Infame escrita por Apiolho


Capítulo 26
Capítulo 26 - O fim da era Evil Queen


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos! *-*

Demorei muito? Tomara que não, estou continuando a meta para terminar antes de finalizar fevereiro. E faltam mais QUATRO CAPÍTULOS mais ou menos!

Quero agradecer a Doreen e MuriDB por comentarem do capítulo anterior a esse. Alegrei-me muito quando vi a atualização, pelo carinho de vocês por opinarem, realmente significa para mim.

Obrigada a Victória, MuriDB e Thalspetacular por favoritar. De coração, deu uma cor a mais e me deixou feliz por saber que mais pessoas estão acompanhando a história.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo vinte e seis

O fim da era Evil Queen

“Se me perguntarem se vamos ao cinema para ver o conto de fadas. Uma rainha adormecida acordou com seu verdadeiro beijo. Uma princesa que coloca sua coroa de lado para progredir. Amantes separados se unindo novamente. Mas a vida não é um conto de fadas, e finais felizes são poucos e raros. Na vida uma jovem rainha vira uma tirana. E leva seus súditos para a guerra. É por isso que precisamos de filmes, para lembrar que apesar de tudo o amor ainda pode nascer nos locais mais improváveis. E algumas vezes até contos de fadas podem se realizar”

(Gossip Girl)

Qual feitiço ele me jogou com aquele beijo estilo japonês?

Não, foi isso o que pensei que tinham lançado no pessoal da escola. Eles de uma hora para a outra, simplesmente, começaram a ficar calados quando passava pelo corredor no primeiro dia de aula em agosto. Ou melhor, ficavam fazendo outras coisas, como olhando o celular. Tornei a ser menos interessante até do que amarrar os sapatos. Não existia mais na vida deles, encontrava-me no papel contrário, da que era ignorada.

Como eu me sentia? Realizada ao ter meu desejo cumprido.

Antes me fulminavam e faziam questão de me xingar de todas as maneiras possíveis, durando a semana inteira antes das férias. Tinham o prazer em tentar ferir meu orgulho, tudo o que conquistei e o posto que sempre protegi. Aquela que não precisava dar explicação para os outros. Só que eu já tinha preparado a minha armadura, e ela era revestida de muitos anos de frieza para com os outros.

Abri meu armário, sendo bombardeada por cartas caindo em cima de mim.

“Hipócrita”

Meus olhos e corpo nem se mexeram com essa mensagem. Era-me indiferente, por isso resolvi continuar. E servir para decifrar a pessoa, experimentando a pequenez que poderia me transformar com uma simples frase.

“Agora sabe como é ser eu?”

Phil tinha escrito esse recado, no meio de tantas reconhecia essa letra, principalmente essas palavras tão cheias de dor e magoa. Tinha razão em dizer que era falsa. Nunca conseguiria recuperar todos os momentos bons que tive com ele, até porque a parte mais importante para isso ocorrer não encontrava mais ao meu lado.

— Preciso conversar contigo. — reconhecia essa voz; Anabelle Stuart.

Fitei-a sem emoção, fazendo um não com a cabeça. Parecia que nem se importava se estava juntando aquelas folhas que continham tanto ódio, ou o quanto estava apressada para sair dali e me refugiar ao deitar na carteira, apenas acordando com o professor chegando.

— Vou para a sala. — resolvi dar alguma satisfação.

— É importante. Vamos para o nosso banco? — já tinha batizado o lugar sem nem me questionar antes.

Observei suas feições, que ainda eram angelicais, apesar da carranca que decorava seu rosto. Olhos verdes claros, que combinavam com a cor loira do cabelo. Mechas cacheadas, digno de um verdadeiro querubim. A demora foi significativa para que ficasse mais irritada, alertando-me que deveria dar uma resposta.

— Se for rápido. — provoquei, levantando uma das sobrancelhas.

