What The Misery Do escrita por Mrs Horan


Capítulo 3
This is the part when I say I don't want ya.


Notas iniciais do capítulo

Não há como postar toda a semana, a escola é bem mais difícil do que eu pensei. T-T Trabalho toda semana, prova toda semana. Dá um tempo, escola. Eu tenho uma vida fora de você, sabia?
Desfrutem do capítulo, caros e amados leitores :3



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Lembro de tudo que já me aconteceu. De tudo que já aconteceu ao país e ao povo por pura ganância. De todos os dias me perguntando se não morreria de fome, enquanto aquelas pessoas do palácio se deliciavam e jogavam tudo o que sobrava no lixo.

Não sentia mais medo, meu coração estava sendo corrompido pelo ódio. Apenas ódio. Se desrespeitasse os nobres, provavelmente seria morta, ou açoitada. Mas... Prefiro morrer numa praça pública fazendo o certo do que viver uma vida confortável e infeliz, tendo que usar uma máscara pelo resto da vida.

Com esse pensamento em mente, abro um sorriso cínico para o príncipe que estava na minha frente.

– Você é apenas lixo. Mais lixo do que eu imaginei que era. - Finalizei, com desprezo, cuspindo em seu rosto.

O empurro para o lado e saio do lugar com passos largos e com a cabeça explodindo de raiva.

Me sinto péssima. Não por ter mencionado tais palavras diretamente ao príncipe. E sim por estar nesse castelo maravilhoso, estar aproveitando do bom e do melhor enquanto muitos bebês, homens, mulheres, idosos e crianças passam fome e lutam para sobreviver.

Procuro uma saída para o jardim e encontro depois de alguns minutos de busca. O lugar é agradável. Com um caminho ao longo do jardim, bancos distribuídos por todo o canto, várias flores e árvores e passarinhos que não param de cantar.

Começo a andar pelo caminho e encontro um banco debaixo de uma árvore. Me sento no banco e começo a observar um passarinho que me parece muito familiar. Depois de um tempo, lembro do nome de sua espécie. Canário belga. Minha mãe era apaixonada por essa espécie.

– Tão bonito. - Sussurro.

O passarinho se aproxima de mim e se empoleira no meu dedo indicador, ele não é tão pesado.

– Pelo visto, você tem jeito com animais. - Me viro.

– Olá, rainha Evelyn. - Sorrio fracamente.

– Essa parte do castelo é a minha preferida. - Anuncia. - Eu sempre vinha aqui no começo da minha ''nova vida''.

– Mas, como você conseguiu se adaptar? - Pergunto olhando-a nos olhos.

– Bem, eu acabei me apaixonando pelo Chandler. - Ela diz se aproximando e se sentando ao meu lado.

O canário voa e se afasta de mim e da rainha.

– Isso deve ter tornado as coisas muito mais fáceis. - Digo, olhando pra frente.

– Realmente, querida. Isso tornou as coisas fáceis. - Diz. - Eu só precisei conquistar o Chandler. Ele era um homem muito fechado e sério.

– Eu não sei se conseguirei amar seu filho. - Falo. - Amar nunca foi meu forte.

E o seu filho não vai ajudar em nada, ele só vai fazer com que eu o despreze ainda mais, penso.

– Se permita sentir o amor, querida. - Ela coloca sua mão em meu ombro e sorri. - Nunca se repreenda por amar.

– O-obrigada pelo conselho. - Agradeço.

– Bem, eu preciso ir. - Ela sorri e se levanta. - Até mais, Katherine.

– Até. - Sorrio e aceno.

Vejo a rainha se afastar e olho pro céu. O que eu faço, Deus?

.

.

.

Estou pronta para o almoço, embora eu não queira ver ninguém, estou morrendo de fome. Todos estão almoçando. A porta se abre com força e o príncipe entra.

– Você não sabe bater na porta? - Pergunto friamente.

– Não esqueça que tudo isso pertence a mim, anjo. - Ele pisca e sorri arrogantemente. Reviro os olhos. - Bem, você vai almoçar comigo.

– Vá almoçar com seus pais. Não estou com fome. - Minto. Estou morrendo de fome.

– Isso não foi um pedido. - Ele sorri falsamente. - Vamos logo.
Ele me puxa pelo braço e me tira da cama com a maior facilidade do mundo. O encaro com uma expressão emburrada e surpresa. Ele me solta.

– Eu só vou porque estou com fome. - Digo, sem dar o braço a torcer.

– Felizmente, meus pais já almoçaram. - Diz. - Então, só vai ser eu e você.

– Infelizmente. - Reviro os olhos.

Andamos pelo corredor em silêncio e eu encontro Ethan no caminho. Abro um sorriso.

– Ethan. - Falo com entusiasmo e me jogo em seus braços. - Você não vai almoçar?

– Já almocei, senhorita. - Ele olha para o príncipe, apreensivo. Me solto dele. - Olá, alteza.

– Olá, soldado. - Ele diz.

– Até mais, Ethan. - Sorrio.

