Infame escrita por Apiolho


Capítulo 10
Capítulo 10 - Nunca demonstre seus medos


Notas iniciais do capítulo

BOA NOITEEEEEEEEEEE/TARDE! :3

Quero agradecer a Bia Lean (comentar do 1 ao 6), AS Kiara Ogden, Puzzle e Class por comentar no anterior! Fico muito honrada pelos seus comentários. Espero que esse tempo que fiquei sem postar não me faça perder tempo com você ou o interesse na fanfic. É que realmente está em tempos horríveis. Significam demais para mim.

Logo irei respondê-las queridas.

Muito obrigada a lieporto, xLazzyta e PaulaSantos por favoritar. Realmente adorei demais ver seus rostos no inicio da fanfic, dando cor e me fazer mais contente por saber que tem mais pessoas acompanhando.



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Capítulo dez

Nunca demonstre seus medos 

 "Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo prá me ver
E que nunca na vida me encontrou"

(Florbela Espanca)

 

Eu não fecho a minha boca mesmo!

— Vamos falar de algo polêmico por essa escola? — começou o professor.

— Sobre o quê? Bullying? Suicídio? Drogas? Gravidez na adolescência? — opinou uma rapidamente.

Essa é a típica nerd antissocial.

— Não, mas sim sobre a divulgação daquela lista. O que acharam disso?

— Perda de tempo. — respondeu a mesma aluna.

— Errado, aquilo era algo sigiloso e importante para nós. Quem divulgou está contra as nossas regras, e essa pessoa tem de ser punida. — continuou um garoto.

Levantei-me no mesmo instante. O professor até suspirou e sentou-se ao perceber que eu ia falar, até porque conhecia muito o meu feitio e o quanto isso poderia demorar horas ou pouco tempo.

— Significa o quê? Uma coisa machista de garotos que mais parecem estar no ensino fundamental? Ou esconde algo por trás, como uma maneira de fazer com que todos vocês entrem em uma competição para ver quem mete primeiro entre as pernas das pessoas da lista?

— Meter o pau em você também não é Amie? — notei ser o Ethan.

Só o tom malicioso fez-me revirar os olhos em irritação.

— Não só em mim, mas também na Lindsay, Anabelle, Valerie e Charlotte. Assim como todos que passaram ou estarão nessa colocação ridícula. — revidei.

— E acha que essas garotas odeiam ser idolatradas por praticamente todos os alunos daqui? Com certeza a resposta é negativa, tratando-se do fato de que tanto a Val, quanto a Lindy ficam colecionando homens e se vangloriando quando alguém da em cima delas. — respondeu-me.

— Essas só querem chamar a atenção, não contam. Mas não é nada mais chato do que ficar ouvindo “gostosa” quando passamos por vocês.

— Eu concordo. — sussurrou uma de cabelo curto e preto.

Era baixinha e possivelmente tímida, já que nunca a vi se pronunciando desde o começo do ensino médio.

— É feminista Amie? Pois se for também estou plenamente de acordo, principalmente se revolver protestar fazendo topless. — argumentou.

As risadas se dissiparam pela sala, sendo que alguns chegaram até a rolar pelo chão. Que seja, mas eu não ia ficar entrando no jogo desse tarado sem noção.

Aprendam comigo!

— Não quero direito iguais nesse quesito, então nunca iria ser idiota o bastante para ficar mostrando meus peitos por ai e correr o risco ainda de ser estuprada. E você? Já que é tão machista por que não abaixa as calças agora? — revidei.

O silêncio neste momento reinou com força total.

— E você Roxye? — questionou um garoto.

Poderia estar qualquer uma nessa discussão, menos ela.

— Eu? — berrou.

— Isso mesmo. — agora foi o outro “amigo” do Joshua.

Já o próprio não tinha falado nada até o momento.

— Quem divulgou com certeza não é desse colégio. — declarou.

— Como assim?

— Mas sim alguma alma sobrenatural de uma mulher que estava tão irritada com o que fizeram que levou o bilhete para lá. Nada como eu para resolver uma questão tão simples. — explicou.

Só se eu for essa pessoa. E além do mais, eu não entendi quase nada do que essa louca falou. Alguém tem outra teoria por favor? De preferência que não seja espirita.

— Os fantasmas não são aqueles que passam pelas paredes? Então como ele ia pegar a folha? — entrou na onda.

Por que ainda estão dando bola para isso?

— Simples minha cara, tem uns, como o Gasparzinho, que conseguem levar os objetos. — a expressão de vitória transparecendo em sua face.

— Vai me dizer também agora que a professora que foi transferida ano passado de uma hora para a outra foi é abduzida por alienígenas? — questionei.

Tudo bem, a minha impaciência levou-me a conversar com esse ser.

— Estou estudando essa hipótese sim, até se quiser entrar montei um clube que... — interrompi-a rapidamente.

— Isso é culpa da rede globo, que fica passando aquelas novelas idiotas sobre seres inimagináveis. Por que não se mata de uma vez? Ou então vá se internar, pois está precisando de tratamento urgentemente! — exclamei.