— Mais do que você foi agora com certeza. — revidou.

Ajudou-me a guardar todos os papéis na minha mochila, ficando uma bagunça maior do que antes. Dão-me um desconto, não sou virginiana.

“Consegui dois ingressos para a partida de futebol no colégio. Pode ser a minha acompanhante?” — Jordan.

Li no caminho para o assento, pouco dando tempo para corresponder ao escutar alguém me chamar. Claro que seria a Belle.

— Quer ir no jogo comigo? — não sei se ela me espiou, se foi coincidência, mas essa fala me deixou surpresa. Fiquei confusa, mas tinha um plano. Ia vingar o desafio feito por Sales, que no fim me custou o resto dos meus momentos de descanso.

Fiquei repassando aquele instante da rejeição na minha cabeça direto. O beijo fraco, seu gesto, quando me empurrou e quando tocou no nome da Valerie. Não entramos em contato ou nos encontramos nos restos dos dias, até porque eu nem quis mais entrar naquela piscina. Pouco conseguia dormir, o que preocupou sua mãe, sendo que é difícil isso ocorrer.

— Por que não? — o sorriso não saia de meu rosto, mesmo que como sempre pequeno, todavia por dentro estava nervosa por ter de ver o Joshua novamente. Era uma alegria amarela.

— Quem sabe para não esbarrar com tal pessoa? — nem precisava dizer o nome.

Respirei e inspirei antes de dizer qualquer coisa. Abrir a minha boca para contar o que passou na piscina do colégio era inadmissível, pedir para ser alvo de piadinhas por parte da “amiga”.

— Estarei lá apenas pela pipoca, cachorro-quente e refrigerante. — dei a melhor desculpa que poderia, até porque eu amo comida, seja qual for.

— Vou fingir que acredito e começar outro assunto. — agora já encontrávamos no banco, ela apoiada no encosto, e eu com os braços no joelho, olhando o celular enquanto cuidava para que não xeretasse.

“Se pagar para mim irei.” — Amie.

— O que está esperando para começar? O sinal bater? — apressei-a.

— Lembra de alguns recados que tinham em sua carteira? Como “fura-olho”? — mexia as mãos em desespero, não me mirando de jeito nenhum.

“Farei com o maior prazer!” — Jordan.

— Sim. — disse baixinho por achar engraçado a maneira como o meu ex pretendente conversava, parecendo que está tentando te cantar o tempo inteiro, mas entendia que na maioria era mera educação e gentileza.

— Foi minha culpa, eu coloquei. — sussurrou com hesitação.

O silêncio reinou no ambiente por um tempo que achei interminável. Seu semblante se tornava mais preocupado a cada segundo. Olhávamos uma para a outra, desviando algumas vezes.

— Por que está me contando agora?

— Vi o quanto é ruim para você, sendo sua amiga. — parecia sincera.

— Não quero ter nada a ver contigo. — revidei para evitar que aconteça com ela o mesmo que Phil. O celular já estava bem guardado na pasta para não responde-lo na frente da Anabelle, muito menos quando tinha certeza que havia sentimentos ainda por ele.

— É mesmo uma vadia. — comentou achando que ia me irritar.

O sorriso fraco, mas não amarelo, se encontrava em meu rosto. Fitei-a sem desviar, estufando o peito em sinal de superioridade. Eu era a melhor, por isso mostraria que sua provocação em nada me chateou.

— Isso não é segredo para ninguém, então se quiser te dou umas aulas. Provavelmente por ser sem sal que te largaram, mas tendo-me como professora logo isso muda. — revidei no mesmo nível, o baixo. Essa era a minha especialidade.

— Já disse que nem caio nesse seu jeito mais, por isso pode parar. — lançou a toalha. E eu também quando fomos obrigadas a ir para a aula.

O encontro deles foi mais excitante do que imaginei.

