Infame escrita por Apiolho


Capítulo 22
Capítulo 22 - Uma miss sempre tem um plano B


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Tudo bem?

Não, não é uma miragem, depois de quatro meses eu voltei, uhuuuul! Espero que esse capítulo compense, porque é bem louco.

Quero agradecer a Karol, Bibs, Lí, Typewriter, Gabe Nehoc, KuroiInu e Cherry por comentarem entre o outro capítulo e esse. Realmente muito me fez feliz, não sabem o quanto, por isso fico bem honrada.

Agradeço a Chuchu e By a Lady por favoritarem e Captain Vivs, Felipe Pequeno, Mizzuny, Hannah Nagisa e Leitora Fanstasma por acompanharem. Adorei demais, de coração, além de dar um colorido a mais na fic, também é bom saber que mais pessoas deram crédito a ela.

Espero que gostem, pois faço para vocês!



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Capítulo vinte e dois

Uma miss sempre tem um plano B

“Que não falte bons sentimentos. Que nos falte egoísmo. Que nos sobre paciência. Que não nos falte esperança. Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas. Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha. Que não nos falte vontade de sorrir. Que nenhum de nós se esqueça da força que possui. Que não falte fé e amor.”

(Caio Fernando de Abreu)

 

Eu uso de fonte, das seguras, para chegar onde eu quero. Piso em quem for para ter meu desejo realizado, ou apenas para vê-la sofrer e me vingada, ou, ainda, deixo os outros levarem a culpa por mim sem nem me importar. Quer dizer, essa última parte, nesse tempo, era mentira.

Só que eu deixei esse mal entendido continuar por tempo demais.

Parei na frente de uma casa grande de dois andares, cor branca, tendo em minhas mãos tudo o que eu precisava para poder dar a volta por cima e não deixar o Nate se beneficiar da minha dor.

Ele ia pagar, e caro.

— Charlotte! — gritei, batendo palmas em seguida.

Ia começar o meu plano plantando a semente da discórdia, dentro contente fiquei ao vê-la saindo da casa, que ao perceber quem era seu sorriso radiante e falso que dava se desmanchou.

— O que está fazendo aqui? Não quero falar contigo! — declarou, dando meia volta sem nem ouvir minhas palavras.

— Bom saber que vai terminar tão fácil assim com seu namorado. — provoquei.

Estagnou, possivelmente tentando pensar do que exatamente estava falando, no entanto no instante seguinte virou-se e me olhou da maneira mais irritada possível.

— Eu sei muito bem o que você e o Joshua fizeram, tenho provas, e, se não quiser que eu conte ao Nate, espero que me obedeça! — ameacei.

Plantei verde pelo que escutei um outro dia, esperando que desse certo.

— O quê? Mas ele não quis! — finalmente confessou.

Isso foi tão fácil.

— Pelo que eu sei vocês transaram. — continuei, coagindo-a a contar a verdade com mais detalhes.

— Não, apenas nos beijamos naquela festa, estava muito bêbado e tentei convencê-lo a fazer sexo comigo, mas me largou e foi para a casa. — deixei o celular filmando o que falava, simplesmente para agora ter realmente algo com que usar para obriga-la a fazer o que eu quero.

Desliguei, guardei dentro da bolsa, e fitei-a com escarnio.

— Você é muito tola, nem sabia disso, mas tinha a certeza que ia me deixar a par do que ocorreu. Então que tal aceitar meu acordo e convencer seu namorado a não falar que fui eu que tornei pública a lista, não conte sobre isso também para os outros, e fingiremos que é santa e leal? — propus.

Sua expressão de surpresa e horror fez-me ficar mais interessada ainda no que respondera, já que estava imaginando o próximo passo que darei ao não concordar com o meu pedido.

— Nem sabia disso. — tentou dar a volta por cima.

— Pare de se fazer de desentendida, sei muito bem que foi você que contou a ele. — gritei, usando da minha grosseria e crueldade no tom para aterroriza-la.

— E como farei isso? — tremia por conta do que disse, pois tinha o conhecimento que desejava e tinha o prazer em dizer quem era a pessoa que tinha posto o papel no mural.

— Tranque-o, convença-o, seduza-o, faça qualquer coisa, mas eu não quero que essa informação saia da boca dele, nem da sua, se não nem pensarei duas vezes antes de contar para quem quiser ouvir o que você fez! — exclamei, praticamente gritando.

Estávamos no meio da rua, mas vi que a vizinha tinha aberto a janela para ver o barraco. Apenas mandei o dedo do meio em sua direção, vendo-a ficar braba e voltar para dentro do buraco da onde nunca deveria ter saído.

