiam extrair de mim ate onde chegava a extensão de minhas habilidades, entre outras coisas.

Ate que um dia finalmente parou.

Fiquei esquecido naquele galpão por semanas ate que alguém finalmente me jogou fora, como se joga um brinquedo velho ou um sanduíche podre. Ploft já estava na rua.

Mas minhas pernas me traíram e não conseguia me mover, apaguei como estava e onde haviam me atirado. Não tinha idade para criar barba, mas já tinha aceitado a morte. Na verdade a esperava ansioso.

—--- Pequeno...–--- ergui os olhos com dificuldade e vi aquele ser parado a minha frente; o manto negro que sempre me foi narrado parecia mais lindo que qualquer alvorecer. Ela esticava a mão ossuda para mim; já estava pronto.



—--- Dc, Dc! ---- alguém gritava tão longe que eu ignorava completamente, só queria partir junto com ela. ---- Dc, pelo amor de deus Dc responde! ---- era insistente, e a espanta para longe de mim. Tento segurar em seu manto macio para que me levasse mas ele se desfaz entre meus dedos e volto a desesperar. Por que? Por que não me levou? ---- Dc! Caramba! ---- abro os olhos devagar e uma figura arredondada me abraça.

—--- Quem...? ---- não conseguia falar, estava fraco e mais do que isso, ferido. Sentia minha língua cortada assim como os lábios e laringe.

—--- Calma você esta bem agora. ---- ele afirma alegre, mas não reconheço sua face e menos ainda sua voz. Parecia haver outras pessoas ali conosco. Eu estava coberto e minhas feridas tratadas, tentam me dar água mas não conseguia tomar. ---- Vamos faça uma força. Você tem que... ---- ele insiste mais uma vês e jogo a tigela longe. ---- Teimoso.

—--- Deixe ele. Ele tem que descansar um pouco. ---- outra voz pontua, mas já não ligava. Não estava ligando antes imagina agora?

Serro os olhos e volto a desacordar.

Sonhava com a dama de negro, que ela viesse novamente ao meu encontro e me levasse para bem longe de tudo aquilo.


Seria uma futilidade se eu narrasse “horas depois” ou “dias depois” por que não faço a mínima idéia do tempo que passei desacordado. Só sei que não queria ter despertado.

Olho em volta e me vejo em uma cama de hospital. Segundos depois um garoto vem correndo ate mim alegre e preocupado.

—--- Dc você ta legal? O que ouve?

Não o reconheço de imediato sem suas costumeiras roupas da padaria, afinal não tínhamos muito contato. Mas mesmo que tivéssemos quando tento o responder a resposta sai o avesso do que queria dizer. Minha maldição havia começado, e daí pra frente só pioraria.


Ao sair do hospital tentei voltar para casa.

Juro que tentei.

Mas ao ligar ninguém me entendia ou ao menos reconhecia minha voz, havia se passado dois anos e com toda certeza ja tinham me dado como morto. Minha mãe não morava mais a onde estávamos, havia ido para o Japão e o contato com meu pai eu ja havia perdido a muito tempo.

Fiquei sozinho.

oOoOoOoOoOo

Dois anos antes.

Todos haviam mesmo partido.

Não posso fazer muito a não ser aproveitar de suas casa abandonadas (e contaminadas) para dormir e ate comer. (muitos tinham deixado tudo as presas). Mas meu foco era achar o anjinho e é nisso que me concentro; afinal assim que o encontrasse provaria a minha mãe que estava certo e ela pararia de achar que estava louco. Sem falar que com os poderes dele tudo poderia ser consertado.

Fui ao local mais lógico primeiro.

A maldita fabrica.

Lá não encontrei vestígio de nada, parecia que havia sido limpo de algum modo, nem mesmo as maquinas estavam lá.

—--- Ola garotinho. ---- uma voz rouca e estranha soa atrás de mim e me viro assustado. Um olhar alucinado para em minha direção e tento correr sendo detido por criaturas estranhas cobertas por musgo, poeira e lixo. ---- Eu já te vi antes não? É um amiginho daqueles pestinhas não é mesmo. O que faz aqui? Pensei que tinha me livrado de todos vocês.

Não fico para ouvi-lo.

Ele tenta me deter e ouço o som de um disparo, algo me atinge mas não sinto dor, ao contrario disso, fico ainda mais vitalizado e disparo de lá como se pudesse voar. O homem xinga e esbraveja. Reclama com seus servos e logo segue seu caminho, e eu o sigo; sabia que se alguém sabia a onde o anjinho estaria este seria o Capitão Feio.

