Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 28
Tempos mais fáceis.


Notas iniciais do capítulo

(>_O já sabem quem é, né. Rsrs Sim fiz eles se tornarem parentes por causa “desta característica física” e por conta de ambos serem protagonistas de suas tramas, e terem roubado este titulo. Rsrs Sim! Antes da Mônica ser a estrela pop que é hoje o Cebolinha era o protagonista! Chocados? Eu tbm fiquei. Ainda aproveito isso de alguma forma...)
SOBRE OS NARRADORES ESPECIAIS ---->> não é de obrigatória leitura para o entendimento da trama sendo apenas uma gracinha para agradar. serão cap longos. Cada um só narrara uma vez! Bjs espero que gostem! ^_^



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Ainda não acredito que o Cebolinha agiu desta forma!

Eu não consigo entender da onde tinha vindo tudo aquilo. Tentei falar com ele varias e varias vezes, mas em todas elas fui repelida sem receber uma única palavra.


Minha mão esta doendo onde o Floquinho mordeu, mas não mais que minha alma.

É a segunda vez que o vejo partir... mas antes ele tinha prometido voltar, já desta vês prometeu o oposto. E ele nunca descumpriu uma promessa.

Estou sem chão, e sem motivação.

Mas tenho que continuar em frente! Ainda tínhamos que ajudar o Do Contra.

–--- Ocê fico mermo cabisbaixa prima. ---- o sinto por seu chapéu na minha cabeça, estou debruçada sobre a escrivaninha entre papeis, todos com a letra “dele”, seus planos, nossos planos. ---- Pu mor do que, que ce ta ancim? As coisa já tão tudo pronta. Só farta o ce...

–--- Chico... ---- Me levanto e devolvo o seu chapéu, me esforço para abrir um sorriso e saio pronta para a batalha. ---- Obrigada por vir me ajudar.


Lá fora posso ver todos a minha espera como meu primo havia me dito. Todos confiando em mim, dependendo de mim; e eu querendo depender um pouco de outra pessoa...

Eu sempre fui vista como a "líder" a "forte", e só existia uma pessoa neste mundo que me via como uma simples garota, e me protegia quando eu estava assustada ou triste.

=~^~ ºº~^~=

Já tinha combinado tudo com a Magali e iríamos nos falar todos os dias, porem ainda estava muito triste.

Fui vendo durante todo o caminho as casas sumirem e se tornarem arvores, e percebi o quão longe estava indo de casa.


Chegamos a um sitio de portas de madeira sem placa; eu desci do carro ainda desanimada e minha mãe logo me apresentou a todos.

–--- Oiê mocinha linda. Sou sua tia, e tu pode mi chama di Dona Cotinha e este é teu tio Nhô Bento.–--- uma senhora muito parecida com a minha mãe se aproxima de mim e se apresenta apontando para um homem que vinha e já pegava nossas malas no carro. Mas ela se vira distraída, parecia procurar alguém. ---- Mais que diaxo, a onde terá se enfiado aquele menino? Falei pra ta aqui pra nus ajudá. –--- ela desiste e entra junto de minha mãe enquanto o homem e meu pai descarregam o carro.

–--- Preparamos o quartinho do fundo pra oces. Espero que esteja bom. ---- o homem era forte, e carrega quase todas as nossas malas, parando na porta da casa. Enquanto meu pai o segue carregando com sigo o que restava da bagagem. ---- Vão se aprontando que logo sai a janta.

–--- Muito obrigada. Vocês não sabem o quanto estamos agradecidos. ---- minha mãe responde indo se juntar a tia na cozinha e eu fico a observar toda a casa.

Moveis rústicos, pouca mobilha para o tamanho de cada cômodo.

Armários pesados e cadeiras grossas e bem antigas, quase em preto e branco com um teor amarelado de envelhecimento. Tudo muito ajeitado e arrumadinho.

Entro no quarto e lá fico ate ser chamada.



–--- Oce num mi parece nada bem.–--- só ouço a vós vindo por trás de mim. Já tinham se passado três dias desde a minha chegada, e eu já havia escutado sua vós varias vezes, porem não saia do quarto a não ser para ligar para a Magali.

Ele senta do meu lado da cama, sei disso por que posso sentir a mama afundar. Mas não me viro, estava muito triste ainda.

–--- Num posso dize que te entendo... não consigo imagina vive longe daqui. Da minha casa, dos meus amigos...–--- ele para de falar e põe a mão sobre os meus ombros. ---- Mais num vo deixa oce fica aqui sozinha ancim. Vem num vo desisti de tenta ti anima. Num importa o que os arduto diga.

Seco minhas lagrimas e me viro.