— Promete que tudo o que ocorreu aqui não será dito a outra pessoa se eu aceitar? — quis saber, semicerrando os olhos em descrença.

— Com certeza, se eu abrir a boca você pode contar sobre mim no momento seguinte! — declarei.

Seu sorriso fez-me entender que eu não poderia me preocupar por um tempo, assim como meu divertimento duraria por mais tempo.

— Então eu topo. — finalmente respondeu, estendendo sua mão para apertar.

Só naquele instante aceitei e apertei sua mão, selando o pacto entre nós, que apenas seria finalmente cumprido quando a próxima manhã acabar.

— Espero que faça o que eu quero amanhã, na escola, antes mesmo das aulas começarem. E, pode me passar seu número de celular? Para me avisar se não conseguir convencê-lo. — dei outra condição.

— Tudo bem. Agora posso voltar?

A expressão de cão abandonada e obediente fez-me ter mais vontade que o outro dia chegasse, pois ansiava muito pelo que ocorreria, ainda mais se tudo der certo.

— Claro, mas não esqueça de me avisar, pois se pelo menos tentou já saberei que fez o que eu quis, mas se não me informar e todos saberem não terá outra chance. — finalizei, caminhando até o ponto de ônibus mais perto sem nem virar para trás.

E agora eu tinha mais certeza que dar a última palavra era meu forte.

Desde ontem Joshua não mandou uma única mensagem.

“Quem diria, Amie Young foi rejeitada.” — Phil.

Troquei seu contato, deixando apenas seu nome dessa vez. Minha consciência pesava um pouco em imaginar que estava fazendo outra coisa errada com ele.

“Não, ele não quer falar comigo apenas.” — Amie.

A passos lentos atravessei a faixa de pedestre, seguindo pelo portão e vendo a Charlotte conversando com o Nate. Ao ver que a fitava piscou para mim, fazendo-me entender que já estava o enrolando.

“E então quer que eu mande uma mensagem informando que está brigando com alguém, para assim ele te salvar, igual a um príncipe encantado?” — Phil.

Rolei os olhos e comecei a digitar.

“Apenas quando eu dar o ok!”— Amie.

Fitei o outro lado e vi a Lindsay correndo para atrás da escola, possivelmente procurando outra vítima para ser seu namorado, já que, para mim, estava desesperada por estar sem transar há uma semana.

“Ok.” — Phil.

Você talvez nunca mais vai querer falar comigo depois disso, mas é preciso.

Fui em direção ao casal maravilha, ou seja, Nate e Charlotte, e sentei ao lado dele, dando um sorriso fraco em sua direção, pegando-o pela mão e dando um sinal positivo em direção a ruiva.

— O que foi? — quis saber, de forma baixa.

Estávamos atrás do colégio, sendo observados pela loira oxigenada, com peito falso, que nem sequer se importava se eu tinha percebido isso ou não. Ao seu lado estava um garoto, com cigarro nos lábios, e tatuagem nos braços descobertos, no qual apenas parecia prestar atenção no que fazia.

— Quero que sussurre. Tudo bem? — pedi.

— Não vai fazer mal uma boa ação nesse dia, já que logo vou poder te ver destruída. — parecia calmo. Esse idiota!

Apoiei minhas costas na parede e fitei, percebendo que ia seguir com o seu plano adiante. Só que eu sou melhor que você querido, e, quando notar, quem estará caído não será eu.

— Vai mesmo contar sobre a lista? — questionei, sem expressão.

— Sim, e pretendo que seja o quanto antes. E vai ser quando menos esperar. — declarou.

— Queria saber disso apenas, agora pode voltar para a sua namoradinha. — provoquei.

— Nem vai dar um beijo? Que nem ontem? — perguntei, aproximando seu rosto do meu.

— Então feche os olhos! — pedi.

Felizmente me obedeceu e eu cuspi em minha mão, passando com força em seus lábios, para depois dar um forte tapa nele e correr em direção ao pátio. Vendo-o ir atrás de mim, mas desistir depois de um tempo, com um sorriso sádico nos lábios.

E eu tinha a certeza de que ia dizer sobre o ocorrido.

“Vá atrás dele, está indo para a porta da escola!” — Amie.

Mandei para Charlotte e a vi passar pelo gramado, conseguindo alcança-lo. Porém eu tinha certeza que nada poderia pará-lo, a não ser que eu começasse meu plano B.

