– Senhor Drake, seu amigo, James, lhe aguarda na sala principal. – ouvi Jarvas falar.

– Diga a ele que estou ocupado. – falei sem desviar os olhos do sistema de fios a minha frente.

– Sinto em dizer, Senhor Drake, que ele insiste em falar com o senhor! E diz que se não subir ele descerá e que não será tão amigável. – Jarvas disse mais uma vez. Suspirei.

– Diga a ele que eu já estou indo. – falei, me levantando. Limpei minhas mãos no pano ao meu lado. – O que ele quer agora? - Subi as escadas, enquanto ajeitava a minha roupa. Quando olhei para cima de novo, eu vi James, mas ele não estava tão feliz. – E ai, cara? - Mas ele não falou nada, se aproximou, percebi os seus pulsos fechados. – Qual o problema?

– Eu te avisei pra não ser um idiota. – falando isso, ele me deu um soco no estomago. Curvei-me sobre minha barriga enquanto as duas mãos envolviam-na. Me ajoelhei no chão, com falta de ar.

– Qual o seu problema cara? – perguntei, depois de recuperar o ar.

– Levanta. – falou enquanto me puxava pra cima pelo cotovelo. Me ajudou a chegar ate o sofá e nós nos sentamos. – O meu problema Drake, é que você é um idiota.

– O que que eu fiz agora? – perguntei. Recuperando o folego, devagar.

– Você magoou a minha irmã! – falou.

– Não, isso é impossível! Eu não vejo ela desde... – eu não me lembrava desde quando eu não via ela.

– Exatamente. Ela ta muito magoada Drake! – falou e eu suspirei. Eu poderia comprar alguma coisa pra ela... Tipo uma joia... – Você não vai ganhar minha irmã com uma joia.

– Então quem sabe...

– Nâo.

– E...

– Drake ela não quer nada comprado. – falou.

– E o que eu faço então? – perguntei.

– Desculpe, meu amigo, mas dessa vez, eu não vou poder te ajudar! – falou, se levantando, caminhou ate a porta e foi embora. Tenho quase certeza de que ouvi a moto sendo ligada, mas não prestei muita atenção.

– Querido, esta tudo bem? – ouvi Julia perguntar, enquanto passava pela sala, em direção a cozinha.

– Mãe, o que você acha de...

Dois dias depois...

– Não acredito que o meu bebe esta se formando. – minha falou enquanto ajeitava minha beca.

– Mãe... – reclamei.

– Shiu. Eu tenho esse direito! – mamãe falou, tenho quase certeza de que vi os olhos dela se enchendo de lagrimas.

– Querida... – meu pai chegou perto dela, acariciando seu ombro esquerdo.

– Estou bem! – ela falou, fungando. Acariciei seu rosto e ela respirou fundo. - Vamos? – ela perguntou e assentimos. Olhei-me mais uma vez no espelho e sorri, nervoso. Só espero que ela goste.

O caminho feito ate a escola foi relativamente rápido, paramos o carro no estacionamento e fomos direto em direção ao campo de futebol americano, aonde toda a cerimonia iria acontecer. Várias cadeiras estavam dispostas em fileiras, com um longo corredor aberto entre elas. Os pais dos 40 formandos se sentariam atrás e as 40 primeiras cadeiras estavam separadas para a gente. A frente das cadeiras um palco de madeira havia sido montado e em seu lado direito uma escada, por onde subiríamos para pegar os diplomas e tirar as fotos. Quando chegamos, um dos fotógrafos contratados apareceu para tirar uma foto minha com meus pais. Olhei para todos os lados ate que achei os meninos conversando perto da onde entraríamos para a cerimônia. Aproximei-me, Peter me viu, sorri para ele mas ele não retribuiu.

– Você ta muito ferrado! – ele falou.

– O que? Por quê? – perguntei. James se virou em minha direção.

– Eu te avisei cara, eu juro que te avisei pra não fazer merda de novo. – falou.

– Ela não gostou ne?

– Ela não quer te ver nem pintado de ouro com um zilhão de dúzias de lírios em volta. – falou e eu respirei fundo.

– Falando na fera! – Peter murmurou. Me virei e vi Sophie caminhando ate nós. Ela estava linda, mas com certeza não estava completamente feliz.

– Olha aqui seu idiota, eu só não faço um escândalo porque é a nossa formatura e eu não quero estragar esse momento, mas se você acha que pode reparar um erro seu me comprando com essas futilidades você ta muito enganado. – falou, levantou a mão e estendeu para mim. – De a alguém que caia nas suas mentiras. – deixou cair em minha mão o colar de diamantes que eu havia comprado para ela e mandado entregar juntos com as 10 duzias de lírios em sua casa. Exagero? Eu não sei, não para mim. – Vejo vocês daqui a pouco meninos. – falou se referindo a Peter e James. Se virava para voltar de onde veio, mas eu segurei seu braço, ainda pasmo.

– Espera, Sophie, vamos conversar...

– Conversar?! Agora você quer conversar?! Eu tenho cara de idiota por um acaso? Eu tentei conversar com você durante quase um mês garoto e você me ignorou, eu to cansada de tentar conversar! – falou, a raiva era evidente em seus olhos. Olhou para o lado e respirou fundo. – Porque você não procura uma entrevista numa revista? Tenho certeza de que eles vão querer te ouvir.

Dizendo isso, ela se virou e foi embora. Com certeza, essa foi a pior burrada que eu fiz na minha vida.