Como odiar o amor escrita por TheGhostKing


Capítulo 5
Os sonhos


Notas iniciais do capítulo

Já deu para notar que está complicado de postar pelo horário, né? Mas dessa vez eu consegui. Obrigada pelos comentários!



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– Entendido? – perguntou Nico.

– Completamente – respondeu Jill.

– Sabe o que fazer? – o garoto estava realmente preocupado. Tinha explicado o que havia pensado em fazer durante o sonho/coma inteiro. Queria que todos os detalhes fossem devidamente explicado.

– Exatamente. Estou feliz que tenha me contado sobre o que meu pai fez.

– Eu também – ele respondeu. Morrendo de vergonha, mas feliz.

– Seria realmente tristes se não pudéssemos mais nos falar. Você é, praticamente, um dos melhores amigos que eu já tive, seria horrível perder o contato com você, já no início da amizade.

“Um dos melhores amigos“.

“Início da amizade“.

Essas duas frases martelaram na cabeça de Nico pelo minuto de silêncio que se estendeu. Será que ela realmente queria só amizade? Não que ele não quisesse. Afinal estava cedo para pensar em um outro tipo de relacionamento, mas ele tinha pensado que talvez, no futuro... talvez eles pudessem ser mais que isso.

E achava que ela pensava do mesmo jeito.

Deixa de ser melancólico, ele interrompeu a seus próprios pensamentos.

– Então... Acho que é hora de acordar – ele puxou assunto.

– Acho que é, sim.

– Pronta?

Ela fez que sim com a cabeça e sorriu. Nico gostava da frequência com o qual ela sorria. Parecia que estava sempre feliz, levando a vida como se tudo fosse uma grande brincadeira. Nico gostaria de sorrir mais.

Ela vive para o presente, ele pensou, e acho que eu vivo para o passado.

Ela segurou suas mãos e fechou os olhos.

– Estou pronta para a viagem, piloto.

Nico acho ótimo que ela teve o bom senso de fechar os olhos, ou então veria o quão vermelho ficou o rosto do amigo. Ele resolveu acordá-los logo, antes que sua mão começasse a suar.

– Afivelem o cinto, pois essa geralmente é uma fase de turbulência.

Ela apertou sua mão com mais força, logo antes de Nico dar início ao processo de acordar. E tudo começou a apagar, devagar, lentamente, sem pressa... e ficou tudo claro de novo em um segundo.

Estavam acordados.

Ou, pelo menos, Nico estava.

Notou que levantou sorrindo, o que não era de costume, mas fechou a cara ao ver que Jill ainda estava adormecida.

– Jill? – ele chamou, tentando não soar preocupado, imaginando que ela pudesse estar só brincando.

Não houve resposta. Ele a sacudiu um pouco.

– Jill? Se é uma brincadeira, pare, por favor, não tem graça.

Jill teria o bom senso de se mostrar viva se estivesse mesmo fazendo uma brincadeira de maus gosto, mas nem se mexeu.

O garoto decidiu checar o batimento cardíaco. Depois de passar alguns breves momentos se perguntado onde colocaria a mão, posicionou dois dedos no pulso da menina. Sentiu a pulsação.

Nico não entendia, tinha feito tudo certo, não tinha errado nada, ele tinha certeza. Ela só ficaria no sonho se...

Se alguém a forçasse a ficar.

*

POV Jill

Ela abriu os olhos, certa de que se veria no chalé de Hades. Mas, ao invés disso, estava de pé em uma sala pintada inteiramente de branco, com apenas detalhes em vermelho-sangue. Girou em volta de si mesma, para examinar o lugar, e tomou um enorme susto ao se deparar com um homem parado atrás dela.

Não recuou, no entanto. De algum modo, sentia que ele não a machucaria. Ela sentiu, no ar, a presença de preocupação. De amor.

– Pai? – ela adivinhou – Cupido?

– Sim, filha.

– Eu ainda estou sonhando?

– Está. Eu pedi que ficasse, pois preciso tratar de um assunto com você. Aquele menino, Nico di Angelo...

– O que? A primeira vez que a gente se encontra, a primeira vez que você tem a decência de aparecer, e finge que sempre foi um pai presente? Já quer partir para a conversinha pai-e-filha, é isso? – Jill sentia raiva. Por muitos motivos. Sua infância teria sido mais fácil se ela tivesse tido um pai, para começar. E agora tinha adicionado, recentemente, um novo item na lista: o que ele fez com Nico foi muito cruel.

– Estou apenas tentando protegê-la. Preciso que fique segura, então me escute.

Jill sentiu vontade de rir, mas prometeu a si mesma não o fazê-lo e resolveu escutar o que o pai tinha a dizer.

– E o que é o mostro horrível que está me perseguindo? Dentro de qual armário eu devo me esconder, conte-me, por favor?

Ela não riria, mas estava fora de questão não debochar. Mal conhecia o deus e já o achava um idiota completo.

– Será que não ouviu? Nico di Angelo.

Jill achou estranho, mas não lhe veio nenhuma piada na mente diante daquela afirmação sem sentido. Quer dizer, não fazia sentido nenhum... né?

Ela abriu a boca, depois de um tempo, para defender o amigo, mas foi interrompida:

– Por que acha que encontrou aquele arco no chão? – perguntou o pai. Para ser sincera, ela havia esquecido sobre o arco – Foi porque eu te dei o arco para proteção. Não se lembra de quem lançou o espírito contra você? Nico. Ele tentou te matar.

Ele está tentando te virar conta Nico, ela pensou, não se deixe levar.

– Sente-se – disse Cupido, apontando para um sofá. Ela o obedeceu e ele sentou-se ao seu lado – eu quero que preste atenção nesse garoto. Ele passou por muitas coisas horríveis...

Por sua causa, muitas delas. Não se deixe levar.

– ... Mas isso começou a enlouquecê-lo. Ele te contou que se jogou no Tártaro por opção? – Jill se surpreendeu – Pois é. Foi o primeiro a sair. Passou por coisas medonhas e viu outras piores, daquelas de arrancar a sanidade. E foi por isso que te dei o arco. Filha, ele é perigoso. Por que acha que não tinha amigos antes de você chegar no acampamento? Não notou os olhares de surpresa quando vocês estavam juntos?

Tudo o que ele dizia fazia tanto sentido...

Não. Jill, não se deixe levar.

– Foi por isso que eu te dei o arco. E aqui estão as flechas – ele entregou-a uma aljava repleta de lndas flechas com ponta de bronze - Elas mandam de volta para o Tártaro tudo que tiver magia relacionada à Hades se a ponta perfurar tal coisa.

– Até mesmo... – Jill se atreveu a começar a pergunta, mas não a terminar.

– Sim, filha – o pai respondeu de qualquer maneira – até mesmo... ele.

Jill não acreditava no que tinha acabado de escutar. O pai lhe dera um arco e flecha com aquele poder? Era horrível.

Mas talvez viesse a ser útil.

E nessa hora, ela se deixou levar.


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Notas finais do capítulo

Deixem um comentário por favor, leva um minutinho e me deixa feliz :3
O que estão achando da fic? Deixei um momento de tensão aí porque eu gosto de torturar vocês ;)

E nem todos os capítulos vão ter essa divisão de POVs