Voltei para atrás da escola e vi a loira tentando seduzir o bad boy, mas nada dava certo. Então simplesmente resolvi interromper para provoca-la, até porque nada melhor do que usar os inimigos.

— Lindsay, tem como fazer um favor para mim? — comecei.

— Vai embora, estou ocupada aqui. — brigou, sem nem se importar comigo.

— Eu não quero que conte o que ocorreu aqui, é que eu o Nate tentou me beijar, mas se a Charlotte souber nunca mais vai querer falar comigo. E eles estão no pátio agora, então melhor fingir que não viu nada. Ficaria muito grata. — sussurrei, parecendo triste.

— Você por acaso me conhece? É claro que eu vou ficar de boca calada.

— Sabia que poderia contar contigo. — sussurrei.

Ao dar as costas eu vi que Nate e a Charlotte ainda estavam lá, notando alguém atravessar o pátio, e era nada menos que a primeira da lista das mais usáveis, que caiu na minha armadilha e ajudou-me a ganhar mais tempo.

Fiquei os observando de forma concentrada, preparando-me para discar para a próxima pessoa que poderia me ajudar, da qual encontrava-se do outro do local, com sua companheira ciumenta. Apesar das coisas estarem correndo rápidas demais, graças a mim, saberia que tudo andaria bem.

Vi os ânimos alterados e o Josh subindo a escada para entrar, porém no do caminho Valerie, a terceira do top 5, o interrompeu, possivelmente querendo se declarar novamente a ele. O sorriso que dava em sua direção era para reconforta-la, já que possivelmente estava a rejeitando, de novo.

Bom, se essa conversa demorar não vou nem precisar mandar mensagem para o Phil. E, assim, com essa lembrança, mirei o local onde deveria estar concentrada desde o início. Notando que a Lindsay estava saindo, assim como a Charlotte tentava o empurrá-lo para o lado contrário.

Agora terei mesmo de usar o plano C? É, infelizmente terei, tendo de arriscar os meus cabelos, unhas e roupas para isso, mas já era o momento. Por isso mesmo disquei para o Jordan e esperei atender.

— Alô. Amie? — iniciou do outro lado da linha, parecendo surpreso.

— Por favor, me ajude, o Nate tentou transar comigo ontem e hoje tentou me beijar. O que eu faço? — fingi desespero.

— E onde está agora? — quis saber.

Percebi de longe que já se levantava, com rapidez, tentando me encontrar.

— Não é a mim que tem de encarar, mas sim a ele. — contrariei, rolando os olhos por conta da sua lerdeza. Eu queria era que ficasse irritado ao ponto de ir correndo soca-lo.

— Tudo bem, já o vi! Eu vou matar esse desgraçado. — finalmente.

A rudez com que falou e forma como correu fez Annabelle ficar intrigada, o que sabia que era por conta dos ciúmes. Ela tinha a certeza que era eu do outro lado da linha, porém não entendia qual era o assunto da conversa.

Por isso, assim como eu esperava, correu atrás dele.

— Vai dar tudo certo, é só agora ir até onde estão. — sussurrei, praticamente torcendo para que meu plano desse certo.

No meio do caminho vi o Nate receber um soco certeiro, que doeu até em mim, fazendo-me ter de correr mais rápido para fazer a dúvida da sua namorada parecer certeza. E, assim, poder fazer tudo dar certo. Pelo jeito que se aproximava dos dois ia tirar o namorado de cima dele e acabar com o meu projeto. Os dois continuaram a lutar no meio do pátio enquanto também dava passos rápidos naquela direção, assim como vi quando o Joshua passou a prestar atenção no que ocorria, ainda com a Val do seu lado.

— Eu pedi para ele não brigar por minha causa, mas mesmo assim fez. — comentei ao parar do lado da segunda da lista e notar que estava tentando apartar a briga.

— O que está acontecendo? — parecia enlouquecida.

— Seu namorado me ama e é por isso que está me defendendo, ficou com ciúmes porque o Nate tentou me beijar hoje. — falei um pouco alto, percebendo que Charlotte ouvira.

— Isso não é verdade! — exclamou.

— Você acha que ele está contigo por quê? É apenas para me esquecer. — disse.

— Então o Nate realmente fez isso? Então ele merece, você tem sorte de ter um salvador desses. — questionou a ruiva, botando mais lenha na fogueira.

E o que senti depois foi uma queimação no rosto e um puxão de cabelo por parte da Annabelle, para no próximo minuto me empurrar no chão. Algumas pessoas gritavam por conta das duas brigas, mas eu apenas ficava pensando que logo isso ia passar.