Ele desse da cama e estica a mão para mim, tento fazer um sorriso bobo e seguro em sua mão, e logo me vejo do lado de fora.

Ainda era cedo e custo a ver pela primeira vês o quanto aquele lugar era lindo. As arvores cheias de folhas, frutas e flores o céu mais límpido que já tinha posto os meus olhos; um ar tão puro que chego a respirar com mais facilidade.

Ele me puxa e logo me leva ate um rio, transparente a ponto de eu conseguir ver o fundo. Se fosse raso eu poderia ver o fundo. Haviam tantos peixes e era muito largo, e longo; não conseguia ver o seu fim nem a onde começava.

–--- Este é o riberao. Vem moça vamo da um mergulhada e...

–--- Kyaahaag! ---- grito e o espanto, ele acaba caindo dentro do lago, e logo cubro meus olhos me virando.

Meu primo era uma criança pura e inocente e não sabia que não podia se despir perto de uma garota, o explico e ele se veste. E assim passamos o dia a nadar ali; demoro para ter coragem de descer e ele me ensina a nadar, com toda a calma e paciência do mundo.

Quando finalmente voltamos para casa, já esta escuro e estou exausta.

Mas rindo, estava feliz.

–--- Oce quase me mato de susto com o berro prima. ---- ele ria ao se recordar. ---- Na cidade não tem riacho pra nadar? Oce falo que sabia mas teve que aprende tudinho outra vez.

–--- Claro né! A onde já se viu fazer uma coisa destas! Unf!!! ---- reclamo e enfezo mas ele sorri e eu rio de volta. Estava mesmo me sentindo bem melhor.

–--- Monica? Antônio? ---- minha mãe se aproxima preocupada vendo nossas roupas encharcadas e logo é barrada pela tia Candinha. ---- A onde vocês estavam ate agora? Estão encharcados!

–--- Carma. Oces dois. Ouçam aqui! Vão logo de apronta que o armoço já sai. ---- a tia Candinha era ótima, ela acalma minha mãe e a faz sorrir explicando que eu estava segura junto do Chico.

Eu estava tão cansada que acabei não vendo quando a Magali me ligou, dormi muito bem aquela noite.

~~ºº~~

E mais uma vez é ele quem esta aqui comigo a me acalmar e dar apoio.

Eu olhava para aquele sorriso bobo e olhos castanhos e sabia que tudo iria dar certo.

OoOoOoOoOo

Nós estávamos prontos e logo seguimos em direção ao nosso destino.

A Magali sabia a onde era a base do Do Contra e o Cascão conhecia uma entrada sobressalente pouco usada, nós éramos poucos e por conta disso não é nada difícil de invadirmos.

Procurávamos por algo, qualquer coisa. Provas que pudessem dizer que ele estava mesmo em perigo; e como nós pudéssemos impedir.

Eu estava mais nervosa do que nunca, todos estavam ali por minha culpa, por confiarem em mim e se basearem em mim.

=~^~ ºº~^~=

Na manhã seguinte a primeira coisa que fiz foi ligar e contra tudo a Magali.

Ela própria se animou tanto que queria vir passar um tempo conosco na fazenda. E de pois de muito pedir seus pais atenderam. Acho que acharam bom ela relaxar um pouco no campo enquanto eles resolviam assuntos sérios.

Só sei que não tardou e ela logo chegou.

–--- Intão esta é sua amiga. Praze em conhece oce. ---- o Chico vinha de trás da casa, trazia com sigo uma cesta com vários ovos, estava sempre a ajudar na fazenda e trabalhava duro com um sorriso no rosto.

E Magali não demorou a se sentir em casa, a tia Candinha cozinhava maravilhosamente bem, e só fazia as coisas mais diferentes, naturais e frescas que já comi na vida. Mas deixei Magali a comer e conhecer todo sitio junto do Chico e me pus a me aventurar sozinha um pouco. Porem mau sai dos portões e me deparei com uma moça de cabelos morenos a me encarar com muito ódio.

–--- Então é oce... ---- ela me encara e franse a face se virando e saindo irritada. ---- A "zinha" que chego da cidade.

Não gostei nada daquilo.

Um rapaz loiro que estava sobre o muro ficou em silencio a obcervar tudo, e depois que me virei para ele, este se pois a assoviar. E não consegui chegar ate ele pois este se pois a correr assim que fui em sua direção.

Quando dei por mim tinha mais dois estavam a me olhar de longe, um japonês e o outro de cabelos morenos e enrolados que me lembravam em muito o franjinha.

Não me senti nada bem com aquilo e voltei para a fazenda aonde a Magali estava a aprender como se ordenhava. Me juntei a ela e logo estavamos caindo do lombo dos cavalos, a aprender como montar. Passei o resto da semana junto de Magali e Chico e nem me dei conta de quando ela terminou, e logo tive de me despedir de Magali, pois as aulas já iriam começar.


