What The Misery Do escrita por Mrs Horan


Capítulo 2
You're a troublemaker.


Notas iniciais do capítulo

Esse é o segundo capítulo da minha nova fanfic. Espero que gostem. :3



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P.O.V Katherine ON.

O rosto de Matthew fica sério. Ele limpa a garganta.

– Você vai ter que se acostumar.

– Como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo.

– Não se preocupe, eu vou fazer com que você se acostume rapidamente. - Ele abre um sorriso de lado.

– Vamos ver. - Cruzo os braços.

– Até amanhã, docinho.

Ele sai do quarto e eu bufo. Deito na minha cama de bruços e me afogo em lágrimas. Motivo? Vários.

Eu estou tão longe da minha casa, dos meus amigos e conhecidos. Estou com tanta saudades da equipe que trabalhava comigo na lanchonete, como eles me faziam feliz. Sorrio ao lembrar do dia em que fui contratada. Eu estava muito apreensiva e eles começaram a falar coisas positivas para mim como se me conhecessem a séculos.

– Oh, vida. - Suspiro. - Porque teve que terminar assim?

P.O.V Matthew ON.

Depois de ter conversado a sós com Katherine, sinto que minha vida deixará de ser tão monótona.

Arremesso uma bolinha na parede enquanto minha mãe fala sem parar sobre Katherine com meu pai que já está sem paciência.

– Ela é bem divertida. - Opina minha mãe. - Ela desobedeçeu Margareth e não quis fazer a reverência.

– ''Tô com dor nas costas, não dá.'' - Meu pai imita a voz dela. Minha mãe começa a gargalhar loucamente. - Ela vai dar muito trabalho a Margareth, tenho certeza disso.

– Ela aparenta ser difícil. - Digo. - Eu fui falar com ela e ela não queria conversa, pelo visto.

– Filho, entenda que ela chegou hoje. - Minha mãe fica séria e segura minhas mãos, acariciando-as com os dedões. - Eu entendo o que ela está passando, não é fácil deixar sua vida toda pra trás para começar outra em um lugar totalmente desconhecido e pessoas desconhecidas.

– Eu espero que ela seja que nem você, mãe. - Encaro-a. - Espero que ela se case comigo por me amar e não por obrigação. Eu sei que é difícil, mas não é impossível. Estou cansado dessas garotas que aparecem nas reuniões, ou elas são bobas demais ou são espertas demais.

– Defina bobas e espertas. - Meu pai ergue uma sobrancelha.

– Sem-sal e tímidas demais para tudo ou são espertas o bastante para quererem se casar comigo para ter uma vida de luxo e falam demais. - Digo. - Garotas assim não me interessam.

– Bom, se ela for dessas que não te chamam a atenção, você vai ter que se casar com ela do mesmo jeito. - Minha mãe sorri sarcasticamente.

– Pois é, meu filho. Tu acha que eu queria me casar com sua mãe no começo? - Pergunta meu pai. - Ela era tão difícil que eu já tinha até desistido e digamos que não tinha uma beleza muito chamativa.

– E você era o garanhão, né querido? - Minha mãe cruza os braços.

– Essa personalidade difícil que me fez apaixonar por essa mulher. - Meu pai aponta pra ela.

– Muito engraçado, amorzinho. Sem querer te assustar, Matthew, mas são raros os casos em que eles se apaixonam.

– Sua mãe tem razão. Meus pais não eram apaixonados um pelo o outro e nem meus avós, então há 90% de chance de você e a sua futura esposa não serem apaixonados um pelo outro.

– Obrigado pela parte que me toca. - Digo.

– Agora, vaza do nosso quarto. - Minha mãe aponta para a porta. - Tenho assuntos sérios para tratar com seu pai.

– Tudo bem. - Digo. - Boa noite e não comecem a se esmurrar, por favor.

Saio do quarto e atravesso o largo corredor para chegar ao meu quarto, há alguns guardas durante o pequeno trajeto. Entro no meu quarto e começo a tirar minha roupa até ficar completamente nu.

– Me sinto bem melhor agora. - Digo.

Vou até o banheiro e ligo a banheira. Observo a água morna preencher a grande banheira e por um momento penso em todo o processo pra fazer a água chegar até nossas torneiras até que me lembro de colocar o produto de espuma e coloco um pouco dele na banheira. Depois de alguns minutos, ela está cheia de espuma fazendo com que eu não enxergue a água, entro na banheira e meus músculos relaxam em segundos. Depois de relaxado, saio da banheiro e visto uma cueca.