Na mosca.

Ele me leva ate seu novo covil e lá o encontro dentro de um tipo de vidro como se fosse um troféu.

—--- Menino o que faz aqui? É perigoso.

—--- Vim te salvar. ---- olho em torno e logo abro a porta.

(...)

A verdade é que não consegui ir ate o fim.

O que imaginava? Que esta é uma daquelas narrativas a onde uma criança ganha de adultos só sendo espertinha... me poupe.

A verdade é que fui capturado e levado ate um local escuro e fétido a onde uma mulher me surpreendeu. Ela falava com outras pessoas que igualmente entretidas ignoravam minha presença.

Pena que as coisas não continuaram assim.

OoOoOoOoOo

Antes de tudo.

—--- Já chega disso David! ---- minha me grita e joga o meu prato de jantar no chão. Já era a décima discussão aquele dia. ---- Olha só o que você me fez fazer...

—--- Eu estava comento...

—--- É, mas agora vai para o quarto sem jantar. ---- ela estava fora de si. Ficava assim quando eu falava de querer ver o meu irmão e principalmente quando falava sobre o anjinho. ---- Anda! ---- grita entérica como nunca tinha visto, não antes do desastre. ---- Você tem que entender... o que você viu. Esta coisa de anjo. Foi delírio por causa dos produtos químicos... ----  Ela pontua entristecida, mas eu vejo outra coisa nesta cena.

Minha própria mãe me achava louco.

Pouco tempo depois o inevitável: um grupo de trajes brancos bem me buscar. ---- Vai ficar tudo bem meu anjo. Eles só vão fazer você melhorar. ---- ela vem ate mim e me faz um cafuné. Não olho para ela, estava furioso.

Me levam.

Foi a ultima vez que a vi.

No caminho permaneço calado. Já havia visto tantos planos infalíveis, talvez eu pudesse bolar o meu próprio.

Na minha ficha estava meu perfil psicológico completo, posso ler bem do banco de traz; dizia que eu era quieto distraído, mas comportado, e tinha manias de pessoas mais velhas fora do padrão.

Me estico e...

...puxo o freio de mão.

Enquanto eles se preocupam com o transito e o que fiz, abro a porta e saio. A trava de segurança era algo muito idiota se posto ao alcance de uma criança...

O transito tinha ficado uma loucura por conta do meu ato me dando tudo o que precisava para fugir.

Eu não iria para um manicômio por falar a verdade.

Tento ligar pra meu irmão. ---- /=/ Alo? /=/ Sou eu. Onde você esta? /=/ Oi! Estou na casa do...  ---- o telefone é tomado dele. ----  Não ligue mais para cá.  ---- a voz fria soa antes do telefone ser desligado.

Me seguro para não chorar.

Já tinha passado por coisa pior.

Imaginei.

tola criança...

Entrando escondido de ônibus em ônibus consigo voltar ate o Bairro do Limoeiro, mas lá não tenho o que esperava.

oOoOoOoOoOo

Semanas antes.

Mas eu me lembro bem de mais uma coisa....

Quando estava indo em direção a tal fabrica infernal, pude ver o anjinho voar para dentro das nuvens tóxicas. Foi ele quem me ajudou a abrir o tal registro e evitar a explosão.

Estava pensando o que?

Uma criança não poderia fazer tudo sozinha, principalmente ter tanta força física.

—--- Agora saia daqui. Meus poderes não vão te proteger deste gás para sempre.—--- as vozinha doce e meiga do anjinho era inconfundível, mesmo quando bravo. ---- Muito obrigado por mostrar a onde estava o problema. Mas você pode me fazer um favor? Avise...

Ele estava a me explicar algo, mas é impedido de prosseguir. A nuvem negra toma forma e o agarra. Nesta hora seus poderes param de me proteger e começo a ser afetado; mas não me importo e tento tira-lo do ataque.

—--- Não garoto! Fuja é perigoso!—--- ele grita enquanto lutava, mas eu era teimoso. Consigo o livrar a tempo de ele refazer a barreira protetora, porem o gás já havia se espalhado muito e com isso ele apenas evita que ele se florífera-se, atingindo apenas o bairro do Limoeiro. ---- Menino teimoso. —--- ele bronqueia ao pousar do meu lado. Mal conseguia respirar e aos poucos o mundo ficava turvo e escuro.


