Infame escrita por Apiolho


Capítulo 24
Capítulo 24 - Odeio gostar de você


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores!

ADEUS ANO VELHO, FEEEELIZ ANO NOVO!

Fui mais rápida agora? Apesar de que praticamente passou duas semanas desde o ano novo. Mas mesmo assim queria saber como foi a despedido de 2016 e está sendo o 2017 de vocês! *-*

Informação: Estou programando terminar a fanfic até o meio ou final do mês que vem, já que fará aniversário de DOIS ANOS minha gente, então vou trabalhar bastante para isso. Que essa promessa seja cumprida, por favor (só eu para falar comigo mesma)!

Quero muito agradecer a Hope e Doreen por comentarem entre o capítulo anterior e esse. De coração, realmente significou muito para mim a opinião de vocês. Motiva-me demais, não sabem o quanto.

Agradeço a Raven por acompanhar. Com certeza deixou-me contente por saber que mais pessoas resolveram dar crédito para fic, assim como deu mais um colorido.

Espero que gostem desse capítulo, pois faço para vocês.



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Capítulo vinte e quatro

Odeio gostar de você

“Se quer alguém por sua beleza, não é amor, é desejo. Se quer alguém por sua inteligência, não é amor, é admiração. Se quer alguém porque é rico, não é amor, é interesse. Se quer alguém e não sabe porque, isso é amor.”

(Autor desconhecido)

 

“Se eu pudesse voltar no tempo, sendo que o gênio do Einstein não inventou essa bendita máquina, eu não iria a casa da Charlotte. Nem sequer tramaria aquele plano que envolveu a todos. Pouco iria me machucar, ou Deboni e Phil.”

Esse pensamento eu tratei de devorar inteiro ao saborear o sorvete enquanto assistia um filme de terror. Não contei a minha mãe sobre os momentos que tive com eles, muito menos choramos por isso após me dar valiosos conselhos sobre amizade. Queria me poupar dessa parte dramática e chata em família.

No primeiro dia da suspensão eu acordei pronta.

Preparada apenas para colocar roupas pretas e largas, comportando-me com uma gótica por conta dos ferimentos que ainda doíam, a peruca loira com cachos usada para expor a lista, espreitando-se atrás das árvores como um animal assustado que não quer ser desmascarado. Observei dali a segunda da lista aproximar-se do popular da nossa sala no intervalo, o jeito tímido era visto dali, porém vê-lo corresponder e começar a conversar com ela foi o que me deixou abismada e chateada ao mesmo tempo.

— Pelo jeito eu vou ter de denunciar alguém para o diretor, loira. Ou diria, Amie. — meus olhos se direcionavam para o lado, encontrando o guarda me fulminando mortalmente.

— Está enganado. — fui bem cara de pau sim, admito.

— Mas as câmeras não. — revidou, o sorriso sacana brincando em seus lábios após sua fala. Por que eu vim com aquela cabeleira fajuta? E foi deste jeito que eu parti, com a derrota sendo carregada nas costas.

No segundo dia fiquei em casa vendo prints da filmagem, daquele instante que coloquei a folha com a lista embaixo da porta, se espalharem pelas redes sociais, sendo que algumas vindo com a frase: “repassando a cola da prova”, “eu te amo” escrito no papel, entre outras. E eu tinha definitivamente virado um meme.

Na terceira manhã eu me recuperei.

Era aquela Amie que pisava nos outros, odiava os colegas e pouco se importava com as regras da escola. Tinha cada vez mais certeza disso quando cada parte do meu corpo se encheu de euforia ao visualizar o portão do colégio fechado. Como eu queria experimentar aquela sensação de adrenalina ao subir aquele obstáculo, na realidade até necessitava. Nem a dor pelas porradas que levei me fariam perder essa chance.

— Por favor, em nome da loira do banheiro, que o Jordan Sales case comigo. — escutei uma garota dizer dentro da cabine do banheiro.

Poupe-me, com o lugar lotado ela ainda o usa para outra utilidade que não sejam necessidades fisiológicas? Rolei os olhos ao constatar, batendo na porta fortemente. Ao abrir com esse ato, pois surpreendentemente estava destrancado, vi um caderno em suas mãos, porém também percebi uma expressão horrorizada em seu rosto.

Era ninguém menos que Livie Jones, da minha classe.

Nem deixei que levantasse a calça do uniforme e a puxei para fora do cubículo e peguei o fichário dela, pronta para vasculhar o conteúdo. E o que encontrei era apenas um monte de lixo, tolices de uma pessoa fracassada.

Rasguei a primeira página. E esse foi o momento que percebeu que eu estava com a posse do seu precioso objeto, fitando-me como se fosse uma louca. E com certeza era, quando fiquei um pouco bondosa.

— Não faça isso, te imploro! — gritou.

Algumas alunas observavam a cena, contudo nada faziam ao permanecerem inertes. Joguei aquele rabisco dentro do vaso, vendo-o ser molhado lentamente até alojar-se no fundo.