Deito na cama e me enfio debaixo das cobertas. Katherine, eu vou fazer você se apaixonar por mim, penso. Minhas pálpebras começam a pesar e eu acabo adormecendo.

P.O.V Katherine ON.

Acordo com alguém fazendo barulho e vejo Ruth andando pra lá e pra cá, arrumando algumas coisas. Quando ela percebe que eu acordei, ela se vira pra mim e fala.

– Querida, eu deixei você dormir um pouco mais. - Sua expressão passa de alegre a preocupada. - Seus olhos estão inchados.

– Eu sei. - Falo, me sentando na cama.

– Eu imagino o motivo. - Ela diz, me abraçando. - Eu sinto muito.

– Não, não sinta. - Sorrio. - Agora, eu preciso tomar café. Estou morta de fome.

– Vou escolher uma roupa para você.

– Eu não posso ir de pijama? - Ruth me encara com uma expressão séria. - Ok, eu entendi. Mas, uma coisa confortável, por favor.

– Tudo bem. - O rosto de Ruth se ilumina novamente. - Já deixei seu banho no jeito.

– Obrigada, Ruth. Você é a melhor.

Entro no banheiro e me dispo com rapidez e prendo meu cabelo em um coque alto. A banheira não tem muita espuma. Depois do banho, saio do banheiro já vestida com minha calcinha e sutiã. Ruth não está no quarto. Pego o vestido azul-marinho com flores vermelhas em um tom mais claro e o par de sapatilhas bege e visto. Volto ao banheiro e me olho no espelho, meus olhos continuam inchados. Ótimo.

Saio do quarto e caminho até a imensa escada de mármore, desço calmamente e avisto o guarda na qual eu me encontrei ontem à noite.

– Bom dia. - Sorrio calorosamente.

– Bom dia, madame. - Ele sorri.

Ele abre a gigantesca porta de madeira escura e eu entro no salão, sinto todo o sangue do meu corpo subir para o meu cérebro ao ver o tanto de comida enquanto em outros lugares desse país há pessoas passando fome e morrendo pela falta de alimento. Cerro meus punhos e sinto minha unha machucar a palma da minha mão. O Rei está sentado na ponta da mesa e a Rainha na outra ponta.

Nenhum sinal do príncipe.

Caminho até meu assento e percebo que aquela mulher de ontem está no canto do salão e ela mantém os olhos fixos em mim. Desvio o olhar e me sento.

– Bom dia. - Falo.

– Bom dia. - Eles respondem, sorrindo.

– Como foi sua noite, querida. - A rainha pergunta.

– Foi ótima. - Minto. O rei parece acreditar em minhas palavras, mas a rainha não parece acreditar muito.

– Pelo visto, você está se adaptando bem aqui no castelo. - Ela ergue as sobrancelhas. - Isso é ótimo.

– Sim. - Sorrio.

A porta do salão se abre e um príncipe apressado entra, ele deseja bom dia a todos em volta e anda em nossa direção. Ele se senta do meu lado e sorri para mim.

– Bom dia. - Ele diz.

– Bom dia. - Desvio o olhar para meu prato.

Começamos a nos servir. Eu começo a degustar de uma incrível geleia de morango que estava maravilhosa até que o braço do príncipe toca o meu levemente. Olho para ele e depois volto a comer minha geleia ao perceber que o contato foi acidental. Dou uma olhada discreta para Matthew e percebo que ele é canhoto.

A rainha começa a rir de algo.

– O que foi, mãe? - Pergunta Matthew.

– Seu pai acabou de me contar uma piada. - Ela diz, rindo.

A risada doce da rainha preenche o salão. Chego a uma conclusão. A rainha é a pessoa que traz alegria para esse castelo. A rainha Evelyn parece tão feliz. Como será que ela se acostumou com tudo isso? Penso. Algo me tira dos meus pensamentos. Matthew pousa sua mão sobre a minha. Eu o encaro e ele sorri em troca. Instantaneamente, tiro minha mão e ponho-a sobre a mesa. O que esse idiota pensa que estava fazendo?

– Precisamos ir. - Diz o rei, se levantando. - Vamos, Evelyn.

– Calma, Chand. - Eu a encaro e ela me lança um sorriso. - Você não acha que os apelidos são coisas graciosas, Kath?

– Sim. - Eu abaixo a cabeça e sorrio.

– Até mais. - Ela acena, enlaçando seu braço com o do rei.

– Até. - Aceno.

Depois de alguns minutos, me levanto e saio.

Quando chego no meu quarto, Ruth está arrumando a penteadeira. Me deito na cama e a encaro.