A expressão dos dois ao se olharem e perceber que teriam de assistir ao jogo juntos quando cheguei com a Stuart foi impagável, emocionante e digna de ser assistida com uma pipoca. Confusão, briga, xingamentos, sangue e morte, é isso que pretendia presenciar.

— Não acredito que fez isso comigo! — estava bem irada.

— E ainda fico descrente por achar que ia me comportar.

Eles concordaram com o que disse, mas logo fulminaram-se. Apesar de querer muito que ocorre um barraco do lado de fora do campo, ainda preferia a comida. Por isso peguei-os pelas mãos, levando-os para dentro com dificuldade.

Nada falavam, sendo que a pessoa que servia como mensageira era eu. A imaturidade deles era tanta ao ponto de se virarem do lado contrário para nem sequer se olharem. Imagino se tivessem que brigar pela guarda do filho, a casa, os pertences, a tensão ia ser bem pior. 

“Te convidei antes de responder o Jordan, mas nunca pensei que ia me trair assim.”  — Boneca Anabelle.

Foi isso mesmo que li? Acabou de admitir que estava me espiando. Deixei de respondê-la para não ficar mais irritada comigo, deixando para continuar essa conversa em uma outra hora. 

— Algodão doce. — pedi ao Sales.

E o que se seguiu foram vários ordenamentos, seja para comer cachorro-quente, bebida ou uma simples cocada. Quando há a possibilidade de termos algo de graça, não podemos desperdiçar.

Começaram a brigar quando se fitaram, simplesmente por um motivo fútil que nem sabia. Era como se estivessem em uma guerra pela vida, quem sabe discutindo se bolacha ou biscoito era melhor.

Observei o Joshua passando por algumas pessoas do time adversário, dando dribles, escapando deles com maestria. Praticamente chegando a defesa, todavia novamente escutei algum dos meus companheiros de partida gritando no meu ouvido. Apenas tenho a certeza de que não aguentava mais.

— Calem a boca! Quero assistir ao jogo e vocês não deixam. — o tom mais alto para que prestassem atenção, e foi o que aconteceu.

Quando virei-me para o campo estavam no canto, penso que foi para a fora.

— Pensei que veio apenas pela comida. — os dois disseram praticamente juntos, o que me fez rir pelo jeito deles. Até separados estavam em sintonia.

— Vejo-me cercada por dois idiotas, que ainda acreditam em mim. — confessei.

O primeiro tempo passou, o segundo também foi tão rápido quanto o outro. Vi tantas jogadas e até levantei em algumas, principalmente nos momentos em que nosso colégio fazia gol. E o meu ex amigo foi o maior culpado pela derrota do adversário. Percebi que agora que não tinhamos relação alguma estava vendo-o arrasar, parecendo tarde demais para isso. 

Analisava a plateia, pensando no porquê tantas pessoas tinham nomes estrangeiros se estávamos no Brasil, todavia ainda encontrava-se muitos João e Maria dentre as pessoas. Morávamos em um lugar frio, que geava em alguns dias do inverno. A escola tinha o estilo dos Estados Unidos, porém as matérias eram em português. Existia até um parque que dormíamos em chalé, havia fogueira com marshmallow, falava-se inglês e as comidas eram típicas desse local. O forte do turismo era esse lugar, assim como por ter várias pessoas que falavam essa língua morando aqui, acabou se misturando a cultura. Era maravilhoso, assim como esse jogo de futebol.

Precisava falar com o Josh sobre o quanto foi incrível.

— Vou na porta do vestiário. — avisei, pouco me importando se iam se matar por estarem sozinhos.

— Melhor ficar aqui. — alertou, pegando em minha mão para me deter.

Pensei que era por conta de não querer estar com Belle, por isso nem liguei. Soltei-me dele e corri em direção a minha felicidade, para poder abraçar e parabenizar o Deboni. Contudo deveria ter escutado o Jordan, porque assim não estaria agora parada, com a boca aberta, enquanto via a pessoa que vivia no intervalo comigo beijando Valerie. Porque se tivesse dados ouvidos aquele pedido desesperado para que não acabasse magoada eu nem teria dado as costas para esquecer aquela cena. Nem me sentido tão desprezada.

