Infame escrita por Apiolho


Capítulo 21
Capítulo 21 - A lista negra


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Quero muito agradecer a karol e JemystarkxD por comentarem no anterior. Muito significam para mim.

Muito obrigada a bia lima por favoritar. Adorei demais por saber que mais pessoas acompanham.



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Capítulo vinte e um

A lista negra

 "Superar é preciso.
Seguir em Frente é essencial.
Olhar para trás é perde de tempo.
Passado se fosse bom era presente."
(Clarice Lispector)

 

            Eis escrito em meu caderno as pessoas que provavelmente querem muito me matar:

“1 - Lindsay;

2 - Charlotte;

3 - Anabelle;

4 - Enfermeira;

5 - Roxye Honey;

6 - Professor de filosofia;

7 - Padre;

8 - Billy;

9 - Brandon;

10 - James;

11 - Carter;

12 - George

13 - Ethan.”

         Aqui jaz Amei Young.

            Já imaginava meu enterro, algumas pessoas fingindo chorar e outras realmente sofrendo pelo que ocorreu. A jovem bonita, encrenqueira e 5º lugar no “top das mais comidas” da escola tinha falecido.

            No jornal estaria escrito: “quem a matou?” E uma penca de suspeitos seriam investigados pela polícia. Ainda mais quando todos eles dão exatamente o número azarado, para os mais supersticiosos.

“Tenho de ir na sua casa. Passa o endereço.”— Amie.

            Mandei ao chegar no meu canto preferido do lar e vasculhar seu caderno, procurando algum assunto para o qual eu pudesse perguntar a ele. Com essa desculpa em mente poderia por meu plano em ação.

            Obrigada Joshua. Ajudando-me indiretamente.

            Nem sequer esperei para dizer o horário ao me responder e fui direto para o bairro dele, não sem antes me despedir da mãe, e bater na porta. Uma senhora, aparentemente da terceira idade, atendeu-me.

 — Que deseja? — perguntou com dificuldade.

— Sou colega do seu neto. Posso entrar? — chutei.

— Do Carter? Ele não está aqui. — declarou.

            Colocou os óculos de maneira lenta e ficou analisando-me. Percebia que parou justamente em minhas pernas, que estavam pouco cobertas por um shorts curto.

— Não, quero falar com o Joshua. — finalmente fui direta.

— Sou a empregada doméstica da casa. Ele está no quarto. — explicou ao apontar para a escada.

            Então quer dizer que ela é avó do “ex amigo” do Lockwood?

— Presta atenção no seu neto. — avisei antes de subir os degraus, que pareciam que não acabavam muito. Desse jeito eu ia é desmaiar antes de chegar no segundo andar.

            Ela ficou sem entender.

            Confesso, era uma idosa fofa.

— Peguei no flagra. — disse ao chegar no lugar que me informou e ver o dito cujo no computador.

            Pensei que estaria vendo pornô, por isso arquitetei vir de surpresa, mas o que vi foi olhar para uma foto da Anabelle com uma garota loira, de olhos verdes, e lágrimas saindo de seus olhos.

            É uma menininha covarde mesmo!

— Imaginava que era gay, mas não tanto. — continuei ao perceber que me ouvia, agora muito mais perto dele, ao ponto de gritar em seu ouvido.

            O susto que levou foi igual a algumas mulheres ao verem uma barata.

— Está piorando a situação. — comentei.

— Você sabe muito bem que não é verdade. — murmurou de maneira séria e grosseira ao se virar, tanto que o tom ficou mais sério, fazendo seu rosto ficar de frente para o meu, a centímetros de mim.

            Ficou olhando-me de maneira desafiadora, esperando para a minha resposta seguinte. Eu não ficava para trás, encarava-o da maneira mais provocadora possível.

— Eu? Tem certeza que não está se confundindo? — comentei.

— Não Amie. — ainda sim parecia levar a sério.

            No instante eu percebi, senti e vi, que pegou em meu braço, levando-me em direção a cama dele. Jogando-me naquele lugar que estava um pouco bagunçado. Depois o que experimentou foi novamente seu beijo ser distribuído em cada parte do meu pescoço, que ainda não estava acostumado com a outra vez, do qual acarretou em um enorme chupão.

            Já que o empurrão não deu certo eu fiquei observando ao redor, notando que tinha uns postares e uma foto em cima da cabeceira. A mesma garota que vi na imagem que estava fitando quando cheguei.

            Então minha mente deu um clic.

— Ainda tem a mesma opinião? — comentou do nada.