– O que eu faço agora? - Pergunto.

– Não sei, querida. - Ela diz.

– Eu vou ficar o dia todo morgando aqui? - Pergunto novamente.

– Você pode ir ao jardim. - Supõe.

– Boa ideia. - Digo me levantando. - Já sei um lugar melhor.

– Qual?

– A biblioteca, claro. - Sorrio. - Aqui tem alguma?

– Sim. - Responde. - Mas, eu não posso levá-la até lá. Preciso terminar de arrumar o seu quarto.

– Tudo bem.

Saio do quarto e procuro um guarda que possa me ajudar. Encontro um guarda -muito atraente, ao meu ver- e caminho até ele.

– Com licença. - Chamo-o.

– O que deseja, senhorita? - Pergunta.

Resolvo me divertir um pouco.

– Você. - Sussurro e mordo o lábio inferior. Ele cora e eu dou uma gargalhada.

– N-não seja inadequada, senhorita. - Ele dá um pequeno sorriso de lado, quase imperceptível.

– Me fale o seu nome. - Peço.

– Acho que você não precisa dessa informação.

– Fale.

– Ethan.

– Você fica de guarda no corredor do meu quarto. - Sorrio maliciosamente. - Os próximos dias serão interessantes, não acha?

– A futura esposa do príncipe não pode se envolver com guardas. - Ele balança a cabeça.

– Que chato. - Digo. - Enfim, Ethan. Preciso de sua ajuda. Eu não sei aonde fica a biblioteca, pode me levar até ela?

– Eu não sei se posso. - Ele desvia o olhar.

– Por favor. - Peço, carinhosamente.

– Tudo bem.

Ele me guia até a biblioteca, que é um pouco longe do meu quarto. Percorremos o trajeto em silêncio e quando paramos na porta da biblioteca, me viro pra ele.

– Obrigada, soldado Ethan. - Sorrio calorosamente. - Espero poder me encontrar com você de novo.

– Espere. - Ele sorri e segura meu pulso. - Você ainda não me disse o seu nome.

– Katherine. - Sorrio. - Me chame de Kath. Até mais.

– Até mais.

Entro na biblioteca. O ambiente tem um cheiro agradável, embora tudo pareça velho e abandonado. Talvez seja os móveis antigos, não sei. Exploro cada parte da biblioteca e chego a conclusão de que não há ninguém aqui, além de mim. Pego um livro com capa vermelha e letras grandes e douradas, na qual o título me chamou bastante a atenção. Me sento em uma cadeira e começo a ler. Agradeço mentalmente ao meu pai, por ter me dado aulas particulares em casa.

Algum tempo depois, ouço a porta se abrindo e continuo em silêncio. Ninguém precisa saber que estou aqui. Ouço a voz de Matthew pronunciar meu nome várias vezes, ignoro-o. Até que ele me encontra e se senta ao meu lado e começa a me encarar.

– Você não ouviu eu te chamar? - Pergunta, arqueando as sobrancelhas.

– Não quero falar com ninguém, no momento. - Fecho o livro e o encaro.

– Eu vim falar uma coisa com você, já que estamos a sós. - Ele fala com um sorriso presunçoso no rosto.

Eu me levanto e ele se levanta em seguida, me empurrando na direção da parede e me encurralando.

– Eu não estou gostando do jeito que você está me tratando. - Ele tem uma expressão totalmente diferente de algumas horas atrás. Seu sorriso é perverso. - Você sabe as consequências que terá que arcar se isso continuar acontecendo?

– Não me importo. - Mantenho uma expressão firme.

– Acho que deveria se importar. Eu não gosto quando as pessoas me chamam de gay. - Ele olha em meus olhos. - Você deve me respeitar já que eu sou seu dono agora.

– Por que você finge ser uma pessoa doce e amigável? - Pergunto.

– Não quero que as pessoas me vejam como um príncipe mau. - Responde. - E com você, eu não preciso fingir. Só quando estivermos na frente da câmera que eu irei disfarçar.

–E se eu contar para todas as pessoas enquanto estivermos em frente às câmeras? - Pergunto.

– Em quem você acha que eles vão acreditar? - Pergunta. - No príncipe da Inglaterra ou na garota que ainda nem se tornou a esposa do futuro rei?

Fico sem expressão e o encaro, assustada. Matthew se inclina em minha direção e aproxima sua boca da minha orelha.

– Então, anjo. - Ele sussurra. - Esse vai ser nosso pequeno segredo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem. Até o próximo capítulo.