Acordo com meu pai me levando como havia dito anteriormente.

Mas só me dou conta realmente de onde estava quando soou posto no carro, um caro diferente do de meu irmão. Estendo a mão e ele segura a minha, estava fraco de mais para conseguir falar e sentia mais dor do que posso explicar, mas não podia deixar que elas nos separassem assim; mas sua mãe vem e o puxa o pondo no outro carro.

Os carros partem alucinados, pareciam insetos fugindo do fogo. ---- Vai ficar tudo bem meu amor. A mamãe não vai deixar nada acontecer com você. ---- ela chorava enquanto dirigia, mas eu só conseguia me concentrar no céu.

Ele lutava sozinho contra a nuvem tóxica, purificando-a, e pouco a pouco se podia ver o sol radiante aparecer por de trás de tudo.

Ele era poderoso.

Assistia a ele evitar colisões de carro por conta do pânico com um gesto de mão.

Era o nosso guardião.

Mas lutava sozinho.

 

OoOoOoOoOo

Como tudo começou.

Naquele dia fatídico eu e meu irmão tínhamos saído de casa bem cedo por conta de brigas que haviam tomado toda a noite. Nosso pai era um homem estranho, não nos assumia legalmente, mas fazia questão de ser o único exemplo masculino na casa.

Vai entender.

Vi quando Cebolinha (nunca entendi o porque de tal apelido.) foi para seu barracão bolar mais um plano contra a Mônica.

Mônica...

Esta sempre foi o centro de todas as atenções no bairro. (principalmente da minha) querendo ou não ela estava em pleno destaque dia ou noite, fizesse sol ou chuva. Todos queriam ser seus amigos e estar em torno dela; seja para brincar ou chamar sua atenção com algum apelido maldoso e de mal gosto. Creio que por conta disso que ela nunca deu muita importância as minhas investidas...

—--- Ela parece um menino. ---- a loura a minha frente resmunga algo que não dou a mínima atenção. Estava ocupado de mais admirando minha musa, castigar os infratores de seu domínio. ---- Você esta me ouvindo Do Contra? ---- claro que não. A sena que se passava no campinho era muito mais interessante que este assunto besta. Via quando Cascão despencou do barranco... interpretação perfeita. Ate mesmo rio, vendo a preocupação de Magali em não derrubar a melancia mesmo com o susrto com o sangue falso; eu tinha pleno conhecimento do plano. ---- Você vai mesmo ficar babando pela Mônica na minha frente?

—--- Desculpa. As brincadeiras do Cebolinha com ela são interessantes... É um modo diferente de agir gosto disso, ele não tenta dar em cima dela. ---- volto a dar atenção a loura antes que esta se irritasse ainda mais. Afinal ela era minha namorada.

—--- Isto é verdade. Ele não assume, mas é apaixonado pela gorducha da Mônica. ---- ela pontua grosseiramente e me pega pelo braço me arrastando para outro canto qualquer; morria de ciúmes quando eu olhava para a Mônica. Tha ela tinha motivos.

Aquela manha passou mais rápida que qualquer coisa, ao mesmo tempo que ficou estagnada. É difícil explicar... Foi nosso ultimo dia juntos.

Brinquei com os garotos no campinho, deixei todos doidos com minhas manias; me divertia com isso. Voltei para casa para almoçar e fazer os deveres de férias que minha mãe nos impunha; eram tantos. Matemática, artes, idiomas... sim não um mais vários.

Nem notei que meu pai ainda estava lá.

—--- David? Esta em casa... ---- ele se aproxima por trás de mim e olha para a mesa. ---- Lição de casa? Você não esta de férias garoto?

—--- Sim. Mas são deveres extras que a mãe deu. ---- respondo sem olhar para ele; apesar de ser meu pai não tínhamos uma ligação ou intimidade alguma.

—--- Assim ela vai acabar com a sua infância. ---- ele indaga, parecia procurar mais motivos para brigar.

—--- E garantir um bom futuro. ---- respondo e ele se espanta, mas logo sorri me fazendo um afago na cabeça.

—--- Você é mesmo uma criança diferente. Sabia disso?

—--- Obrigado. Diferente é bom. ---- sorrio e me levanto para guardar o caderno e vejo a mãe de Nimbos sobre a porta a nos observa; parecia entristecida e irritada. ---- Vou pro quarto. ---- pontuo avisando antes de subir as escadas; sentia que a coisa iria pegar de novo.