E apenas paramos quando alguém me pegou pela cintura e puxou, afastando-me da agressora, notando que era ninguém menos que Joshua Deboni, a pessoa que desejava estar me ajudando nessa hora.

— Vai ficar tudo bem, vamos para um lugar seguro agora. — disse, sorrindo fraco em minha direção e me levando para dentro do colégio, sem nem dar tempo de alguém reparar no que ocorria ao ponto de nos seguir ou nos parar.

Eu mancava um pouco, não sabia o motivo, mas o certo era que ela tinha uma boa mão para surrar, já que me sentia acabada. Passei a mão pelo meu cabelo e o senti todo desgrenhado.

— Devo estar horrorosa. — brinquei com a situação.

— Já te vi assim outras vezes, mas, acredite, nunca te vi apanhar tanto. — declarou, fazendo-me lembrar dos momentos em que me meti em brigas, principalmente com a Lindsay.

— Entre aqui. — pedi, vendo que era justamente a sala que queria estar.

Apesar de algumas imprevisões, tudo ocorreu bem no final, mas ainda não tinha terminado. Sentei no canto do local e encolhi meus joelhos, enlaçando meus braços neles em sinal de proteção.

— Não precisa ficar assustada, estou aqui. — foi a primeira coisa que disse quando chegou perto de mim, parecendo mesmo o príncipe que o Phil tinha dito.

Falando nele, resolvi por pegar meu celular e mandar uma mensagem, já que não precisei dele para avisar a pessoa que está ao meu lado.

“Avise urgentemente ao diretor que tem duas pessoas brigando no pátio!” — Amie.

— Quem te disse isso? — comentei.

— Sua expressão. — revelou, passando a mão em minha bochecha e sorrindo de uma maneira que me deixou arrepiada, e até, um pouco, quase nada, encantada.

— Pare com isso. — pedi, afastando sua mão com rudez.

Com isso sai de onde estava, principalmente por notar que chegava muito perto, ao ponto de quase estar encurralada. E, assim, estaríamos novamente emergidos por aquele clima, do qual apenas confundiria a nossa situação. Nem amigos vamos ser, então para que parecermos mais íntimos?

— E o que você quer então? — disse.

— Que você diga que gosta daquela garota! — exclamei.

Ele posicionou-se em minha frente, sendo que fiquei entre ele e a mesa, apertando o botão, com o cotovelo, do microfone.

— Se eu a amasse ia desejar tanto te beijar agora? Ficaria apenas pensando em você quando jogou na minha cara que prefiro outra? Eu tenho certeza o quanto te quero. Mas e você? — declarou.

Isso me aterrorizou, mas eu não poderia desligar agora, sabendo que estariam ouvindo pelo alto-falante aquela confissão, que apenas nós deveríamos estar confidenciando.

— Eu nã-

— Você tem medo do quê? Basta apenas você aceitar. — sussurrou.

— Eu não vou te beijar, nunca o quis! — discordei, esperando que se afastasse.

— Amie, está mentindo. — falou tão baixinho que eu fechei os olhos, para que não o fitar, nem sequer querendo dizer minhas próximas palavras.

— Não, vim aqui para te dizer adeus. Porque a partir de agora você não vai precisar mais andar comigo ou lanchar, já que fui eu, Amie Young, que coloquei a lista naquele mural! — gritei o mais alto que conseguia, para que ninguém tivesse dúvida.

E eu tinha receio sim, mas era de perder Josh, não ter mais sua companhia, amizade, como sabia que era o que ocorreria, pois além de ter o rejeitado, ainda descobrirá que o fiz para todos escutarem, mesmo sem querer. Feri seu coração, partindo o meu também.

Eu, infelizmente, tinha sim algo batendo no peito que não fosse apenas feito de gelo, pena descobrir só agora. 

Ouvi a porta se abrindo e quatro pessoas entrarem por ela, em meio ao meu desespero ao perceber que ele tinha realmente se afastado. E isso decretou que meu plano tinha funcionado, mesmo que não tivesse sido tão divertido quanto imaginava.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam desse plano da Amie? Louco né? E da declaração? E da despedida deles? Planejo muitas coisas.

A imagem não é minha. E se tiver algum erro podem me avisar.

Quem deseja comentar? Sério, muuuuuito me faz feliz receber review dos meus leitores. E alguém quer recomendar que nem os maravilhosos da Melodia Enlouquecida, Nuvem e Maze Queen e me darem outro presente belissimo. As autoras que vos escreve com certeza ficaram mega contentes se ocorrer! Por favor.

Obrigada e até a próxima.



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