Despedacei a segunda folha. Vendo-a se desesperar e tentar tirar o objeto de mim. Em vingança joguei todo o caderno e dei descarga, notando que algumas lágrimas já escorriam por seus olhos. Sorri de maneira maléfica ao perceber sua desgraça, apenas para depois pegar o resto de papel e arremessar em sua direção.

Sim, ela ficou com a roupa encharcada de urina, água sanitária e produto de limpeza. Já eu pulei na privada, fechada, e me sentei no escoro da janela. Não queria correr o risco de ser achada pelo diretor e sofrer uma possível expulsão, principalmente por saber que depois do susto passar vão direto fofocar.

— Detesto esse tal de amor, querida, e você também deveria. — declarei antes de dar um aceno em sua direção. Em contrapartida mandei o dedo do meio para as que ainda estavam esperando o restante do escândalo. Tinha de me sentir melhor, e, para falar a verdade essa foi uma das maiores experiências de perigo que tive.

Se querem saber, sentir afeição por alguém te deixa mais fraca. Minha mãe venerava meu pai e ele nos abandonou, fez-me sentir especial para depois ir embora sem nem se despedir, ou manter contato depois de sua partida. Por isso não digo apenas no sentido amoroso que é abominável, mas em todas as formas da palavra.

Pulei em direção ao pátio, caindo com o antebraço e joelho na grama, notando um par de tênis a minha frente. E, praticamente de quatro, presenciei o Phil me fitar de cima. Como se fosse um ser superior e eu uma simples plebeia. E toda a minha pose de durona de minutos atrás quase caiu por terra com seu olhar diante do meu, todavia apenas me levantei, limpei a sujeira, e desfilei para longe dele.

“Não posso dizer que eu acertei em deixá-los me bater, mas você errou mais. Foi cruel ao dividir seu lanche e hora comigo, seus poucos segredos e me fazer entrar em seu mundo (nem quero comentar sobre o que ocorreu). Mas eu te odeio mais ainda por eu ainda gostar, mesmo que mínimo, de você. Não, isso nem sequer é afirmar que te perdoei, todavia sim que ficar longe de você é mais reconfortante que te ver.” — Emo.

— O silêncio é ainda pior. — constatei ao ler novamente o que tinha mandado ontem. Se eu pudes- Não! Arrepender-se não seria ser você.

Procurei um banco para descansar no intervalo, porém minha mente não sossegou um segundo. Parece que quanto mais quer esquecer pessoa, mais ela aparece.

E, agora, bem na minha frente eu via o Joshua de mãos dadas com a Howers. Possivelmente ria de alguma piada que ela tinha feito, porém eu sabia que seus sorrisos poderiam significar tantas coisas. Resolvi prestar atenção na minha leitura, “como ser popular”, para não acabar falando alguma besteira. Muito mais do que fazia.

— Se te deixa mais aliviada. — começou Anabelle, abrindo a boca para comentar e sentar onde não foi chamada. — Saiba que Joshua e Valerie não estão namorando. — segredou, porém suas palavras pouco me fizeram tirar os olhos do livro. Eu precisava encerrar hoje. Mais um dia de multa não daria para aguentar.

— Em nada me fez mais tranquila. — o que uma simples mentira mudaria para quem fala praticamente direto a verdade?

Pensei em dizer que estava prestando mesmo atenção nas palavras daquele manual de auto ajuda, todavia acabava fitando vez ou outra o que meu ex amigo e ela estavam fazendo. Talvez para ter certeza de eu ouvira dela fosse verdade. Não conseguia parar de fitar aquela direção, a procura de algo para acalmar meu coração. Contudo no fundo eu sabia que depois da nossa separação seria difícil sentir-me confortável. Depois de voltar ao livro para retirar tais pensamentos a paz reinou por um instante.

— Vocês precisam conversar e se acertar. Não, têm de deixar de enganar a si mesmos e se casar. — sussurrou, fazendo-me largar aquela capa cheia de folhas dentro. Cada silaba transmitia o seu desespero.

Guardei esse seu conselho na gaveta, lixeira, ou onde quer que fosse.

— Por acaso pensou na besteira que acabou de soltar pela boca? Ainda estou de suspensão e passou pouco tempo desde aquele dia. E para a sua informação não sou apaixonada por ele, nem serei. — esbravejei para que absorvesse as palavras ditas, uma por uma, ao ponto de não repetir mais essas bobagens.

— Então pare de olhar para ele! — pegou-me no flagra.

— Pelo jeito pouco me conhece para dizer isso. Principalmente por me considerar inimiga, e até ter me estapeado, não admitirei saber quase nada a meu respeito. Por isso vou te dar uma pequena dica, eu nunca me rebaixaria a esse ponto. — rebati na maior cara de pau.

Vi-a de canto que fez um gesto negativo com a cabeça, não compreendendo meu gesto e frase. Só que eu era a evil queen da história, então essa reação seria o mínimo esperado da sua parte.

— Amie, ele também te observa quando está distraída, com a mesma expressão de nostalgia que a sua, por isso fica tão sem graça. E garanto que, mesmo você não querendo, Joshua ainda se encontrará várias vezes contigo e protagonizarão muitos momentos felizes juntos. — declarou, parecendo uma típica mãe Diná.