E lá fico a ler alguns livros, não era muito fã de quadrinhos como os outros garotos. Livros de literatura eram muito mais... como dizer? Compenetrantes.

[Tof. Pof.] ele invade meu quarto e se joga na minha cama. Não queria conversar, só queria ficar perto de alguém.

—--- O que ouve? Já te avisei para não ficar ouvindo a conversa deles. ---- pontuo sem tirar os olhos da leitura, estava completamente absorto por ela.

—--- Ele não vai mais vir aqui. ---- sua voz sai chorosa, sendo abafada pelo meu travesseiro. ---- A esposa dele descobriu sobre nós e fez um escarcéu. Mandou ele cortar contado e ele vai obedecer.

Tento permanecer na leitura, mas por algum motivo ela tinha se tornado enfadonha e desinteressante.

—--- Fala alguma coisa! ---- ele grita e tira o livro de mim, depois me encara. O que dizer quando nosso pai resolve nos abandonar?

Sem que eu pudesse controlar meus olhos se enchem de lagrimas.

Éramos duas crianças.

Para qualquer um isso seria algo esperado e lógico, mas para nós não.

Éramos duas crianças.

Idiotas, inocentes e ignorantes. Achando que aquilo seria a pior coisa que poderia nos acontecer.



—--- David, Nathan voltem aqui! ---- podemos ouvir nossas mães nos chamarem de volta, mas saímos pela porta sem obedecer. Meu irmão ate pontua em o fazer, mas o puxo comigo. Sabia o que queriam... Ter uma longa e insuportável conversa nos explicando os motivos dos adultos. Motivos que não nos importava nem um pouco.

Só queríamos o nosso pai.

Iria ser igual de quando viemos morar no Bairro do Limoeiro, uma longa explicação de por que os adultos tem regras para tudo, e como nossa família era diferente e especial. Tudo enrrolação.


—--- Bastardos...

—--- O que? ---- ele questiona sem entender ao enxugar as lagrimas. Não podíamos mostrar aos outros o que estava rolando em casa. Era uma regra solene.

—--- É o que nós somos. Li naquele livro. ---- me sento sobre a arvore a abraçar as pernas. ---- É quando se tem um filho fora do casamento.

—--- E isso é bom? ---- ele me pergunta.

ingênuo...

—--- Não.

Mas logo nossa conversa é atrapalhada.

Como já deve estar cansados de saber esta parte... vou pular. Foi o mesmo que a Mônica, Negi, Cássio e Magali já contaram e recontaram. Eles vieram correndo, se encontraram com todos no clubinho, fizeram o acordo e nunca mais nos vimos.


—--- Talvez isso tudo tenha sido para o bem. ---- ouço minha mãe conversar com a dele, mas não o encontro em lugar algum. O besta morria de medo de nuvens de chuva, tanto que ganhou o apelido de Nimbos... ---- Depois de tudo isso seria melhor nos separarmos. ---- elas queriam terminar esta família de vez. Separar Nimbos e eu, cresceremos e esquecermos que já tivermos um irmão ou tudo isso.

Quando estão com medo, crianças correm e se escondem. Eu era o Do Contra mas o meu irmão não era.

O encontro em uma vala estreita.

—--- Vem. Sai daí... ---- o puxo, mas o bicho era pesado, sempre fui magrinho enquanto ele era gordinho. ---- Anda logo para de birra.

—--- Eu não quero! ---- ele grita e se puxa me derrubando facilmente no chão. ---- Você ouviu nossas mães. Elas vão cada uma para um lado, eu vou para sei lá onde e ouvi a sua mãe falar que quer voltar ao Japão...

Me silencio por alguns segundos.

Se falasse algo acabaria abrindo o berreiro igual a ele e alguém tinha que ser o forte ali.

—--- Vem. ---- me ergo e vou em direção oposta a de nossa casa. ---- Se elas querem nos separar também vamos aprontar! Chega de ser bonzinhos...

Ele abre a boca para argumentar, mas logo se cala e me segue em silencio.

Vamos ate a casa dele, do nosso pai.

Era a maior do bairro, enorme e imponente quase um palácio. Fácil de achar.

Nossa idéia era chegar e falar tudo a nossa “irmã” conta o que escondiam dela com todo afinco. Porem minha atenção é tomada por algo muito mais relevante que aquilo.


—--- Você tem que vir comigo. Este lugar vai se tornar tóxico em poucos instantes. ---- ele parecia afobado e muito mais nervoso que o normal, e puxava nossa irmã com sigo e ela não parecia estar com vontade de ir junto dele.