            Sua mão passou para a minha cintura, querendo transcender o limite ao massagear minha barriga por baixo da camiseta. Sendo que a outra tocava em minha coxa de maneira devassa.

— Eu quero que pare! — esbravejei.

            Por sorte obedeceu-me prontamente, levantando-se e ficando ao meu lado. Em seu rosto ficou evidenciado a vergonha, ainda mais ao notar até onde tinha chegado.

— Isso é para aprender que não pode ficar sozinha no quarto com um garoto, ainda mais depois de ferir a masculinidade dele. Eu estava a ponto de tirar a sua blusa! — explicou.

— Sei que não ia fazer nada. — consolei-o.

— Quer continuar com a sua brincadeira de ficar me subestimando? — levantou a sobrancelha ao simplesmente tocar em meu rosto, fazendo círculos na bochecha, que pareciam até fazer da minha face uma tela para desenhar.

— Não, pois agora eu tenho um segredo para ouvir. — declarei prontamente.

— Qual? — quis saber.

— Quem é aquela garota da foto Joshua? — fui direta, até demais.

            Apontei para a figura que estava em seu criado-mudo.

— Amie, tem certeza que vai estragar o nosso clima para saber dela? — disse entre suspirou, tanto que demorou um pouco para começar a falar.

— Não ocorreu nada do que disse entre nós. Vai falar ou não? Se não irei embora. — ameacei.

— Mas vo-

— Não disse que quando eu soubesse ia me contar tudo? Então vai desembuchando. — ordenei, deixando de lado sobre voltar para a casa.

            Até porque logo eu ia ter de ir para o shopping.  

— Eu já disse que era a minha ex. — abriu-se.

— E por que estava chorando? — cavouquei mais na ferida.

            Em seus olhos eu via a magoa, a tristeza, e o arrependimento. Tudo, menos algo que demonstrasse que fosse uma ótima notícia. E a minha esperança se foi novamente quando pensou muito para continuar a desabafar.

— Há quase dois anos ela terminou comigo, uma semana depois eu soube que ela começou a namorar um garoto da nossa escola. E eu tinha certeza que tinha me traído quando ainda estávamos juntos, por isso mesmo fui até a sua casa. Além de vê-la na cama com outro, ainda tive de ouvir que... — abaixou a cabeça e pausou.

— Confia em mim. — sussurrei.

            Foi como um incentivo para ele.

— Não me queria mais perto dela, que eu não era bom de cama, vangloriou-se ao comentar o quanto eu era infantil, ao ponto de não me aguentar mais. Que não me amava mais. No começo não acreditei, mas quando tentei me aproximar o cara que estava com ela foi para cima de mim, bateu-me tanto que eu fui parar no hospital. — pausava sempre na melhor parte.

            Senti tanta raiva dessa garota que eu queria fazê-la cair no chão de tanto levar tapa de mim. Eu tinha essa vontade de me vingar, de devolver o favor que fez ao me defender ao saber do James.

— E ela? — quis saber.

— Não me procurou mais, até eu ver aquela amiga dela no seu celular. — declarou.

— A Anabelle? — constatei.

— Essa mesmo. Todavia o pior foi perceber que começava a faltar as aulas, fofocas sobre estar se drogando e que havia engravidado. Acabar-se sem eu não poder fazer nada. Pelo menos não na última semana em que fiquei no colégio, antes de me transferir para essa no meio do ano retrasado. — lamuriou-se.

— Pare! Eu estou odiando a maneira com a qual está reagindo, você deveria era querer ficar longe dela, não sentir pena. — briguei.

— Está enganada. — em um tom mais alto do que antes, o choro sendo contido.

— Sabe que não. Até parece que ainda gosta dessa vadia. — revidei.

            Se suas mãos estavam entrelaçadas na minha há um segundo atrás, depois do que eu falei soltou-a das minhas de maneira brusca. Levantando-se no instante seguinte e abrindo a porta, que não tinha reparado até o momento que estava fechada.

— Não dá para falar nada para você Amie! Por isso quero que vá embora e esqueça tudo o que eu acabei de dizer. — berrou.

— Espero que entenda que estou certa, no entanto antes que seja tarde demais.  — aconselhei.

— Sai! — exclamou em pleno vigor.

            Até a idosa, que ainda ficava em pé sem bengala, tinha aparecido no corredor e me pegado pelo braço. Acompanhou-me até a saída, mas era ainda como se estivesse naquele quarto. Bem no momento em que percebi que nunca tinha ficado tão irritado quanto ao me expulsar de lá como se fosse um saco de lixo.