Estaria mentido se confirmasse que seu comentário não me afetou. Observei o alvo de nossa conversa e percebi que coçava a cabeça, notando que apenas o fazia quando estava nervoso. E será que a dona de tanta agitação era mesmo eu?

— Qual o motivo de estar falando tudo isso para mim? É por que ainda me odeia pelo seu relacionamento fracassado com o Jordan? — admito que fui bem acida em minhas perguntas, porém era o seu desprezo e a minha solidão que desejava obter em resposta. Só que apenas por ver o seu sorriso se desmanchar foi o bastante para me deixar satisfeita.

— Suas provocações não me convencem mais, pois tudo o que eu contei te abalou. Esse modo ríspido como defesa diz tudo. — na mosca!

— Você é tão hipócrita. — comecei baixinho, para depois aumentar o tom para mostrar superioridade. — Quem é que está se resguardando aqui? Ou por acaso fui eu que fiquei triste ao falarem o nome de um tal ex?

Vi-a suspirando, respirando e inspirando algumas vezes antes de se pronunciar.

— Esse é o meu jeito de te pedir desculpa. — e notei que o livro ficou esquecido ao encontrar-se jogado naquela grama. Peguei-o e o botei na bolsa para que não ficasse mais sujo. Trataria de entregar sem terminar mesmo, até porque nem eu sei o motivo de ter começado e continuado a leitura.

— Posso até ser inteligente, mas dessa vez eu juro que não te entendi. — o ponto de interrogação não estava apenas descrito em minha expressão, contudo também na testa.

— A resposta para a sua pergunta de antes, mas se não quiser me perdoar ainda tenho um presente guardado para te dar. — explicou ao estender-me um pacote em minha direção.

Pensei se ia aceitar, no entanto peguei o embrulho e iniciei uma aventura ao desvendar a prenda. Contudo estagnei quando desamarrava o laço, fulminando-a de maneira desconfiada antes de continuar.

— É uma bomba? — quis saber.

— Fiz todo aquele escândalo ao te empurrar e sair aos tapas contigo por conta do meu ciúme doentio, não por sua culpa. Jordan terminou nosso relacionamento por esse motivo, foi então que percebi meu erro. E essa é a conclusão da sua segunda questão. Então, agora pode parar de me olhar torto e abrir a lembrancinha? — confessou, o semblante nostálgico e chateado escondido em meio ao pequeno sorriso dado.

Desembrulhei para ver uma caixa de curativos, mas não era um qualquer, e sim com desenhos de bananas. Essa constatação e a maneira como me fitou me fez entender a sua intenção por trás desse gesto.

— Combina comigo. — ironizei, rasgando a proteção de um deles e colando no machucado que se encontrava no meu joelho. Coloquei o resto na minha mochila, notando o Sales me convidando para lá com as mãos ao mirar para trás. Levantei-me, contente por sair dessa armadilha que Anabelle me acorrentou, para atravessar o pátio e papear com ele.

— A conversa não acabou. — declarou.

— Não sabe o quanto queria continuar a te dar a atenção que tanto implora, mas pelo jeito tenho um novo cliente, então serei obrigada a atender. — perturbei, apontando para onde estava a pessoa.

E percebi que seu queixo caiu ao perceber que o dito cujo era seu ex. Mandei um beijo e piscadela como despedida e saltitei para o local, vendo-o mexer nos cabelos de forma tensa enquanto me aproximava.

— Se for sobre a Belle eu... — tentei brincar ao dizer o apelido dela, sendo direta por estar cansada de dramas adolescentes.

Minha fala foi interrompida bruscamente quando me pegou pela mão com rapidez e me encostou na parede, prendendo entre mim e ele por seus braços. Nem nessa hora eu deixei de pensar no Deboni, no seu toque, olhar, respiração, porém a sensação era completamente diferente agora. Tudo era.

— Não te chamei para isso. — o tom imponente e irritado. O sinal anunciando o próximo tempo das aulas tocou, todavia nenhum dos dois se mexeu. — Diga que me ama. — sussurrou, a rouquidão substituindo a fala irada de segundos atrás. Eu apenas conseguia o encarar de forma duvidosa, e na mente vinha o sentimento de não saber o que fazer.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Sobre o encontro com o Phil? Da conversa entre ela e Anabelle? Os olhares disfarçados entre Amie e Josh? E da aproximação entre Deboni e Valerie? Por qual motivo o Jordan falou essa frase?

A imagem é da Anastasia Milli, a modelo que penso ser parecida com a Amie Young. Claro, não é minha. Desculpem-me se tiver erros de português, caso acharem favor avisar (Seja por MP ou comentário).

Quem deseja comentar? Sério, muuuuuito me faz feliz receber review dos meus leitores. E alguém quer recomendar que nem os maravilhosos da Melodia Enlouquecida, Nuvem e Maze Queen e me darem outro presente belissimo. A autora que vos escreve com certeza ficaram mega contentes se ocorrer! Por favor, dar esses presentes para iniciar 2017 será uma honra e tanto.

Beijos e até a próxima!



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