Fui matriculada na escola da vila Abobrinha e estava nervosa por ano conhecer ninguém, aquela manha eu ia para a aula junto do Chico a pé conversando por todo o caminho. Foram dias agradáveis.

Tirando o mal entendido do primeiro dia.

Eu mal havia chegado e todos me encararam de um jeito horrível.

–--- Oia la o perssoar. ---- o Chico aponta para a pequena escola e as outras crianças que ali se amontoavam, logo fazendo um sinal, porem todos nos encaram. ---- Ué? Pu mor do que ces tão tudo di ovo virado? Sei que é o primeiro dia e ninguém gosta. Mas num é motivo pra esta cara azeda minha gente. Borá estuda!–--- ele brinca e vai em direção da escola, nem se dando conta quando a moça de cabelos escuros se aproxima dele e o estapeia. ---- Eita lasqueira! Pur que disso Rosinha?–--- ele se vira assustado ainda com a mão sobre o rosto avermelhado pela bofetada.

–--- Como oce pode Chico!? ---- a moça logo se põe a chorar, de fato ela estava muito brava, mas estava se desfazendo em lagrimas.

–--- Que coisa em. ---- um rapaz que parecia japonês comenta ao entrar na sala de aula, nos deixando para traz.

–--- Nunca pensei uma coisa destas de oce Chico. ---- o loiro corresponde ao seguir os demais para dentro da pequena casinha.

–--- Mas... m-mas... Mas que diacho esta haveno aqui!!! ---- ele grita nervoso e todos o olham chegando a alargar o material escolar no chão com osusto. ---- Pur que oces tudo tao mi tratano iguar a criminoso! Num fiz nada di errado não.

–--- Não mermo Chico? ---- o garoto de cabelos marrons me olha de cima a baixo antes de voltar a falar com o Chico. ---- Vê se pode...

–--- Ué. O que que tem de mais eu vir junto da prima? ---- ele se enfeza e fexa um dos olhos, batendo o pé firme no chão.

–--- Prima? E-ela é tua prima? ---- o garoto se espanta e logo a moça de trancinhas espia pela janela a conversa. ---- Oce nunca disse que tinha uma prima tão formosa! ---- ele então retira o chapel e me cumpriemnta. ---- Praser moça e descurpa os mar entendido. Sou José Augusto Oliveira, mas o povo michama só di Zé da Roça.

–--- Da pro ce mi ixprica o que que ta cunteceno aqui. ---- o Chico não pergunta ele ordena ainda a bater o pé.

–--- O Chico. Duscurpa. ---- o outro garoto loiro se aproxima, ele tira o chapel e posso ver que seus cabelos eram encaracolados como os do Xaveco. ---- Agente acho que oce tava de proza mais ela.

–--- Ai diacho! Mas por que ces achara uma coisa dessas di mim? Pensaram mermo que eu ia trai a minha Rozinha? ---- sua indignação foi tamanha que quase vi os pontos de interrogação em sua cabeça. E logo a própria moça veio ate ele.

–--- Discurpa Chico... mas quando me contaram que viram oce pra cima e pra baixo com uma moça da cidade eu morri di ciúme. ---- ela se aproximou tímida a mecher em suas trancinhas. ---- Vi ela assim toda ageitadinha e...

–--- Ara. ---- ele riu e lhe fez um carinho no rosto dela. ---- Eu também não sabia que tinha uma prima. A Monica é filha da irmã gemia da minha mãe que mora muito longe. Eles perderam a casa em um acidente orrive da cidade e ela ta la em casa. A bixinha estava tao triste que acabei passando as férias todas com ela e esqueci de falar com oces. Discurpa!

–--- Ai Chico! ---- ela o abraça e os demais vem em minha direção. Todos queriam saber da minha historia e me acalantar.

Acabou sendo um dia muito legal, um ano muito legal.



Fui vendo as arvores se tornarem casas e prédios, e vendo o quanto estava me distanciando de casa.

~~ºº~~

E assim nós invadimos.

E dou de cara com algo que realmente não, esperava.

Ass:Mônica Sousa


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Notas finais do capítulo

(Leitor lindo que anima meu dia só por existir. V_V ai que dificuldade foi escrever as falas em caipires em... tive de ver uns 30 videos do Chico Bento só para me acostumar com o básico. T_T assumo que não curto muito, mas clássico é clássico e vou respeitar. ^_^ sei bem que na saga Chico Bento Moço ele fala sem o caipires, mas como o Cebolinha eu mantive, não vou fazer ser o único.)
Desculpa se fico grande. como prometi não dividir mais uni 2 caps