            Nem me importei, pois agora eu tinha de encarar o ser que me mandava ameaças. Fui na cara e na coragem, até porque o meu plano para esse dia tinha falhado no momento em que vi aquela imagem no computador.

— Pensei que não viria. — o tom masculino cortou cinco pessoas.

— Você? — disse de maneira surpresa ao me virar.

            Na verdade nem tanto, foi mais por não ter incluído na minha lista negra.

— Sim, e eu quero muito vê-la sofrer. — cochichou.

— Nate, não tenho medo de ti. — fui sincera.  

— Não quer saber como descobri? — questionou com uma calma suspeita.

            Por isso resolvi sentar na primeira mesa que vi ao perceber que a nossa conversa seria um pouco longa. Mesmo que não estivesse nem um pouco afim de ficar emprestando meu ouvido para outra pessoa, principalmente depois de ser tratada daquela maneira.

— Não prefere me contar a origem desse seu nome ridículo enquanto tomamos um delicioso milk shake? — disse ao rolar os olhos.

— O que isso tem a ver? — entrou no jogo, mas agora com ira.

— Pois é, concordo. E é claro que eu quero que me conte, estou aqui para isso!

— Charlotte me disse. Foi tão fácil. — declarou.

— Óbvio, de qual outra maneira descobriria se não pela tapada da duende.

— Mas eu quero algo em troca desse segredo. — plantando um sorriso malicioso na face.

            Finalmente vou poder ir embora logo.

— O quê? — diga logo.

— Que transe comigo enquanto estamos sendo filmados. — pediu.

— Está louco? — berrei.

— Não, eu quero acabar com a sua vida por ter espalhado que eu beijei a Lindsay e tenho aids. E qual forma melhor do provar que o boato de você ser prostituta é verdadeiro? — confessou.

— Eu não vou fazer sexo contigo. — o tom bem alto, dando um soco forte nele. Queria era ferir aquele rosto, que me olhava com desejo, fazendo-o simplesmente ficar desacordado ou sumir desse planeta.

— Fale mais baixo! — exclamou ao tapar a minha boca e me empurrar para dentro da recepção do cinema, ficando no corredor que dava acesso aos banheiros.

            Depois disso pegou em meu braço de uma maneira bruta, começando a passar a mão no zíper da calça. Percebi que ia abrir e tentar fazer o que quer comigo ali mesmo. Arranhei seu braço, dei tapas, chutes e tentei de várias maneiras interromper seu ato.

— Por que não me deixa em paz? Você está namorando a garota que gosta, ninguém mais fala disso. — tentei ir por outro caminho ao notar que me machucava e não ia soltar o aperto tão cedo.

— Tudo bem, não quero mais comer uma vagabunda como você. — disse ao parar o que estava fazendo, assim como acabou por se afastar de mim.

— Obrigada. — fiquei tão aliviada que apenas agora notei que lágrimas saiam do meu rosto por conta do desespero. Quando me tornei tão mariquinha assim?

— Eu vou fazer pior, irei contar sobre a lista. — disse.

— Não, por favor. — implorei.

— Amie, não tem mais acordo. Quem mandou não ser uma boa garota e aceitar? — comentou, dando passos em direção ao centro de convivência. Junto com o meu sossego, minha honra e minha amizade com o Phil.

— Espera. — pedi, vendo-o voltar e se posicionar em minha frente.

            E então o que eu fiz?

            Beijei-o da maneira mais desesperada possível, enfiando minha língua e fingindo que sentia prazer naquela ação. Se um homem já tinha roubado o primeiro, porque não poderia fazer o segundo sem eu querer? Era tudo pela sobrevivência.

— Seu tempo acabou. — declarou, afastando-se.

            O que eu dei nem sequer o abalou. E eu o vi sumindo de vista.


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Notas finais do capítulo

E ai? Quem acham que é? Qual a opinião sobre a conversa entre Joshua e a Amie? E do Nate? Desse capítulo?

A imagem não é minha. E se tiver algum erro podem me avisar.

Quem deseja comentar? Sério, muuuuuito me faz feliz receber review dos meus leitores. E alguém quer recomendar que nem os maravilhosos da Melodia Enlouquecida, Nuvem e Maze Queen e me darem outro presente belissimo antes do ano novo ou fazer meu dia no começo de 2016 - é janeiro ainda, então conta? As autoras que vos escreve com certeza ficaram mega contentes se ocorrer! Por favor.

Obrigada e até a próxima.