Quando estamos em uma distância considerável de Ethan, o príncipe segura meu braço e para.

– Porque você o abraça e não me abraça? - Pergunta friamente.

– Ethan é bom e divertido diferentemente de você. - Respondo.

– É proibido a escolhida ter relacionamentos amorosos com outros homens. - Ele diz, sério.

– Relacionamento amoroso? - Riu de sua idiotice. - Somos só amigos, idiota.

– É proibido. - Insiste. Ele me puxa para perto de si e segura meu queixo. - Você é minha, está me entendendo?

– Não seja idiota, idiota. Você só me comprou, isso não significa que eu queira estar contigo. - Me afasto dele. - Você está me assustando com essa cara maligna.

– Não esqueça do que eu lhe disse. - Ele passa por mim e abre a porta do salão.

Depois de almoçar, saio do lugar e caminho para meu quarto. Como previsto, vejo Ethan no corredor e corro até ele. O abraço como de costume.

– Kath. - Ele põe as mãos em minha cintura e me afasta levemente. - Precisamos conversar.

– Tudo bem. - Sorrio.

– Nossa amizade pode causar ciúmes no príncipe. - Começa. - Você não percebeu a expressão do príncipe quando você me abraçou?

– Percebi, mas não estou nem aí pra ele. - Falo e cruzo os braços. - Somos só amigos, ele tem que entender.

– Ele pode pensar errado, entende? - Ele desvia o olhar. - E se isso acontecer, a sentença será morte para nós.

– Ele não faria isso. - Digo. O que eu estou dizendo? Aquele príncipe é capaz de tudo.

– É claro que ele é! - Exclama. - Enfim, não me abrace quando o príncipe estiver por perto, está bem?

Embora seu tom de voz seja duro, seu semblante é de tristeza. O meu também.

– Continuaremos amigos, né? - Pergunto.

– É claro. - Ele sorri. - Você só vai precisar se controlar quando o príncipe estiver por perto.

– Tudo bem. - Encaro-o e me viro para entrar no meu quarto.

– Espere. - Chama Ethan. - Ruth estava com uma maleta e a deixou no seu quarto.

– Obrigada. - Agradeço.

Entro no quarto, apreensiva. Temia que a maleta fosse do meu pai, eu realmente estou aborrecida e com raiva dele por ter me vendido. Abro a maleta de couro falsificado com imagens de alguns monumentos de toda a Europa. Encontro uma fotografia, um envelope, uma caixinha de veludo e uma carta solta.
Com cuidado, pego a fotografia e a examino.

http://nandabezerra.com/en/wp-content/uploads/2014/03/happy-woman-with-beautiful-smile-253486.jpg

''Sophia Campbell.''

Então, era ela. Minha mãe. Temos poucas coisas em comum, porém suas maçãs do rosto são iguais as minhas. Eu herdei alguns de seus traços, felizmente. Sophia era linda.
Pego a carta solta.

''Olá, minha filha. Como vai?

Eu espero que esteja se adaptando bem na sua nova moradia, creio que as pessoas por aí sejam maravilhosas com você. Bem, eu escrevi essa carta por um motivo: Explicar o porquê de eu ter te vendido. Você deve estar me odiando por isso, mas saiba que tudo o que eu faço é para o seu bem. Não pense que eu vendi você por dinheiro, por favor. Você merece mais do que eu te dava, tu mereces do bom e do melhor por ser quem você é. Uma garota cheia de atitude, alegre, inteligente, amorosa e outras qualidades que qualquer um gostaria de ter.
Talvez, sua vida por aí não seja tão maravilhosa quanto eu pense, então me desculpe por isso, eu só queria te ajudar de alguma forma.''

As palavras do meu pai são verdadeiras. Ele nunca foi um homem egoísta e ajudava qualquer um da melhor forma que podia mesmo estando em situações deploráveis. Eu me sinto uma idiota por ter achado que ele me vendeu por grana.

''Se você estiver com raiva, espero que um dia me perdoe. Esperarei por seu perdão até meu último respiro, querida.
Você já deve ter visto a fotografia da sua mãe, não? Você não se parece nenhum pouco com ela por fora, entretanto, por dentro, vocês são praticamente iguais. O que já dentro do envelope é uma carta que sua mãe deixou para você. Eu só deveria entregá-la quando achasse que você estivesse pronta.
Eu espero uma resposta sua.
Com amor,
Seu pai.''

Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Eu fui uma estúpida. Eu que devo me desculpar com ele, mas como farei isso? Se eu enviar uma carta, ela demoraria muito pra chegar até ele. Com esses pensamentos em mente, coloco tudo dentro da maleta e a fecho, escondendo-a debaixo da minha cama. Psicologicamente, eu ainda não estava preparada para ler a carta que minha mãe havia deixado para mim.


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Notas finais do capítulo

Eu não consegui colocar a imagem no capítulo, então deixei o link. HUEHUE
A carta ficou meio bosta, porque eu não sou boa com cartas e sentimentos e tal. Então, me perdoem.
Até o próximo capítulo ;3