Só vi seus olhos se enchendo de lágrimas antes de se sentar novamente e não murmurar uma simples palavra em sua defesa.

— Espere ai Senhorita Young, não pode ficar destratando as pessoas assim. Suicídio é algo sério e ficar falando para as outras fazerem isso, no outro dia apenas o que disse, mesmo sem intenção alguma, pode se tornar verdadeiro. Palavra não é brincadeira, então comporte-se e seja mais educada pelo menos uma vez. — esse era o educador se manifestando.

— Então pelo menos a encaminhe para o psicólogo da escola. Ser tão desligada, esquisita e sem noção nesse ponto não é normal! — revidei.

Acredita que um dia ela obrigou o ex namorado dela a fazer um pacto de sangue só por que as vozes falaram isso? E, sim, teve um relacionamento antes de mim.

— Dirige-se a diretoria. — começou.

— Como assim? Nem fiz nada demais e... — tentei me defender, mas foi em vão.

— Agora. — berrou.

Passeei por entre o corredor quando ouvi um choro alto, tão barulhento que fez-me tapar o ouvido na hora. Algo tão feio e escandaloso só poderia vir de ninguém menos que “Mole”.

— Qual o significado disso? — gritei.

Tal meu horror ao notar que o seu braço estava ensanguentado enquanto ela o segurava numa tentativa falha de esconder o que estava ocorrendo. Mas sabia muito bem que tinha se cortado, em pleno colégio.

— É maluca ou o quê? Isso não se faz. — e o meu sermão se inicia.

— Está doendo! — só o que disse.

Só conseguia passar meu olhar entre aquela lamina cheia de sangue e seu pulso. Não sabia o que dizer ou fazer, mas simplesmente peguei a pequena toalha que tinha em minha bolsa e tentei me aproximar de onde estaria machucado.

— Não. — negou.

— Cala a boca. — repreendi-a.

Tirei sua mão de lá com rudez e coloquei rapidamente o pano ali, pedindo para que segurasse com força. O que fiz depois? Correr em direção a enfermaria.

— É... eu... louca... depressiva... corte. — estava tão ofegante que

Nem sei por qual motivo, no entanto pareceu me entender. Saiu em disparada, só que ao notar que não sabia onde estava me esperou para que mostrasse a localização.

— Sabia que era você! Depois que inventou de fazer um tumblr eu tinha certeza que isso ia acontecer. Irá para a casa e a primeira coisa que fará é deletar aquela conta. — declarou.

Já eu decidia entre ficar e ir tomar uma bronca do diretor.

Qual seria melhor?

— Mas mãe, tem tantas coisas da Demi Lovato lá. E consegui tantos amigos também. — choramingou.

O quê? Uma garota como essas foi gerada pela enfermeira?

— Por acaso alguém dessas suas amizades falou sobre isso para ti? — questionou.

— A pessoa do nick “eu amo me cortar” disse que era uma sensação maravilhosa e me faria esquecer os problemas. Só não me informou que ia doer tanto. — respondeu como se estivesse falando de flores.

— Desculpa, mas a sua filha não é só inocente, e sim burra. Isso é se automutilar, nunca pode ser tratado como uma brincadeira entre adolescentes que foram rejeitadas por um idiota. Se falarem que pular terraço da escola te fará voar você acredita? — interrompi a conversa das duas.

— Se apaixonou por alguém foi? — começou.

E esqueceram todo o resto que disse.

— Sim. — de maneira sem graça e envergonhada.

— Que lindo! O meu bebê está crescendo. — a expressão animada.

— Se fosse a senhora não acharia isso. Principalmente quando souber que ela dançou funk no pátio do colégio para impressionar o garoto escroto hoje. — comentei.

— Molly, isso é verdade? — o tom irritado, furioso, irado.

Falou o primeiro nome completo é porque no mínimo vai receber um belo sermão.

— Nessa hora o vídeo deve estar rondando por ai. — expliquei.

— Dá para parar de falar e fazer o favor de procurar alguém que aceite te comer atrás da escola? — essa foi a menina que diziam ser pura.

Até a mais velha ficou de boca aberta com suas palavras.

— Quem é para achar que sou vadia em? — retruquei.

— Os boatos correm rápido querida. — com escarnio.

— Que é falso, ao contrário do que fez no intervalo. Se eu não tivesse te parado ia tirar a roupa ali mesmo. — finalizei.

Deixei as duas antes de ver receber outro tapa no mesmo dia, mas agora da pessoa que a criou com tanto amor. Isso é ou não demais? Ninguém me chama de vagabunda sem receber algo em troca.

Passei na sala do ser supremo dessa instituição e ele simplesmente não falou nada, apenas pediu para que eu levasse uns papeis para a nossa classe.

— Tem um trabalho em dupla para você. — sussurrou o Josh para mim.

— Com quem? — questionou.

Sempre dou azar nisso.

— Roxye. — devolveu.