—--- O que esta fazendo com a Marina? ---- pergunto serio como de costume e ele me encara com uma expressão de pavor.

—--- Salvando ela. E se você for inteligente vira comigo... ---- pontua em um tom de pavor que não posso ignorar, e logo olho para meu irmão que vai ate Marina e consegue a acalmar, enquanto eu debatia com ele. ---- Não me olhem como se eu fosse o vilão. Só quero tirar ela daqui. Aquela coisa vai explodir e matar a todos nós... ---- ele aponta para onde vinha a nuvem negra que escurecia os céus. E pela primeira vez a noto ali.

Estava tão distraído que com os assuntos de família que não via o que estava acontecendo ao nosso redor. Mas ele me explica, nem tão, calmamente o que era aquilo e o que faria com todos da cidade. E claro se explodisse, o que poderia fazer com todo pais.

—--- Não tem nada que se possa fazer? ---- questiono pensativo, mas não espero para ouvir a resposta.

A turminha sempre foi corajosa.

Estavam constantemente em grandes aventuras, mas eu nunca participava. Não por que era anti-social ou coisa do gênero, mas as tarefas extra curriculares que minha mãe me impunha tomavam muito do meu tempo.

Queria provar que também era corajoso e aventureiro. Quem sabe se eu salvasse a todos ela olhasse para mim?


Lá dentro um ar fétido e horrendo entorpecia meus sentidos, mas consigo achar uma válvula e abri-la para liberar toda pressão. Tarefa que não foi nada fácil. Tenho de usar um cano como alicerce pos não possuía tanta força quanto hoje, mas por fim... desmaio.

Posso sentir que alguém gritava meu nome.

Sinto ser carregado de lá; abro os olhos vagamente e noto ser meu pai. Fico feliz por um breve instante... pois logo em seguida as dores lucinantes tomam conta de mim.

Estou sentado no chuveiro deixando a água bater em meu corpo ainda vestido. Nimbos esta chorando alguma coisa para mim, mas minha atenção esta na conversa do meu pai com minha mãe, ela chorava muito, desesperada.

—--- Nos temos de leva-lo a um hospital agora mesmo! ---- ela grita em polvorosa, indo em minha direção mas é detida pela mãe de Nimbos. ---- Me solta sua meretriz! Ele é meu filho! Me solta agora! ---- ela chora e grita, mas ela não a solta; e logo meu pai a arrasta a outro cômodo.

—--- Eu sei que dói. Eu também criei este menino, é meu filho também. Irmão do meu... ---- ela a abraça e logo minha mãe para de lutar. ---- Mas ele esta certo. Você viu o que estão fazendo com todos que tiveram um misero contato com aquela coisa.

—--- David salvou a todos com seu ato. Não vamos deixar que se torne um sacrifício. ---- ele se aproxima de mim e me tira da água. A dor era tão intensa que eu não conseguia me mover. ---- O levem para longe daqui agora. Vou dizer que eu fechei o registro e assumir a culpa. ---- ele tenta ajuda-las a me trocar, mas parecia que meus músculos estavam em chamas e meus ossos em pedaços; não conseguia gritar ou chorar era sufocante, me sentia preso em meu próprio corpo.

Depois disso ele sai pela porta.

E nunca mais o vejo.

David Cleber Hiromashi Fagundes Takeda

(Vugo. Do Contra.)


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Notas finais do capítulo

( Eita cap difícil de organizar!
Primeiro escrevi normal e depois tive de por ao contrario e reler para ver se dava para entender, ter coerência fluidez etc.
Ai gente desculpa mas tenteni no maximo não dar muito spoiler do que ainda pretendo amostras, atinal isso é só um filler. Ah o Dc não sabe mas eu sei. Cebolinha foi o nome dado por causa de sua semelhança com uma cebola, no inicio do traço. ^_^Siiim! Dc e Carminha Frufru foram namoradinhos por um período nas revistinhas. Motivo? Ele era o único que parecia menos interessado. Kkkk serio não estou brincando! Esta no site oficial!
Apesar de ser verdade o fato de Nimbos ser o apelido dele e não o nome o nome Nathan foi inventado por mim e significa "dádiva", "presente", "dom". É a versão inglesa de Natan, nome originado no hebraico que quer dizer "dádiva, presente, dom". Outra curiosidade é é Dc é primo de Keika! ^_^)