— Amie. — suas mãos pegaram em meu ombro, descendo para os meus braços e me virando para chocar com seu peitoral, para depois ver seu semblante preocupado enquanto sustentava-me ao enlaçar minha cintura.

— Não precisa dizer nada, desculpa por atrapalhar. — pronunciei baixo ao algoz dos meus dias mal dormidos, desde aquele dia da piscina.

— Poderia ser nós ali. Se fosse antes, eu juro que teríamos sido felizes juntos. Mas agora isso não é mais possível. — declarou, pegando em minhas mãos com afinco, sentindo-as molhadas e quentes por ainda estar suado e com o uniforme, como sentia-me também pelo nervosismo.

Se ele estava me fitando tão seriamente, segui-o. A sensação de meu rosto torna-se quente com o seu toque, seu sorriso e o carinho para comigo nunca tinha sentido antes, tornando-se algo estranho para mim. Notei nesse tempo em que ficamos calados, dedos entrelaçados, que a Howers não parava de nos escarar. Provavelmente medindo cada passo para que não interpretasse mal.

— Foi por minha culpa, por isso não desejo que se sinta mal. Nunca poderia ter feito aquilo, muitos menos na frente de todos. Pouco fui sua amiga, nem para te acompanhar nos jogos, te apoiar, por isso penso que não mereço mais nada de sua parte. — fui tão sincera que até me assustei.

— Não diga isso, não quando eu te quero tão bem. — sussurrou, a alegria estampando o seu rosto aos poucos. Aproximei-me e acariciei sua face, experimentando a maciez da pele por, talvez, uma última vez, olhando-o de perto para que não pudesse recuar.

— Se está mentindo por pena é melhor parar agora! — a rudez que usei em nada combinava com meu gesto.

— Parece tão carinhosa, mais linda e iluminada, uma nova pessoa que também me agrada. Assim que te vejo perto de mim. E você, o que pensa? Acha mesmo que não estou sendo verdadeiro? — questionou, passando a batata quente.

— Sei de nada depois disso. — argumentei de maneira inebriada, por sua fala que mexeu comigo.

— Então vá até a festa para comemorar a vitória, tenho certeza que não ficará confusa quando sair de lá. Estarei te esperando. — disse, voltando até onde a ficante/namorada se encontrava.

O jeito que se abraçavam e se olhavam destruiu com as todas as minhas esperanças. Mas por que me sentia tão machucada? Se não fosse por Jordan e seus desafios, nem tê-lo ouvido, muitos menos ido a partida, quem sabe eu não me sentiria tão apaixonada pelo colega que andava comigo no intervalo, porém que nunca mais teria perto de mim quanto antes.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da conversa com Anabelle (confissão dela)? Do encontro do Jordan com a Belle? Da conversa de Joshua e ela? Pela Amie ter finalmente descoberto o que sentia?

A serra de SC me incentivou a escolher esse cenário, tem um lugar mesmo como aquele que citei, de tanto que minha amiga falava sobre isso. Não a escola, mas onde tem fogueira e marshmallow. Belissimo.

A imagem não é minha. Se tiver erros podem me avisar, por favor.

Quem quer comentar? Realmente me faria muito feliz, pois como está na reta final gostaria de saber a opinião de vocês, o que acham que ocorrerá no desfecho. Que casal querem juntos no final, sobre tudo! Aceito critica construtiva. E que tal uma recomendação que nem as queridas da Melodia Enlouquecida, Nuvem e Maze Queen? Seria um presente belissimo e uma motivação e tanto para continuar e terminar a fic nesse mês. Uma honra para essa autora! *-*

Beijos e até a próxima.



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