Pensaram que ia ser com um garoto gostosão não é? E que simplesmente ia rolar um beijo entre nós, depois uma declaração e um “felizes para sempre”? Se sim, acharam completamente errado.

— Irei fazer sozinha. — bufando.

— Isso é impossível. Eu tentei, porém não deu certo. — devolveu de maneira triste.

— Vejamos. — levantei-me para reclamar, só que ao olhar para frente percebi que agora era outra aula.

E de matemática? Por que temos essa matéria? Qual a necessidade dela? Não quero ser engenheira, nem contadora, apenas ficar em casa sem fazer nada era a minha vontade.

— Qual seu parceiro? — comentei sem ânimo.

— O Alexander.

— Aquele gay? — apontei para o que estava desenhando uma pessoa no caderno.

Espera, era bem parecido com o Deboni.

— Sim. — continuou.

— Acho que para ele quando se encontrarem terá.

Mesmo com a minha face de “não ligo para o que estou falando” percebeu que estava tirando sarro dele.

— E se você não ficar atenta quando olhar para o lado estará fazendo trabalho é com o satanás. Ou tentando responder as perguntas com a ajuda de um fantasma. — retrucou.

Só de pensar nisso fiquei arrepiada.

— E o que está fazendo ao meu lado? Posso saber? — mudei totalmente o assunto.

— A Jullie pediu para que eu trocasse de lugar porque viu uma aranha andar perto dela. — respondeu.

Será das peludas e enormes? Torço para que não.

— Sério? — balbuciei.

— Você tem medo? — ergueu uma das sobrancelhas.

— O que tem? Acho melhor é olhar para a frente, pois a professora está apagando o quadro agora mesmo.

É facil enganá-los, se for gostosa acreditam.

Fitou para o local onde disse e eu observei ao redor para ver se encontrava algum bicho de oito patas caminhando por ai. Até porque nunca ia demonstrar que tinha horror a algo. Senti o alivio chegar por não haver nada há alguns metros de mim, mirando o meu caderno e vendo o assunto da atividade jogado ali, apenas escrito:

“Automutilação:

Substantivo feminino

1. Corte voluntário de uma parte do próprio corpo.

2. Ferimento ou lesão que um indivíduo faz a si mesmo.”

— Se te ajuda, o meu é gravidez na adolescência. E a minha dupla disse que quer usar uma barriga falsa quando nos apresentarmos. — em uma maneira de me consolar.

Vê-los pagando mico ia ser uma das melhores coisas que eu presenciaria nessa minha vida. Nada melhor do que isso. Sequer fez-me lembrar novamente de que eu teria de falar sobre alguém como a “Mole”.

— Alexander, pode se vestir de gestante que eu aprovo. — gritei sem nem me importar.

Olharam-me em espanto, para depois fazer a mesma coisa em direção ao garoto tímido. Começaram a rir e ele abaixou sua cabeça na carteira, as lágrimas caindo pelo seu rosto.

— Cala a boca Amie! — repreenderam-me alguns.

Só falei a verdade. Agora não é minha culpa que o fraco chora por qualquer motivo. Então a educadora pareceu pensar em algo para fazer com que fosse esquecido o que ocorreu, dando um sorriso ao ver as folhas que tinha trazido.

— Tenho boas noticias: o pedido para uma festa para a arrecadação de dinheiro para a formatura, feita por vocês ano passado, foi aceita. Mas para isso precisamos da autorização dos seus pais para que haja a participação de vocês na venda dos ingressos. — respondeu.

Todos começaram a comemorar. Só que eu não estava nada feliz. Como assim nos colocar para trabalhar feito escravos para ter um baile decente? E isso fez-me lembrar de que eu tinha um trabalho para realizar com a maluca.

O sinal bateu, todos saíram e então lá fui eu em direção a sala que estava o professor. Mas nada se compararia a cena que eu ia ver, da qual nem em anos estaria preparada. Ele se agarrando com ninguém menos que...

Roxye Honey!

Qual opção escolho a seguir:

a) Fazer um barraco;

b) Sair de maneira disfarçada e delata-los para o diretor;

c) Simplesmente fugir e tentar deletar essa imagem da minha mente a qualquer custo.

Todavia o que ainda fazia enquanto pensava nisso era ficar olhando aquela cena grotesca em minha frente. Sem falar das apalpadas que ele dava em sua bunda e seios, porém a sorte é que estavam com roupa.

E o pior, sendo totalmente indecente, não poderiam pelo menos fechar a porta?


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Notas finais do capítulo

E ai? Que iam fazer das três opções?

NADA CONTRA DEMI LOVATO!

A imagem não é minha. Desculpem pelos erros de português. Como dito na nota inicial, logo irei respondê-las.

Mandem-me comentários, sempre maravilhosos, sobre o que acharam. Ruim? Péssimo? Mais ou menos? Ta bonzinho? E a pessoa que quiser seguir a fofa da Class e recomendar pode ter certeza que me fará mega feliz.

Beijos e até a próxima.